sábado, setembro 02, 2017

Era noite , 

já estavam deitados, 

quando...


MULHER: Se eu morresse tu casavas outra vez?
MARIDO: Claro que não!
MULHER: Não?! Não por quê?! Não gostas de estar casado?
MARIDO: Claro que gosto!
MULHER: Então por que é que não casavas de novo?
MARIDO: Está bem, casava...
MULHER: (com um olhar magoado) Casavas?
MARIDO: Casava. Só porque foi bom contigo...
MULHER: E dormirias com ela na nossa cama?
MARIDO: Onde é que tu querias que nós dormíssemos?
MULHER: E substituirias as minhas fotografias por fotografias dela?
MARIDO: É natural que sim...
MULHER: E ela ia usar o meu carro?
MARIDO: Não. Ela não conduz...
MULHER: !!!! (silêncio)
MARIDO: (em pensamento) Lixei tudo!

MORAL DA HISTÓRIA:

JAMAIS prolongues um assunto com a mulher... especialmente à noite, na cama, quando já estás com sono... abana apenas a cabeça: "A-HAM" ou "HUM-HUM"

         Leva eu, sodade ... Nilo Amaro e Seus Cantores


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 DE 


PITÁGORAS






Pitágoras estava com um problema que não conseguia resolver. Além disso, não parava em casa e a mulher dele, Enusa, aproveitava-se da situação e andava metida com quatro cadetes do quartel ao lado.


Um dia, Pitágoras, cansado, voltou mais cedo para casa e apanhou-a em flagrante e matou os cinco quando faziam uma orgia.

Na hora de enterrar os safados, em consideração à esposa, dividiu o cemitério ao meio e de um lado enterrou-a a ela. O outro lado dividiu-o em quatro partes e enterrou um cadete em cada um deles.

Subiu à montanha que havia ao lado, para meditar e, olhando de cima para o cemitério, achou a solução do seu problema.

Era óbvio:

Num triângulo rectângulo o quadrado dos cadetes era igual ao quadrado da Puta Enusa.
Ora, se me tivessem ensinado assim, eu nunca teria esquecido...

sexta-feira, setembro 01, 2017

NAT KNG COLE - FASCINATION

(DE ONDE VEM ESTA VOZ?...)




            

Planos para o futuro...













Uma galinha põe um ovo de meio quilo.

Jornais, televisão, repórteres....todos atrás da galinha.


- Como conseguiu esta façanha, Sr ª Galinha?


- Segredo de família...


- E os planos para o futuro?


- Pôr um ovo de um quilo!


Então as atenções voltam-se para o galo...

- Como conseguiram tal façanha, Sr. Galo?

- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Partir os cornos ao Peru!!!!

Trump veio provar que a ideia de que somos manipulados pelos Media é falsa. Só sufragamos quem nos diga o que já pensamos.







Ouvir dizer que culpa é dos media, ou que a culpa é da comunicação social, ou que a culpa é do jornal A, e do telejornal B é o Pão - Nosso de cada dia de qualquer jornalista. E muitas vezes com carradas de razão. Pelo menos aparentemente. Pelo menos até ao dia em que Donald Trump foi eleito Presidente dos EUA. Porque desta vez não podem ser os maus da fita. A maioria da imprensa escrita e falada norte-americana não só assumiu uma clara posição de oposição, como batalhou com fúria nunca vista por revelar todos os argumentos e mais algum pelos quais o candidato não merecia o voto.
Nunca um baú dos tesourinhos perdidos foi tão remexido, e como o candidato é pródigo em frases mortais, o que não faltaram foram citações capazes de nos tirar do sério. Aliás, mesmo quando se limitavam a citar Trump, pareciam estar em campanha contra ele porque, acreditávamos, ninguém se podia rever naquilo que afirmava.

