sábado, outubro 05, 2013

IMAGEM

Uma parede vertical de um rochedo transformada num andar de habitação com lindas vistas para o abismo...


No More Boleros - Gerard Joling

Por Que Nos
Apaixonamos

Tão
Intensamente?



Será que a pessoa por quem nos apaixonamos é tão melhor que todas as outras a ponto de sofrermos profundamente quando não somos correspondidos, de tentarmos mesmo o suicídio ou de provocarmos a morte de um rival?

Que mecanismo é este que nos faz concentrar numa pessoa como se ela fosse a única em todo o planeta?

Por que desenvolvemos dentro de nós este aliciante mas perigoso mecanismo?

Ao princípio, julgávamos que era o coração, depois o cérebro, agora parece ser uma questão de compatibilidade hormonal.

Todos nos apercebemos quando somos surpreendidos pelas emoções da atracção sexual. Quase que sentimos o penetrar da flecha do Cupido a justificar o êxtase de certos momentos quando encontramos determinada pessoa.

… e sempre assim foi ao longo dos tempos!

Às vezes, esse momento muda as nossas vidas, outras não: a vida segue o seu curso e nós ficamos com a impressão que perdemos a oportunidade de sermos felizes para sempre.

- Para sempre?

Vinícius de Morais, que nestas coisas do amor era um “expert”, dizia sobre o amor:

- “Que seja eterno enquanto dure…”
Vivemos para o amor e construímos a nossa vida em função dele. Nascemos para amar e sermos amados. Toda a nossa anatomia corporal parece ter essa finalidade mas não confundamos paixão com amor. São sentimentos diferentes:

- As paixões, são turbilhões que nos desequilibram e, talvez por isso, a palavra que vem do grego tem o seu radical ligado a doença;

- O amor, tem a ver com os afectos e dá-nos, pelo contrário, uma sensação de equilíbrio e bem-estar.

“Nunca somos tão indefesos contra o sofrimento como quando nos apaixonamos” – Sigmundo Freud.
Ver o seu sorriso, ouvir a sua voz, observar o seu andar, recordar um momento especial ou um comentário inteligente, a mais leve percepção de ser amado envia ao cérebro uma onda gigantesca de excitação à qual todos ficam vergados: poetas, presidentes, académicos, técnicos: todos embarcam num estado confuso de expectativa, esperança, agonia, beatitude.

Depois, a paixão diminui e uma nova sensação invade a mente: - o afecto, e este é o mais esplêndido sentimento – uma sensação de natural satisfação, de um compartilhar a identidade com outro ser humano.
... Talvez isso seja o que mais se aproxima da felicidade que todos procuramos alcançar.

Mas é preciso viver até lá, ultrapassar a fase "tumultuosamente maravilhosa" dos amores arrebatados em que a natureza concentrou os ímpetos da vida deste estupendo animal que somos nós...

Um elefante vê uma cobra
pela primeira vez:

Muito intrigado pergunta:

- Como é que fazes para te deslocar? Não tens patas! É muito simples - responde a cobra, rastejo, o que me permite avançar.

- Ah... E como é que fazes para te reproduzires? Não tens tomates!

- É muito simples - responde a cobra já irritada - não preciso de tomates, ponho ovos.

- Ah... E como é que fazes para comer? Não tens mãos nem tromba para levar a comida à boca!

- Não preciso! Abro a boca assim, muito grande, e com esta enorme garganta engulo a minha presa directamente.

- Ah... ok! Ok!

Mas então, resumindo.... rastejas, não tens tomates e só tens garganta...

- És Chefe de quem ?????!!




Ia uma Freira a caminho do Convento quando uma loira lhe oferece boleia. A Freira entra no carro e começa a reparar no seu luxuoso interior:

- Mas que belo carro a Senhora tem! Deve ter trabalhado muito arduamente  para o conseguir comprar.

- Olhe Irmã, por acaso não foi bem assim. Foi um industrial com quem dormi durante uns tempos que me ofereceu.

Entretanto, a Freira olha para o banco de trás onde estava pousado um casaco de vison e exclama:

- Oh! O seu casaco de peles é lindo! Deve ter custado uma fortuna.
- Não me custou muito pois bastou-me passar umas quantas noites com um futebolista.
Após ouvir isto, a Freira manteve-se calada durante o resto da viagem. Ao chegar ao Convento foi para os seus aposentos tomar um revigorante banho.

Estava a Freira na banheira quando ouve alguém a bater à porta do seu quarto:

- Quem é?

