sábado, dezembro 27, 2014

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Mexericos...



CAMADA DE NERVOS - Eu tenho estudos...


André Rieu - Avé Maria

 MINEIRIM NO RIDIJANEIRO

(Habitante do interior de Minas Gerais- é assim que eles falam)
















Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismado cas praia, pé discarço, sem camisa, caquele carção samba canção, sem cueca pur dibacho. Alheio a tudo, o mineirim olhou pro marzão e num se guentô: correu a toda velocidade e deu um mergúio, deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais. 

Quando saiu, o carção de ticido finim tava transparente e grudadim na pele. Tudu mundo na praia tava oiano pro tamanho do 'amigão' que o mineirim tinha.


O bicho ia até pertim do juêio...A turma nunca tinha visto coisa igual.. As muié cum sorrisão, os homi roxo dinveja, só tinham olhos pro bicho.

- Qui qui foi, uai? Seus bobãum... vão dizê qui quando oceis pula na agua fria, o pintim doceis num incói tamém...?

Criacionismo e Evolucionismo
O Criacionismo

e o 

Evolucionismo














Este tema foi-me sugerido pela candidata Sarah Palin à Vice-Presidência dos EUA nas eleições de 2008,na sua qualidade de adepta confessa do criacionismo para atrair o voto do sector da população americana mais reaccionário e religioso radical e fundamentalista e já fez campanha pelo movimento conservador Tea Party.

O título, aparentemente, presta-se à ideia de que são dois conceitos ou teorias que se opõem e que entre ambas há que escolher uma, sendo que, a Srª Palin, escolheu a primeira.

Aparentemente será isso ou pelo menos aquilo que algumas pessoas gostariam que fosse mas, na verdade, o criacionismo não passa de uma visão do mundo partilhada por cada vez menos pessoas enquanto que o Evolucionismo é hoje uma verdade científica afirmada por todos os sectores do conhecimento.

As visões criacionistas nasceram da experiência humana primitiva com o objectivo de responder às naturais indagações do homem sobre as origens do universo, tema presente em todas as civilizações.


Nos últimos dois séculos com a valorização do direito do homem à liberdade de pensamento foi possível abrir brechas no predomínio do pensamento, então, eminentemente religioso.


O Criacionismo não pode ser considerado ciência, nem sequer uma teoria porque esta requer análises, estudos, testes, experiências, modificações e adequações. Uma teoria evolui com o decorrer do tempo à medida que os conhecimentos e as descobertas vão acontecendo, enquanto que o Criacionismo não passa de uma multiplicidade de superstições sem unidade, criadas por centenas de religiões e mitos existentes ou que já existiram.


O Criacionismo, na forma como este termo é utilizado nos dias de hoje, especialmente pela imprensa, é um fenómeno tipicamente americano, tendo como fonte principal o protestantismo norte-americano ao qual a Srª Pallin pertence.


E para que se tenha uma ideia mais completa do que é aquilo em que a Srª Palin acredita e ensombra o seu espírito de criacionista consultemos a Bíblia, na Génese, Livro 1:


1- No princípio Deus criou o Céu e a Terra;


2- A Terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas;


3- Deus disse: “Faça-se a luz” E a luz foi feita;


4- Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas;


5- Deus chamou à luz Dia e às trevas Noite. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia.


6- Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas e separe ele umas das outras”.


7- Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima.


8- E assim se fez. Deus chamou ao firmamento Céus. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o segundo dia.


9- Deus disse: “Que as águas que estão debaixo dos céus se ajuntem num mesmo lugar, e apareça o elemento árido”. E assim se fez.


10- Deus chamou ao elemento árido Terra e ao ajuntamento das águas Mar. E Deus viu que isso era bom.


11- Deus disse: “Produza a Terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente”. E assim foi feito.


12- A Terra produziu plantas, ervas que contêm semente e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto e a semente. E Deus viu que isso era bom.


13- Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o terceiro dia.


14- Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento dos Céus para separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos.


15- e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra”. E assim se fez.


16- Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas.


17- Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra,


18- presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom.


19- Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quarto dia.


20- Deus disse: “Pululem as águas de uma multidão de seres vivos e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus”.


21- Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão de seres vivos que enchem as águas segundo a sua espécie, e todas as aves segundo a sus espécie. E Deus viu que isso era bom.