E, no entanto, Donald Trump ganhou. (ponto final)

O que demonstra, provavelmente, que as pessoas só lêm aquilo que querem ler, só ouvem o que querem ouvir, e só acreditam naquilo em que já acreditam. Ou naquilo em que querem acreditar. Incluindo eu e o leitor.
Escolhem por isso criteriosamente quem lhes vai ao encontro dos pensamentos e convicções. Compram o jornal que defende o seu credo, sintonizam a rádio que é da sua cor, seguem a opinião de quem lhes é próximo, ligam o canal do comentador que diz o que dizem. E nunca se põem em causa. Quando não concordam, desvalorizam o outro, ou porque é analfabeto, corrupto, tem interesses obscuros a defender, ou na melhor das hipóteses é ingenuo.
Nas redes sociais ainda é mais fácil blindar tudo o que é dissonante: escolhem os amigos, partilham apenas aquilo com que comungam, selecionam as fontes de informação para que nunca os desmintam.
O político que entende como as coisas se fazem não luta contra moinhos de vento. Diz o que os eleitores querem ouvir. Com habilidade, recorda Tim David, especialista em comunicação, limita-se a deixar cair no colo do "cliente" ideias e emoções simples, permitindo que seja depois ele a preencher os espaços que ficam em branco. Trump só precisa de falar de um "muro" que separe bons de maus, para que o eleitor coloque do lado de fora da barreira os seus inimigos, presumindo que é a eles que o candidato se refere. E quando a história é contada pelo próprio, é natural que sufrague as suas próprias opiniões, diz Tim David.

Da mesma forma, quando jurava devolver os EUA à grandeza, o candidato não explicava o que entende por "grandeza", permitindo que cada um navegasse na maionese como entendesse. Enquanto uns imaginam o regresso da supremacia branca, outros sonham que perseguirá os homossexuais, deitará uma bomba atómica sobre os terroristas ou plantará de novo a bandeira americana na Lua.

E não vale a pena imaginarmos que a acefalia é coisa de americanos (embora não acreditemos em quem diga o contrário), porque somos todos vítimas deste vício de forma que alimentando o narcisismo nos ajuda a sentirmo-nos menos frágeis.

Não temos por cá, felizmente, um Donald Trump, mas conhecemos bem a irritação que provoca ouvir defender uma "verdade" que choca de frente com a nossa, e a satisfação quando alguém põe por palavras aquilo que pensamos ou sentimos - "olha, ali está finalmente um tipo inteligente", exclamamos eufóricos.

Moral da história: afinal não são os média a manipular as pessoas, mas as pessoas a controlá-los a eles. Ou, quando não conseguem, a demonstrar nas urnas o que pensam deles.

Nota - Leiam, meditem e digam se não é assim! Agora, a América e o mundo vão pagar o preço das más escolhas! Ainda se aprendessem...

quinta-feira, agosto 31, 2017

Calafão dos Açores


Dedicado aos meus compatriotas açoreanos. A minha tia, casada com um irmão de meu pai que foi fazer a tropa aos Açores e por lá ficou em termos casamento, chamava assim o meu primo: - "Oh Luís Migueeeelll..."  (Os sotaques são lixados... e nós, primos, malandrecos, ainda exagerávamos!). 

Era uma joia de rapaz, com grande tendência para a música, o único em toda a família, infelizmente falecido muito precocemente.


          

