sábado, janeiro 07, 2017

          O Consumidor


               

             As garras poderosas de uma águia


                 

           Não gosto de Ler - Camada de Nervos


         

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Já temos saudades...
O Casal Obama









O casal Obama vai ser substituído na Casa Branca, entre choros a braços de quem fica e de quem parte, por outro casal “qualquer coisa”, e tudo porque a Constituição americana de 1778, dos 50 Estados que constituem os EUA, se encontra desactualizada da realidade.
Ao fim de mais de 200 anos, o país com uma história rica de acontecimentos em que participaram, por igual, todos os americanos, e estou a pensar não só na 2ª GGM, como nesse outro feito científico, em resposta a um desafio lançado pelo Presidente Kennedy, que foi a ida á lua, merecia que todos os votos dos seus cidadãos fossem tratados de igual maneira, como no sistema europeu, de um homem um voto.
Não é assim, e Hillary Clinton com mais 2 milhões de votos do que Trump, foi preterida pelo seu adversário, ainda por cima, populista, demagógico e ignorante.
A despedida foi penosa, especialmente para aqueles que durante 8 anos se relacionaram com pessoas cultas e inteligentes e agora lhes sai em rifa candidatas a “misses” universo que falam como os papagaios repetindo a voz do dono.
Escolhas são escolhas e regras, boas ou más, são regras, e os americanos e o mundo vão aprender, sofrendo com a opção por um potencial ditador e também vigarista comprovado, homem de esquemas e de negócios fraudulentos.
Caímos, mais uma vez, na manipulação do voto dos cidadãos que recusam tomar decisões lógicas e racionais ou porque estão zangados e optam pelo tanto pior melhor, ou porque têm esperança que das cinzas renascerá um mundo melhor...
Trump não pode ter enganado tanta gente até porque se apresentou tal como ele é e disse ao que vinha e, na realidade, não enganou.
Ele é um egocêntrico patológico e vai fazer tudo o que tem em mente, ou pelo menos o que lhe deixarem fazer, na convicção de que é o melhor para a América... que é ele. Na sua cabeça a confusão é total e, de um homem candidato a tratamento psiquiátrico... saíu um Presidente.
De Hitler, só demasiado tarde se percebeu a gravidade do seu estado físico e psíquico numa Alemanha que também estava doente e exaurida em que os marcos já serviam para forrar as paredes.
Stalin, foi filho de um regime que funcionou como uma máquina trituradora e assassina num país imenso de senhores feudais que exploravam o povo até à sua eliminação de uma forma bárbara.
Trump leva vantagem porque conseguiu enganar muitas pessoas que se deixaram levar por meia dúzia de "baboseiras" e agora vai ter de ser o próprio sistema americano a lutar contra o homem que escolheram, enquanto o mundo vai sendo vítima das suas decisões.
Que raio de democracia é esta que elege este tipo de gente?... 

A resposta está nas razões das escolhas que os cidadãos fazem quando votam e que deveriam ser analisadas e explicadas.
A Democracia com base num “homem um voto” pressupõe uma sociedade de pessoas minimamente esclarecidas e informadas, capazes de perceber quais são os seus verdadeiros interesses.
Hilary Clinton, demasiado comprometida com o sistema político e os meandros do poder político, não foi a escolha certa para adversária de um demagogo populista e os erros nas escolhas pagam-se caro... 

Daqui a 4 anos falamos, mas antes das próximas eleições, Trump vai dar razão a que muita coisa se diga e não será nada de bom... 


sexta-feira, janeiro 06, 2017

               Que foi feito do nosso almoço?...


           
           

               Não é o que estás a pensar - Camada de nervos



             

Resultado de imagem para putinVladimir Putin













Trump é uma personalidade desagradável à vista e deplorável no conteúdo, vigarista e potencial ditador, eleito escandalosamente como Presidente da maior potência militar do mundo, depois do desaparecimento da União Soviética, fazendo com que a democracia, nos EUA esteja, a partir de agora, em crise.

Esperemos, no entanto, que as suas estruturas e passado democrático resistam a este candidato a ditador, oriundo da construção civil e organizador de concursos de Misses, com uma das quais, de resto, se casou.

