Eduardo Prado Coelho
EDUARDO PRADO COELHO
Eduardo Prado Coelho interrompeu a sua colaboração no jornal Público para ser submetido a uma intervenção cirúrgica de transplante do fígado tendo agora, ultrapassada que foi essa situação, regressado ao convívio dos seus leitores.
Não abundam muito entre nós os intelectuais da qualidade de Eduardo Prado Coelho e por isso foi com um alívio de satisfação que me reencontrei com ele na leitura da sua coluna, “O Fio do Horizonte”, relatando-nos um pouco da amarga experiência que foi a sua passagem pelos Hospitais.
Está de novo entre nós e eu espero que seja por muito tempo e com a melhor qualidade de vida possível.
Eduardo P. Coelho também assistiu ao desempenho de José Sócrates na entrevista televisiva e, naturalmente, não ficou agradado com o espectáculo do 1º Ministro submetido a um interrogatório como um vulgar arguido em um qualquer Tribunal porque não ajudou nada à imagem de credibilidade que é muito importante para o exercício da sua difícil missão.
Mas relativamente a esta primeira parte da entrevista, penosa de mais para todos os intervenientes, espectadores incluídos, já tudo foi dito.
Mas EPC não deixou passar em claro a intervenção de Maria Flor Pedroso quando, na segunda parte da entrevista, afirmou demagogicamente, que com os números apresentados por Sócrates estávamos longe da média europeia.
Estas comparações lembram-me a raiva que eu sentia quando, nos meus tempos de estudante, o meu pai insistia em comparar-me ao meu primo que saiu Eng. Químico em vez de procurar saber se eu estava a tentar superar-me dentro daquelas que eram as minhas possibilidades.
Estas coisas das comparações exigem muita ponderação, bom senso e alguma sensibilidade senão lá acabamos por comparar outra vez o Afonso Henriques a Luís de Camões.
Os portugueses deviam ser “obrigados”, diz EPC, a ver os programas de António Barreto para se aperceberem bem da realidade social do nosso país há 50/60 anos atrás, quando até os bebés vinham de Paris no bico de uma cegonha, isto os bebés ricos porque a maioria deles, que eram pobres, nem sequer se sabia de onde é que vinham.
Enquanto isto mais de um milhão de portugueses, durante 13 anos, mergulharam numa guerra, experiência de vida intensa mas mais traumatizante do que útil e que terminou com o regresso a Portugal de mais de meio milhão de refugiados portugueses que tiveram que recomeçar tudo de novo.
Entretanto, fomos para a escola porque uma das heranças de Salazar foi um país de analfabetos e mais recentemente assistimos ao desmontar de uma economia baseada na exploração da mão-de-obra barata que se desfez como a espuma das ondas na areia da praia para, também aí e mais uma vez, termos de começar de novo, agora com um grau de exigência que não tem comparação com o anterior.
Maria Flor Pedroso, não queira milagres, a Europa é uma meta, um objectivo no que ela tem de bom e de melhor e nós não temos mas, realisticamente, a comparação não é justa.
O grande desafio é connosco próprios, temos que ser hoje melhor do que fomos ontem e amanhã melhor que hoje e assim sucessivamente no que se refere ao PIB, ao Défice, ao Emprego, às Exportações porque se melhorarmos em tudo isto de uma forma continuada e não esporádica iremos ter, no futuro, a qualidade de vida que há muito os portugueses merecem.
Eduardo Prado Coelho interrompeu a sua colaboração no jornal Público para ser submetido a uma intervenção cirúrgica de transplante do fígado tendo agora, ultrapassada que foi essa situação, regressado ao convívio dos seus leitores.
Não abundam muito entre nós os intelectuais da qualidade de Eduardo Prado Coelho e por isso foi com um alívio de satisfação que me reencontrei com ele na leitura da sua coluna, “O Fio do Horizonte”, relatando-nos um pouco da amarga experiência que foi a sua passagem pelos Hospitais.
Está de novo entre nós e eu espero que seja por muito tempo e com a melhor qualidade de vida possível.
Eduardo P. Coelho também assistiu ao desempenho de José Sócrates na entrevista televisiva e, naturalmente, não ficou agradado com o espectáculo do 1º Ministro submetido a um interrogatório como um vulgar arguido em um qualquer Tribunal porque não ajudou nada à imagem de credibilidade que é muito importante para o exercício da sua difícil missão.
Mas relativamente a esta primeira parte da entrevista, penosa de mais para todos os intervenientes, espectadores incluídos, já tudo foi dito.
Mas EPC não deixou passar em claro a intervenção de Maria Flor Pedroso quando, na segunda parte da entrevista, afirmou demagogicamente, que com os números apresentados por Sócrates estávamos longe da média europeia.
Estas comparações lembram-me a raiva que eu sentia quando, nos meus tempos de estudante, o meu pai insistia em comparar-me ao meu primo que saiu Eng. Químico em vez de procurar saber se eu estava a tentar superar-me dentro daquelas que eram as minhas possibilidades.
Estas coisas das comparações exigem muita ponderação, bom senso e alguma sensibilidade senão lá acabamos por comparar outra vez o Afonso Henriques a Luís de Camões.
Os portugueses deviam ser “obrigados”, diz EPC, a ver os programas de António Barreto para se aperceberem bem da realidade social do nosso país há 50/60 anos atrás, quando até os bebés vinham de Paris no bico de uma cegonha, isto os bebés ricos porque a maioria deles, que eram pobres, nem sequer se sabia de onde é que vinham.
Enquanto isto mais de um milhão de portugueses, durante 13 anos, mergulharam numa guerra, experiência de vida intensa mas mais traumatizante do que útil e que terminou com o regresso a Portugal de mais de meio milhão de refugiados portugueses que tiveram que recomeçar tudo de novo.
Entretanto, fomos para a escola porque uma das heranças de Salazar foi um país de analfabetos e mais recentemente assistimos ao desmontar de uma economia baseada na exploração da mão-de-obra barata que se desfez como a espuma das ondas na areia da praia para, também aí e mais uma vez, termos de começar de novo, agora com um grau de exigência que não tem comparação com o anterior.
Maria Flor Pedroso, não queira milagres, a Europa é uma meta, um objectivo no que ela tem de bom e de melhor e nós não temos mas, realisticamente, a comparação não é justa.
O grande desafio é connosco próprios, temos que ser hoje melhor do que fomos ontem e amanhã melhor que hoje e assim sucessivamente no que se refere ao PIB, ao Défice, ao Emprego, às Exportações porque se melhorarmos em tudo isto de uma forma continuada e não esporádica iremos ter, no futuro, a qualidade de vida que há muito os portugueses merecem.
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