Vicent Van Gogh

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Vincent Willem van Gogh (holandês[ˈvɪnsɛnt ˈʋɪləm vɑn ˈɣɔx] (Ltspkr.png ouça);Zundert30 de março de 1853 – Auvers-sur-Oise29 de julho de 1890) foi umpintor holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Ele criou mais de dois mil trabalhos em pouco mais de uma década, incluindo por volta de 860 pinturas a óleo, a maioria dos quais durante seus dois últimos anos de vida. Suas obras abrangem paisagens,naturezas-mortasretratos e autorretratos caracterizados por cores dramáticas e vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas que contribuíram para as fundações da arte moderna.
Van Gogh nasceu numa família de classe média alta e começou a desenhar ainda criança, sendo descrito como alguém sério, quieto e pensativo. Ele trabalhou como vendedor de arte quando jovem e viajou frequentemente, porém entrou em depressão depois de ser transferido para Londres. Van Gogh voltou-se para a religião e passou um tempo como missionário protestante na Bélgica. Ele enfrentou problemas de saúde e solidão até começar a pintar em 1881, mudando-se para a casa de seus pais. Seu irmão mais jovem Theo lhe apoiou financeiramente e os dois mantiveram uma duradoura correspondência. Seus primeiros trabalhos consistiam em naturezas-mortas e representações de camponeses. Van Gogh mudou-se em 1886 para Paris e se encontrou com vanguardistas como Émile Bernard e Paul Gauguin, que estavam opondo-se à sensibilidade impressionista. Ele criou uma nova abordagem para naturezas-mortas e paisagens à medida que produzia suas obras, com suas pinturas ficando com cores mais vivas enquanto desenvolvia um estilo que estabeleceu-se por completo em 1888 na sua estadia em Arles. Durante esse período Van Gogh também ampliou seus temas para englobar oliveirasciprestes, campos de trigo e girassóis.
Ele sofria de episódios psicóticos e alucinações, temendo por sua estabilidade mental e frequentemente negligenciando sua saúde física, não comendo direito e bebendo muito. Sua amizade com Gauguin terminou em uma briga com uma lâmina quando Van Gogh, em um ataque de raiva, cortou parte de sua própria orelha esquerda. Ele passou um tempo internado em hospitais psiquiátricos, incluindo um período em Saint-Rémy-de-Provence. Van Gogh ficou sob os cuidados do médicohomeopata Paul Gachet depois de ser liberado e mudou-se para o vilarejo de Auvers-sur-Oise. Sua depressão continuou e ele disparou um revólver contra seu peito em 27 de julho de 1890, morrendo de seus ferimentos dois dias depois.


Van Gogh não obteve sucesso durante sua vida, sendo considerado um louco e um fracassado. Ele ficou famoso depois de seu suicídio, existindo na imaginação pública como a quintessência do gênio incompreendido, o artista "onde discursos sobre loucura e criatividade convergem".[1] Sua reputação começou a crescer no início do século XX enquanto elementos de seu estilo de pintura passaram a ser incorporados pelos fauvistas e expressionistas alemães. Van Gogh alcançou grande sucesso comercial, popular e de crítica nas décadas seguintes, sendo lembrado atualmente como um pintor importante e trágico, cuja personalidade problemática tipifica os ideais românticos do artista torturado.

Van Gog

O grito

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A Esplanada


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Nascida para fazer drama...


               

quarta-feira, agosto 30, 2017

O Barbeiro
     

                               

 A LÁPIDE


















O túmulo mais visitado em Utah, nos EUA, é por causa do texto na lapide! Ganhou mesmo o “Concurso da Lápide mais visitada”


Na sua Lápide está escrito:

CINCO regras a seguir pelo homem para uma vida feliz:


1. É importante ter uma mulher que ajude em casa, cozinhe de tempos em tempos, limpe a casa e tenha um trabalho;

2. É importante ter uma mulher que te faça rir;

3. É importante ter uma mulher em que possa confiar e não minta;

4. É importante ter uma mulher que seja boa na cama e que goste de estar contigo;

5. É muito, mas muito importante que estas quatro mulheres não se conheçam ou podes terminar morto como eu.

Nota – É claro que tinha de acabar antes do tempo…

Chocolate Toblerone











O padre Dinis era novo na freguesia, tendo substituído o velho padre Eustácio.

Estava o padre Dinis uma bela tarde no confessionário, quando surge um jovem para se confessar:
- Senhor padre, vinha-me confessar...
- Diz lá, rapaz, que pecado cometeste?
- Ai, senhor padre, ontem à noite estive a sós com a minha namorada e...
- Sim, vá lá. E...
- E depois, tive relações sexuais com ela.
- Mas ter relações sexuais não é pecado.
- Mas... senhor padre... é que eu meti o pénis no ânus da minha namorada.
Queria que me desse a punição.
O padre Dinis fica atrapalhado, mas grita para a sacristia:
- Ó sacristão, o que é que o padre Eustácio dava pela prática de sexo anal?
- Dava-me um chocolate Toblerone, senhor padre...

