domingo, julho 17, 2016

Santarém
Hoje é Domingo

(Na minha cidade de Santarém em 17/7/16)


















Em si mesmo, não é mau ser chauvinista. Amar a sua terra, o seu país, mesmo um pouco em excesso, pode ser censurável, não condenável.

O General Ramalho Eanes, quando embarcou para a guerra colonial, também levava os Lusíadas consigo, em sinal de que tinha o seu país no coração.

Nicolas Chauvin, soldado de Napoleão, na guerra do Egipto, dez vezes foi ferido em batalha e dez vezes fez questão de regressar à linha de combate. Com este comportamento de amor, entrega e sacrifício pela sua pátria, ganhou o direito de dar o seu nome a essa ligação entranhada de natureza sentimental ao país a que pertence e pelo qual luta e, daí, o “chauvinismo”.

Nós, portugueses, não temos um orgulho colectivo suficiente para nos podermos considerar chauvinistas, embora tenhamos registo de muitos comportamentos heróicos de natureza individual, de dedicação à pátria ao longo da nossa história.

O mal do chauvinismo não está no amor à nossa terra, mesmo excessivo para um padrão normal, o pior é o facto de ele estar associado ao desprezo e falta de consideração por outros, os que não nasceram no nosso país.

Os franceses tratam os portugueses de uma maneira chauvinista com sobranceria e desprezo. Na relação de convivência, “vêem-nos” a todos, os que tiveram de emigrar para a sua terra por não terem oportunidades de trabalho em Portugal, desempenhando funções humildes até porque os restantes, poucos, fazendo trabalhos de elevada qualidade, não estão à vista, metidos em gabinetes, escondidos.

Para a França e para os franceses, ganhar a final do Campeonato Europeu de Futebol, no seu país, era uma obrigação. O jogo, um simples pormenor, um quesito, apenas mais um momento de alegria, glória e afirmação para os franceses nos seus confrontos futebolísticos com os portugueses de desfecho garantido, quase sem risco, tal a superioridade à partida, pois, não se esqueçam que o futebol é o desporto das massas por excelência e, francamente, comparar a massa francesa com a portuguesa só por despropósito...

Uma espécie do que acontecia nos confrontos com a Alemanha, em que são 11 contra 11 e depois, no fim, ganham nos alemães.

O que não estava nas previsões de quase ninguém, à excepção do Eng. Fernando Santos, homem de fé, é de que fosse Portugal a ganhar e fizesse ruir todo aquele castelo de certezas e convicções dos franceses chauvinistas, ainda por cima jogando na sua terra...

... Mas que valente soco no estômago das vaidades... Percebeu-se, pelas imagens, como eles saíram "abananados", como se tivessem passado por um autêntico Nok-Out.

No outro dia, de manhã, os portuguesitos, ao iniciarem o seu trabalho, diziam de peito cheio:

 - Bonjour patron...

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