sexta-feira, dezembro 23, 2016


 Resultado de imagem para noite de natal

A magia foi-se...




















O Natal já não é o que era. Foi-se a magia, ficou a data, sobraram os super-mercados e centros comerciais, falta a lareira da casa dos meus avós. Os jovens foram conquistados em definitivo pelos telemóveis e já não convivem com a família. Em contrapartida “falam” ininterruptamente através dos telemóveis e... não lhes sobra tempo para lerem. A minha neta teve 5 a matemática mas 4 a português...

Os tempos são outros, em definitivo, e tanto eu como os rapazes do meu tempo que vão fazer agora 78 anos sentem alguma dificuldade em acompanhar esta nova geração, eu especialmente para quem o telemóvel só serve para receber e efectuar chamadas a qualquer hora e em qualquer sítio mas espero que poucas...

Realmente, as novas tecnologias nunca se casaram comigo mas a culpa é minha, reconheço a minha inépcia. Para me desculpar costumo dizer que falar é a olhar para a cara das pessoas. Sempre me vali desse “fee the back”, especialmente nos exames orais quando era aluno, e os olhos dos professores diziam tanta coisa... e então os de uma mulher nem se fala... não paravam de dizer coisas...

Estamos a chegar ao fim, pressinto isso porque a perda da magia do Natal tem a ver comigo, não quero ser injusto para com ele. É evidente que a época é outra e já nada se vive da maneira que se vivia mas a culpa, mais uma vez, não é deste Natal, tem a ver comigo e a “teimosia” em me agarrar aos natais de outros tempos quando a minha capacidade de viver e sentir estas datas era muito maior.

Deixamos de viver de um momento para o outro mas a morte, a verdadeira, é um processo lento para todos aqueles que têm o privilégio de envelhecer e assistir interiormente ao abandono, espero que conformado, do lento apagar da chama de uma vida, a nossa.

Falo destas coisas porque é Natal e eu sinto-me bem. Por isso devo falar, que é, depois do pensamento, a mais agradável expressão do viver. Quantos da minha geração são doentes, estão sós e em silêncio?...

A minha neta do coração, de três anos, linda como os amores, a quem chamo, por vezes, o meu xodó sem que ela perceba o que isso seja, nestes altura das férias passa os dias comigo e a avó. Às vezes moe-me a cabeça e eu ralho-lhe, mas interiormente estou-lhe reconhecido. Ela ocupa um espaço que há muito devia estar vazio mas as vicissitudes da vida têm destas surpresas...

Ter aquela criança a chamar-me avô, já que a irmã com 11 anos é quase só telemóvel, é um enriquecimento nesta fase da minha vida, especialmente para quem sempre adorou crianças como eu, sem que a vida me tivesse proporcionado desfrutar das minhas de quem vivi separado mas, também é verdade, que a disponibilidade e o apreço agora são muito maiores... e a vida é o que é e há que aceitá-la!

Amanhã é o dia da noite de Natal, aquela que era mágica para mim, na minha infância de menino felizardo.


Vivam-na em paz e sejam felizes, é tudo o que vos desejo!

Resultado de imagem para as notas escolares dos filhosO QUE ACONTECE MAIS



 NESTA ALTURA DO ANO !











O pai entra no quarto do filho e vê um bilhete em cima da cama. Lê o
bilhete, temendo o pior:


 - "Pai, é com grande pesar que te informo que fugi com meu novo namorado, o João, um italiano muito lindo que conheci no Algarve. Estou apaixonado por ele. Ele é muito gato, com todos aqueles 'piercings', tatuagens e aquela super-moto BMW que comprou há dias. Mas não é só por isso que vou com ele, é que também descobri que não gosto de mulheres e, como sei que não vais consentir decidimos fugir e ser muito felizes neste mundo. Ele quer adoptar filhos comigo, e isso é tudo o que eu sempre desejei para mim. Aprendi com ele que a maconha é óptima, uma coisa natural, que não faz mal a ninguém, e ele garante que no nosso pequeno lar não vai faltar marijuana. O João acha que eu, os nossos filhos adoptivos e os seus colegas 'gays' vamos viver em perfeita harmonia. Não te preocupes pai, eu já sei cuidar de mim, apesar dos meus 15 anos já tive várias experiências com outros tipos e tenho certeza que o João é o homem da minha vida.
Um dia eu volto, para que tu e a mãe conheçam os nossos filhos. Um 
grande abraço e até algum dia.