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A RELIGIÃO

 E O


 EVOLUCIONISMO











“O conceito de uma vida eterna gloriosa foi inventado para mitigar o nosso medo da morte”.

Esta é uma teoria dezenas de vezes repetida e aceite porque, aparentemente, faz sentido. E digo aparentemente uma vez que, posta a questão aos enfermeiros e assistentes sociais em lar de idosos, os testemunhos vão no sentido inverso, ou seja: os crentes apresentavam maior receio da morte.

De qualquer forma a crença numa religião é uma inevitabilidade ou, com uma cotação negativa, uma fatalidade.

Recebemo-la logo após o nascimento como uma herança cultural (o crucifixo na parede e o rosário pendurado na cabeceira da cama) e ao longo da vida, ou se instala e nos comanda, ou por ali fica num "faz de conta" para não destoar dos outros. Raramente temos coragem para a renegar quando ela já pouco ou nada nos diz.

Não esqueçamos que tanto os nossos sentidos como as nossas crenças são ferramentas para a nossa sobrevivência e evoluíram para se alimentarem mutuamente. Sem os sentidos não podíamos conhecer o mundo perceptível e sem as crenças não poderíamos saber o que está fora do alcance dos sentidos, nem sobre significados e causas. Por isso elas persistem apesar das evidências contraditórias.

Eu próprio já desisti, relativamente à minha neta, quatro anos acabados de fazer, de outra explicação que não seja “enviar para o céu” os parentes e pessoas conhecidas que, entretanto, vão falecendo.

É um assunto que mais tarde ela terá que descodificar. Para já vão todos para o céu e ponto final. De resto, para dificultar as coisas, as crianças revelam uma tendência natural para adoptarem a teoria dualista da mente que consiste em aceitar que esta é uma espécie de espírito incorpóreo que habita o corpo mas pode existir em qualquer outro lado.


Portanto, aos quatro anos, o melhor é mandá-los todos para o céu… lutar por crenças racionais no imaginário de uma criança de 4 anos não é tarefa fácil. No melhor dos casos, não estimular crenças irracionais e ensiná-la a pensar com lógica, o resto ficará para mais tarde.

Esta é mais uma razão pela qual as religiões se “colam”: dão explicações simples e directas para as almas simples…e levam a não pensar mais no assunto.

Mas esta relação da religião com o além, relação vertical, talvez não seja a mais importante. As religiões são imensamente eficazes na formação de relações sociais conferindo coesão às sociedades e, nesta medida, fomentam a sobrevivência naquela a que podemos chamar a relação horizontal.

Se o desejo de servir um Deus for mais motivador do que o desejo de ajudar os outros então a solidariedade será, pelo menos, reforçada pelo facto de se ser crente.

É claro, que também podemos concluir como Einstein: 
“Se as pessoas só são boas (solidárias) porque temem o castigo e esperam recompensa, então somos mesmo uma triste cambada”.
As religiões, dentro de si próprias evoluem, adaptam-se, ajustam-se e tiram partido de novas realidades sociais. O Deus hebraico era essencialmente um guerreiro que comandava o seu povo para combater e prometia-lhe a vitória no futuro por muitas derrotas que tivesse sofrido no passado. O Deus cristão, por outro lado, reflectia a realidade da vitória militar já não ser possível e a única estratégia de sobrevivência envolver uma coexistência mais pacífica.

O Deus cristão baixou as armas numa estratégia tão radicalmente diferente que era possível afirmar que o seu Deus era completamente distinto do Deus hebraico, como alguns especialistas afirmaram.

No entanto, quando os cristãos se tornaram politicamente poderosos, a evolução cultural promoveu a retoma das estratégias militares, como foi o caso das cruzadas, esquecida, então, a política da “outra face”.

Hoje, de novo, a Igreja de Roma, força a componente pacifista entre os homens e o respeito das religiões umas pelas outras, o chamado ecumenismo, com o objectivo primeiro de manter os homens como pessoas crentes contra o pensamento ateu que é, sem dúvida, o principal inimigo.

