sábado, março 17, 2012

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Aqueduto das Águas Livres de Lisboa

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BRONCA NO GINÁSIO...


A esposa acompanha o marido ao consultório médico...

Depois de ser atendido, o médico chama a esposa reservadamente e diz:

- Seu marido está com stress profundo. A situação é delicada, e se a
senhora não seguir as instruções que vou lhe passar, seu marido
certamente vai morrer.

São apenas 10 instruções que salvarão sua vida:

1) Todas as manhãs, prepare para ele um café reforçado;
2) Para o almoço, ofereça refeições nutritivas;
3) Para o jantar, prepare pratos especiais, tipo comida japonesa,
italiana e francesa;
4) Mantenha em casa um bom stock de cerveja gelada;
5) Não o atrapalhe quando ele estiver a ver futebol;
6) Pare de assistir a novelas;
7) Não o aborreça com problemas do universo feminino;
8) Deixe-o chegar na hora que desejar;
9) Nunca questione onde estava;
10) Faça sexo com ele como e quando ele quiser.

No caminho de casa, o marido pergunta:

- O que foi que o médico disse?

Ela respondeu:

- Que vais morrer breve!

GABRIELA

CRAVO
E
CANELA






Episódio Nº 50




- Você mesmo disse: o Ministro tem de atender ao Governador. O Governo não tem interesse, os políticos daqui são umas zebras. Os coronéis não enxergam um palmo adiante do nariz. Para eles, é plantar e colher cacau. O resto não interessa. Elegem uns idiotas para a Câmara, votam em quem Ramiro Bastos ordena.

A Intendência vai das mãos de um filho para as de um compadre de Ramiro.

- Mas o coronel sempre faz alguma coisa…

- Calça ruas, abre praças, planta flores. E fica nisso. Estradas? Nem pensar. Já construir a estrada de rodagem para Itabuna foi uma luta. Que tinha compromissos com os ingleses da Estrada de Ferro, patati, patata… A barra? Tem compromisso com o Governador… Como se Ilhéus houvesse parado há vinte anos…

Agora era Mundinho que ouvia em silêncio. O Capitão falava com um acento de paixão, querendo convencer.

Mundinho pensava: ele tinha razão, as necessidades dos coronéis já não correspondiam às da terra, em rápido progresso.

- Você não deixa de ter razão…

- É claro que tenho – bateu no ombro do exportador.

- Meu caro, mesmo que você não quisesse, não tinha outro jeito que não fosse meter-se em política.

- E porquê?

- Porque Ilhéus exige, seus amigos, o povo!

O Capitão falara solene, estendera o braço como se estivesse discursando. Mundinho Falcão acendeu um cigarro:

- É uma coisa a pensar… - E via-se chegando à Câmara Federal, eleito deputado pela terra do cacau, assim como dissera a Emílio.

- Você nem imagina… - O Capitão voltava a sentar-se, satisfeito consigo mesmo… - Não se fala noutra coisa.

Todos os que se interessam pelo progresso de Ilhéus, de Itabuna, da zona toda. Tanta gente, você nem pode calcular.

- É uma coisa a discutir-se, não digo sim nem não. Nem quero me meter numa aventura ridícula.

- Aventura? Se eu lhe disser que vai ser fácil, que não vai haver luta, estarei lhe mentindo. Vai ser uma dureza, não há dúvida. Mas uma coisa é certa: podemos ir longe.

- É uma coisa a pensar… - repetiu Mundinho Falcão.

O Capitão sorriu. Mundinho estava interessado, daí a comprometer-se era um passo. E em Ilhéus apenas Mundinho Falcão, ele e mais ninguém, podia fazer frente ao poder do coronel Ramiro Bastos, apenas ele podia vingar o Capitão.

Os Bastos não haviam desbancado o velho Cazuzinha, levando-o a arruinar-se em inglória luta política, deixando o Capitão sem vintém a herdar, na dependência de emprego público.

Mundinho Falcão sorriu, o Capitão ali estava a oferecer-lhe o poder, ou, pelo menos, os meios para alcança-lo. Como ele desejava.



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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

À ENTREVISTA Nº 42 SOBRE O TEMA:

“DELITO OU PECADO” (5)

"Em nome do Pai"



O tema dos padres abusadores sexuais foi especificamente abordada em outros livros. Para além da valiosa documentação reunida por Yallop, recomendamos ainda "Abuso de Crianças na Igreja Católica", pelo jornalista espanhol Pepe Rodriguez (Ediciones B, 2002) e "Em nome do Pai - Predadores sexuais na Igreja ", do jornalista mexicano Carlos Fazio (Ocean Publishing, 2004) No prefácio de seu livro diz Rodriguez.

No Prólogo do seu livro diz Rodrigues: Neste livro, os abusos sexuais infantis cometidos por membros do clero ou por qualquer outro, são tratados como "crimes", não "pecados",já que, em todos os sistemas democráticos jurídicos do mundo são definidos como uma conduta criminosa sexual com menores.

No livro de Fazio estão documentados por extenso vários casos, especialmente um dos mais repulsivos, o do venerado e poderoso fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, um amigo pessoal do Papa João Paulo II, que soube dos seus crimes e nunca fez nada contra ele.


O cinema também tocou neste assunto. Destacamos "As crianças de São Vicente" (1994), dirigido por John N. Smith, que narra um caso real ocorrido num orfanato no Canadá, e "Má Educação" (2004), do Director Cinematográfico espanhol Pedro Almodóvar, que estruturou o guião a partir das suas memórias pessoais.

sexta-feira, março 16, 2012

ALCOCHETE

No outro lado do estuário do Tejo.


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VÍDEO
Amor Autêntico. Não deixem de ver. Eu vi duas vezes.

Maria Bethânia - Negue

Não sei o que mais goste: a qualidade interpretativa, a letra, a voz, em suma, tudo.

DIÁRIO DE UM HOMEM


MADURO NO GINÁSIO

(Texto delicioso...)

Acabei de completar 50 anos. A minha mulher ofereceu-me um voucher de uma semana num dos melhores ginásios. Estou em excelente forma mas achei boa ideia diminuir a minha "barriguinha". Fiz a marcação dessa semana no ginásio. A "personal trainer" que me vai seguir chama-se Catarina, tem 26 anos, é monitora de aeróbica e modelo.
Recomendaram-me que escrevesse um diário para documentar o meu progresso, que transcrevo a seguir.

Segunda-Feira

Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena. A monitora parece uma deusa grega: loira, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Primeiro mostrou-me todos os aparelhos de ginástica. Comecei pela bicicleta. Ao fim de 5 minutos mediu as minhas pulsações e ficou alarmada porque estavam muito aceleradas. Mas não era da bicicleta: era por causa dela, por estar vestida com uma malha de lycra justíssima que lhe moldava as formas todas.
Gostei do exercício. Ela consegue dar-me imensa motivação. Começo a sentir uma dor constante na barriga de tanto a encolher.