22- E Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”


23- Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quinto dia.


24- Deus disse:” Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie”. E assim se fez.


25- Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos igualmente, e da mesma forma todos os animais que se arrastam sobre a terra. E deus viu que isso era bom.


26- Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem semelhança, que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais e sobre toda a terra e sobre os répteis que se arrastam sobre a terra.

27- Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.

28- Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”.

29- Deus disse: “Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas as suas sementes para que vos sirvam de alimento


30- e a todos os animais da terra, a todas as aves do céu, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida eu dou toda a erva por alimento”. E assim se fez.


31- Deus contemplou toda a sua obra e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.

32- Ao 7º dia descansou.


É este o documento básico do Criacionismo que nos dá uma visão do mundo que bem poderia servir de enredo a um imponente espectáculo de magia mas se considerarmos que este texto, delirante, maçudo, repetitivo, que intencionalmente se alonga numa tentativa de vincar bem o aspecto essencial da história, tem mais de 3.000 anos, e que o conhecimento então existente era apenas o que resultava da observação da natureza, transmitido de geração em geração… partindo da ideia de um Deus Todo Poderoso, ele respondia às perguntas essenciais sobre as nossas origens e, ao mesmo tempo, conferia um enorme poder a todos aqueles que falavam aos restantes homens em nome desse Deus.

Com base neste pensamento e nestas crenças Sara Pallin afirmou, relativamente à invasão do Iraque, que essa guerra aconteceu porque Deus quis...


A palavra chave de toda esta história é a fé, a crença num Deus que torna verosímil o que não passa de um simples delírio, tirando partido, como explicou, entre outros, Richard Dawkins, da necessidade genética de acreditarmos por questões de sobrevivência naquilo que os nossos pais, avós e chefes nos dizem e que, sem capacidade para separarmos o trigo do joio, os bons conselhos dos maus e inúteis, acabámos igualmente, como uma espécie de sub-produto, por acreditar em toda a espécie de deuses.
O Evolucionismo  afirma que as espécies vegetais e animais existentes na terra não são imutáveis.

Em 1859 Charles Darwin publicou A Origem das Espécies que pôs em evidência o papel da "selecção natural” no mecanismo da evolução, partindo da observação segundo a qual, dentro de uma espécie os indivíduos diferem uns dos outros e os que estão melhor adaptados deixarão maior número de descendentes.

Mais tarde, já no Sec. XX, o Darwinismo foi complementado, noutros aspectos corrigidos até se transformar numa sólida doutrina evolucionista.


Sobre os primeiros desenvolvimentos da vida não há muitas certezas, não havendo mesmo consenso sobre como a vida surgiu há mais de três biliões de anos sendo que, há apenas “meia dúzia deles”, com Darwin, ficámos a saber que estamos inseridos num processo evolutivo que começou com a própria vida e só terminará quando ela se extinguir.


Apesar de alguns cientistas defenderem o criacionismo não significa que existam argumentos científicos a seu favor nem contra as evidências e provas que o combatem, simplesmente, durante mais de três mil anos a crença criacionista perdurou como uma verdade absoluta em diversas partes do mundo, interpretada literalmente da forma como está escrita nos textos sagrados das diversas literaturas religiosas não havendo qualquer oportunidade de formular opinião diferente.

Richard Dawkins conta uma história verdadeira, que ele considera triste, patética e desprezível e só possível numa mente fatalmente subvertida e debilitada por uma educação religiosa fundamentalista.


Aconteceu com o geólogo americano Kurt Wise e passo a transcrever:


- Wise poderia ter realizado a sua ambição de juventude de se tornar professor de geologia numa Universidade a sério, uma universidade cujo lema fosse «pensamento crítico» e não «pensamento crítico e bíblico».


Com efeito, Wise, na década de vinte, obteve na Universidade de Chicago um diploma a sério, na área da Geologia seguido de mais dois graus superiores em Geologia e Paleontologia tirados na Universidade de Harvard onde teve como professor, o eminente, Stephen Jay Gould.


Era, portanto, um jovem cientista altamente qualificado e genuinamente promissor, bem lançado no seu sonho de ensinar ciência e seguir a via da investigação numa Universidade respeitável.


Deu-se então a tragédia que não surgiu de fora mas de dentro da sua própria mente.