E como a propensão para as crenças, como já vimos, parece ligar-se à própria sobrevivência, são já os ateus, alguns, que se atrevem a apresentar o seu pensamento como uma “religião” de crenças racionais.

Os cépticos, na opinião de Gregory W. Lester, Prof. de Psicologia da Universidade de St. Thomas em Houston, devem adoptar uma estratégia de longo prazo afirmando as suas crenças racionais sem entrar em lutas de morte numa batalha com pessoas que têm convicções únicas.
Os cépticos ou não crentes, constituem o exemplo vivo que é possível, por “uma alta função do cérebro”, vencer e modificar crenças irracionais no sentido em que vai contra algumas das urgências biológicas fundamentais.

Acredito que esta aptidão, uma vez disseminada, pode ser assustadora para os líderes das religiões, mais de umas que de outras, e por isso novas estratégias, permanente evolução...

POR QUE SOMOS BONS?

Richard Dawkins













As flores não podem voar, por isso pagam às abelhas o aluguer das suas asas e a moeda de pagamento é o néctar.

As guias-do-mel, aves da famíliaindicatoridae, conseguem encontrar colmeias mas não conseguem entrar nelas ao contrário dos ratéis e dos homens.

Então, as aves conduzem, através de um voo atractivo, os ratéis ou o homem até ao mel e depois ficam à espera da recompensa.

Estas relações mutualistas abundam no reino dos seres vivos: búfalos e picanços, flores tubulares e beija flores, garoupas e bodiões, etc.

O altruísmo recíproco funciona por causa das assimetrias que há nas necessidades e nas capacidades de as satisfazer. É por isso que funciona particularmente bem entre espécies diferentes onde as assimetrias são maiores.

E nós, por que nos condoemos com o choro de uma criança que sofre?

Por que sentimos compaixão por uma viúva idosa em desespero devido à solidão?

O que nos provoca o impulso para enviarmos uma dádiva anónima para as vítimas de um cataclismo que não conhecemos nem viremos a conhecer e nunca nos retribuirá?

De onde vem o bom samaritano que vive em nós?

Recordemos Einstein:

Estranha é a nossa situação aqui na Terra. Cada um de nós vem para uma curta visita, sem saber porquê, contudo, parecemos adivinhar um objectivo. No entanto, do ponto de vista do quotidiano, há uma coisa que sabemos: que o homem está aqui pelos outros homens – acima de tudo por aqueles de cujos sorrisos e bem-estar depende a nossa própria felicidade.

Será realmente pelos outros homens que nós aqui estamos e terá isso alguma coisa a ver com a religião?

É por causa dela que somos bons?

Muitas pessoas religiosas consideram difícil imaginar como sem religião alguém pode ser bom ou há-de sequer querer ser bom, e esta incapacidade para compreender e aceitar a bondade fora da religião leva algumas pessoas religiosas a paroxismos de ódio contra aqueles que não professam a sua religião.

E assim, a religião, que se proclama como fonte de inspiração para a bondade e o amor transforma-se, ela própria, num imenso reservatório de ódio e maldade.

Brian Fleming, autor e realizador de um documentário sincero e comovente em defesa do ateísmo recebeu uma carta em 21 de Dezembro de 2005 que rezava assim:

Decididamente, vocês têm cá uma lata! Adorava pegar numa faca e esventrá-los a todos, seus idiotas, e gritar de alegria a ver as vossas entranhas a derramarem-se à vossa frente. Vocês andam a ver se arranjam como atear uma guerra santa em que um dia eu e outros como eu, possamos a vir ter o prazer de passar aos actos como o atrás mencionado.

Chegado a este ponto o autor da carta reconhece tardiamente que a sua linguagem não é muito cristã, pois continua, agora num tom mais amistoso:

Contudo Deus ensina-nos a não procurar a vingança mas sim a rezar pelas pessoas como vocês.

