Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, julho 14, 2012
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CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 149
Enxergou também, na janela, a loira
Jerusa, tirou-lhe o chapéu, ela acenou adeus com a mão O que revelava pelo
menos senso de humor, já que nas vésperas Ribeirinho expulsara de Guaraci, um
povoado próximo da sua fazenda a um preposto dos Bastos, funcionário da
Intendência.
O homem chegara a Ilhéus em petição de
miséria, quebrado de pau, vestido com umas roupas emprestadas, enormes para o
seu corpo, pois fora nu em pêlo que tivera de ganhar a estrada, a pé na noite
da surra…
Do Pássaro Sofrê
Já não podia mais Nacib, perdidos o
sossego a alegria, o gosto de viver. Deixara até de enrolar a ponta dos
bigodes, murchos agora sobre a boca de riso perdido. Era um pensar sem fim,
nada igual para consumir um homem, tirar-lhe o sono e o apetite, emagrecê-lo,
deixá-lo sem graça, melancólico.
Tonico Bastos debruçava-se no balcão,
servia-se do amargo, olhava irónico a figura abatida do dono do bar:
-
Você está decaindo, árabe. Nem parece o mesmo, grandes olhos arregalados,
pousavam-se no elegante tabelião. Tonico crescera em sua estima nesses tempos.
-
Sempre tinham sido amigos, porém de relações superficiais, conversas sobre
mulheres da vida, idas ao cabaré, tragos tomados juntos. Ultimamente, no
entanto, desde a aparição de Gabriela, estabelecera-se entre eles uma
intimidade mais profunda. De todos os frequentadores diários do aperitivo, era
Tonico o único a manter-se discreto na hora do meio-dia, quando ela chegava de
flor atrás da orelha.
Apenas a cumprimentava delicadamente,
perguntava-lhe pela saúde, elogiava-lhe o tempero sem igual. Nem requebro de
olhos, nem palavrinhas sussurradas, nem tentava tomar-lhe da mão.
Tratava-a como se ela fosse respeitável
senhora, bela e desejável, porém inacessível. De nenhum outro temera tanto
Nacib a concorrência, ao contratar Gabriela, quanto de Tonico. Não era ele o
conqui stador sem rival, o tombador
de corações?
O mundo é assim, surpreendente e
difícil: mantinha Tonico a máxima descrição e respeito na presença da excitante
Gabriela. Todos sabiam das relações do árabe com a formosa empregada. É verdade
que, oficialmente, ela não passava de sua cozinheira, nenhum outro compromisso
entre eles.
Pretexto para cobrirem-na, mesmo na sua
vista, de palavras doces, envolverem-na em frases melosas, meter-lhe
bilhetinhos na mão. Os primeiros ele os lera displicente, fizera bolinhas de
papel e os atirara ao lixo. Agora despedaçava-os, raivoso; eram tantos, alguns
até indecentes. Tonico, não. Dava-lhe prova de verdadeira amizade, a respeitá-la
como se ela fosse senhora casada, esposa de coronel.
Era ou não era amizade, sinal de
consideração? Nacib não o ameaçava, como fizera Coriolano a propósito de Glória.
No entanto, só de Tonico, não tinha queixas e somente para ele abria seu
coração doloroso como túmida espinha.
(Click na imagem da Gabriela completamente alheia ao terrível drama que Nacib está vivendo por sua causa...)
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA Nº 56 SOBRE O TEMA:
“HOMOSSEXUALIDADE” (3)
O casamento de
semelhanças"
O
historiador americano John Boswell, que chefiou o departamento de história da
Universidade de Yale, escreveu em 1994 o livro "O Casamento de
semelhanças" (Muchnick Publishers). Nele,
após uma investigação de 12 anos, apresenta uma evidência desconcertante:
documentos da igreja cristã dos séculos VI a XIII, contendo a liturgia que
celebrou as uniões eróticas entre dois homens.
Boswell
visitou as grandes bibliotecas da Europa, incluindo o Vaticano, e encontrou
dezenas de manuscritos originais com as orações, gestos, salmos e cerimónia
praticada nas bênçãos de amor homossexual realizada em igrejas e presidida por
sacerdotes.
