sexta-feira, julho 08, 2016

E Vive la France....
Ganhou a França
















Onze contra onze e... desta vez ganhou a França!

Portugal nunca seria favorito na final deste Campeonato Europeu quer fosse a Alemanha ou a França mas, mal por mal, lá no íntimo, com certeza que o nosso Eng. Seleccionador haveria de preferir a França.

Não sei com qual destes dois países, no historial dos confrontos futebolísticos, os nossos insucessos terão sido maiores mas como foram, tanto num caso como no outro, amplamente negativos, também não tem grande importância.

O que importa, é que para nossa satisfação e surpresa de todos, estamos numa final em França, num confronto europeu, contrariando a pequenez, fragilidade e ameaças de sanções que pesam sobre nós.

É verdade que não estamos, ao mesmo nível no Campeonato Europeu de Atletismo, nem de perto nem de longe, excepção e honra seja feita à nossa Dulce Félix vice - campeã dos 10.000 metros, ontem realizados, mas,... o que nós gostamos mesmo é de correr atrás da bola.

Falo por mim. Em miúdo, era capaz de passar horas a jogar à bola mas jamais me passou pela cabeça, então, dedicar-me ao atletismo.

Para os nossos compatriotas que vivem e trabalham em França vai ficar tudo em casa, ou no país onde nasceram ou naquele em que vivem e trabalham.

No fundo, sabemos que não é bem assim...

O patriotismo arreganha-se mais quando somos obrigados a permanecer fora da pátria. Como qualquer outro amor, a distância e a ausência só contribuem para o aumentar, às vezes também para esquecer...

Sei bem que é assim... quando vivi fora deste rectângulo, em África, bastava-me ouvir um fado para me chegarem as lágrimas aos olhos, eram as minhas origens e o meu sentimentalismo a falarem.

Nestes confrontos futebolísticos da Selecção Nacional de Futebol com outros países, a minha preocupação maior vai para os meus compatriotas emigrados, Como devem sofrer mais do que eu quando ela perde... Para agravar a saudade, o sabor amargo da derrota é de mais!

A nossa pátria é uma espécie de mulher amada que quando vive junto de nós não damos muito por ela, inclusivamente queixamo-nos a todo o momento, por tudo e por nada, mas, em caso de separação, vem logo a dor e o vazio da ausência.

No Domingo, será a Final entre Portugal e a França e eu sei, adivinho facilmente, que no caso, improvável, de Portugal ganhar, a alegria dos portugueses que vivem e trabalham em França será muito maior do que a sentida pelos meus concidadãos entre muros.

Passos Coelho, quando chegou ao poder, mandou os jovens e desempregados portugueses emigrar, arranjar trabalho lá fora, sem um pedido de desculpas, uma palavra de sentida justificação ou de pesar, como se fosse indiferente viver e trabalhar dentro ou fora do país.

Preferia o estilo de Salazar que não dizia nada... eles que se desenrascassem! 

Os portugueses não precisam de ser enxotados para fora do país, eles próprios conhecem os caminhos das fronteiras para todas as partes e locais do mundo, que de há muitos anos atravessam, quase desde de sempre, para poderem sobreviver.

Passos Coelho foi muito infeliz nesses aconselhamentos, não por estarem certos ou errados mas por terem sido proferidos... e, por isso, só um povo, no fundo, com costela masoquista, lhe podia ter dado os votos que ele recebeu nas eleições.

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