Terça-Feira

Tomei o pequeno-almoço e fui para o ginásio. A monitora estava melhor que nunca. Comecei por levantar uma barra de metal. Depois ela atreveu-se a pôr pesos!!!
Tinha as pernas fracas mas consegui completar UM QUILÓMETRO na passadeira. O sorriso arrebatador que a monitora me deu no fim da manhã convenceu-me de que todo este exercício vale a pena...
É uma vida nova para mim.

Quarta-Feira

A única forma de conseguir escovar os dentes foi segurar na escova com os cotovelos apoiados no lavatório e mexer a cabeça de um lado para o outro.
Conduzir também não foi fácil: estender os braços para meter as mudanças foi um esforço digno de Hércules. Dói-me o peito. As plantas dos pés doem de cada vez que carrego nos pedais. Fisicamente diminuído, estacionei o carro no lugar reservado para deficientes, até porque só consigo andar a coxear. A monitora estava com a voz um pouco aguda. Quando grita incomoda-me muito.
Quando me pôs um arnês para fazer escalada todo o corpo me doeu. Para que é que alguém inventa um aparelho para fazer escalada quando isso ficou obsoleto desde a invenção dos elevadores? A monitora disse-me que este exercício me ia ajudar a ficar em forma, ou a gozar a vida...

Quinta-Feira

A monitora estava à minha espera com os seus dentes de vampiro horríveis.
Cheguei meia-hora atrasado: foi o tempo que demorei para conseguir calçar os sapatos.
A desgraçada pôs-me a trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, fui-me refugiar na casa de banho. A gaja mandou um outro monitor ir buscar-me.
Como castigo pôs-me na máquina de remar... Estou todo rebentado.

Sexta-Feira

Odeio essa desgraçada. Estúpida, magra, anémica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que eu pudesse mexer sem sentir uma dor excruciante, partia ao meio essa sacana. Quis que eu trabalhasse os meus trícipetes... EU NEM SABIA O QUE ERA ESSA COISA DOS TRÍCIPETES!!!
E se não bastasse colocar-me pesos nos braços, pôs-me aquelas tretas das barras...
Desmaiei na bicicleta. Acordei numa maca. Uma nutricionista, uma idiota com cara de estúpida, deu-me uma seca sobre alimentação saudável.

Sábado

A filha da mãe deixou-me uma mensagem no telemóvel com a sua vozinha de lésbica assumida a perguntar por que é que eu não apareci.
Só de ouvir aquela vozinha fiquei com ganas de partir o telemóvel, mas não tive forças para o levantar.
Carregar nas teclas do comando da televisão para fazer zapping está a ser um esforço tremendo...

Domingo

Não me consigo levantar.
Pedi a um amigo meu para agradecer a Deus por mim na missa por ter sobrevivido a esta semana que felizmente já acabou.
Rezei para que no ano que vem a desgraçada da minha mulher me dê qualquer coisa um pouco mais divertida, como um tratamento dentário, um cateterismo ou até mesmo um exame à próstata.

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA


Episódio Nº 49



Levou-o à fazenda de Ribeirinho, a Itabuna, a Pirangi, a Água Preta, explicou-lhe os costumes da terra, recomendou-lhes até mulheres. Mundinho, por sua vez, era homem sem pose, cordial, de camaradagem fácil.

O Capitão sentira-se a princípio apenas orgulhoso da intimidade daquele ricaço vindo do Sul, de família importante nos negócios e na política, irmão deputado, parentes na diplomacia. O mais velho tinha até sido falado para Ministro da Fazenda. Só depois, com o correr dos tempos e a múltipla actividade de Mundinho começara a cogitar e a planejar. Era o homem bom para se opor aos Bastos, para derrubá-los…

- Fui menino mimado. Na firma não tinha nada a fazer, os manos resolviam tudo. Homem feito, para eles, eu era um menino. Deixavam que eu me divertisse, depois chegaria minha vez, “minha hora de responsabilidade”, como dizia Lourival… - Seu rosto fechava-se ao falar do irmão mais velho.

- Você compreende? Cansei-me de não fazer nada, de ser o irmão mais moço. Talvez não reagisse nunca, fosse ficando naquela moleza, na boa vida. Aí apareceu a tal mulher… Uma coisa sem solução…- Seus olhos estavam agora voltados para o mar, ante a janela aberta, mas fitavam além do horizonte, lembranças e figuras que só ele enxergava.

- Bonita?

Mundinho Falcão teve um breve riso:

- Bonita é insulto falando dela. Sabe o que é beleza, Capitão? Tudo perfeito? Uma mulher assim não se chama bonita.

Passou a mão sobre o rosto a desfazer visões:

- Enfim, no fundo estou contente. Hoje não sou mais o irmão de Lourival, de Emílio Mendes Falcão. Sou eu mesmo. Essa é minha terra, tenho minha firma e vou, seu Capitão, virar esse Ilhéus do avesso, fazer disso aqui uma…

- …uma capital, como ainda hoje dizia o Doutor… - interrompeu o Capitão.

- Desta vez meus irmãos já me olharam doutra forma. Já perderam a esperança de me verem voltar fracassado, de cabeça baixa. A verdade é que não estou indo tão mal assim, hem?

- Mal? Você chegou outro dia e já é o primeiro exportador de cacau.

- Ainda não. Os Kaufmann exportam mais. Stevesson também. Mas passarei à frente deles. Porém, o que me prende é essa terra começando, esse princípio de tudo. Com tudo por fazer e eu podendo fazer tudo isso. Pelo menos - corrigiu-se - ajudar a fazer. É estimulante para um homem como eu.

- Você sabe o que andam dizendo por aí? – O Capitão levantava-se, atravessava a sala, chegara o momento.

- O quê? – Mundinho esperava, adivinhava as palavras do outro.

- Que você tem ambições políticas. Ainda hoje…

- Ambições políticas? Nunca pensei, pelo menos a sério. Tenho pensado em ganhar dinheiro e estimular o progresso da terra.

- Tudo isso é muito bonito, fica-lhe muito bem. Porém, você não vai conseguir fazer nem metade do que pensa enquanto não se meter em política, não modificar a situação aqui existente.

- Como? – As cartas estavam na mesa, o jogo começara.