O livro de Boswell mostra que o casamento não foi declarado
"sacramento" até ao século XIII (Concílio de Latrão, 1215) e só
depois foi estabelecida a relação heterossexual como a único legítima. É a partir do século XIV, que na
Europa Ocidental se começou a desenvolver uma obsessão homofóbica, considerando
a homossexualidade como o mais degradante dos pecados.
Nos rituais encontrados, Boswell
encontrou páginas rasgadas ou mutiladas posteriormente, a fim de esconder o que
se fazia com naturalidade e se celebrava religiosamente.
sexta-feira, julho 13, 2012
O PIANISTA
Este jovem é cego mas da sua interpretação irradia uma intensa luz... e o público rende-se completamente.
O marido diz à mulher:
-
Amor, tenho um plano para poupar dinheiro. Sempre que fizer amor contigo,
ponho uma nota de 10€ no mealheiro e no fim do ano, abrimo-lo para ver o que
juntamos.
A
mulher concordou.
No
final do ano, quando o marido abre o mealheiro, encontra não só notas de 10€
mas também de 50€ e de 100€...
-
F****se! Como é que estas notas apareceram aqui?!
E diz a mulher:
-
Deves pensar que toda a gente é forreta como tu!
|
-
Joãozinho, o que é que o menino quer ser quando crescer?
- Quero
ser bilionário, ir à boate mais cara, pegar a melhor puta, dar a ela uma
Ferrari de mais de um milhão, um apartamento em Copacabana, uma Mansão em Paris, um Jacto para viajar
pela Europa, um cartão Visa Infinito e amá-la 3 vezes ao dia…
...a
professora, não sabendo realmente o que fazer com aquela resposta passou à
frente e o continua a aula…
E a
menina, Mariazinha?
- Professora, não tenho a menor dúvida, quero ser a puta
do Joãozinho.
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 148
Ora por isso não… Vosmicê tem amigos,
gente decidida como Ribeirinho. Eu mesmo preveni uns homens, pensando: quem
sabe seu Mundinho vai precisar, manda-me pedir emprestado…
Sobre política fora tudo o que conversara.
Mundinho não sabia que pensar. Tinha a impressão que o coronel o tratava como
uma criança, se divertia com ele.
Na noite da roça, Mundinho procurara
conduzir a conversa para a política, Altino não respondia falava de cacau.
Voltaram para o Rio do Braço, após um almoço delicioso: carne de caças
diversas, cotias, pacas, veados e uma mais gostosa de todas. Mundinho soube
depois ser carne de macaco jupará.
No povoado houve um jantar de estrondo,
com fazendeiros, comerciantes, o médico, o farmacêutico, o padre, quantos
possuíam alguma importância na localidade. Altino fizera vir tocadores de
harmónica e violão, improvisadores de desafios, tinha um cego assombroso na
rima.
O farmacêutico perguntara certa hora a
Mundinho como ia a política. Nem teve tempo de responder, Altino atalhara
brusco.
-
Seu Mundinho veio aqui visitar, não
veio politicar – e falou de outra coisa.
Na segunda-feira, o exportador voltou,
que diabo queria esse coronel Altino Brandão? Viera ele próprio lhe vender seu
cacau, mais de vinte mil arrobas, abandonando Steveson.
Para Mundinho era um negócio de
primeira. Não tinha o coronel maiores compromissos com os Bastos e, no entanto,
nem queria ouvir falar de política. Ou ele Mundinho não entendia nada ou o
velho era maluco. A querer que ele tocasse fogo em prédios, empastelasse máqui nas, matasse gente talvez.
O Capitão afirmava que ele não
compreendia os coronéis, sua maneira de ser, de agir. Sobre aquela ideia de
vingar no Jornal do Sul o incêndio idiota dos exemplares do Diário de Ilhéus, o
Capitão dissera pensativo:
-
Ele não deixa de ter razão. Também pensei nisso. A verdade é que essa gente dos
Bastos precisa de uma lição. Alguma coisa que mostre ao povo daqui que eles não são mais os donos da terra, como
antigamente. Tenho pensado muito nisso. Até já conversei com Ribeirinho.
