Campeão
Os portugueses viveram nas últimas vinte
e quatro horas os momentos de maior alegria colectiva de toda a sua história
graças a esse desporto de massas que se chama futebol.
Só nos acontecem coisas más, desde a
dívida que é uma enormidade para o país que somos, do PIB que cresce muito
abaixo do que deveria crescer, das sanções que nos vão aplicar para humilhação nossa e de um governo que é de esquerda, mas nas últimas horas exultamos como loucos e
quem nos mirasse, lá de cima e nada soubesse, diria:
- “Ora ali está o povo mais feliz do planeta Terra”.
- “Ora ali está o povo mais feliz do planeta Terra”.
Ainda bem que isto aconteceu com os
governantes que temos agora e nada tem a ver com os anteriores.
Actuais Presidente da República, da Assembleia Nacional e Chefe do Governo, há muito que são amantes do futebol, vibram e sofrem com ele e, portanto, terá sido uma feliz e bem-aventurada coincidência.
Actuais Presidente da República, da Assembleia Nacional e Chefe do Governo, há muito que são amantes do futebol, vibram e sofrem com ele e, portanto, terá sido uma feliz e bem-aventurada coincidência.
- Já viram o que teriam sido todos estes
festejos com Cavaco e Passos a liderar o país?
- Por um lado, são mal encarados e, por
outro, parece não vibrarem com estas coisas dos “futebóis”...
- Não, efectivamente, tivemos nestes
momentos, as pessoas certas nos lugares certos e, coincidência ou não que tenha
sido, porque eu, que sou ateu, ao contrário do Eng. de todos nós, o Fernando
Santos, católico fervoroso, tal como o nosso Presidente da República, que até reza enquando nada, para não perder tempo, nunca ponho completamente de parte a intervenção
dos deuses que são muitos e podem entreter-se com estas coisas...
Depois, por uma questão de justiça, não
estava certo que outros políticos, que não estes, beneficiassem desta vitória
que pôs o país aos saltos de felicidade sem que eles tivessem contribuído,
fosse o que fosse, para tão grande alegria.
Detestaria ver nas fotografias da
consagração, dois fulanos mal encarados, completamente desenquadrados do
contexto, que nunca puseram um cachecol ao pescoço que não fosse para o
aquecer, a sorrirem, oportunistas, para a imagem, coisa que nem um nem outro sabem
fazer, porque, em vez de sorrirem, fazem esgares.
Sempre os políticos, em todo o lado e em
todo o tempo, gostaram de se associar às vitórias do desporto do seu país como
se elas fossem suas, mas, Marcelo, Costa e Ferro Rodrigues, já estavam no desporto
como praticantes ou simples e apaixonados espectadores, não se limitando a
aparecer agora... já lá estavam.
Tudo quanto faz feliz o povo a que
pertenço me faz feliz a mim, mesmo estas vitórias efémeras e passageiras que
nos afagam e enaltecem o ego e que, pelas reacções que despertam, parecem ser as que sabem melhor.
Todo o mundo, desta vez, falou de
Portugal por uma boa razão.
Fomos notícia por sermos os melhores, aparecemos
nos cabeçalhos dos jornais como vencedores, desfeiteámos quem troçava de nós e
se julgava superior. Tivemos, à última da hora, que arranjar um autocarro para,
em França, podermos fazer a primeira viagem desfile de triunfo, enquanto toda a “máqui na” dos franceses preparada e já com os motores a
trabalhar, ficou, envergonhada, silenciada!
Obrigado, ó deuses!...
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