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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

À ENTREVISTA Nº 42 SOBRE O TEMA:

“DELITO OU PECADO” (4)

O Crime mais Silenciado


O incesto foi a mais silenciada ofensa sexual em qualquer sociedade. Maior silêncio ainda se as vítimas eram filhos varões. Mais denso o silêncio quando eram os sacerdotes e religiosos quem cometiam os crimes. Mais denso porque os criminosos são protegidos por seus superiores ou porque as vítimas não se atreveram a falar dado o carácter "sagrado" de quem abusou deles. Na década de 80, começaram a ser ouvidos nos Estados Unidos as primeiras denúncias de padres, bispos e religiosos católicos, descobertos durante o pontificado do Papa João Paulo II e disfarçados com a cumplicidade e escondidos pela mais alta hierarquia católica e que aparecem no Capítulo IX, "Para além da Crença", do livro "O Poder e a Glória de João Paulo II: Santo ou Político" do Investigador britânico David Yallop (Editorial Planeta, 2007).

Um dos casos que Yallop não chegou a documentar no seu livro foi o dos Jesuítas dos Estados Unidos, que vão pagar 50 milhões de dólares a 110 esquimós que sofreram o abuso sexual de uma dúzia de seus membros, missionários no Alasca entre 1961 e 1987.

Um dos advogados das vítimas, disse: "Em algumas aldeias, é difícil encontrar um adulto que não tenha sido abusado sexualmente por homens que usaram a religião e o poder para estuprar, envergonhar e silenciar as crianças esquimós". E um dos membros da organização "Rede de Sobreviventes de Abusos Praticados por Padres" completou o quadro: “É difícil imaginar crianças mais isoladas e vulneráveis do que aqueles que vivem nestas aldeias remotas do Alasca”.

quinta-feira, março 15, 2012

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É um fontanário existente no Castelo de São Jorge em Lisboa, de certeza com muitas centenas de anos de presença na cidade. O seu ar de surpreza, com os olhos esbugalhados de incredulidade parecem perguntar: "...como deixaram vocês chegar o país a esta situação?..."

UM JEITO ESTÚPIDO DE AMAR

MARIA BETHÂNIA

Apesar de prestigiar o talento de seus conterrâneos, Maria Bethânia, recriava também clássicos da música popular brasileira que iriam encontrar em sua interpretação, momentos se não definitivos, pelo menos fundamentais, é o caso de "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro; "Último desejo", de Noel Rosa; "Se todos fossem iguais a voce" e "O que tinha de ser", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Marina", de Dorival Caymmi; "Camisa listada", de Assis Valente; "Molambo", de Jayme Florence e Augusto Mesquita; "Lama", de Paulo Marques e Aylce Chaves; "Pano legal", de Billy Blanco e "Café soçaite", de Miguel Gustavo. Iniciando com este trabalho uma tradição em sua carreira que seria gravar discos ao vivo, Maria Bethânia, tem seu talento reconhecido no texto da contra-capa escrito pelo poeta Ferreira Gullar, ao afirmar que, "Bethânia é uma cantora nacional, deste país, enraizada nele, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua, bela, já turva, já iluminada, que canta por nós". O tempo passou e Maria Bethânia construiu uma das mais brilhantes carreiras de intérprete da música popular brasileira, sua obra é referência fundamental para conhecer a beleza de nosso cancioneiro, e este disco é um desses momentos encantadores que ficam para sempre. Finalmente, apenas para actualizar o que o poeta disse há 36 anos, afirmamos sem nenhum exagero que ela é hoje a maior cantora de nossa música popular, pois quanto mais o tempo passa, mais sua voz se torna bela e seu canto universal, é a nossa diva maior, que encanta a pessoas de todas idades com seu talento inigualável, e o que é melhor ainda é saber que ela é baiana, cheira a dendê, recebe as bênçãos de Nossa Senhora da Purificação e dança e canta o recôncavo baiano como ninguém, é a imagem pura e alegre da terra de todos os santos, essa já jovem/senhora de tantos cantares. Salve! Salve!

(Luiz Américo Lisboa Junior)

O Sol e a Lua

Certo dia uma estrelinha que brilhava no céu virou-se para o Sol e perguntou-lhe: ... - Oh, Sol , tu que és tão bonito e brilhas tanto porque não casas com a Lua?
- Eu? - Casar com aquela gaja que anda sempre na noite, sempre de quarto em quarto e às vezes aparece cheia!? A estrelinha ficou um pouco triste mas foi ter com a Lua e perguntou-lhe: ... - Oh, Lua, tu que estás tão solitária, porque não casas com o Sol?
- Eu? Casar com aquele gajo que demora 12h a pôr-se e outras 12 h a vir-se!!! Nem pensar...

GABRIELA

CRAVO
E
CANELA





Episódio Nº 48



- Bonita, hem? Coitados! Encontrei os dois no Rio sem saber o que fazer. Queriam viajar, mas não tinham dinheiro sequer para as passagens. Virei empresário…

- Nessas condições, meu caro, não é vantagem. Até eu viria. O marido parece ser da confraria…

- Que confraria?

- A de São Cornélio, a ilustre confraria dos maridos conformados, os naturais de bom génio…

Mundinho fez um gesto com a mão:

- Qual…Nem são casados, essa gente não se casa. Vivem juntos, mas cada um para seu lado. O que é que você pensa que ela faz quando não tem onde dançar? Para mim, foi uma diversão para quebrar a monotonia da viagem. E acabou-se. Está à disposição de vocês. Ali é só pagar, meu caro.

Os coronéis vão perder a cabeça… Mas não conte que não são casados. O ideal de cada coronel é dormir com mulher casada. Só que, se alguém quiser dormir com a deles, aí… Mas voltando ao caso da barra… Você está mesmo disposto a levar a coisa adiante?

- Para mim, agora, é uma questão pessoal. No Rio, entrei em contacto com uma empresa de cargueiros suecos. Estão dispostos a estabelecer uma linha directa para Ilhéus assim que a barra estiver em condições de dar passagem a navios de certo calado.

O Capitão ouvia atento, ruminando certas ideias a persegui-lo há muito, certos planos políticos. Chegara a hora de pô-los em execução. A vinda de Mundinho para Ilhéus fora uma bênção dos Céus. Mas como receberia ele tais propostas? Era preciso ir com cuidado, ganhar sua confiança, convencê-lo.

Mundinho sentia-se enternecido com a admiração do outro, estava em veia de confidência, deixava-se levar.

- Olhe, Capitão, quando eu vim para aqui… - silenciou um instante, como a duvidar se valia a pena falar - … vim meio fugido – novo silêncio – Não da polícia! De uma mulher. Um dia eu lhe conto a história toda, hoje não. Você sabe o que é paixão? Mais do que paixão, loucura? Por isso eu vim, larguei tudo. Já tinham me falado de Ilhéus, do cacau. Vim para ver como era, nunca mais fui embora.

O resto você sabe: a firma exportadora, a minha vida aqui, as boas amizades que fiz, o entusiasmo que tenho pela terra. Não é só pelos negócios, pelo dinheiro, você compreende? Podia ganhar tanto ou mais exportando café. Mas aqui estou fazendo alguma coisa, sou alguém, sabe? Faço com minhas mãos… - E olhava as mãos bem tratadas, finas, de unhas manicuradas como as de uma mulher.