-
Cuidado Capitão, não vamos fazer besteira. Às violências vamos responder com os
rebocadores, as dragas para a barra.
-
Afinal, quando é que esse engenheiro vai concluir os estudos, mandar vir as
dragas? Nunca vi demorar tanto…
-
Não é coisa fácil, de poucos dias. Ele está trabalhando o dia inteiro. Não
perde um minuto. Mais rápido não pode ser.
-
Trabalha dia e noite – riu o Capitão – De dia na barra, de noite no portão de
Melk Tavares. Se enrabichou com a filha dele, é um namoro agarrado…
-
O rapaz tem que se divertir…
Mais ou menos uma semana depois da
visita a Rio do Braço, Mundinho, saindo do Clube Progresso, de uma reunião de
directoria, avistou o coronel Altino, de costas, nas proximidades da casa de
Ramiro Bastos.
(click na imagem. Quando o vício da pesca é muito não interessa o tamanho do barco nem mesmo o barco...)
À
ENTREVISTA Nº 56 SOBRE
O TEMA: “HOMOSSEXUALIDADE” (2)
Paulo, um fariseu
Ao
rejeitar o texto tão excludente de Paulo contra os homossexuais (1 Coríntios 6:
9-10), Jesus lembra a Raquel que Paulo era um fariseu. Saulo de Tarso - era o seu nome e a cidade de nascimento - não conhecia Jesus, e nunca leu nenhum dos textos
que os evangelistas escreveram sobre Jesus, porque foram escritos depois dele
ter viajado pelas principais cidades do império, Atenas, Corinto, Tessalónica, Alexandria,
espalhando a sua própria interpretação da vida e da mensagem de Jesus. Com toda a probabilidade, uma
interpretação enviesada pelas suas origens culturais e teológicas.
As
viagens e a capacidade de organização de Paulo foram fundamentais para difundir
o cristianismo pelo Império Romano. Mas
o "Cristianismo" de Paulo foi em tudo fiel à mensagem original de
Jesus e do seu movimento, caracterizado pela exigência da inclusão e da equi dade nas relações humanas? Hoje abunda reflexão que contrasta a
tradição de Jesus com a de Paulo e assinala essas contradições entre eles.
Ao
contrário de Jesus, Paulo nasceu numa família rica e recebeu uma educação
completa em grego e educação rabínica, com os doutores da Lei em Jerusalém. Na fase da sua vida pré-cristã, Paulo
perseguiu violentamente os primeiros seguidores de Jesus por estar muito perto da
mentalidade dos fariseus, que era severa, intolerante, preconceituosa e
excludente e foi constantemente questionada e rejeitado por Jesus. A
partir desta concepção religiosa, e com base em posteriores experiências
pessoais e emocionais, Paul interpretou Jesus e sua mensagem mas sempre ficou algo das suas
origens farisaicas.
quinta-feira, julho 12, 2012
Um muçulmano devoto entra num táxi.
Uma vez sentado, pede ao taxista para desligar o rádio porque não tem de ouvir
música como decretado na sua religião e, no tempo do profeta, não havia música,
especialmente música ocidental, que é música dos infiéis.
Assim, o motorista de táxi
educadamente, desliga o rádio, sai do carro e dirige-se à porta do lado do
cliente e abre-a.
O árabe pergunta: "O que é que
você está a fazer?
Responde o taxista:
Responde o taxista:
- "No tempo do profeta não havia táxis,
saia e espere por um camelo".
À ENTREVISTA Nº 56 SOBRE O
TEMA: “HOMOSSEXUALIDADE” (1)
Sodoma e Gomorra
Sodomita é, vulgarmente, sinónimo de
homossexual e em muitas leis ainda se fala sobre o crime de "sodomia"
quando se refere à conduta homossexual. A partir da própria linguagem, e com
uma frequência incrível, que referem-se os "acontecimentos” nas cidades
bíblicas de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19) para justificar a homofobia e até
mesmo a violência contra gays e lésbicas.
