sexta-feira, junho 16, 2006

Marvão e a candidatura a Património da Humanidade

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Como leitor habitual do Macroscópio tomei conhecimento que o processo de candidatura de Marvão a Património Mundial da Humanidade foi chumbado e, por isso compreendo, dada a ligação especial que Rui Matos tem àquela terra, a sua indignação e protesto.

Mas para além da compreensão para com estados de espírito totalmente justificados, quero também juntar a minha solidariedade para com todos os filhos, amigos e admiradores, entre os quais me incluo, daquela localidade única, diga lá o que disser a UNESCO, que é Marvão e que, naturalmente, neste momento, se sentem ofendidos com a decisão tomada e a respectiva fundamentação.

Claro que há muita coisa que desconheço relativamente a esta decisão, a começar por saber se ela é ou não irreversível, se o Processo de Candidatura foi ou não bem apresentado e defendido por quantos nele intervieram, desde a Autarquia Local às Entidades do Governo Central, se há, neste aspecto, responsabilidades a atribuir e, finalmente, se há alguma coisa que possa vir a ser feita para reverter a decisão num futuro próximo.

Sinceramente, se a justificação do indeferimento se mantiver,” MARVÃO NÃO É ÚNICA, EXISTEM OUTROS LOCAIS COM AS MESMAS CARACTERÍSTICAS DAQUELE SÍTIO” não me parece que haja muito a fazer.

Na verdade, não se diz que haja outra localidade igual a Marvão mas apenas e só com as mesmas características pelo que, se Marvão viesse a ser considerada Património Mundial, igual título deveria ser atribuído a uma qualquer aldeola colocada em cima de um cabeço e com um muro a fazer de muralha, "têm toda a razão" os senhores da Unesco.

Esperamos, agora, que seja retirado o título de Património Mundial às Pirâmides do Egipto porque, comprovadamente, existem outros monumentos com as mesmas características em outras culturas e civilizações na América do Sul, na Europa, na Ásia etc. Dada a atracção que o homem sempre revelou por aquela forma geométrica de construção, num fenómeno idêntico, ainda que por outras razões, que levou os europeus da Idade Média a construir povoados dentro de muralhas no cimo dos montes.

Julgo, não tenho mesmo a certeza que o critério de atribuição que tem presidido à atribuição do título de Património Mundial, vai ter que ser revisto face a esta fundamentação.

Entretanto, cuidem os Marvanenses com todo o desvelo da sua linda terra, das casas, das ruas, dos espaços, das muralhas, daquele todo que é Único em Portugal e no Mundo, porque uma pedra que fosse que caísse das suas muralhas e não pudesse ser reposta, constituiria uma perda no seu património mais grave do que a decisão da Unesco.

Um abraço a Marvão onde me sinto tão bem quando a visito só possível por ser um Sítio Único.

Xau Rui
Um abraço também para ti que já és de Marvão

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