- Sobre isso quero lhe falar…

- Espere. Deixe eu acabar. Vim por motivos íntimos, fugindo. Mas se fiquei, foi por causa dos meus irmãos. Sou o mais moço dos três, o caçula, muito mais moço, nasci fora do tempo. Tudo já estava feito, eu não precisava me esforçar para nada. Era deixarem as coisas correrem. Apenas eu era sempre o terceiro. Primeiro os outros dois. Não me servia.

O Capitão nadava em gozo, aquelas confidências chegavam na hora justa. Fizera-se amigo de Mundinho Falcão apenas o exportador chegara a Ilhéus, devido à fundação da nova casa exportadora. Era o colector federal, coube-lhe orientar o capitalista. Passaram a andar juntos, servia-lhe de cicerone.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

À ENTREVISTA Nº 42 SOBRE O TEMA:

“DELITO OU PECADO?” (3)



O Agressor Sexual: Um inimigo Familiar



Vários estudos mostram que o abuso sexual contra os mais jovens: meninos e meninas, não ocorre nas ruas ou em lugares perigosos fora de suas casas. Ocorre dentro das quatro paredes de uma casa que, de "doce lar", não tem nada e os abusadores são conhecidos: pais, padrastos, tios, avós, irmãos… esta forma de abuso sexual é chamado incesto.

Todo o abuso sexual é um abuso de poder. Mas, ao contrário da violência exercida por um estranho para cometer um estupro, o incesto, é um membro da família ou conhecido da criança que não só exerce a violência física, mas se aproveita da confiança, respeito e carinho que menina ou o menino têm para seduzi-lo e garantir seu silêncio.

Entre os "conhecidos" que abusam de crianças também há padres e pastores. O crime que cometem sobre menores também pode ser considerado incesto, porque o clero e os religiosos são figuras de autoridade para eles, e porque para abusarem, esses criminosos, fazem uso dos vínculos de afecto que desenvolvem nas escolas, orfanatos, catequese e em outros cultos .

Há muitos filmes que abordam, a partir de ângulos diferentes, a complexa questão do abuso sexual em casa. Os destaques, incluindo "A história de Shari Karney (Trust Quebrado, 1993), dirigido por Bill Corcoran, contando uma história verdadeira de uma advogada dos Estados Unidos que se lembra que quando era pequena sua pai abusou dela. A luta pessoal e legal desta mulher vítima de um crime de abuso sexual na infância conseguiu fazer parar o prazo de prescrição previsto na lei dos EUA e hoje pode ser denunciado, julgado e punido, mesmo que tenham passado muitos anos.


Com “tintas” um pouco mais comerciais, temos, por exemplo, "Dolores Claiborne" (Taylor Hackford, 1994), adaptado de um romance de Stephen King.

quarta-feira, março 14, 2012

VÍDEO

É saudável que nos comovamos. Uma vez, duas, tantas quantas a nossa sensibilidade nos pedir. A vida, aprende-se com a idade, acima de tudo são emoções, sentimentos...


VIVALDI - As Quatro Estações magistralmente interpretadas..


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Só podia ficar linda, a fotografia...



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Pesca de homem macho...

BETHÂNIA - POEMA DE MENINO JESUS - FERNANDO PESSOA

Este, é um momento sublime, enternecedor... Bethânia foi buscar o grande, enorme, Fernado Pessoa e depois ouçam como ela diz este poema...


MARIA BETHÂNIA (cont.)


Ao lado de eu irmão Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, apresentou e Setembro e 1965 o espectáculo Canta Bahia dirigido por Augusto Boal no Teatro Brasileiro de Comédia (T.B.C.) em São Paulo, e nos anos seguintes realizou temporadas em Salvador e Rio de Janeiro, nas boates Cangaceiro e Barroco, sendo que as apresentações desta última resultaram num dos discos mais importantes de sua carreira. Lançado em 1968 o Recital na Boite Barroco traz-nos uma intérprete num momento mágico da sua trajectória que sempre foi muito criteriosa na escolha de seu repertório e apresenta neste show/disco de maneira sublime, com novas canções: Marginalia II", de Gilberto Gil e Torquato Neto; "Pé na Roseira" e "Ele falava nisso todo dia", de Gilberto Gil; "Baby", de Caetano Veloso e "Maria, Maria", feita especialmente para ela por Caetano e Capinam.

ANÚNCIO DE JORNAL



PRETA E SOLTEIRA


Procuro companheiro macho, a origem étnica não é importante. Sou muito boa fêmea e adoro BRINCADEIRAS.
Gosto muito de passeios nas matas gosto de andar de jeep, de viagens para caçar, acampar e pescar, de noites de inverno aconchegadas junto à lareira. Jantares à luz de velas fazem que vá comer-lhe à mão. Quando voltar a casa do trabalho esperá-lo-ei à porta, vestindo apenas o que a natureza me deu. Telefone para 218756420 e pergunte pela Micas. Aguardo notícias suas…

RESULTADO DO ANÚNCIO:
Mais de 15.000 homens deram por si a telefonar para a Sociedade Protetora dos Animais - Secção de Caninos...

GABRIELA

CRAVO
E
CANELA









Episódio Nº 47


A pressa que assaltara Mundinho no escritório, fazendo-o deixar os fregueses, transferindo para a tarde importantes encontros comerciais, desaparecia agora, ao aperceber-se da impaciência do Capitão. Era preciso deixar que o outro lhe oferecesse a chefia política, devia fazer-se rogado, tomado de surpresa, solicitado.

Levantou-se, andou até à janela, contemplou o mar rebentando na praia, o dia de sol:

- Por vezes pergunto a mim mesmo, Capitão, por que diabo vim me meter aqui? Afinal, podia estar gozando a vida, no rio e em São Paulo. Ainda agora, meu irmão Emílio, o deputado, me perguntou: “Ainda não te cansaste dessa loucura de Ilhéus? Não sei o que te deu para te meteres nesse buraco.” Você sabe que minha família negoceia em café, não sabe? Há muitos anos…

Tamborilava com os dedos na janela, olhava para o capitão:

- Não pense que me queixo, cacau é bom negócio. Óptimo. Mas não se pode comparar a vida daqui com a do Rio. No entanto, não quero voltar. E sabe porquê?

O Capitão gozava aquela hora de intimidade com o exportador, sentia-se vaidoso daquela amizade importante:

- Confesso minha curiosidade. Que não é só minha, é de todo o mundo. Porque você veio para aqui, eis um dos mistérios da terra…

- Porque vim, não tem importância. Porque fiquei, essa é a pergunta a fazer. Quando desembarquei aqui e me hospedei no Hotel Coelho, no primeiro dia, tive vontade de sentar no passeio e começar a chorar.