A sua educação religiosa fundamentalista obrigava-o a acreditar que a Terra tinha menos de 10.000 anos e Wise era demasiado inteligente para reconhecer o choque frontal que havia entre a ciência e a religião, e o conflito que se gerou na sua mente foi-lhe causando um desassossego cada vez maior.


Um dia, não conseguiu suportar mais a pressão e resolveu o assunto à tesourada. Pegou numa bíblia e folheou-a do princípio ao fim, cortando literalmente todos os versículos que teriam de ser eliminados se a versão científica do mundo fosse verdadeira.


No final deste exercício de mão-de-obra intensiva tão implacavelmente sincero, restava tão pouco da sua Bíblia… “que por mais que tentasse, e mesmo com o benefício das margens que ficaram intactas, era impossível pegar-lhe sem que se rasgasse em dois. Tive de me decidir entre a evolução e a Bíblia. Ou a Bíblia era verdadeira e a evolução falsa, ou a evolução era verdadeira e eu tinha de deitar a Bíblia fora… Foi nessa noite que aceitei a Palavra de Deus e rejeitei tudo que estivesse contra ela, incluindo a evolução. Desse modo, e com grande pesar meu, atirei ao fogo todos os meus sonhos e esperanças na ciência”.


A religião que é fundamentalista está firmemente apostada em arruinar a formação científica de incontáveis milhares de jovens de espírito bem intencionado ávido e inocente. A religião que não é fundamentalista, a religião “sensata” pode não pretender fazê-lo, mas cria condições favoráveis ao fundamentalismo no mundo quando ensina às crianças, a partir de tenra idade, que a fé inquestionante é uma virtude.


Quando os cientistas afirmam que a Evolução é uma verdade são fundamentalistas da mesma maneira que o são quando afirmam que a Nova Zelândia fica no hemisfério sul.


Acreditam na evolução não por ser a Evolução mas porque é a evidência a comprová-lo, deixariam de acreditar nela se novas provas a refutassem. Um verdadeiro fundamentalista nunca diria tal coisa.


E a este propósito vale a pena contar outra história verídica que nos é relatada também por Richard Dawkins e que passo a transcrever:


- Um conceituado membro dos mais antigos do Departamento de Zoologia de Oxford durante anos a fio acreditou e ensinou apaixonadamente que o aparelho de Golgi (uma característica microscópica do interior das células) não era real: um artefacto, uma ilusão.


Todas as segundas-feiras à tarde era costume o departamento em peso ir assistir a uma conferência dada por um colega visitante sobre a investigação em curso.


Numa dessas segundas-feiras, o visitante era um biólogo celular norte-americano que apresentou provas completamente convincentes de que, afinal, o aparelho de Golgi era real.


No final da Conferência, o velho professor encaminhou-se para a frente da sala, apertou a mão do americano e disse, com paixão: «Meu caro colega, quero agradecer-lhe. Andei enganado estes últimos 15 anos».


Foi aplaudido até as mãos doerem… Nenhum fundamentalista, alguma vez, diria tal coisa… a verdade é que também nem todos os cientistas o fariam, com a diferença de que a ciência é a escola da verdade que tem a ver com a razão e a dos fundamentalistas é a escola da “verdade divina”, escrita em livros sagrados, e aliada à crença, aos mitos e à superstição.


Quando um livro científico conte erros, eles acabam por ser detectados e corrigidos nas edições seguintes, manifestamente isso não acontece com os livros sagrados…


E ninguém diga que este não é um tema actual, talvez para nós, europeus, não o seja, mas sê-lo há para o povo americano cuja candidata à Vice-Presidência  das eleições de 2008 se interrogou alarvemente sobre a razão pela qual a Europa e o mundo gastam tanto dinheiro no CERN para tentarem saber como é constituída a Matéria e que forças a mantém unida, coisas que ela e os seus colegas de pentecostes estão fartíssimos de saber…pobre América que teve uma candidata destas. que em 2011 desistiu de se candidatar às eleições de 2012.

Da mesma forma como chegara iria embora.
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)

Episódio Nº 133




















O que veio com ocês.

 - Com nós? Com nós não veio nenhum cachorro, tu tá vendo assombração.