Mas a benevolência dura-lhe pouco:

Vai consolar-me saber que o castigo que Deus vos há-de trazer será mil vezes pior do que o que quer que seja que eu possa infligir. O melhor de tudo é que vocês hão-de sofrer para toda a eternidade por estes pecados de que estão completamente ignorantes. A ira de Deus não há-de mostrar misericórdia. Para vosso próprio bem, espero que a verdade vos seja revelada antes que a faca vos toque na carne. Feliz NATAL!!!


P.S: Vocês não fazem mesmo ideia do que vos está reservado…Eu agradeço a Deus por não ser vocês.

Estas cartas rancorosas, de que esta é apenas um exemplo, são mais comuns na América do Norte provenientes de pessoas afectas a Igrejas de Cristo e a Seitas que proliferam por todos os EUA, mas a carta que se segue, de Maio de 2005, é de um médico inglês e foi dirigida a Richard Dawkins.

Depois de uns parágrafos introdutórios a denunciar a evolução e a incitar o autor a ler um livro que defende que o mundo tem apenas 8.000 anos (será que ele pode mesmo ser médico?) conclui:

“Os seus livros, o prestígio de que goza em Oxford, tudo o que ama na vida, e tudo aquilo que alcançou são um exercício de total futilidade…A interpeladora pergunta de Camus torna-se inescapável: porque não cometemos todos suicídio? Na verdade, a sua visão do mundo tem esse tipo de efeito sobre os estudantes e em muitas outras pessoas…que todos evoluímos por puro acaso, a partir do nada, e que a esse nada voltaremos. Mesmo que a religião não fosse verdadeira, é melhor, muito melhor acreditar num mito nobre, como o de Platão, se durante as nossas vidas ele conduzir à paz de espírito.

Mas a sua visão do mundo leva à ansiedade, à toxicodependência, à violência, ao niilismo, ao hedonismo, à ciência Frankenstein, ao inferno na Terra e à terceira guerra mundial. Pergunto-me quão feliz será o senhor nas suas relações pessoais? Divorciado? Viúvo? Homossexual? As pessoas como o senhor nunca são felizes, caso contrário não se esforçariam tanto para provar que não existe felicidade nem significado em nada.”

Segundo este médico inglês o Darwinismo é intrinsecamente uma evolução ao acaso quando, a selecção natural, é precisamente o oposto de um processo casual.

A evolução acontece à custa de alterações genéticas que favorecem a sobrevivência da espécie e essa é a essência da selecção natural de Darwin.

Muitas vezes, a selecção natural conduz a “becos sem saída” e, nesses casos, a espécie extingue-se e esse foi o desfecho de todas aquelas que hoje estudamos sob a forma de fósseis.

Os grandes dinossauros que noutros tempos dominaram a vida sobre a Terra foram eliminados por alterações drásticas e bruscas que lhes retiraram totalmente as possibilidades de sobrevivência tendo-se aberto então caminho para a evolução de outras espécies que até aí não tinham hipótese de evoluir.

Há cerca de sessenta milhões de anos, após o desaparecimento dos grandes dinossauros, pequenos animais que viviam nas florestas passaram a encontrar um espaço que até aí não dispunham.

Eram os antepassados dos mamíferos dos quais, hoje, nós somos os seus mais recentes representantes.

Nada aconteceu por acaso.
Muitos cientistas sustentam que o nosso sentido do certo e errado provêm do nosso passado darwiniano.


A Bondade e a Religião – Uma Lição que nos é dada por Richard Dawkins que, apresenta, a este respeito, a sua versão:

- Em primeiro lugar temos os comportamentos de altruísmo e bondade para com os nossos parentes dos quais o carinho e a protecção que dispensamos aos nossos filhos é o exemplo mais óbvio mas não o único no mundo animal.

Cuidar dos parentes próximos para os defender, para os alertar contra os perigos ou partilhar com eles alimentos são comportamentos normais entre indivíduos que partilham cópias dos mesmos genes.

- Em segundo lugar temos um outro tipo de altruísmo para o qual existe uma sólida fundamentação lógica darwiniana que é o altruísmo recíproco (temos de ser uns para os outros).

