sábado, fevereiro 17, 2007

A Família, segundo a Máfia. A man of honour... Joseph Bonnano


FAMÍLIA
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O nosso estilo de vida estava centrado na "Família" (conceito alargado). Uma Família com F maiúsculo, para a distinguir dos parentes próximos), na acepção siciliana do termo, é formada por um grupo de pessoas, amigos ou aliados conjunturais, bem como de parentes de sangue, correligionários políticos, irmãos nos negócios autárquicos ou nacionais, unidos pela confiança uns nos outros. Mas de que confiança se trata? Aparte as suas actividades individuais - criminosas ou normais para encobrir aquelas (branqueando-as), os membros dessa Família têm o dever inabalável de se apoiar uns aos outros, por todas as formas e meios que podem, com vista a prosperarem e evitarem qualquer dano. Ainda que nessa jogada fraudulenta e criminosa, fique uma comunidade inteira a perder. É isto que é uma Família ao estilo da máfia siciliana que o séc. XX testemunhou e o séc. XXI vem hoje sofisticando, com mais ou menos aptidão para a chamada criminalidade política. Ou, como também aqui temos denominado esse conjunto de práticas: sinistralidade política, dado que os acidentes (económicos, fiscais, sociais) com efeitos colaterais na vida de terceiros, i.é, da comunidade, é de monta e devem ser apurados, julgados e condenados. {...]

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Superb...

tour de france cheval cyclism
(Via Macro)


quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Globalização, Hibridização...o que é Nacional nos Estados?



Aqui pode-se observar a translocação de segmentos de um cromossoma para o outro.




Globalização, Hibridização…O Que é Nacional nos Estados? [Link]



O meu estimado sobrinho Rui, do Macroscópio, é das pessoas mais habilitadas neste país para falar de Globalização, tema que ele estudou aprofundadamente e sobre o qual apresentou uma Tese de Doutoramento que valeu o apreço unânime do Júri que a avaliou.

Não é pois de estranhar que, de vez em quando, volte a ele quando o momento se proporciona e um desses momentos aconteceu numa grande superfície comercial.

Olhou para as prateleiras da fruta e reparou, (na maior parte das vezes limitamo-nos apenas a olhar e ver e por aí nos ficamos), que a quase totalidade da fruta exposta não era de origem nacional mas oriunda de vários países e que ao circular sofre um processo de hibridização como acontece com as papaias (e as pessoas..) que comidas no Brasil são muito mais saborosas que aquelas que comemos em Portugal, embora vindas do Brasil.

Será o resultado do processo de hibridizacão ou, simplesmente, o preço a pagar pela globalização?

Mas este processo de hibridização é especialmente importante se em vez de falarmos de papaias, nos referirmos a ideias e comportamentos, os quais, ao atravessarem fronteiras, mares e continentes perdem a pureza original a favor dessa tal componente híbrida.

As diferenças esbatem-se com a convivência que nos enriquece se soubermos preservar o que em nós e na nossa cultura é genuíno.

Um exemplo: nasci em Lisboa e o fado foi uma presença constante dos meus tempos de criança, jovem e adulto sem que, alguma vez, lhe tivesse dado grande importância, até que um dia viajei para outro continente, outra cultura que acrescentou em mim coisas novas e me permitiu sentir como, afinal, o fado era algo importante da minha pessoa…

Mas o actual processo de Globalização é especialmente sentido porque foram as mercadorias que, de repente “desataram” a viajar e a venderem-se mais ou menos por todo o lado, e isso começou a interferir fortemente nas nossas vidas porque não são produtos exóticos, coisas do artesanato, são produtos que produzíamos e consumíamos nas nossas fábricas, nas nossas lojas e nas nossas casas agora a preços muito inferiores para delícia de quem os compra e para desespero de quem os fabrica localmente.

Mas com as mercadorias vão e vêm as pessoas e qualquer dia, por exemplo, vamos passar a ter chineses a contar na China coisas de alentejanos presenciadas por eles ali para os lados de Beja, e isto porque aquilo que se aprende quando se comercializa e trabalha com pessoas de outras culturas, nada tem a ver com o que se aprende nos passeios turísticos de máquina fotográfica à tiracolo.

E este tipo de contactos vai obrigar a permutas importantes no campo das ideias dos comportamentos, dos processos e condições de trabalho e de fabrico a caminho de uma universalidade que, pensando bem, era inevitável e que se consubstancia, como muito bem assinala o meu sobrinho Rui, mais numa hibridização do que numa simples globalização.

Vivemos num espaço confinado que é o planeta Terra que, ao olhar dos astronautas, lá de cima, deve parecer mesmo “a nossa casa” e, portanto, mais cedo ou mais tarde e cada vez mais, as economias dos vário países, das várias regiões, dos vários continentes, vão-se internacionalizar e este é o caminho mais directo para esbater as enormes desigualdades económicas e sociais que se traduzem em situações de fome, doença e exclusão de milhões de pessoas em todo o mundo.

É um caminho de sobressaltos, de desafios, longe de ser pacífico mas que parece irreversível porque a Televisão e a Internet abriram o mundo e já nada se pode fazer às ocultas do vizinho, tudo se sabe, tudo se vê, nada passa despercebido.

As pressões são enormes e multidões de jovens em todo o mundo querem ter um futuro de trabalho e bem-estar, mesmo que para isso arrisquem a vida numa viagem por mar, numa espécie de barco, que os leve para outro mundo mesmo que ele seja, com fortes probabilidades, no fundo do Oceano ou, na melhor das hipóteses, no ponto de partida, frustrados e sem esperanças.