De teu filho, com amor."

O pai quase a desmaiar, continua a ler.



PS: 

 - Pai, não te assustes, é tudo mentira!!!

Estou na casa da Cátia, a nossa vizinha toda boazona. Só queria
mostrar-te que existem coisas muito piores do que as minhas notas escolares, que estão na primeira gaveta.

Abraços,


Teu filho, burro, mas macho!

quinta-feira, dezembro 22, 2016

Esta voz está cheia de misticismo, vem lá das profundezas onde todas elas nascem e depois se dispersam...

               

Recordando a visita de Merkel a Portugal....



            

             Vaidades femininas...


                   

Prémio Nobel
Por Que

Somos


Bons?

(Ponhamos em ordem as nossas ideias.
 ...Aprendamos com R. Dawkins.)













Por que nos condoemos com o choro de uma criança que sofre?

Por que sentimos compaixão por uma viúva idosa em desespero devido à solidão?

O que nos provoca o impulso para enviarmos uma dádiva anónima para as vítimas de um cataclismo que não conhecemos nem viremos a conhecer e nunca nos retribuirá?

De onde vem o bom samaritano que vive em nós?

Recordemos Einstein:
Estranha é a nossa situação aqui na Terra. Cada um de nós vem para uma curta visita, sem saber porquê, contudo, parecemos adivinhar um objectivo. No entanto, do ponto de vista do quotidiano, há uma coisa que sabemos: que o homem está aqui pelos outros homens – acima de tudo por aqueles de cujos sorrisos e bem-estar depende a nossa própria felicidade.

Será realmente pelos outros homens que nós aqui estamos e terá isso alguma coisa a ver com a religião?

É por causa dela que somos bons?

Muitas pessoas religiosas consideram difícil imaginar como sem religião alguém pode ser bom ou há-de sequer querer ser bom, e esta incapacidade para compreender e aceitar a bondade fora da religião leva algumas pessoas religiosas a paroxismos de ódio contra aqueles que não professam a sua religião.

E assim, a religião, que se proclama como fonte de inspiração para a bondade e o amor transforma-se, ela própria, num imenso reservatório de ódio e maldade.

Brian Fleming, autor e realizador de um documentário sincero e comovente em defesa do ateísmo recebeu uma carta em 21 de Dezembro de 2005 que rezava assim:

Decididamente, vocês têm cá uma lata! Adorava pegar numa faca e esventrá-los a todos, seus idiotas, e gritar de alegria a ver as vossas entranhas a derramarem-se à vossa frente. Vocês andam a ver se arranjam como atear uma guerra santa em que um dia eu e outros como eu, possamos a vir ter o prazer de passar aos actos como o atrás mencionado”.

Chegado a este ponto o autor da carta reconhece tardiamente que a sua linguagem não é muito cristã, pois continua, agora num tom mais amistoso:

Contudo Deus ensina-nos a não procurar a vingança mas sim a rezar pelas pessoas como vocês”.
Mas a benevolência dura-lhe pouco:

Vai consolar-me saber que o castigo que Deus vos há-de trazer será mil vezes pior do que o que quer que seja que eu possa infligir. O melhor de tudo é que vocês hão-de sofrer para toda a eternidade por estes pecados de que estão completamente ignorantes. A ira de Deus não há-de mostrar misericórdia. Para vosso próprio bem, espero que a verdade vos seja revelada antes que a faca vos toque na carne. Feliz NATAL!!!

P.S: -  Vocês não fazem mesmo ideia do que vos está reservado…Eu agradeço a Deus por não ser vocês”.
Estas cartas rancorosas, de que esta é apenas um exemplo, são mais comuns na América do Norte provenientes de pessoas afectas a Igrejas de Cristo e a Seitas que proliferam por todos os EUA, mas a carta que se segue, de Maio de 2005, é de um médico inglês e foi dirigida a Richard Dawkins.

Depois de uns parágrafos introdutórios a denunciar a evolução e a incitar o autor a ler um livro que defende que o mundo tem apenas 8.000 anos (será que ele pode mesmo ser médico?) conclui:

Os seus livros, o prestígio de que goza em Oxford, tudo o que ama na vida, e tudo aquilo que alcançou são um exercício de total futilidade…A interpeladora pergunta de Camus torna-se inescapável: porque não cometemos todos suicídio? Na verdade, a sua visão do mundo tem esse tipo de efeito sobre os estudantes e em muitas outras pessoas…que todos evoluímos por puro acaso, a partir do nada, e que a esse nada voltaremos. Mesmo que a religião não fosse verdadeira, é melhor, muito melhor acreditar num mito nobre, como o de Platão, se durante as nossas vidas ele conduzir à paz de espírito.