Esse atraso todo…

- Pois bem: penso que foi isso mesmo que me prendeu. Exactamente isso. Exactamente isso… Uma terra nova, rica, onde tudo está por fazer, onde tudo está começando. O que está feito, em geral, é ruim, é preciso mudar. É, por assim dizer, uma civilização a construir.

- Uma civilização a construir, bem dito… - o Capitão apoiava – Antigamente, no tempo dos barulhos, se dizia que quem chegava a ilhéus não partia nunca mais. Os pés grudavam no mel do cacau, ficavam presos para sempre. Você nunca ouviu falar?

- Já, mas como sou exportador e não fazendeiro, creio que meus pés ficaram presos foi na lama das ruas. Deu-me vontade de ficar para construir alguma coisa. Não sei se você me compreende.

- Perfeitamente.

- É claro que se não ganhasse dinheiro, se cacau não fosse o bom negócio que é, não ficaria. Mas só isso não seria suficiente para prender-me. Creio que tenho alma de pioneiro. – Riu.

- Por isso você se mete em tanta coisa? Compreendo… Compra terrenos, abre ruas, constrói casas, bota dinheiro nos negócios mais diferentes…

O Capitão foi enumerando e ao mesmo tempo dava-se conta da extensão dos negócios de Mundinho, de como o exportador estava presente em quase tudo o que se fazia em Ilhéus: a instalação de novas filiais de bancos, a empresa de ónibus, a avenida na praia, o jornal diário, os técnicos vindos para a poda do cacau, o arquitecto maluco que construíra sua casa e agora estava na moda, sobrecarregado de trabalho.

- … até artista de teatro você traz… - concluiu rindo com a alusão à bailarina chegada no Ita, pela manhã.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES




À ENTREVISTA Nº 42 SOBRE O TEMA:



“CRIME OU PECADO? (2)


Zaqueu, um Delinquente Arrependido.

Jesus lembra Zaqueu, um homem que ele conheceu em Jericó (Lc 19:1-10). Zaqueu era colector de impostos naquela cidade onde passavam muitas caravanas. Com Nicodemos e José de Arimatéia, é um dos poucos ricos que sabemos que mudaram a sua vida quando conheceram Jesus e ouviram a sua mensagem.


Os impostos que cobravam os “publicanos” (cobradores de impostos), como Zaqueu, iam para os cofres romanos. Os cargos de cobradores de impostos eram leiloadas pelas autoridades romanas e atribuídos às melhores ofertas. Os “publicanos” tinham então que pagar a Roma pelo aluguer e outras despesas. Eles teriam pouco lucro se fossem honestos na cobrança.


Por isso, aumentavam arbitrariamente as taxas embolsando a diferença. Esta sucessão de fraudes e a cumplicidade com o poder romano fazia-os desprezados e odiados pelo povo. Para se arrepender de seus crimes, Zaqueu, percebeu que não era suficiente dizer que tinha fé e que não iria voltar ao roubo. Foi severo com ele próprio e aplicou o direito romano: a restituição aos roubados de quatro vezes a importância roubada, o que era muito mais do que previa a lei judaica, menos exigente.

terça-feira, março 13, 2012

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O fanhoso que foi ao oculista...


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Arco da Portas do Mar


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VÍDEO


Alguém tem dúvidas sobre o resultado deste teste?...

MARIA BETHÂNIA

"O destino então fez a sua parte, ela aceitou o convite, e ao entrar no palco do Teatro Arena naquele 13 de fevereiro de 1965 e abrir seu vozeirão interpretando dentre outras canções, "Carcará" de João do Vale e José Cândido, apresentou ao Brasil toda a sua arte e se fez uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, portanto se a vida lhe deu uma oportunidade tão boa, ela também fez a sua parte e ganhou o merecimento, os aplausos e o reconhecimento da sua e de outras gerações que se seguiram apreciando seu canto.

Com tanto sucesso é obvio que o caminho dos estúdios de gravação era uma conseqüência imediata e Maria Bethânia então gravou seus primeiros discos, todos de muito êxito e formou seu público, que lotava também todas as suas apresentações nos teatros do Brasil, aplaudindo freneticamente o seu talento em interpretações memoráveis, além de sua postura firme no palco, senhora absoluta do pedaço, bailando, cantando e recitando, uma artista completa. "
(continua)
(Luís Américo Lisboa Junior)

MARIA BETHÂNIA

Um dos mais lindos temas da cantora


CONVERSA ENTRE DUAS MORTAS

Como é que você morreu ?
- Morri congelada !
- Ai que horror ! Deve ter sido horrível, como é morrer congelada?
- Bom, no começo é muito ruim :
- Primeiro são os arrepios, depois as dores nos dedos das mãos e
dos pés, tudo congelando...
Mas, depois veio um sono muito forte e eu perdi a consciência.


- E você, como morreu ?

- Eu ? Morri de ataque cardíaco.
Eu estava desconfiada que meu marido me estivesse a trair.
Então, um dia cheguei em casa mais cedo, corri até ao quarto e ele estava na cama, calmamente assistindo televisão.
Ainda desconfiada, corri até á garagem para ver se encontrava alguma escondida, mas não encontrei ninguém.
Depois, corri até ao andar de cima, mas também não vi ninguém.
Então, subi até o sótão e, ao subir as escadas, esbaforida, tive um ataque cardíaco e caí morta.

- Que pena... Se você tivesse procurado no frigorífico, ainda estaríamos as duas vivas !

GABRIELA

CRAVO

E

CANELA


Episódio Nº 46



Ficou outra vez sozinho na praça. Não sentia mais a alegria do sol, seu rosto ensombrecera-se. Pensava nos tempos de antes quando essas coisas eram fáceis de resolver. Quando alguém se fazia incómodo bastava chamar um cabra, prometer-lhe um dinheiro, dizer-lhe o nome do cujo.

Hoje era diferente. Mas esse Mundinho Falcão se enganava. Ilhéus mudara muito nesses anos, é bem verdade. O coronel Ramiro buscava compreender essa nova vida, esse Ilhéus nascendo daquele outro que fora o seu.

Pensara tê-lo compreendido, sentido seus problemas, suas necessidades. Não embelezara a cidade, não construíra praças e jardins, não calçara as ruas, não abrira até a estrada de rodagem, apesar dos seus compromissos com os ingleses da Estrada de Ferro. Porque então, assim de repente, a cidade parecia fugir das suas mãos? Porque começavam todos a fazer o que queriam, por conta própria, sem o ouvir, sem esperar que ele desse ordens? Que estava acontecendo em Ihéus que ele já não compreendia e já não comandava?

Não era homem de deixar-se vencer sem luta. Aquela era a sua terra, ninguém fizera mais por ela do que Ramiro Basto s, ninguém iria arrebatar-lhe o bastão de comando, fosse quem fosse. Sentia um novo tempo de luta aproximar-se. Diferente daquele de outrora, mais difícil, talvez.