Houve realmente Sodoma e Gomorra?
"Sodoma" é derivado da palavra hebraica que significa
"queimado" e "Gomorra" a partir da palavra hebraica que
significa "esmagado". Num esforço para encontrar qualquer base
histórica para esta história bíblica bem conhecida, a National Geographic difundiu
as investigações arqueológicas que revelaram os restos de cidades da Idade do
Ferro, perto do Mar Morto, que foram arrasadas.
Segundo os arqueólogos, esses assentamentos
humanos poderão ter desaparecido como resultado de invasões de outras cidades
inimigas, terramotos, incêndios, ou uma combinação destas três catástrofes. O
mais significativo, no entender dos pesqui sadores,
é que nesta área existam leitos subterrâneos de gases combustíveis, o
"enxofre" bíblico, o que sugere que um incêndio causado por um
desastre natural ou outro deve ter causado incêndios surpreendentes, que a
memória dos povos nómadas conservou como hecatombes jamais vistas e cujas
histórias foram transmitidos oralmente por um largo período de tempo.
Independentemente do que aconteceu
nessas cidades ou que essas cidades tenham sido reais ou mitológicas, o relato
bíblico questiona os conterrâneos de Lot pela sua falta de hospitalidade para
com os "anjos" de Deus, ao invés de acusações homossexuais. Eles são
questionados pelo seu "pecado social", não por seu "pecado
sexual".
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 147
À noite, na fazenda (após Mundinho ter
visto os trabalhadores na colheita, nos cochos de cacau mole, nas barcaças,
numa dança de passos miúdos revolvendo o cacau ao sol), conversavam à luz das
lâmpadas de querosene.
Altino contava casos de jagunços, falava
dos tempos antigos, quando haviam conqui stado
a terra. Alguns trabalhadores, sentados no chão, participavam na conversa,
relembravam detalhes. Altino apontava um negro:
-
Esse está comigo há uns vinte e cinco anos. Apareceu por aqui fugido, era cabra dos Badarós. Se tivesse que
cumprir penas pelos homens que despachou, a vida inteira não chegava.
O negro sorria, mostrando os dentes
alvos, mascava um pedaço de fumo, as mãos calosas, os pés cobertos com a crosta
formada pelo mel seco do cacau.
-
O que é que o moço vai pensar de eu, seu coronel?
Mundinho queria conversar política,
ganhar o rico fazendeiro para a sua causa. Mas Altino evitava o assunto, apenas
se referia – e isso durante o almoço em Rio do Braço – à fogueira erguida com a
edição do Diário de Ilhéus. Para reprová-la.:
-
Muito mal feito… isso foi coisa de outro tempo que já passou, graças a Deus.
Amâncio é homem de bem, mas violento como o Diabo, nem sei como ainda está
vivo. Foi ferido três vezes nos barulhos, ficou com um olho vazado, um braço
esquecido. E não se emenda, Melk Tavares também não foi de brincadeira, sem
falar em Jesuíno, coitado… Ninguém está livre de ter de cometer uma desgraça,
Jesuíno não tinha outro jeito. Mas porque ainda se vem a queimar jornal? Muito
mal feito…
Catava espinhas no peixe:
-
Mas vosmicê me desculpe se lhe digo, também não agiu direito. Esse é meu
pensar.
-
Porquê? Porque o jornal estava violento? Campanha política não se faz com
elogios aos adversários.
-
Que o seu jornal está danado, isso está. Cada artigo que dá gosto ler… Ouvi
dizer que é o doutor que escreve; aquele tem mais tutano na cabeça que Ilhéus
inteiro. Hominho inteligente… Gosto de ouvir ele falar, parece um sabiá. Nisso
vosmicê tem razão. Jornal é para meter o pau rachar o inimigo. Tá no certo, eu
até tomei uma assinatura. Não falo disso, não.
-
De quê, então?