Mas a sua visão do mundo leva à ansiedade, à toxicodependência, à violência, ao niilismo, ao hedonismo, à ciência Frankenstein, ao inferno na Terra e à terceira guerra mundial. Pergunto-me quão feliz será o senhor nas suas relações pessoais? Divorciado? Viúvo? Homossexual? As pessoas como o senhor nunca são felizes, caso contrário não se esforçariam tanto para provar que não existe felicidade nem significado em nada.”

Segundo
 este médico inglês o Darwinismo é intrinsecamente uma evolução ao acaso quando, a selecção natural, é precisamente o oposto de um processo casual.


A evolução acontece à custa de alterações genéticas que favorecem a sobrevivência da espécie e essa é a essência da selecção natural de Darwin.

Muitas vezes, a selecção natural conduz a “becos sem saída” e, nesses casos, a espécie extingue-se e esse foi o desfecho de todas aquelas que hoje estudamos sob a forma de fósseis.

Os grandes dinossauros que noutros tempos dominaram a vida sobre a Terra foram eliminados por alterações drásticas e bruscas que lhes retiraram totalmente as possibilidades de sobrevivência tendo-se aberto então caminho para a evolução de outras espécies que até aí não tinham hipótese de evoluir.

Há cerca de sessenta milhões de anos, após o desaparecimento dos grandes dinossauros, pequenos animais que viviam nas florestas passaram a encontrar um espaço que até aí não dispunham.

Eram os antepassados dos mamíferos dos quais, hoje, nós somos os seus mais recentes representantes.

Nada aconteceu por acaso!

Muitos cientistas sustentam que o nosso sentido de certo e errado provem do nosso passado darwiniano.


Richard Dawkins apresenta, a este respeito, a sua versão:

-Em primeiro lugar temos os comportamentos de altruísmo e bondade para com os nossos parentes dos quais o carinho e a protecção que dispensamos aos nossos filhos é o exemplo mais óbvio mas não o único no mundo animal.

Cuidar dos parentes próximos para os defender, para os alertar contra os perigos ou partilhar com eles alimentos são comportamentos normais entre indivíduos que partilham cópias dos mesmos genes.

-Em segundo lugar, temos um outro tipo de altruísmo para o qual existe uma sólida fundamentação lógica darwiniana que é o altruísmo recíproco (temos de ser uns para os outros).

Esta teoria trazida para a biologia por Robert Trivers não depende da partilha de genes e funciona até igualmente bem entre animais de espécie diferentes, sendo aí chamada de simbiose.

Trata-se do mesmo princípio que está na base de todo o comércio e das trocas entre os seres humanos.

O caçador precisa de uma lança e o ferreiro precisa de carne. É assimetria que medeia o acordo.

A abelha precisa de néctar e a flor de ser polinizada.

As flores não podem voar, por isso pagam às abelhas o aluguer das suas asas e a moeda de pagamento é o néctar.

As guias-do-mel, aves da família “indicatoridae”, conseguem encontrar colmeias mas não conseguem entrar nelas ao contrário dos ratéis e dos homens.

Então, as aves conduzem, através de um voo atractivo, os ratéis ou o homem até ao mel e depois ficam à espera da recompensa.

Estas relações mutualistas abundam no reino dos seres vivos: búfalos e picanços, flores tubulares e beija flores, garoupas e bodiões, etc.

O altruísmo recíproco funciona por causa das assimetrias que há nas necessidades e nas capacidades de as satisfazer. É por isso que funciona particularmente bem entre espécies diferentes onde as assimetrias são maiores.

A selecção natural favorece os genes que predispõem os indivíduos, em relações de necessidade e oportunidade assimétricas, para darem quando podem e solicitarem quando não podem.

E favorece também as tendências para lembrar as obrigações, para guardar rancor, para fiscalizar as relações de troca e para punir os trapaceiros que recebem, mas que não dão quando chega a sua vez de o fazerem.

-Em terceiro lugar, os comportamentos altruístas favorecem o indivíduo que os pratica porque lhes permite ganhar fama de bondosos e generosos e essa reputação é importante e os biólogos reconhecem nela valor de sobrevivência darwiniana não só pelo facto de se serem bons como também por alimentarem essa reputação.