Levantou-se, erguia-se como se pouco sentisse o peso dos anos. Podia estar velho, mas ainda não estava enterrado, e enquanto vivesse era ele quem mandava ali. Deixou o jardim, atravessou para o Palácio. O soldado de polícia postado na porta, bateu-lhe continência. O coronel Ramiro Bastos sorriu.

Da Conspiração Política

Na mesma hora em que o coronel Ramiro Bastos penetrava no edifício da Intendência e o árabe Nacib chegava ao bar Vesúvio sem ter encontrado cozinheira, em sua casa da praia Mundinho narrava ao Capitão:

- Uma batalha, meu caro. Não foi nada fácil.

Empurrou a xícara, esticou as pernas, espreguiçou-se na cadeira. Estivera rapidamente no escritório, arrastava o amigo para conversar em casa a pretexto de lhe contar as novidades. O capitão saboreou um gole de café, quis saber detalhes:

- Mas donde vem toda essa resistência? Afinal, Ilhéus não é um povoado qualquer. Um município que rende mais de mil contos.

Ora, meu caro, um ministro não é todo-poderoso. Tem que atender aos interesses dos governadores. E o governo da Baía quer ouvir falar de tudo menos da barra de Ilhéus. Cada saco de cacau que sai do porto da Baía significa dinheiro para as docas de lá. E o genro do governador é ligado ao pessoal das docas. O ministro me disse: “Seu Mundinho, você me vai deixar mal com o governador da Baía”.

- Uma indecência esse genro. É isso que os coronéis não querem compreender. Ainda hoje estávamos discutindo enquanto o Ita desencalhava. Eles apoiam um governo que tira tudo de Ilhéus e não nos dá nada.

- Ao contrário… Os políticos daqui também não se mexem.

Pois é: põem dificuldades a obras indispensáveis à cidade. Uma estupidez sem nome. Ramiro Bastos cruza os braços, não tem visão, os coronéis o
acompanham
.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


À ENTREVISTA Nº 42 SOBRE O TEMA:


“CRIME OU PECADO” (1)

A Alquimia Perversa




O que Jesus viu e ouviu numa rua de Jerusalém é muito frequentemente observado hoje no culto evangélico, em sessões de novos grupos cristãos, em reuniões dos membros dos Homens de Negócios do Evangelho Completo.


As pessoas que se"confessam" em discursos retóricos ou gritando seus "pecados" e afirmam ter sido perdoados ao "aceitar" a Cristo. Mas, muitas vezes, os "pecados" dos que falam, (extorsão, falsificação, roubo, abuso de suas esposas, abuso sexual), são todas infracções puníveis por lei. Eles afirmam que a "conversão" a Deus os isenta de passarem pelos tribunais e pagar por seus crimes.


Transformar crimes em pecados é uma alquimia perversa. Distorce a mensagem de Jesus e incentiva uma cultura de impunidade em países onde há tolerância excessiva à corrupção e tão facilmente se "perdoam" os crimes cometidos por personagens com fama e poder, interpretando-as como loucuras, fraquezas, debilidades, pecados que Deus perdoa sempre “porque errar é humano."

segunda-feira, março 12, 2012

IMAGEM


(click na imagem)


VÍDEO


Se a magia se explicasse não era magia...

MARIA BETHÂNIA

"Muitas pessoas não acreditam em destino acham que já nascemos com as nossas vidas traçadas, muitos pensam que a sorte é o fator responsável por inúmeros acontecimentos de nossa existência e ainda há aqueles que advogam o merecimento das coisas boas da vida como conseqüência de nossos atos. Seja qual for o motivo, o certo é que estamos à mercê de todos estes fatos e é claro precisamos também fazer a nossa parte para que eles dêem resultados ou façamos jus àquilo que nos foi colocado como opção em determinado momento crucial de nossa existência.

Podem achar irônico, mas foi assim que aconteceu quando uma gripe acometeu Nara Leão deixando-a afônica e impossibilitada de participar de algumas apresentações do show Opinião que fazia muito sucesso, ao lado de Zé Kéti e João do Vale. A fim de não sofrer interrupções das apresentações do espetáculo foi solicitado então a substituição de Nara por uma cantora recém chegada da Bahia, muito jovem ainda e tímida, porém possuidora de grande talento. Seu nome Maria Bethânia".

(Luís Américo Lisboa Junior)







65 aninhos de casados...

Um casal de idosos resolve ir a um restaurante para comemorar os 65 anos de casamento.

Dizem ao empregado qual o tipo de comemoração que estão a fazer, e ele dá-lhes um lugar romântico para aproveitarem o jantar.

Diz o velho:

- Minha Rainha, onde queres sentar-te?
- Aqui, diz a senhora de idade.
- Minha princesa, queres um aperitivo para começar?
- Sim, um Porto, obrigada.
- Meu anjo, o que vais comer?
- Ela pediu a ementa e encomendou.
- Meu Doce, que vinho queres?

O empregado não podia acreditar nos seus ouvidos.

A certa altura, a velha vai à casa de banho, e o marido diz:

- Vai, minha vida, fico à espera.
O rapaz, surpreendido, pergunta ao velho:
Há quanto tempo você chama a patroa com palavras tão bonitas? "Minha rainha", "meu anjo", "minha vida", "princesa", eu estou admirado.

O velho olha para ele e responde:

O que é que você quer? NÃO CONSIGO LEMBRAR-ME DO NOME DELA!!!

JOIA DE SABEDORIA:

HOMENS ...



(SEGUNDO FERNANDA MONTENEGRO. VERDADEIRAMENTE, UMA MULHER GENIAL ! )

...ATRIZ, UMA SENHORA ATRIZ !



Falando Dos Homens



... Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor !
O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.
Tive apenas 1 exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:


1 - Habitat

Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.

2 - Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra.Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantém viçosos, felizes e realizados durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias.Não o deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca. Homem não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.

3 - Carinho

Também faz parte de seu cardápio –homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.
Se você quer ter a fidelidade e dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.


4 - Respeite a natureza

Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros? Case-se com uma Mulher.
Homens são folgados. Desarrumam tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam shoppings. Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.

5 - Não anule sua origem

O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apoie.

6 - Cérebro masculino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino.
Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos).
Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.
Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade.
Alguns vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele....
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios. Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si mesma.
E Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim. Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.

Com carinho,
Fernanda Montenegro


(click na imagem do casal)

GABRIELA

CRAVO
E
CANELA




Episódio Nº 45


- Ninguém pensa isso, coronel – disse Nacib.

Ramiro Bastos mudava de assunto, perguntava a Josué:

- Como vai o colégio do Enoch? Josué era professor e subdirector do colégio.

Vai bem, muito bem. Foi equiparado, Ilhéus já tem seu ginásio. Uma grande notícia.

