domingo, maio 28, 2006

O que é bom e o que é mau


Um estudo sueco veio comprovar que a homossexualidade é uma questão genética e logo o Sr. Prof. João César das Neves, no estilo de quem não deixa cair a notícia em saco roto, fez logo o seguinte comentário:

“Sabemos há décadas que o mongolismo está impresso nos genes, mas isso não o torna bom”.

A conclusão do estudo sueco, como de resto são as conclusões de quaisquer estudos científicos, não se destinam a estabelecer a bondade ou a maldade das coisas, mas tão-somente a de produzir afirmações que sejam, ou não, verdades científicas como, de resto, o Sr. Prof. está fartíssimo de saber.

No caso concreto da homossexualidade, a circunstância de ela ser, comprovadamente, de natureza genética significa, à “contrário sensus”, que não tem nada a ver com uma “perversão atentatória da moral e dos bons costumes levada à prática para ofender e escandalizar gente de bem, como o Sr. Prof. JCN e que poderia perfeitamente ser evitada se umas quantas pessoas, mais ou menos aberrantes, não se permitissem tais coisas”.

Contudo, o Sr. Prof. prefere concluir que, não obstante a homossexualidade ser de natureza genética, tal como o mongolismo, não faz dela coisa boa porque ninguém como ele, neste mundo, para dizer o que é bom ou é mau revelando, entre outras coisas, uma enorme falta de respeito e de sensibilidade por quantos constituem, neste país e neste mundo, a comunidade homossexual que assim se vê, de uma penada, arrumada para a lixeira das coisas más do Sr. Prof.

Sinceramente, eu não sei se é bom ou mau porque nunca me arroguei o direito de fazer esses juízos, mas se neste país e neste mundo houver muitas pessoas a pensar e a sentir como o Sr. Prof., então, não é bom de certeza, não!.

Site Meter