Desde que foi eleito atenuou a sua retórica mas não mudou nem no comportamento nem nos conselheiros. O seu Gabinete inclui extremistas incompetentes e generais aposentados.

A constituição do EUA e as suas instituições são suficientemente fortes para resistir aos excessos do poder executivo de forma a impedir que este aspirante a ditador se torne num verdadeiro ditador.

Trump terá, no mundo, maiores afinidades com os ditadores e por isso não contem com ele para defender e promover as democracias pelo resto do mundo que vai ficar pior, não tenham dúvidas, do que quando ele o encontrou. Até que ponto não o saberemos...

A nossa União Europeia corre o risco de ficar sob a influência de Vladimir Putin, ditador de olhar frio e perigoso, que pode explorar os seus recursos naturais sem que, no entanto, consiga gerar o crescimento económico do seu país, e que vai beneficiar da eleição de Trump.

As eleições na Europa de 2017, na Holanda, Alemanha e Itália, podem ver as suas democracias estremecer por influencia de Putin e em França, os dois principais candidatos estão próximos dele e ansiosos por tranquilizá-lo e, se algum deles vencer, o domínio de Putin ficará reforçado e aí é todo o modo de vida da União Europeia, a nossa maneira de viver, ficará em perigo. Com o atraso no crescimento económico e a crise dos refugiados fora do controle, a União Europeia está à beira da ruptura.

Veremos o que o futuro nos reserva e se o facto de sermos pequeninos e estarmos aqui, nesta pontinha da Europa, nos põe a salvo de alguma coisa.

Para já, ainda não fomos vítimas de nenhum acto terrorista, talvez, também, porque despertemos mais a atenção pelo nosso sol, belas praias e a melhor e mais barata comida, acessível a qualquer bolsa de um vulgar cidadão, com uma chamada especial de atenção, para o nosso peixe grelhado, apanhado ao largo, em frente da costa norte do país, e que é, pela natureza das águas, o mais saboroso do mundo, elogiado por todos que têm oportunidade de o provar.

Procurem-nos por causa destes atractivos e deixem o resto do mundo em paz!... 

quinta-feira, janeiro 05, 2017

            A mulher do Amigo - Camada de Nervos


               

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Armando Fuentes Aguirre (Caton)
Texto escrito por Catón,

jornalista mexicano. 
   

 









“Tenho a intenção de processar a revista "Fortune", porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo, e nesta lista eu não apareço. Aparecem: o sultão de Brunei, os herdeiros de Sam Walton e Mori Takichiro.  Incluem personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, Niarkos Stavros, e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcarraga.


Mas eu não sou mencionado na revista. E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não?  Vou mostrar a vocês: 


Eu tenho vida, que eu recebi não sei porquê, e saúde, que conservo  não sei como.

Eu tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade.

Eu tenho irmãos que são como meus amigos, e amigos que são como meus irmãos.


Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos, e a quem amo apesar dos meus defeitos.

Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles lêem o que eu mal escrevo.

Eu tenho uma casa, e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa).

Eu tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs e que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso.

Eu tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue, e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra.

Eu tenho olhos que vêem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para 
mim não haviam ocorrido nunca.

Eu sou a herança comum dos homens: alegrias para apreciá-las e compaixão para irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.

E eu tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.

Pode haver riquezas maiores do que a minha?


Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta? "

E você, como se considera? Rico ou pobre? 


Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é ... DINHEIRO.


Armando Fuentes Aguirre (Catón)



PSEu considero-me mais para o rico do que para o pobre e isto por uma questão de respeito para com os segundos sem querer provocar os primeiros... mas não gosto de desdenhar do dinheiro.

Quando era rapaz, depois de uma infância fulgurante em que tudo me aparecia lá em casa, o meu pai caíu em dificuldades financeiras que muito me influenciaram para o resto da vida e me colocaram naquele papel de que aquilo que você vê nas montras é para desfrutar com a vista, não para comprar. Se, por causa disso, você, que não eu, sofrer muito, pura e simplesmente não olhe... A mim não me faz diferença.