- Já foi equiparado? Não sabia… O Governador mandou-me dizer que só podia ser no princípio do ano. Que o Ministério não podia fazer antes, era proibido. Eu me interessei muito pelo caso.

- Realmente, coronel, as equiparações, em princípio, são feitas sempre no começo do ano, antes do início das aulas. Mas Enoch pediu a Mundinho Falcão quando ele foi para o Rio…

- Ah!

- … e ele obteve do Ministro uma excepção. Já para os exames deste ano o colégio terá fiscal federal. É uma grande notícia para Ilhéus…

- Não há dúvida… Não há dúvida…

O jovem professor continuava a falar. Nacib aproveitava para despedir-se, o coronel nem os ouvia. Seu pensamento estava longe. Que diabo fazia seu filho Alfredo na Baía? Deputado estadual, entrando em Palácio e falando com governador a qualquer hora, que diabo fazia? Não havia ele mandado pedir a equiparação do colégio? A ele e mais ninguém, deveriam Enoch e a cidade a equiparação do colégio se o governador, pressionado por Alfredo, houvesse realmente se interessado.

Ele, Ramiro, quase não ia ultimamente à Baía, às sessões do Senado, a viagem era um sacrifício. E o resultado aí estava. Seus pedidos ao Governo dormiam nos Ministérios, arrastavam-se nos caminhos normais da burocracia, enquanto que… o colégio seria equiparado sem falta no começo do ano, mandara dizer-lhe o Governador como se estivesse atendendo pressurosamente seu pedido.

E ele ficara contente, dera a notícia a Enoch, sublinhando a presteza com que o governo respondera à sua solicitação.

- Para o ano seu colégio terá fiscalização federal. Enoch agradecera mas lastimara:

- Pena não ter obtido agora mesmo, coronel. Vamos perder um ano, muitos meninos irão para a Baía.

- Fora do prazo, meu caro. No meio do ano a equiparação é impossível. Mas é só esperar um pouco.

E agora, de repente, essa notícia. O colégio equiparado fora do prazo por obra e graça de Mundinho Falcão.

Iria à Baía, o Governador ouviria poucas e boas… Não era homem com quem se brincasse, com cujo prestígio se pudesse jogar. Também que diabo fazia seu filho na Câmara Estadual?

O rapaz não tinha mesmo jeito para político, era bom médico, bom administrador, mas era mole, não saíra a ele, não sabia impor. O outro, Tonico, só pensava em mulheres, não queria saber de mais nada… Josué despedia-se.

- Até logo, meu filho. Diga a Enoch que eu mando meus parabéns. Eu estava esperando a notícia a qualquer momento…


(Click na imagem dos três coroneis: Ramiro Bastos, Amâncio e Mamuel das Onças)

ENTREVISTA FICCIONADA COM JESUS

Nº42 SOBRE O TEMA: “CRIME OU PECADO?”


RAQUEL - Venha por aqui, Jesus Cristo, porque essa rua está a abarrotar de gente ...

JESUS - Diz-me, Raquel, que alvoroço é aquele ... aquele homem está gritando?

RAQUEL - Não sei…

JESUS - Outra zaragata na mesma rua?

RAQUEL - Se quiser, nós aproximamo-nos...

PREGADOR - ... E quem era eu, irmãos, antes de receber a Palavra e ser salvo? Fiz todos os pecados. Eu bebia em todos os bares agredindo todos os que me aparecessem pela frente, abusei das mulheres, mesmo de meninas. Roubei, irmãos. Forjei assinaturas e ficava com os negócios dos outros… E o que eu ganhei eu? Nada. Por que ainda não conhecia o Senhor Jesus Cristo. Bendito seja o seu nome!

RAQUEL - Está falando de si ...

PREGADOR - Eu roubei, abusei de mulheres, matei um homem que me devia dinheiro… e vêm, irmãos, eu fui sido resgatado pela fé em Jesus Cristo. Bendito seja o nome dele e vos abençoe a todos!

RAQUEL - Onde vai, Jesus Cristo?... Aguarde…

JESUS – Vou avisar a autoridade…

RAQUEL – Qual autoridade?

JESUS – Aquela que prende os malandros e os leva ao juiz…

RAQUEL – O senhor está querendo dizer a polícia?

JESUS - O homem que está a falar é um bandido. Têm que predê-lo.

RAQUEL - Espere... Não vê que ele já se arrependeu de seus pecados e ...?

JESUS – Qual arrependeu? … devolveu aquilo que roubou O que aconteceu com a viúva e os órfãos do homem que ele matou? É muito fácil cometer abominações e depois pedir perdão a Deus ...

RAQUEL - Só um minuto, agora eu estou recebendo sinal dos Estúdios... Amigos de Emissoras Latinas, mais uma vez convosco nas ruas de Jerusalém, e novamente com Jesus Cristo que acabou de ouvir o mesmo que vós, o testemunho de um indivíduo que afirma ter-se convertido ao Evangelho ...

JESUS – Tu é que disseste isso, Raquel. Ele afirma ter- se convertido… Mas a fé sem obras é coisa morta.

RAQUEL - Pelo menos, pediu desculpas a Deus pelo que fez ...

JESUS – E o que tem Deus a ver com isso? Eu disse-o claramente: Se quando está entregando uma oferta sobre o altar e te lembrares de que fizeste alguma coisa contra o teu semelhante deixe a oferta e vai primeiro acertar as contas com ele ?

RAQUEL - Será que isso significa ...

JESUS - Isso significa que antes de passar pelo tribunal de Deus tem que passar pelo tribunal dos homens. Se cometes um crime, pagas por esse crime. Sangue não se lava com orações.

RAQUEL - O que propõe, então, Jesus Cristo?

JESUS – Lembro-me de um homem chamado Zaqueu que eu conheci em Jericó. Ele tinha sido um tirano, tinha ficado rico a espoliar os pobres mas ouviu a mensagem do Reino e um dia disse me: Àqueles que espoliei devolverei quatro vezes mais.

RAQUEL - E fez isso?

JESUS - Disse e fez. É que os crimes não se apagam com as lágrimas, nem gritos, mas reparar os danos.

RAQUEL - E se roubaram a dignidade de uma pessoa?

JESUS - O que quer dizer com isso?

RAQUEL – Delitos de violação… violadores do sexo ... esse que está falando, disse que até tinha abusado de meninas…

JESUS - E esse tipo julga que batendo com a mão no peito vai ficar purificado?

RAQUEL – O senhor deve saber, Jesus Cristo, que os autores de tais abusos são muitas vezes pessoas da própria família, irmãos e até mesmo o próprio pai ou sacerdotes. Ultimamente, eles têm descoberto vários casos de abuso sexual contra crianças cometidos por sacerdotes.

JESUS – E esses sacerdotes vão para a cadeia?