-
Seu Mundinho, foi mal feito queimar o jornal. Não aprovo, não. Mas já que eles
queimaram, então o senhor estava na casa do sem jeito. Como Jesuíno. Ele queria
matar a mulher? Não queria. Mas ela lhe meteu os chifres, ele teve que matar,
senão ficava mais desmoralizado que capão de terreiro, boi de carro. Porque
vosmicê não queimou o jornal deles, não os números, mas a casa, não rebentou as
máqui nas?
Me desculpe, era o que vosmicê tinha que
fazer, senão ficam dizendo que vosmicê é muito bom e tal mas para governar
Ilhéus e Itabuna é preciso ser macho, não baixar a cabeça.
Coronel, não sou covarde, pode crer. Mas
como o senhor mesmo disse esses métodos correspondem a um tempo passado. É
exactamente para mudá-los, terminar com eles, para fazer de Ilhéus terra
civilizada, que me meti em política.
Além do mais onde ia arranjar os
jagunços , não os possuo…
(click na imagem e aumente)
(click na imagem e aumente)
quarta-feira, julho 11, 2012
O sujeito finalmente conseguiu realizar o seu sonho de
comprar um Audi A6 3.8T, automático, conversível e blá, blá, blá…
Então, numa bela tarde, se mandou para uma
auto-estrada para testar toda a capacidade da 'beleza'. Capota abaixada, o
vento na cara, o cabelo voando, resolveu ir fundo! Quando o ponteiro estava
chegando nos 120, ele viu que um carro da Polícia Rodoviária o perseguia com a
sirene a mil e as luzes piscando.
-'Ah, mas não vão alcançar este Audi, de jeito nenhum,
pensou ele e atolou o pé no acelerador.
O ponteiro foi prós 140, 160, 200... e a patrulha atrás.
'Que loucura', pensou ele e então resolveu encostar.
O guarda veio, pediu os documentos, examinou o carro e disse:
O ponteiro foi prós 140, 160, 200... e a patrulha atrás.
'Que loucura', pensou ele e então resolveu encostar.
O guarda veio, pediu os documentos, examinou o carro e disse:
- Eu já tive um dia muito duro, meu chefe já me mijou,
meu filho adoeceu, minha sogra vai pousar lá em casa, e já passou do horário do
meu turno e eu não tô a fim de preencher a multa. Então, se você me der uma boa
desculpa, que eu nunca tenha ouvido, para dirigir desta maneira, deixo você ir
embora.
- Sabe, Sr. guarda, na semana passada, minha mulher
fugiu com um policia do trânsito e agora eu tive medo de que fosse ele querendo
devolvê-la.
- Boa
noite!!!', disse o guarda.
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 146
E ainda assim não era fácil obter o
reconhecimento. Para isso ele contava com as amizades do exportador no cenário
federal, o prestígio da família Mendes Falcão. Mas era preciso vencer por larga
margem, sem o que nada feito.
Voltara a calma, pelo menos aparente,
após os últimos acontecimentos. Em certos círculos em Ilhéus, crescia a
simpatia em torno de Mundinho. Gente assustada com o retorno dos métodos
violentos, com a fogueira dos jornais.
Enquanto os Bastos mandassem, diziam,
não se veria o fim do reino dos jagunços. Mas o Capitão sabia que esses
comerciantes, esses moços das lojas e dos armazéns, esses trabalhadores do
porto, significavam poucos votos.
Os votos pertenciam aos coronéis,
sobretudo aos grandes fazendeiros, donos de distritos, compadres de meio mundo,
donos também da máqui na eleitoral.
Esses, sim, decidiam.
A casa do coronel Altino Brandão, em Rio
do Braço, ficava ao lado da estação, rodeada de varandas, trepadeiras a subir
pelas paredes, flores variadas no jardim, qui ntal
de árvores frutíferas. Admirara-se Mundinho a pensar se não tinha razão o
colector quando dizia ser o fazendeiro um tipo raro em Ilhéus, de mentalidade
aberta.