Se não viera com a tropa de Lázaro, com quem então? O dono há de aparecer, pensou o ferreiro. Na intenção de tirar o caso a limpo sentou-se na cadeira de Xangô: assim denominara um pedregulho quadrado, trazido da mata, colocado ao lado do peji.

 Estendeu a mão, o vira-lata tentou pôr-se de pé, mal conseguiu manter- se sobre as patas. Achegou-se a custo, descadeirado, agitando a cauda. Observando-o mais de perto, lasso e descarnado, transido e imundo, os ossos furando a pele, Tição concluiu tratar-se de cão sem dono, trota-mundos, em demanda de sobejo de comida e de cadela em vício.

 Da mesma maneira como chegara iria embora. De leve o acarinhou, coçando-lhe a cabeça. Depois apalpou-o com cuidado: recebera violenta pancada nas traseiras, ficara derreado.

Ganiu ao sentir a mão do negro tocar-lhe os quadris caídos, latiu quando a pressão se fez mais forte, mas não tinha osso
partido.

Enquanto durou o exame não deixou de festejar Castor, balançando a cauda enlameada, carente de pêlos, lastimosa.

Era de tamanho mediano.

2

Com os latidos, Epifânia veio curiosa lá de dentro ver o
que estava acontecendo. Um trapo de chita florada ao redor da cintura, os peitos à mostra, parecia imune ao frio da madrugada.

Espantou-se ao ver o cão, sujo e pedinchento. Perguntou, compadecida:

 - De onde saiu essa alma penada?

 - De lugar nenhum. Apareceu.

Como chegara, de onde viera, Castor não soube responder: de repente manifestara-se ali a quentar fogo. De repente?

Epifania não costumava se espantar: tinha decifração para as coisas mais difíceis de explicar. Nada lhe parecia confuso, ambíguo ou obscuro; para ela tudo era claro, de fácil entender. Tudo menos o negro Castor Abduim.

 - Reinação do Compadre. Referia-se a Exu, o traquinas, o pregador de peças. Assunte no que lhe digo, junte as pontas e desate o nó. Tu não dá comida pra ele toda segunda - feira?

sexta-feira, dezembro 26, 2014

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Bosquímanes, o povo mais despido de bens materiais (não ouso chamar-lhes pobres) e mais rico de felicidade.



Mixórdia de Temáticas


LOVE STORY


Love Story - História de Amor) é um filme americano de 1970, do género drama, dirigido por Arthur Hiller.
Um jovem de família muito rica e estudante de Direito conhece e se apaixona por uma estudante de música e acabam se casando algum tempo depois. Porém, o pai do rapaz não aceita a nora, por ela ser uma moça de família humilde, e acaba deserdando o filho. Algum tempo depois, a moça tenta engravidar e não consegue; vai então fazer exames e descobre que está gravemente doente.
A canção recebeu críticas bastante favoráveis, além de ser um sucesso comercial, pois vendeu mais de 6,5 milhões de cópias no mundo inteiro, além de estar na lista de singles mais vendidos de todos os tempos. Nos Estados Unidos, a canção chegou ao 4º lugar no Billboard Hot 100 e vendeu mais de 5 milhões de downloads digitais, além de ser um dos singles mais vendidos nos Estados Unidos, e ter sido certificado como 5 discos de Platina nos EUA e 3 na Austrália.



     
    A Freira e os

    Rebuçadinhos







    Ia uma Freira a caminho do Convento quando uma loira lhe oferece boleia. A Freira entra no carro e começa a reparar no seu luxuoso interior:

    - Mas que belo carro a Senhora tem! Deve ter trabalhado muito arduamente  para o conseguir comprar.

    - Olhe Irmã, por acaso não foi bem assim. Foi um industrial com quem dormi durante uns tempos que me ofereceu.

    Entretanto, a Freira olha para o banco de trás onde estava pousado um casaco de vison e exclama:

    - Oh! O seu casaco de peles é lindo! Deve ter custado uma fortuna.
    - Não me custou muito pois bastou-me passar umas quantas noites com um futebolista.
    Após ouvir isto, a Freira manteve-se calada durante o resto da viagem. Ao chegar ao Convento foi para os seus aposentos tomar um revigorante banho.

    Estava a Freira na banheira quando ouve alguém a bater à porta do seu quarto:

    - Quem é?

    - É o Padre António !

    - Vai à merda, mais os teus rebuçadinhos de mentol.......

