sexta-feira, dezembro 19, 2008

Willie Nelson



You Are So Beatiful - Joe Cocker



Always On My Mind




Ron Mueck



A primeira reacção perante as obras deste artista é de espanto.

A nossa admiração surge quase instintivamente ao examinarmos os pormenores dos corpos humanos que, invariavelmente, são o tema das suas esculturas.

Será o autor um artista ou apenas um excelente artesão? Ou um técnico?

O próprio coloca-se à margem desta polémica, “…jamais quis ser um escultor. Não sei bem porque faço isto mas não me imagino a fazer outra coisa. Não me considero um artista, isto é simplesmente, a única coisa que sei fazer”.

Don Mureck, na verdade, é um criador de marionetas. Natural da Austrália instalou-se em Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o famoso criador da Rua Sésamo e dos Marretas.

Adquiriu alguma experiência e aventurou-se na publicidade como fabricante de manequins e depois é como num conto de fadas…

Paula Rego, há muito radicada em Londres, encomendou-lhe um manequim do Pinóquio e o modelo que lhe foi apresentado era de tal forma expressivo que a pintora guardou-o para si.

O coleccionador de arte Charles Saatchi descobriu-o no seu atelier e o marionetista viu-se projectado, inesperadamente, para o meio artístico.

O seu estilo é hiperrealista e as figuras que constrói parece que têm alma, afirma quem as viu:

- “não houve uma escultura de Ron que estivesse naquela sala que não me desse vontade de gritar como um índio, que vendo uma fotografia e pensando que alguém está aprisionado reage com violência. Também eu senti vontade de atirar uma pedra a cada escultura para libertar quem nelas estava aprisionado e depois fugir de volta à caverna e às minhas pinturas rupestres…”



















quinta-feira, dezembro 18, 2008

Amazing Grace - Orquestra de Andre Rieu



Don't Cry For Me Argentina



Chico Buarque - Construção



India



quarta-feira, dezembro 17, 2008

Maria Rita

Duo Ouro Negro Kurikutela



Retalhos de Cetim



Dalida - Hava Naguila (Eurovisão 1959)



André Bocelli - Time To Say Goodbye


terça-feira, dezembro 16, 2008

Modelo de Desenvolvimento


Pairam nas conversas das pessoas com responsabilidades na sociedade as palavras comedidas sobre um futuro que se aguarda com um misto de expectativa e receio.


Há um factor psicológico que parece ser decisivo no relançamento de toda a actividade económica, porque depende do comportamento das pessoas, da forma como elas vão gerir dentro de si os medos e os fantasmas de um futuro incerto e desconhecido.


Elas próprias também não sabem, tudo se precipitou de uma forma demasiado rápida, foi uma espécie de derrocada, de avalanche de notícias perfeitamente surpreendentes que a todos deixaram perplexos, mesmo àqueles que estavam no epicentro do mundo das finanças.


Entretanto, os multimilionários aparecem nas primeiras páginas dos jornais por terem visto o valor das suas fortunas diminuir de não sei quantos milhões como se a qualidade das suas vidas e dos seus familiares ficasse afectada pela circunstância de terem ficado “apenas”com 300 quando antes tinham 600... milhões.


Deste ponto de vista, o prejuízo será sempre dos trabalhadores que verão novos investimentos geradores de postos de trabalho adiados e parte dos actuais suprimidos.


A criação de riqueza e do emprego depende sempre do investimento, publico ou privado e uma parte considerável deste é feito, por sua vez, por algumas dessas pessoas muito ricas, que em situações de retracção do mercado adiam investimentos.


E quando falamos de pessoas muito ricas temos que separar as águas e não meter no mesmo saco aqueles que criaram as suas fortunas a partir de empresas bem geridas e que deram lucros produzindo riqueza, criando empregos e pagando impostos e os outros, os especulativos que chegaram a milionários com um sentido apurado para os negócios, (comprar e vender) e para quem só foi difícil arranjar o primeiro milhão… depois teremos ainda os casos de polícia.


O problema da crise está, pois, nos desempregados que mesmo com direito a um subsídio de desemprego alargado por mais seis meses, vêm a solução do problema das suas vidas, mais do que em situações anteriores, passar por eles e isto numa conjuntura em que a crise se generaliza a outros países que na história recente constituíam a reserva de emprego para os portugueses em situações difíceis da vida nacional.


Vai ser necessário reganhar confiança, apelar à imaginação, sair do torpor do pessimismo sem nos deixarmos abater pelos sacrifícios que inevitavelmente vão recair sobre muitas famílias.


Não tenhamos dúvidas, o desafio vai ser lançado à capacidade de sobrevivência das pessoas e, neste aspecto, os portugueses têm uma preparação e um treino ancestral que outros povos da Europa não possuem, a menos que a actual geração tenha perdido qualidades.