Não se conservara naquela zona a
tradição das confortáveis casas-grandes da lavoura de açúcar, seus requi ntes, seus luxos. Nas roças e povoados, as casa
dos coronéis careciam por vezes do mais rudimentar conforto. Nas fazendas
erguiam-se sobre estacas, por baixo das quais dormiam os porcos. Quando não,
próximo ficava sempre o chiqueiro, numa defesa contra as cobras inúmeras, de
veneno mortal.
Os porcos as matavam, protegidos contra
o veneno pela grossa camada de gordura a envolvê-los. Ficara da época dos
barulhos uma certa sobriedade no viver, que só de algum tempo para cá ia-se
perdendo em Ilhéus e Itabuna, onde começavam os coronéis a comprar e a
construir boas moradias, bangalós e mesmo palacetes. Eram os filhos,
estudantes, estudantes nas faculdades na Baía, quem os obrigava a abandonar os
hábitos frugais.
É uma honra que nos faz… - dissera o
coronel ao apresentá-lo à esposa na sala de visitas bem mobilada em cuja parede
viam-se retratos coloridos de Altino e da mulher quando jovens.
Levou-o depois ao quarto de hóspedes,
régio, colchão de lã de barriguda, lençóis de linho, colcha bordada, um cheiro
de alfazema queimada perfumando o ar.
-
Se vosmicê estiver de acordo, proponho a gente montar logo depois do almoço.
Pra ter tempo de ver o trabalho nas roças. Dormir nas Águas Claras, de manhã
tomar banho no rio, dar uma volta a cavalo pra ver a fazenda. Almoçar umas
caças por lá, voltar pra jantar aqui .
-
Óptimo. Completamente de acordo.
A fazenda Águas Claras, do coronel
Altino, imensa extensão de terras, ficava perto do povoado, a menos de uma
légua. Possuía ele outra fazenda mais distante, onde havia mata por derrubar.
Os pratos sucederam-se na mesa, peixes
do rio, aves diversas, carnes de boi, de carneiro, de porco. E isso que
almoçavam em família era no domingo o jantar com convidados.
(Click na imagem que me sugere o seguinte comentário: "importante não é o que se mostra mas aquilo que se esconde")
COM JESUS Nº 56
SOBRE O TEMA:
“HOMOSSEXUAIS”
RAQUEL - Gays e lésbicas. Algumas
igrejas cristãs negam-lhes os sacramentos e os proíbem de entrar no sacerdócio. Outras, consagram-nos como bispos. Ao longo da história, foram
perseguidos, ridicularizados, torturados… Homossexuais. Outra questão crítica e uma entrevista
exclusiva com Jesus de Nazaré. Podemos
começar?
JESUS - Sim, Raquel. Começa.
RAQUEL - Por que o senhor condena os homossexuais?
JESUS – Eu? Eu nunca os condenei.
RAQUEL - Bem, não os condenou, mas disse
que não entrarão no Reino de Deus, que não sendo o mesmo... é o mesmo.
JESUS - Eu acho que estás errada, Raquel. Eu nunca disse isso.
RAQUEL - Leio aqui no Novo
Testamento: "Não vos enganeis. Nem
os adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem os bêbados… herdarão
o Reino de Deus.”
JESUS - Quem escreveu isso?
RAQUEL - São Paulo. Primeira Carta aos Coríntios 6, 10.
JESUS - Ah, sim, mas não te esqueça que Paulo, segundo me disseram, foi um
fariseu. E eles herdaram muitas atitudes que eram próprias
dessa facção. Eu não fiz essa lista de pecadores que ele faz, eu nunca falei contra
os homossexuais.
RAQUEL - Mas Deus falou. Com
fogo e enxofre, para castigar os habitantes de Sodoma que eram homossexuais.
JESUS – Bem… Eu acho que de novo estás
enganada.
RAQUEL – Não eram homossexuais os sodomitas?
JESUS – O pecado de Sodoma, me explicou uma
vez um rabino, foi a falta hospitalidade com os mensageiros de Deus. Não era um pecado sexual, mas
social.
RAQUEL – Mas, Senhor Jesus Cristo, a homossexualidade, não é um pecado contra a
natureza?
JESUS - A guerra, a fome, deixar sem pão as viúvas e órfãos… Esses, sim, são
pecados contra a natureza humana.