    O inverno começara, chuva incessante...
    TOCAIA GRANDE
    (Jorge Amado)


    Episódio Nº 132



















    Devido ao mau estado dos caminhos - caminho digno desse nome já não havia, trafegavam num arriscado e contínuo lamaçal - Lázaro chegara noite velha, praguejando: no meio da jornada lenta Piaçava perdera uma ferradura, passara a mancar aumentando o atraso.

    Esteira de puta àquela hora nem a tapa. Madrugaram na porta do ferreiro, pretendiam alcançar Taquaras antes da saída do trem.

    Enquanto Cosme reforçava os nós nas lonas colocadas sobre a carga para defendê-la da chuva fina e persistente, Lázaro detinha-se a admirar a precisão e a destreza de Castor.

     As cabeças e os ombros cobertos com sacos de aniagem convertidos em capas e capuzes, pés descalços, calças arregaçadas, pai e filho patinavam na lama, arrenegavam o céu encoberto, opaco e triste.

    Não se tratava de nuvem repentina, pé-d’água brusco e rápido, um daqueles aguaceiros de verão que não deixam vestígios, não chegam a apagar o olho do sol.

     O inverno começara, chuva incessante, dias feios, noites frias, horizonte cinzento, a lama e a morrinha.

    Nos arruados e nos lugarejos, nos pontos de pernoite, tropeiros e ajudantes buscavam o aconchego das raparigas; nas bodegas e vendolas temperavam a garganta, esquentavam o peito com um trago de cachaça.

     Antes de ganhar a estrada, Lázaro e Cosme matariam o bicho no cacete armado de Fadul. Na véspera, haviam chegado tarde para as putas. Em matéria de mulher e em outras mais tinham gostos similares, é natural; na estrada, calados, atentos aos barrancos e despenhadeiros, vinham ambos na tenção de Bernarda.

     O devaneio aliviava a canseira, encolhia as léguas do estirão. Se não pudesse ser Bernarda, tão cobiçada, outra qualquer remediava.

    Bem calçado, Piaçava zurrou, escoiceou o ar, juntou-se à tropa. Lázaro chalaceou ao efetuar a paga:

     - Tá contente, de borzeguim novo o fio da puta.

    Cosme tangeu os burros, Castor desejou boa travessia, entrou na oficina - mais tarde quando a chuva abrandasse iria recolher a caça. Junto à forja, o cão levantou a cabeça, abanou o rabo.

    O negro, pondo as mãos em concha em torno à boca, gritou:

     - Lázaro! Olha o cachorro!

    Lázaro suspendeu a marcha:

    - Que cachorro?


    e o Pai Natal vai-se embora...
    Passou o 

    Natal












    Passado o Natal o Ano Novo é logo ali. No nosso destino colectivo é pouco aquilo que, de verdadeiramente importante, depende de nós.

    A nossa dependência do exterior é esmagadora e aumentou este ano porque as nacionalizações de empresas estratégicas para chineses e angolanos retirou-nos ainda mais margem de decisões da pouca que já tínhamos mas, como nem tudo é mau, tivemos como prenda do Menino Jesus, para o Estado e para os portugueses, a baixa do preço dos combustíveis.

    É ver os sorrisos na boca dos condutores quando são entrevistados na hora de encher os depósitos, sem referir já as empresas de transportes para as quais o preço do gasóleo corresponde a cerca de 30% dos custos.

    Agora, na situação de reformado utilizo pouco a carro mas quando ontem fui à bomba da gasolina “low cost”, pela primeira vez, deu para perceber a relação favorável entre o contador que marcava a gasolina que entrava e o do dinheiro que saía.

    O euro também perdeu valor, está mais fraco e isso é uma bênção para os nossos exportadores que sem mexerem uma palha ficam mais competitivos.

    Nada disto, como se sabe, tem a ver connosco, não metemos nem prego nem estopa no preço do petróleo e do euro, como também nada fizemos para ter este clima agradável com que a natureza nos dotou e que é tão importante para atrair os turistas que se rendem ao nosso sol, simpatia, comida e preços acessíveis.

    A indústria do turismo começou agora a ser encarada por todo o país como uma fonte de riqueza que se vende com uma certa facilidade mas muito mais se venderá se puxarmos por ela.