Nenhum responsável político ou económico pode, agora, dormir descansado. Nada está escrito quanto ao futuro da humanidade e ninguém tem o seu lugar assegurado no dia de amanhã.

A Globalização ou melhor, a Hibridização está a apressar os processos em que tudo caminha e o espaço de uma vida humana é cada vez mais curto para avaliarmos as transformações à nossa volta.

Começamos a viver tempos de vertigem em que aprender com os erros é cada vez mais perigoso.

A defesa cega de interesses particulares de um país ou de uma região, como está a acontecer com a política agressiva e belicista de Bush e dos Estados Unidos, constitui um erro estratégico que não prejudica só quem o pratica mas todo o mundo e, nos dias que correm, esses erros são inadmissíveis até porque já ninguém aceita a ignorância como desculpa, porque hoje todos os homens são possuidores de uma maior cultura universalista.

e toda esta conversa a propósito das “papaias do Belmiro” que chamaram a atenção do meu sobrinho Rui do Macroscópio… bem hajas, Rui.


terça-feira, fevereiro 13, 2007

E o Povo.... decidiu, SIM


E O POVO…DECIDIU, SIM

Ontem, senti-me mais identificado com a sociedade a que pertenço e isso deu-me um maior grau de tranquilidade relativamente ao futuro.

O que se decidia ontem, no Referendo, tinha a ver com conceitos importantes da vida a começar logo pelo seu próprio entendimento, a sua origem, evolução ao longo dos tempos ou obra directa da Criação divina e por isso intocável aconteça o que acontecer no sentido de que se Deus criou a vida só ele a pode tirar.

Ou, por outro lado, numa concepção laica, se o problema não era uma questão de direitos da pessoa humana, da sua maioridade no que se refere às suas decisões naquilo a que cada um diz respeito.

Olhando agora para o mapa de Portugal, depois de inseridos os resultados o que sobressai à evidencia, mais uma vez, são 2 países, um a norte e ilhas e o outro ao centro e sul.

O primeiro, conservador, religioso, temente a Deus e obediente à Igreja, o segundo, mais moderno, personalizado, sensível aos problemas sociais e aos direitos das pessoas, sendo certo, também, que a vida nas grandes cidades contribui, igualmente, para despoletar estas características.

Haja em vista que o Concelho do Porto que em 1998 tinha dado a vitória ao Não, 58% e 42% para o Sim, agora, oito anos mais tarde, inverteram-se os valores, 45% para o Não e 55% para o Sim.

Isto significa que as populações urbanas foram mais sensíveis à qualidade dos argumentos apresentados pelos defensores do Sim, dois dos quais se mostraram de uma transparente nitidez:

-Descriminalização do Aborto


-Combate ao Aborto Clandestino e às suas consequências para a vida e saúde da Mulher.

Eu próprio fiz um esforço para me abstrair das minhas convicções e decidir apenas em função dos argumentos apresentados e estes, só por si, teriam sido mais que suficientes para votar no Sim.

Eram argumentos da razão, do bom senso, da tolerância e não lhes dar ouvidos só por preconceitos de natureza religiosa mais do que convicção pessoal os quais, de resto, me pareceram subjacentes quando, em certos discursos da hierarquia religiosa se dá a entender que, falando em nome da Igreja, “ a minha posição não pode ser outra”…

Os defensores do Não tiveram mais que a percepção de que iam perder até porque, logo cedo, as sondagens assim o mostravam e daí as manobras argumentativas tentando confundir as pessoas com interpretações várias sobre a pergunta na tentativa de lançar a confusão.

O grande “arquitecto” destas “engenharias” à volta da pergunta para confundir votante e levá-lo à abstenção que favoreceria o Não, foi Marcelo Rebelo de Sousa e por isso ele foi, para mim, um dos vencidos deste Referendo tanto mais que embora não se tivesse chegado à maioria dos 50% quanto ao número de votantes, eles foram muito superiores aos de 1998 numa afirmação clara que não se deixavam enganar.

Relativamente a 1998 o Sim arrecadou mais um milhão de votos enquanto o Não somou apenas mais 200 000 e esta diferença é tão clara e significativa que surpreendeu todos, de um lado e de outro.

Contudo, não foi clara para Luís Filipe Meneses para quem os resultados do Referendo foram “uma derrota e um cartão amarelo para José Sócrates e o seu governo”… e para Luís Delgado para quem, por amor à Constituição, tudo deve ficar na mesma uma vez que não tendo o número de votos atingido os 50%, o Referendo não tem força vinculativa.
Resta-lhe a esperança que o Presidente da República e o Tribunal Constitucional façam cumprir a Constituição…

Depois do que foi dito e reafirmado aos portugueses pelo 1º Ministro sobre o que iria ser feito caso o Sim ganhasse, nem que fosse por mais um voto, fazer tábua rasa dos resultados do Referendo quando o Sim ganhou por mais quase 700000 votos francamente, Sr. Luís Delgado o Sr. está a brincar com a tropa!

Então, a componente político não era, neste caso, o que estava em causa?

Quanto ao Dr. Luís Filipe Meneses as suas reacções fazem lembrar o Dr. Alberto João…só que ele não tem nenhuma ilha da Madeira…cem vezes o “grande nóia”.

Uma última palavra para o grande vencedor deste Referendo: o Eng. José Sócrates que se empenhou de forma directa, clara, incisiva e ganhou em toda em toda a linha.






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