É verdade que nas últimas dezenas de anos uma grande percentagem da população portuguesa e, naturalmente, estou a referir-me aos mais jovens, se habituou, felizmente, ao “bem bom” da vida bem preenchida pela possibilidade de satisfazerem uma grande variedade de novas necessidades.


Mas nestas coisas, como em tudo, não há bela sem senão e as facilidades da vida não ajudam a desenvolver mecanismos de sobrevivência, no entanto, as potencialidades estão connosco porque acredito que postas à prova ao longo de tantas gerações se passaram para a nossa herança genética.


Entretanto, os teóricos das problemáticas sociais e políticas aproveitam estes momentos, e bem, para tentarem ir ao fundo das questões e aí vem à baila, entre outras coisas, o Modelo de Desenvolvimento.


Se vamos ter que reiniciar qualquer coisa é perfeitamente lógico que nos debrucemos sobre o que fazíamos e como o fazíamos para “emendar a mão” olhando o longo prazo, porque a nossa vida é breve mas continua nos nossos filhos, netos e bisnetos “and so on" e gostar deles não é satisfazer-lhes, hoje, os caprichos e aumentar dívidas para eles pagarem no amanhã.


Como não tenho dúvidas de que não há alternativa para um sistema de economia de mercado ou capitalismo, como quiserem, desenvolvido no respeito pela livre iniciativa das pessoas e pelas leis oriundas de Assembleias e Governos eleitos democraticamente pelos cidadãos é, neste quadro, que nos temos de nos movimentar e face ao que está a acontecer uma conclusão não pode deixar de ser tirada: o capitalismo financeiro com as suas off-shores e tudo o resto que lhe está associado, provou ser perfeitamente suicida para a sociedade e para o mundo.


Até que ponto vai ser possível a sua eliminação e passagem a um capitalismo de Estado, efectivamente regulador das actividades dos agentes económicos e financeiros tendo como prioridades a satisfação de necessidades de natureza social, ecológica e de uma mais justa repartição da riqueza, irá ser a grande questão e maior ainda se pensarmos que tudo tem de ser feito sem hesitações e de uma forma assumida por todos os que quiserem fazer parte da solução.


Mas não vale a pena advogar, como tive oportunidade de ouvir, que a cooperação deve substituir a competição porque isso é demagogia. O homem é naturalmente competitivo e a competição está instalada na natureza, faz parte dela sem excluir a cooperação. Simplesmente, a competição faz-se nos lugares próprios e com regras. Fora deste quadro a vida transforma-se numa "selvajaria" sem selva. Como dizia o povo num calão já em desuso "é um ver se te avias que é uma pressa".
O “contra vapor” irá inevitavelmente aparecer por parte de todos os que têm interesses ligados à situação que nos trouxe até esta crise e essa gente, embora uma pequena minoria, tem muito poder, influência e uma forte rede de cumplicidades.


As cartas estão lançadas… a luta, uma luta global, mais que um jogo, vai começar.

Perfume - Rita Lee



Instante - Clarisse Lispector



Maria Bethania - Jeito Estúpido de Te Amar



segunda-feira, dezembro 15, 2008

Tiro ao Àlvaro - Elis Regina



Os Amantes - Daniel



Mal Acostumado - Banda Araketu



“Canta, Canta, Minha Gente” - Samba (1974)


Letra, Música e Voz - Martinho da Vila

Martinho da Vila nasceu no Estado do Rio de Janeiro em 1938 e começou a compor Sambas aos 15 anos.

É autor de 140 músicas, principalmente Sambas, sendo o 1º sambista a ganhar o Disco de Diamante por ter vendido mais de 1 milhão de discos.

Ultimamente dedicou-se à literatura e escreveu sete romances.

A seu respeito disse a ex-governadora do Estado de S. Paulo, Benedita da Silva: “Martinho da Silva é uma das mais importantes figuras dos nossos movimentos, ele é o nosso
Zumbi”

Ouçamos a sua voz inconfundível acompanhada apenas de violão e, como diz, pensando nas condições de vida de certos extractos sociais que ele bem conheceu: “ … pior não pode ficar”.

Canta Canta Minha Gente (1974)



Rita Lee - Baila Comigo




Biodiversidade




Ao lado, a figura de um simpático, inofensivo e indefeso Dodó que vivia nas Ilhas Maurício, extinto desde o século XVII, morto à paulada pelos marinheiros, ao que parece portugueses, que desembarcaram na ilha para a colonizarem.

Sem inimigos naturais não desenvolveu mecanismos de defesa e não receava o homem que se encarregou de o exterminar com a colaboração dos porcos, ratos e macacos que os acompanharam no desembarque e lhes destruíram os ninhos.