RAQUEL - Não, estão a enviá-los para os mosteiros para orarem e se arrependerem

JESUS – Hipócritas, aqueles que cometem essa ignomínia deveria amarrar-se ao pescoço uma pedra de moinho, daquelas que os jumentos movem e atirá-los para o fundo do mar.

RAQUEL - Espere, Jesus Cristo, nós não terminamos ... onde vai?

JESUS – Já te disse, vou ter com a autoridade para alertá-los de que enda um criminoso à solta aqui, neste local.

RAQUEL - Bem, eu vou me juntar a ele para apresentar a reclamação.

De Jerusalém, Raquel Perez, Emissoras Latinas.

domingo, março 11, 2012

HOJE É




DOMINGO



(Da minha cidade Santarém)

Estamos a viver um período em que cada vez mais se apela para a bondade natural das pessoas. para o altruísmo, para a nossa capacidade de dar sem receber. A realidade, são as crianças que chegam à escola com fome, pais desempregados que deixaram de receber os subsídios de desemprego e se confrontam com situações dramáticas que roçam a mendicidade social.

E as pessoas anónimas respondem favoravelmente levando-nos a perguntar: Por que somos bons? Por que nos condoemos? Por que sentimos compaixão? Qual o motivo do impulso que nos leva à dádiva anónima para as vítimas desta crise ou de outras que vitimam grupos de pessoas, muitas vivendo longe, noutros países, em outras regiões do mundo? De onde vem este bom samaritano que vive dentro de nós?

As organizações de natureza religiosa, nestas situações, lideram as campanhas de recolha de fundos, mobilizam e incentivam as pessoas e daí perguntar-se se estes comportamentos têm alguma coisa a ver com a religião. Será por causa dela que somos bons?

É que há muitas pessoas religiosas que consideram difícil imaginar como sem religião alguém pode ser bom ou há-de sequer querer ser bom, e esta incapacidade para compreender e aceitar a bondade fora da religião leva algumas pessoas religiosas a paroxismos de ódio contra aqueles que não professam a sua religião pelo que esta, que se proclama fonte de inspiração para a bondade e o amor pode transforma-se, ela própria, num imenso reservatório de ódio e maldade.

Muitos cientistas sustentam que o nosso sentido de certo e errado do bem e do mal provem do nosso passado darwiniano.

Richard Dawkins apresenta, a este respeito, a sua versão:

- Em primeiro lugar, diz ele, temos os comportamentos de altruísmo e bondade para com os nossos parentes dos quais o carinho e a protecção que dispensamos aos nossos filhos é o exemplo mais óbvio mas não o único no mundo animal.

Cuidar dos parentes próximos para os defender, para os alertar contra os perigos ou partilhar com eles alimentos são comportamentos normais entre indivíduos que partilham cópias dos mesmos genes.

- Em segundo lugar temos um outro tipo de altruísmo para o qual existe uma sólida fundamentação lógica darwiniana que é o altruísmo recíproco (temos de ser uns para os outros). Não depende da partilha de genes e funciona até igualmente bem entre animais de espécie diferentes, sendo aí chamada de simbiose.

Trata-se do mesmo princípio que está na base de todo o comércio e das trocas entre os seres humanos. O caçador precisa de uma lança e o ferreiro precisa de carne. É a assimetria que medeia o acordo. A abelha precisa de néctar e a flor de ser polinizada.

A selecção natural favorece os genes que predispõem os indivíduos, em relações de necessidade e oportunidade assimétricas, para darem quando podem e solicitarem quando não podem e favorece também as tendências para lembrar as obrigações, para guardar rancor, para fiscalizar as relações de troca e para punir os trapaceiros que recebem, mas que não dão quando chega a sua vez de o fazerem.

- Em terceiro lugar, os comportamentos altruístas favorecem o indivíduo que os pratica porque lhes permite ganhar fama de bondosos e generosos e essa reputação é importante e os biólogos reconhecem nela valor de sobrevivência darwiniana não só pelo facto de serem bons como também por alimentarem essa reputação.

-Em quarto lugar, o economista norueguês-americano Thorstein Veblen e de uma forma diferente o zoólogo israelita Amotz Zahavi, acrescentaram ainda uma ideia mais fascinante quanto à vantagem dos comportamentos altruístas considerando-os uma proclamação implícita de domínio ou superioridade.

Os indivíduos compram o êxito através de demonstrações de superioridade, incluindo a generosidade ostentatória e o assumir de riscos pelo bem comum.

Temos então quatro boas razões Darwinianas para os indivíduos serem altruístas, generosos ou “morais” uns para com os outros e ao longo da nossa Pré-Histórica, o ser humano viveu em condições que terão favorecido bastante a evolução destes 4 tipos de altruísmo:

- Vivíamos em aldeias ou, em tempos mais recuados, em bandos nómadas discretos, parcialmente isolados de aldeias ou de bandos vizinhos, e estas eram condições que favoreceram extraordinariamente o evoluir das relações altruístas familiares como factor importante para a sobrevivência do grupo.

- E não só para o altruísmo de base parental como igualmente do altruísmo recíproco ao cruzarem-se com frequência com os mesmos indivíduos e estas são as condições ideais para se construir a reputação do altruísmo e também para publicitarem uma generosidade conspícua.

É fácil perceber a razão pela qual os nossos antepassados pré históricos terão sido bons para os membros do seu próprio grupo mas maus, chegando à xenofobia, em relação a outros grupos.

Mas agora que a maior parte de nós vive em grandes cidades onde já não estamos rodeados de parentes e conhecemos indivíduos que não mais voltaremos a encontrar, por que motivo somos ainda bons uns para os outros e até para aqueles que pertencem a grupos exteriores ao nosso?

É importante não transmitir uma ideia errada sobre o alcance da selecção natural pois ela não favorece a evolução de uma consciência cognitiva do que é bom para os nossos genes, o que ela favorece são regras de base empírica que na prática funcionam no sentido de prover os genes que as criaram.

Nesses tempos ancestrais a melhor forma da selecção natural assegurar a sobrevivência da nossa espécie foi instalando no cérebro não só a necessidade de acreditar, como também, o desejo sexual e a compaixão ou generosidade.

Estas regras que ditam estes impulsos para acreditar, para o sexo, para a generosidade e para a xenofobia, são muito anteriores à religião, às civilizações e aos vários contextos culturais que se limitaram mais tarde a regulá-los, condicioná-los, instrumentalizá-los, cada um à sua maneira, fazendo deles o cerne da vida dos homens ao longo de toda a sua existência.

Se voltarmos novamente a pôr a questão de saber qual a razão ou razões pelas quais somos bons, a resposta parece-nos ser agora clara, acessível à nossa razão, quase natural e, acima de tudo, nada ter a ver com qualquer religião.




(Click na Imagem da Rotunda do Forcado)

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