Depois, pela idade dos 17, 18 anos, o objectivo era amor e uma cabana para encontrar a felicidade... foi mais fácil a cabana que não era nenhuma cabana mas uma boa casa de 4 assoalhadas com garagem e fogão de sala. O amor, viste-lo...

Infelizmente só concordo com o Caton em alguns aspectos:

A minha família foi sempre, por culpa própria, admito, razão de desgosto e infelicidade, até que cheguei à idade da velhice e encontrei finalmente a estabilidade que sabe tão bem nesta fase.

Não tenho fé em Deus porque não sou crente e com toda a sinceridade, que pode até chocar os outros, não sinto falta alguma. Em contrapartida, aprecio a vida como uma dádiva do acaso e por isso me considero sortudo, tanto mais que não vivo afligido por doenças podendo desfrutar dela. 

Bastam-me as coisas simples e não vivo deslumbrado por nada, especialmente pelos ricos e pelas marcas, embora reconheça que as coisas de marca são melhores, se não forem das falsificadas.

Desde que o governo continue a pagar a minha reforma para a qual trabalhei durante 40 anos, esse dinheiro chega-me perfeitamente porque só desejo o que ele me pode proporcionar. Tudo pesado, quase que posso ir para revista Fortune. 

quarta-feira, janeiro 04, 2017

            O Dótor é que sabe - Camada de Nervos



            

                Pré - História - 2ª Parte


"Se a sede de conquistas se alimenta de guerreiros, uma vez estabilizada a situação, o papel das mulheres regressa"



                 

De Washington

a

Manacapuru

















Depois de Trump ter ganho as eleições para Presidente dos EUA, os candidatos eleitos para os vários Estados brasileiros começam a fazer mais sentido.

Se Trump vai mandar no mundo, ele, que só sabia da sua actividade de “pato bravo”, assim se chamavam na década de 60/70 aos construtores civis que lucravam com os prédios que construíam, por que é que o palhaço Tiririca não pode ser deputado, desde 2010, sob o lema: “pior do que está pior não fica...”?

Agora, com um único cartaz afixado que lhe custou o equivalente a 44 euros, foi eleita a alcoólica Francisca da Silva, 32 anos, 21 deles vivendo da prostituição no cais do porto da cidade por menos de 3 euros cada cliente.

Eu gosto dos meus simpáticos amigos brasileiros, com os quais me entendo numa língua comum e porque, nestas coisas da política, eles já aprenderam a não a levar muito a sério.

O Processo Lava – Jacto em curso veio demonstrar ao povo brasileiro que a política na sua terra é igual a corrupção e, talvez por isso, o candidato que venceu as eleições para Governador de São Paulo, logo à 1ª volta, superando alguns experimentados e respeitáveis políticos, teve logo o cuidado de esclarecer: - “eu não sou político, sou gestor”...

Claro que os eleitores brasileiros estão confusos e desorientados, mas depois da eleição de Trump sentem-se mais acompanhados porque, se este foi eleito e vai mandar no mundo, por que não o Tiririca ou a Francisca da Silva, que me parecem muito mais honestos?

Trump, que abriu a porta do poder a todo o tipo de pessoas desde que tenham dinheiro e muito populismo, mesmo com o seu passado de trafulhices, falências fraudulentas mandando trabalhadores para rua sem escrúpulos de natureza social, e de outros esquemas para enriquecer que fazem dele um homem perigoso para o seu país, vai agora mandar no mundo...

Para ele, governar, vai ser sinónimo de negociar, a única coisa que, eventualmente, saberá fazer para além de alguma decisão obviamente acertada, como a de investir em estradas de que o país está necessitado ou impedir a deslocalização de empresas para outros países onde a mão-de-obra é mais barata. Para já, parece interessado em entender-se com Putin...

O mundo e a Europa vão aguardar, com a Le Pen em França mais esperançada nas eleições deste ano em França, depois desta vitória de Trump, para ela encorajadora.