    Ainda me lembro nos anos sessenta os franceses a descobrirem a Nazaré e as nazarenas das sete saias e a perscrutarem o nosso litoral à procura de lugares onde os portugueses nunca punham os pés.

     - Mas vocês têm sítios tão belos e não gozam deles?

    Sim, foram, eles que chamaram a atenção para a beleza que era o nosso país.

    Eu acho que para admirar a beleza da natureza são precisos olhos especiais. Esse sentimento de admiração na contemplação de um mar que se espraia suavemente ao longo de quilómetros de praias de areis douradas, tem mais a ver com o espírito do que com a vista e os portugueses não tinham condições de vida para admirar a terra em que nasceram porque se ela, por uma lado, era bela, por outro recusava-lhe o ganha-pão, o futuro, uma vida possível.

    E assim continuamos. Centenas de milhar de portugueses, especialmente jovens, tiveram que emigrar nos últimos anos para terras onde não faz sol e há frio e chuva, deixando para trás o “bem-bom” do seu país que não lhes concedeu o direito de viver nele.

    Estranha sorte a nossa...




    quinta-feira, dezembro 25, 2014

    A mais conhecida e bonita canção de Natal



    quarta-feira, dezembro 24, 2014

    NATAL











    O Natal, para mim, foi uma festa de família da minha infância com luzes e bolinhas de cor numa árvore e... muitas prendas.

    E digo foi, porque com o divórcio dos meus pais, era eu ainda muito jovem, e mais tarde com o meu próprio, o Natal passou a ter um sabor amargo.

    É o que acontece com as festas de família, se estas entram em ruptura pela morte ou separação, o que era festa passa a ser também um momento de recordações sofridas.

    Hoje, talvez a separação dos pais tenha entrado quase na rotina social mas não para os filhos, mesmo que eles silenciem, mesmo que finjam que está tudo bem.

    O meu Natal era na casa do Poço do Bispo, em Lisboa, onde nasci e começava com a entrada porta dentro de um enorme pinheiro, talvez não tão grande como me parecia aos meus olhos de criança.

    Depois da árvore entrava o peru, preto, enorme que ficava numa casa de arrumos até o embebedarem com aguardente e lhe cortarem o pescoço, operação que a minha mãe não nos deixava assistir.

    Finalmente, o momento mágico, o do sapatinho na chaminé, do meu e o do meu irmão, alinhados ao lado um do outro sem esquecer um pratinho com bolos e um cálice de vinho do Porto para o Pai Natal em agradecimento e atenção pelas prendas que ele ia deixar.

    Era uma noite de grande inquietação e mistério, longa que nunca mais acabava até ao momento da viagem à cozinha e do deslumbramento do espectáculo da chaminé repleta de embrulhos que eram carregados para o quarto e abertos nervosamente em cima das camas.

    Do jantar de Natal lembro-me do peru, enorme, assado no forno de lenha lá de casa e que dominava no centro da mesa.

    Estes foram os Natais que eu gosto de recordar porque todos os outros, a partir daí, tiveram o travo amargo da separação da família.

    A todos vós que me acompanham diariamente ao longo do ano aqui no Memórias Futuras, desejo-vos uma boa Noite de Natal repleta de tudo o que pertence de acordo com os hábitos de cada terra e que a vivam com ternura no coração junto das vossas famílias.

    Bom Natal!                                                                                      

    terça-feira, dezembro 23, 2014

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    A Bela e o Cão






    Elizeth Cardoso & Sérgio Bittencourt - Naquela Mesa

    Que maneira bonita de recordar o pai!


    Camada de Nervos - O homem do canto da boca

    comadres alentejanas
    COMADRES 

    ALENTEJANAS












    Sabe, comadre, ontem à noite estive a ver um programa sobre sexo, mas houve lá algumas palavras que eu não entendi...


    - Então diga lá quais foram as suas dúvidas, pode ser que eu a possa ajudar.


    - Olhe, não sei o que é Sexo Oral !?!


    - Isso tá-se mesmo a ver o que é Sexo de hora a hora...


    - Então e Sexo Anal ?


    - Isso é sexo de ano a ano.


    - E Homossexual ?

    - Oh comadre !!! Vossemecê não percebe mesmo nada disto. Tá-se mesmo a ver que é um detergente para lavar os tomates!!!.


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