O último dodó foi morto em 1681 e o pouco interessante disto é que, com o dodó, quase teria ido também para a extinção uma árvore que devia a sua existência exactamente ao aparelho digestivo daquelas aves, dado que as suas sementes só ficavam activas para germinarem depois de expelidas pelos dodós.

Apenas restavam 3 dessas árvores e todas elas com mais de trezentos anos ou seja, anteriores ao desaparecimento dos dodós.

Felizmente, os cientistas descobriram que os aparelhos digestivos dos perus provocavam idênticas consequências às sementes e por isso foi possível salvar as árvores que, por esta razão, passaram a chamar-se “Árvores Dodó”.
A manter-se o ritmo actual de perda de biodiversidade, mais de metade das espécies da fauna e da flora conhecidas, extinguir-se-ão nos próximos 100 anos.

Ao longo da história da Terra, de acordo com o biólogo espanhol Miguel Delibes de Castro, registaram-se mais de 20 extinções, 6 das quais em larga escala e a actual, provocada pelo homem, tem uma taxa típica de extinção em massa mil vezes mais rápida do que as extinções ditas de fundo, processadas em centenas de milhar ou de milhões de anos.

Há 65 milhões de anos a queda de um asteróide provocou a extinção dos Dinossáurios. Hoje, o asteróide, é a nossa espécie, afirmou o biólogo.

O aumento da esperança de vida poderá explicar, em parte, por que razão chegámos a este ponto: “Há 30.000 anos as expectativas de sobrevivência de um caçador-recolector eram idênticas às de qualquer espécie de ave e constante ao longo da vida, excepção feita aos primeiros meses em que eram mais baixas”, recorda Robert May, professor de Zoologia na Universidade de Oxford.

“Nos anos 50 do século passado, a esperança média de vida era de 46 anos; actualmente ronda os 65”.

O biólogo Edward O.Wilson o “pai” do termo biodiversidade sublinha que a vida na Terra necessita de uma atenção muito maior: “conhecê-la em toda a sua extensão e geri-la de forma sustentável deveria merecer a atenção e recursos idênticos aos que foram conferidos ao Projecto Genoma Humano (PGH). Afinal, estamos a falar da Enciclopédia da Vida.”

Harold Monney da Universidade de Stanford, coordena uma rede de profissionais da área que estão a desenvolver esforços no sentido de ver esta questão abordada sob a égide das Nações Unidas “à semelhança do que aconteceu no campo das alterações climáticas”.

A aplicação de 1% do PIB global em projectos de conservação bastaria para inverter a tendência de perda acelerada de biodiversidade, o cálculo é de Robert May.

Uma mudança de paradigma, por via da adopção de práticas agrícolas verdadeiramente amigas do ambiente “teria um custo da ordem dos 240.000 milhões de euros que é um valor difícil de defender para a classe política mas que é um custo mínimo quando comparado com os danos que a acção humana tem causado às outras espécies”.

“Limpar a água, descontaminar o ar ou converter dióxido de carbono em oxigénio são alguns dos serviços “sem preço, essenciais ao equilíbrio do planeta, que a biodiversidade realiza” lembra Robert May.

Em pouco tempo, porém, esse equilíbrio foi fragilizado.

“Nos últimos 50 anos, desbaratámos qualquer coisa como 60% desses serviços que provêm da Natureza”.

“O homem do séc.XXI está a utilizar 120% dos serviços que os ecosistemas de todo o mundo são capazes de oferecer. A manter-se este ritmo, não restam dúvidas que levaremos o planeta ao colapso”, quem o afirma é Harold Mooney.

domingo, dezembro 14, 2008





Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro.

Em segundo levaram alguns
Operários. Mas não me importei
Com isso.
Eu também não era operário.

Depois agarraram desempregados
Mas como tenho o meu emprego
Também não me importei.

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.

Agora, estão-me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com
Ninguém, ninguém se importa
Comigo.


(Bertol Breche – 1898/1956) – Influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do séc. XX)


Não me Incomodei…



Um dia vieram e levaram o meu vizinho
Que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram
Um outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram
Um vizinho católico.
Como não era católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
Já não havia mais ninguém para
Reclamar…


(Martin Niemoller – 1933 – Símbolo da resistência aos nazis)



E Não Dizemos Nada…



Na primeira noite, eles se aproximam
E colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
Pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
Entra sozinho em nossa casa, rouba-nos
A lua, e, conhecendo nosso medo
Arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada
Já não podemos dizer nada.



(Vladimir Mayakovsky, poeta russo, um dos principais futuristas do início do Sec. XX. Nasceu em 1893 e suicidou-se em Moscovo em 1930)

Elvis Presley - Blue Moon



Clarisse Lisporter



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