Esta teoria trazida para a biologia por Robert Trivers não depende da partilha de genes e funciona até igualmente bem entre animais de espécie diferentes, sendo aí chamada de simbiose.

Trata-se do mesmo princípio que está na base de todo o comércio e das trocas entre os seres humanos.

O caçador precisa de uma lança e o ferreiro precisa de carne. É assimetria que medeia o acordo.

 A abelha precisa de néctar e a flor de ser polinizada.

A selecção natural favorece os genes que predispõem os indivíduos, em relações de necessidade e oportunidade assimétricas, para darem quando podem e solicitarem quando não podem.

E favorece também as tendências para lembrar as obrigações, para guardar rancor, para fiscalizar as relações de troca e para punir os trapaceiros que recebem, mas que não dão quando chega a sua vez de o fazerem.

- Em terceiro lugar, os comportamentos altruístas favorecem o indivíduo que os pratica porque lhes permite ganhar fama de bondosos e generosos e essa reputação é importante e os biólogos reconhecem nela valor de sobrevivência darwiniana não só pelo facto de se serem bons como também por alimentarem essa reputação.

Reputação que não se restringe apenas ao ser humano, de acordo com experiências recentemente feitas em animais, nomeadamente peixes, e publicadas num artigo de R. Bshary e A. S. Grutter na revista Nature de Junho de 2006.

- Em quarto lugar, o economista norueguês-americano Thorstein Veblen e de uma forma diferente o zoólogo israelita Amotz Zahavi, acrescentaram ainda uma ideia mais fascinante quanto à vantagem dos comportamentos altruístas considerando-os uma proclamação implícita de domínio ou superioridade.

Por exemplo, os chefes rivais das tribos do noroeste do Pacífico competiam entre si organizando festins de uma abundância ruinosa.

Só um indivíduo genuinamente superior pode dar-se ao luxo de anunciar o facto por meio de uma oferta dispendiosa.

Os indivíduos compram o êxito através de demonstrações de superioridade, incluindo a generosidade ostentatória e o assumir de riscos pelo bem comum.

Temos então quatro boas razões Darwinianas para os indivíduos serem altruístas, generosos ou “morais” uns para com os outros e ao longo da nossa Pré-Histórica, o ser humano viveu em condições que terão favorecido bastante a evolução destes 4 tipos de altruísmo.

Vivíamos em aldeias ou, em tempos mais recuados, em bandos nómadas discretos, parcialmente isolados de aldeias ou de bandos vizinhos, e estas eram condições que favoreceram extraordinariamente o evoluir das relações altruístas familiares como factor importante para a sobrevivência do grupo.

E não só para o altruísmo de base parental como igualmente do altruísmo recíproco ao cruzarem-se com frequência com os mesmos indivíduos e estas são as condições ideais para se construir a reputação do altruísmo e também para publicitarem uma generosidade conspícua.

É fácil perceber a razão pela qual os nossos antepassados pré históricos terão sido bons para os membros do seu próprio grupo mas maus, chegando à xenofobia, em relação a outros grupos.

Mas agora que a maior parte de nós vive em grandes cidades onde já não estamos rodeados de parentes e conhecemos indivíduos que não mais voltaremos a encontrar, por que motivo somos ainda tão bons uns para os outros e até para aqueles que pertencem a grupos exteriores ao nosso?

É importante não transmitir uma ideia errada sobre o alcance da selecção natural pois ela não favorece a evolução de uma consciência cognitiva do que é bom para os nossos genes, o que ela favorece são regras de base empírica que na prática funcionam no sentido de prover os genes que as criaram.

Vejamos um exemplo:

- No cérebro de um pássaro a regra «cuidar daquelas coisas pequenas que soltam grasnidos e vivem no ninho e deixar-lhes cair comida nas bocas vermelhas e escancaradas» tem o objectivo de preservar os genes que criaram a regra porque os objectos que soltam grasnidos e ficam de boca aberta são os seus descendentes.
Mas esta regra falha se outra cria de pássaro entra para dentro do ninho, situação que foi engendrada pelos cucos.