RAQUEL - Assim, de acordo com o senhor,
Deus não condena gays ou lésbicas?
JESUS – Diz-me, Raquel. O que faz uma mãe quando descobre
que seu filho é diferente dos outros? Será que lhe fecha a porta quando ele
chamar? Tu atirar-lhe-ias uma
pedra quando ele pede a bênção? Deus
é mãe, não te esqueças.
RAQUEL – Então o senhor defende-os.
JESUS - Muitos são atacados. Para muitos são os últimos mas
no Reino de Deus serão os primeiros
RAQUEL - Eu não sei, ouvi-lo falar ...
No grupo dos apóstolos, também havia alguns homossexuais?
JESUS – Certamente.
RAQUEL - Talvez João, o mais jovem dos apóstolos, que escreveu um dos
Evangelhos?
JESUS - A João e a seu irmão Santiago lhes pus o apelido de "filhos do
trovão", porque ambos eram muito violentos…
RAQUEL - Mas João sempre foi
retratado de forma efeminada…
JESUS - Porque não o conheciam!... e também porque não entendem a amizade
entre dois homens.
RAQUEL - O que o senhor diria às igrejas
homofóbicas que rejeitam e condenam os gays e lésbicas?
JESUS
– Que se estão livres de pecado, atirem a primeira pedra. E com a vara que medem hoje um dia serão
medidos.
RAQUEL - Em conclusão, Jesus Cristo, o senhor admite que no seu
grupo ou comunidade havia homossexuais?
JESUS - Iorque não? Eu nunca perguntei isso aos que se juntavam ao nosso movimento. Eu só lhes perguntava se queriam
colocar a mão no arado para lutar pela justiça. Apenas isso.
RAQUEL – E agora, algo ainda mais
delicado… o senhor aprova o casamento entre dois homens ou entre duas mulheres?
JESUS
- Se essa união é por amor, por
que não? Onde há amor há Deus.
RAQUEL - Hoje sim, deixe-me chamá-lo de mestre. Obrigado, Mestre, pelas suas palavras. Eu acho que muitos homossexuais e
lésbicas que estão ouvindo este programa terão recebido uma boa notícia.
De Nazaré, Raquel Perez, Emissoras Latinas.
terça-feira, julho 10, 2012
ZECA AFONSO - OS ÍNDIOS DA MEIA PRAIA
Na Casa da Música, no Porto, Vitorino irá fazer hoje a apresentação do seu mais
recente trabalho "Ergue-te ó sol de Verão", uma homenagem "à obra e
personalidade de dois dos maiores renovadores da música popular portuguesa, José
Afonso e Adriano Correia de Oliveira".
Companheiro de palco e canções de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira,
Fausto, Sérgio Godinho e outros nomes maiores da música portuguesa, Vitorino
estreou-se em 1975 com o seu primeiro disco em nome próprio, Semear Salsa Ao
Reguinho. O álbum, que incluía a famosa canção Menina Estás à Janela, foi logo
considerado um ponto de referência na redefinição de padrões estéticos e
caminhos que a música popular viria a trilhar", refere a Casa da Música.

A avó no leito do hospital, manda chamar o
neto.
- Já quase morrendo diz: Meu querido neto, estou indo em breve, mas quero que
você saiba que vou te deixar duas fazendas com tractores, debulhadoras,
cavalos, vacas, cabras e muitos outros animais...
O estábulo e todas as plantações, além de
3.750.000,00... EM
MOEDAS. Cuida de tudo com muito cuidado...
O neto contem-se... e sai do quarto
calmamente, de cabeça baixa, triste de fazer dó, e quando chega ao final
do corredor cai em desespero de alegria, grita, chora, pula, da socos no ar e
rola no chão. No final da histeria volta para o quarto e diz:
- Mas vovó querida, porque eu? Eu nem sabia
que a senhora tinha duas fazendas. Onde ficam?
A avó dá um último suspiro antes de morrer e responde: - Uma no Orkut... outra no Facebook...ka
ka ka ka ka