Reputação que não se restringe apenas ao ser humano, de acordo com experiências recentemente feitas em animais, nomeadamente peixes, e publicadas num artigo de R. Bshary e A. S. Grutter na revista Nature de Junho de 2006.

-Em quarto lugar, o economista norueguês-americano Thorstein Veblen e de uma forma diferente o zoólogo israelita Amotz Zahavi, acrescentaram ainda uma ideia mais fascinante quanto à vantagem dos comportamentos altruístas considerando-os uma proclamação implícita de domínio ou superioridade.

Por exemplo, os chefes rivais das tribos do noroeste do Pacífico competiam entre si organizando festins de uma abundância ruinosa.

Só um indivíduo genuinamente superior pode dar-se ao luxo de anunciar o facto por meio de uma oferta dispendiosa.

Os indivíduos compram o êxito através de demonstrações de superioridade, incluindo a generosidade ostentatória e o assumir de riscos pelo bem comum. (onde é que nós já vimos isto?...)

Temos então quatro boas razões Darwinianas para os indivíduos serem altruístas, generosos ou “morais” uns para com os outros e ao longo da nossa Pré-Histórica, o ser humano viveu em condições que terão favorecido bastante a evolução destes 4 tipos de altruísmo.

Vivíamos em aldeias ou, em tempos mais recuados, em bandos nómadas discretos, parcialmente isolados de aldeias ou de bandos vizinhos, e estas eram condições que favoreceram extraordinariamente o evoluir das relações altruístas familiares como factor importante para a sobrevivência do grupo.

E não só para o altruísmo de base parental como igualmente do altruísmo recíproco ao cruzarem-se com frequência com os mesmos indivíduos e estas são as condições ideais para se construir a reputação do altruísmo e também para publicitarem uma generosidade conspícua.

É fácil perceber a razão pela qual os nossos antepassados pré históricos terão sido bons para os membros do seu próprio grupo mas maus, chegando à xenofobia, em relação a outros grupos.

Mas agora que a maior parte de nós vive em grandes cidades onde já não estamos rodeados de parentes e conhecemos indivíduos que não mais voltaremos a encontrar, por que motivo somos ainda tão bons uns para os outros e até para aqueles que pertencem a grupos exteriores ao nosso?

É importante não transmitir uma ideia errada sobre o alcance da selecção natural pois ela não favorece a evolução de uma consciência cognitiva do que é bom para os nossos genes, o que ela favorece são regras de base empírica que na prática funcionam no sentido de prover os genes que as criaram.

Vejamos um exemplo:

-No cérebro de um pássaro a regra «cuidar daquelas coisas pequenas que soltam grasnidos e vivem no ninho e deixar-lhes cair comida nas bocas vermelhas e escancaradas» tem o objectivo de preservar os genes que criaram a regra porque os objectos que soltam grasnidos e ficam de boca aberta são os seus descendentes.

Mas esta regra falha se outra cria de pássaro entra para dentro do ninho, situação que foi engendrada pelos cucos.

Esta falha ou “tiro fora do alvo”pode também acontecer com os impulsos para a bondade, altruísmo, empatia, piedade, que o homem continua a desenvolver quando as condições já são diferentes das que existiam em tempos ancestrais.

Por outras palavras, as condições são outras mas a regra empírica manteve-se e, portanto, embora hoje as pessoas já não sejam nossos parentes, façam parte do nosso grupo, ou tenham possibilidade de retribuir, tal como a ave que por impulso continua a alimentar o filho do cuco, também nós continuamos a sentir o desejo de sermos bons e generosos.


É como o desejo sexual que não deixa de ser sentido mesmo quando a mulher é estéril ou toma a pílula e fica incapaz de reproduzir.

São ambos 
“tiros fora do alvo”, erros darwinianos: abençoados e inestimáveis erros.
Em tempos ancestrais a melhor forma da selecção natural assegurar a sobrevivência da nossa espécie foi instalando no cérebro não só a necessidade de acreditar, da qual já falamos num texto anterior, como também, o desejo sexual e a compaixão ou generosidade.

Estas regras que ditam estes impulsos para acreditar, para o sexo, para a generosidade e para a xenofobia, são muito anteriores à religião, às civilizações e aos vários contextos culturais que se limitaram mais tarde a regulá-los, condicioná-los, instrumentalizá-los, cada um à sua maneira, fazendo deles o cerne da vida dos homens ao longo de toda a sua existência.


