domingo, julho 02, 2006

CORRAM-NOS À PEDRADA......


Era costume dizer-se que se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo mas desta vez apanhou-se mais rapidamente um Cacique Trauliteiro do que o coxo.

Efectivamente, aquele Sr. Fernando Ruas, de bigode bem recortado, voz grave e pausada, aparece muitas vezes nos Noticiários da TV porque na qualidade de Presidente da Associação de Municípios é consultado para dizer de sua justiça no que concerne aos assuntos de natureza municipal.

Pesa as palavras e demonstra um grande sentido das responsabilidades o que só lhe fica bem como “chefe” que é de todos os Presidentes de Câmara do país.

Até que um dia, descontraído e à vontade, dispensou-se do esforço de tanta contenção para democrata ver, “passou-se dos carretos” e medindo muito bem as palavras, segundo ele próprio afirmou numa reunião com os Presidentes das Juntas de Freguesia, leia-se “suas tropas”, mandou-os "correr à pedrada" - funcionários públicos do Ambiente que tiveram a ousadia de invadir terras dos seus domínios no exercício suas funções.

O Ambiente e o Poder Autárquico há muito que não convivem pacificamente por razões que se compreendem muito bem e que estão ligadas a interesses de projectos que investidores e Câmaras gostariam de levar por diante e aos quais o Ambiente se opõe e estas coisas mexem com dinheiro, por vezes, até com muito dinheiro.

Parece não ter sido, desta vez, o caso e tudo não terá passado da colocação indevida de umas manilhas ou seja, questões de “lana-caprina”que apenas deram no que deram porque, mais uma vez, beliscaram com o Poder Autárquico que no sentir do Sr. Presidente de todas as Autarquias se quer autónomo, forte, independente a fazer lembrar o poder dos senhores morgados do século XIX de quem o Sr. Ruas “descende” em linha directa não por ser o primogénito da família mas por ter sido eleito democraticamente pelos seus concidadãos.

E aqui temos como uma atitude prepotente, de apelo à violência, indigna de pessoas educadas, responsáveis, que deviam dar exemplo de civismo às populações que o elegeram se servem hoje da legitimidade democrático como ontem se serviram do argumento familiar e de casta e mais remotamente do argumento divino.

Este senhor, ao apelar de forma convicta à violência desmascarou-se, no seu íntimo não está preparado para viver em democracia e se os visienses souberem tirar as devidas ilações não voltarão a dar-lhe o seu voto…esperemos.

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