Esta falha ou “tiro fora do alvo”pode também acontecer com os impulsos para a bondade, altruísmo, empatia, piedade, que o homem continua a desenvolver quando as condições já são diferentes das que existiam em tempos ancestrais.

Por outras palavras, as condições são outras mas a regra empírica manteve-se e, portanto, embora hoje as pessoas já não sejam nossos parentes, façam parte do nosso grupo, ou tenham possibilidade de retribuir, tal como a ave que por impulso continua a alimentar o filho do cuco, também nós continuamos a sentir o desejo de sermos bons e generosos.

É como o desejo sexual que não deixa de ser sentido mesmo quando a mulher é estéril ou toma a pílula e fica incapaz de reproduzir.

São ambos “tiros fora do alvo”, erros darwinianos: abençoados e inestimáveis erros.

Em tempos ancestrais a melhor forma da selecção natural assegurar a sobrevivência da nossa espécie foi instalando no cérebro não só a necessidade de acreditar, da qual já falamos num texto anterior, como também, o desejo sexual e a compaixão ou generosidade.

Estas regras que ditam estes impulsos para acreditar, para o sexo, para a generosidade e para a xenofobia, são muito anteriores à religião, às civilizações e aos vários contextos culturais que se limitaram mais tarde a regulá-los, condicioná-los, instrumentalizá-los, cada um à sua maneira, fazendo deles o cerne da vida dos homens ao longo de toda a sua existência.

Se voltarmos novamente a pôr a questão de saber qual a razão ou razões pelas quais somos bons, a resposta parece-nos ser agora clara, acessível à nossa razão, quase natural e, acima de tudo, nada ter a ver com qualquer religião.



Richard Dawkins
 QUEM SOU EU?


Nesta altura da vida já não sei mais quem sou ....
Vê só que dilema !!!


 - Na ficha de qualquer loja sou “CLIENTE”;

 - No restaurante “FREGUÊS”;

 - Quando alugo uma casa sou “INQUILINO";

 - Nos transportes públicos e em viatura particular sou “PASSAGEIRO”;

 - Nos correios “REMETENTE”;
 


 - No supermercado (e lojas também) sou “CONSUMIDOR”;
 
 - Nos serviços sociais sou “UTENTE”;


 - Para  o estado sou “CONTRIBUINTE”;

 - Se vendo algo importado sou “CONTRABANDISTA”;

Se revendo algo, sou “VIGARISTA”;

 - Se não pago impostos sou “SONEGADOR”;

 - Se descubro uma maneira de pagar um pouco menos, sou “CORRUPTO”;

 - Para votar sou “ELEITOR”;

 - Para os sindicatos sou “MASSA SALARIAL”;

 -  Em viagem “TURISTA”;

 - Na rua, caminhando, "PEDESTRE”;

 - Se passeio, sou “TRANSEUNTE”;

 - Se sou atropelado “ACIDENTADO”;

 - No hospital “PACIENTE”;

 - Nos jornais viro “VÍTIMA”;

 - Se leio um livro sou “LEITOR”;

 - Se ouço rádio “OUVINTE”;

 - A ver um espectáculo sou “ESPECTADOR”;

 - A ver televisão sou “TELESPECTADOR”;

 - No campo de futebol sou “ADEPTO”;

 - Na Igreja católica, sou “IRMÃO”;

 - E, quando morrer... uns dirão que sou... “FINADO”, outros...“DEFUNTO”, para outros... “EXTINTO” , para outros  ainda "MAIS UM QUE DEIXOU DE FUMAR";


 - Em certos círculos espiritualistas serei "desencarnado";

  - Os evangélicos 
 dirão que fui... “ARREBATADO”...


E o pior de tudo é que, para os governantes, sou apenas um “IMBECIL” !!!

E pensar que um dia quis ser “EU”. “SIMPLESMENTE”.
 

Afinal, não passo de um ANÓNIMO ! 
  

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