Se voltarmos novamente a pôr a questão de saber qual a razão ou razões pelas quais somos bons, a resposta parece-nos ser agora clara, acessível à nossa razão, quase natural e, acima de tudo, nada ter a ver com qualquer religião.

Tudo, na sua complexidade, parece fácil, lógico e simples, quando explicado à luz da razão e do conhecimento…

A parte grave da questão...
Um Caso de Divórcio

















Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"

Eu evitei responder-lhe, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das acções da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui directo para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozo.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contacto físico havia muito tempo, então, quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ónibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A empregada me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui directo para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama,  morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha tratando-se à vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando-lhe a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer. Mas se escolher enviar para alguém, talvez salve um casamento. Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir.

E o que disse ele?....

















Os ataques jihadistas fizeram 543 mortos na União Europeia desde Setembro de 2001, e o que disse Trump? – “A mentalidade na Europa tem de mudar”...

Traduzido em miúdos o que Trump deve estar a querer dizer, pode-se pensar, é que a União Europeia devia negociar com o Estado Islâmico um tratado de paz que reconhecesse internacionalmente os terroristas do Daesh como um verdadeiro Estado, tal como eles desejam.

Ora o que acontece, na realidade, é que a  capacidade operacional do Daesh está reduzida nas suas bases tradicionais no Iraque e na Síria constantemente atacadas o que debilita muito os ataques em grande escala.

Resta o ciberespaço com a propaganda que serve de inspiração para os “lobos solitários” que dispensa grandes cadeias de comando e não implica logísticas.

Por isso, na Rumiyah, revista de Novembro do Daesh, havia três páginas a apelar a este tipo de ataques dando instruções e ensinamentos.

Para combater este inimigo é óbvia a necessidade de reforçar a cooperação entre as agências de informação a nível europeu pois mesmo no caso da actuação dos chamados “lobos solitários” adianta sempre uma verdadeira partilha dessa informação.

O Sr. Trump não sabe nada disto... no fundo o que ele sabe é de falências fraudulentas, fugir aos impostos e agora, que vai ser presidente dos EUA, pobre América... larga bitates como esse de que a Europa tem de mudar de mentalidade para combater o terrorismo, tipo elefante numa loja de objectos de vidro que quando se mexe, no caso dele quando fala, parte a loiça toda!

Havia, até aqui, dois motivos que me impediam de visitar, um dia, os americanos na sua terra:

a)             Terem morto Lutter King;

b)             Assassinado John Kennedy;

Faltava um terceiro:

- Terem eleito para Presidente um homem como Trump.

Como se devem sentir desonrados os cidadãos americanos honestos e de bom senso com estas decisões dos seus compatriotas...

Trump é um autêntico “lelé da cuca”, que significa alguém que tem opiniões erradas acerca de tudo, na expressão feliz de há muitos anos a esta parte, no tempo em que ambos trabalhavam no Semanário Expresso, atribuída a Marcelo Rebelo de Sousa e referente a Balsemão, naquelas “gerrinhas” inofensivas de “meninos” proeminentes da sociedade portuguesa.

Mas este Trump, ele sim, é mesmo lelé da cuca e quando afirma, a propósito dos atentados, que a Europa tem de mudar, não sabe o que está a dizer, o que não teria gravidade nenhuma se os “tontinhos” dos americanos não tivessem feito dele Presidente.

Mais uma ameaça para a Europa: para além dos terroristas do Daesh temos também o “lelé da cuca” do Trump.


PS- No mar da China foi recolhido um drone subaquático americano. Felizmente, no seu Twitter, Trump esclareceu:

 -  "foi um acto sem presidentes.". Ainda bem...

Como diz Ricardo Araújo Pereira:

 - Quando, durante a campanha, ele afirmou que adorava os eleitores com menos habilitações não estava a ser paternalista - estava a revelar auto-estima.


terça-feira, dezembro 20, 2016

Com este frio como eu os compreendo chegadinhos uns aos outros...


Aprendi













Aprendi....que ninguém
é perfeito enquanto não se apaixona.

Aprendi....que a vida é dura
mas eu sou mais que ela!!

Aprendi que... as oportunidades nunca se perdem aquelas que desperdiças... alguém as aproveita.

Aprendi que... quando te importas com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.

Aprendi que... devemos sempre dar palavras boas... porque amanhã nunca se sabe as que temos que ouvir.

Aprendi que...um sorriso é uma maneira económica de melhorar teu aspecto.