Os eleitorados estão instáveis mas não me parece que estejam de cabeça perdida, nem em França nem na Alemanha, onde Merkel deverá continuar a liderar com o seu bom senso já demonstrado.

No meu país, António Costa, já demonstrou ser um refúgio de segurança.

terça-feira, janeiro 03, 2017

                  Paleolítico


Começou há  cerca de 2,5 milhões de anos e estendeu-se até quando começaram as guerras porque já não havia mais terras disponíveis e era preciso disputá-las pela força das armas. Até aí tinham sido as mulheres que, por levarem mais comida para as aldeias com a ajuda das crianças na recolha de alimentos, que eram preponderantes na sociedade... mas ouçam o que a Pré-história nos diz:


                    

            Camada de Nervos - Trolhas

              

VIRIATO
A sair das pedras da sua terra...






O nosso 

avô


















Os romanos, quando taxaram Viriato de «dux latronum», capitão de salteadores, não o caluniaram totalmente. Na sua serra era um criador de gado e, por extensão ao tempo desta indústria, o primeiro pegureiro (pastor). Quem tinha rebanhos, não só aviava o surrão aos zagais que os haviam de conduzir aos pastos, como pastoreava também.

Bem certo que não seria uma só vez nem duas que este homem, mais tarde investido das virias, daí Viriato, seguisse encostado ao cajado, ou à lança, os passos dos seus merinos ou corresse, de par com os sabujos, a escorraçar a alcateia esfomeada.

Pastores eram todos os homens naquelas épocas de economia rudimentar e porventura fosse este o mister por excelência.

O Velho Testamento celebra os patriarcas e figuras gradas do patriarcado, Labão, Isaque, Jacob, antes de mais na qualidade de senhores de densíssimas manadas, hábeis, em correspondência, nas sortes e manhas do pegulhal (ovelhas do pastor que são apascentadas com as do amo).

Se se fizesse um paralelo entre as tribos nómadas de que procedeu Israel e as tribos de que a certa altura desabrocharam Viriato, Sertório e os heróis de Numância, - antiga cidade da península ibérica, nas margens do rio Douro, fundada no século III AC e que cometeu suicídio colectivo depois de um cerco de nove meses para não caírem vivos nas mãos dos romanos - haveria muito que distinguir em grau de civilização?

Os lusitanos davam-se à pastorícia, uma das primeiras actividades do homem ao romper da idade neolítica, como a gente da borda se dava à pesca. Mas semelhante lida não os inibia de exercer outros ofícios, um deles, velho como o mundo: saltear os haveres do semelhante.

No fundo, era uma prática como outra qualquer, com todos os foros de universalidade. A forma é que tem variado, rebuçada em leis e mandamentos, especiosamente divergentes. Nada mais natural, portanto, que as tribos das serras, onde a vida era áspera e difícil e os moradores mais de uma vez deviam adormecer com os estômagos a ladrar, acumulassem com a função comum a de salteadores.

Era uma ordem de cavalaria de tantas consagradas pela História, como por exemplo, mais tarde a do Templo. Roubavam-se mais ou menos de pé fresco uns aos outros, e em caterva abatiam-se sobre as terras fartas e latinizadas do Sul.

Em três tempos, então, passavam os galfarros a tudo o que tivesse aparência de boa presa. O ditado: «olho vê, pé leva e mão pilha» marca o ritmo hispânico quanto a tais empreendimentos. É mesmo possível que a sorte destas expedições constituísse títulos de glória para os seus autores.

O mais afortunado receberia o preito da fama como nas batalhas os valentes. A moral na Lusitânia, assim era como Sparta, representa um ludíbrio à face das tábuas brônzeas do Decálogo. Melhor seria dizer: cada serra com sua consciência, do que cada terra com seu uso. Pilhar o vizinho, celtibérico ou vetão apaniguado do romano, era virtude e não crime.

Não mareiam pois a coroa de louros a Viriato os adjectivos pejorativos que Valério Maximum, Apiano e Cassiodoro lhe infligem, tais como ladrão refinado e capitão de quadrilha.

 - Com muita honra –  diria ele.

Aquilino Ribeiro - Da obra "Príncipes de Portugal"

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