Aprendi que... não posso escolher como me sinto... mas posso sempre fazer alguma coisa.

Aprendi que...quando o teu filho recém-nascido
segura o teu dedo na sua mão tenta prende-lo para toda a vida.

Aprendi que...todos, todos querem viver no topo da montanha... mas toda a felicidade está durante a subida.

Aprendi que... temos que aproveitar da viagem
e não apenas pensar na chegada.

Aprendi que...o melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias... quando são pedidos e quando deles depende a vida.

Aprendi que...quanto menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.


Os milionários de Trump















Ser milionário é qualquer coisa de “pornográfico” porque pressupõe a possibilidade de fazer tudo ou de comprar tudo, não no plano sexual, mas eventualmente também, mas no social e económico, como foi o caso de Trump com as suas falências fraudulentas e fuga aos impostos.

Mas, tudo bem..., o povo americano, que por vezes perde a cabeça nas escolhas, decidiu "premiá-lo" porque, no fundo, também ele gostaria de saber fugir ao pagamento dos impostos, e deu-lhe o país para governar, ainda por cima com o apoio do Congresso para que ele não se possa queixar de falta de apoio, um apoio que Obama não teve.

Quem o é não gosta de sê-lo sozinho e, para além de generais, Trump está a rodear-se de outros milionários, talvez de acordo com uma lógica simples de que, quem soube tão bem tratar dos seus negócios, certamente também saberá cuidar dos negócios da comunidade...

Trump vai para o Poder continuar a fazer aquilo que sempre fez: tratar de negócios e, se entra rico, vai com certeza sair mais rico, embora tenha tido o cuidado de declarar que passa a gestão de todas as suas empresas para os filhos, como é hábito nestas situações...

Claro que Trump não irá ser reeleito, como é normal nas presidências americanas, é uma desconfiança que tenho, não só pela idade, 70 anos à entrada da presidência mas, fundamentalmente, porque a vocação dele não é “a coisa pública”, e os americanos que foram enganados ao elegê-lo vão perceber isso nos próximos anos.

A sociedade americana vive seduzida pelo sucesso individual mais do que a europeia que se rege ou regia, por princípios e valores de raízes culturais, admirados e respeitados e, deste ponto de vista, chegar a milionário é o pico, o cume da montanha, o maior objectivo de uma vida.

Por isso, o milionário Trump chamou para junto de si homens de “provas dadas”, milionários como ele, porque entre estas pessoas existe uma afinidade compreensível baseadas em experiências de vidas que têm muitos pontos em comum.

Para mim, e já o disse aqui, a vitória de Trump não só foi uma surpresa como um choque, perante uma rival bem preparada com provas dadas em funções de responsabilidade no governo americano, para alem de formação académica, licenciada em Direito, advogada, Senadora e Secretária de Estado dos E. U. A., experiencia valiosíssima para o desempenho das funções de presidente.

Os americanos trocaram-na por um milionário com um estilo exótico, louro e de melena, e agora esperam que o “establishment”, o chamado “sistema”, que ele atacou na campanha como candidato, venha a suprir as lacunas e falhas do futuro presidente.

O sistema democrático tem destas coisas quando os cidadãos são uma “massa” pouco formada e informada, que facilmente se deixa arrastar por discursos simplistas curtos e demagógicos pouco mais que umas frases repetidas, previamente estudadas, para conseguir determinados efeitos.

No caso dos EUA é algo de perigoso para todo o mundo e eu ainda me lembro muito bem do que se passou com o Presidente Kennedy e a crise dos mísseis soviéticos.

O que teria acontecido com um Trump na Presidência?...

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Okapi

Claro que é uma brincadeira. O animal que mostram é um okapi, dos último grandes mamíferos a ser revelado ao nosso conhecimento. É tímido e vive nas florestas não sendo fácil de observar na natureza.


                     

                             Camada de Nervos - Amigos, sou preto



              


Resultado de imagem para filipe II

Poema Do Fecho Éclair


















Filipe II tinha um colar de oiro,
tinha um colar de oiro com pedras rubis.
Cingia a cintura com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz.

Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.

Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
Combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.

Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco,
e a tíbia de um santo
guardada num frasco.
.
Foi dono da Terra
foi senhor do Mundo,
nada lhe faltava
Filipe Segundo.

Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safiras, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo,
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.

O que ele não tinha
era um fecho éclair.

(António Gedeão - Poeta português - 1906-1997)

Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente.

Site Meter