- É o Padre António !

- Vai à merda, mais os teus rebuçadinhos de mentol.......

JUBIABÁ

Episódio Nº 129

Uma mulher explica a outra que não gosta de vir ao circo porque tem medo que o leão se solte. Leão dá nervoso nela.

Juju é meia velha, tem rugas que a pintura não encobre mais, porém, ainda assim, é dona de um corpo bem feito. Rosenda Rosedá vem vestida de baiana:

 - Boa noite meu povo…

Corre em volta do circo, saltando, suspendendo a saia que faz roda e que volteando com o vento parece até o pano do circo.

Os homens esquecem Juju, Fifi, o grande equilibrista Robert, o urso, o leão, e até o palhaço, para só verem Rosenda Rosedá, que está vestida de baiana e sacode as ancas num remeleixo.

Os olhos estão cheios de luxúria. Os empregados do comércio esticam os corpos para a frente no camarote.

O Juiz botou os óculos. A sua mulher diz que é uma imoralidade. Os negros na geral estão roucos de tanto gritar. Rosenda conquistou o público.

Só não aparece Baldo, o gigante negro, que lá dentro segura Giusepe bêbedo que quer a pulso vir cumprimentar o público.

Reclamam a presença do negro.

 - Que saia o lutador… que saia o lutador…

 - Tá se escondendo?

Luigi explica que Baldo, o gigante negro, o grande lutador, campeão mundial de boxe, luta-livre e capoeira está dando os últimos treinos e só aparecerá no momento da luta que irá sustentar contra os campeões daquela heróica cidade.

A companhia se retira e começa o espectáculo com Juju e o seu cavalo. O cavalo Furacão corre em galopes pela arena. Juju traz um chicote na mão e veste culote. Os peitos enormes apertados na blusa.

Pula no cavalo. Vai em pé em cima das ancas do animal. Para ela é como se estivesse num automóvel. Dá um salto em cima do Furacão. Aplausos. Faz outras piruetas e se retira entre palmas.

Já vi coisa melhor – diz um homem que é examinado com admiração porque é viajado. Ele conta que esteve na Baía e no Rio.

Isso é porcaria.

Os homens que estão com vontade de aplaudir ficam encabulados. Mas depois perdem o medo e batem palmas com força. É que, depois da banda tocar um samba, o palhaço entrou dando cambalhotas.

Discutiu com Luigi, pegou a mala aberta (via-se uma cueca que aparecia, o bengalão, e quis se retirar. Depois fez umas mágicas, Luigi perguntou:

 - Você esteva na escola, Bolão?

 - Se estive… Levei dez anos na jumentalidade… Eu sou formado em burro, ouviu? – o público ria de se acabar.

Então me diga em quantos dias Deus fez o mundo?

 - Eu sei…

 - Então diga.

 - Você pensa que eu não sei? – arrastava o bengalão…

 - Então diga…

 - Eu sei mas não digo, pronto, que eu não quero.

 - Você não sabe…


 - Não sei… Quem lhe disse que eu não sei… Quem foi, que eu vou dar uma surra nele.

sexta-feira, outubro 04, 2013

IMAGEM

Estamos no século XIX.. Os meninos vestiam-se como os homens, as meninas como as senhoras e as despedidas eram de pessoas crescidas...


GAL COSTA - ENSAIO - FOLHETIM  (1994)

A Maria adoece e o Manel diz-lhe para ir ao doutor.

O médico receitou-lhe uns supositórios...

A Maria chega a casa e pergunta ao Manel:

- Onde fica o ânus?

E o Manel responde:

- Ê sê lá mulher... porque nâo perguntaste ao Sr. Doutor?

No dia seguinte, a mulher volta ao médico e pergunta-lhe onde colocar aquilo.

- Ponha no recto!!! - respondeu o médico.
Maria chega a casa e desconhecendo onde era o recto, pergunta ao Manel.

Ele responde:

- Ê sê lá mulher!!!... Porque não perguntaste ao doutor?

A Maria volta então ao consultório médico e volta a fazer a mesma pergunta ao doutor.

Ao chegar a casa diz ao Manel:

- Sabes o que o Sr. Doutor me disse? ... Que o metesse no cú.

- Atâo, o que esperavas mulher? ... Depois de teres ido lá chatear o home três vezes?!!!

Gosto mais dele como poeta lírico: "Alma minha, gentil que te partiste...
Os  
Lusíadas



Numa manhã a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu 'Os Lusíadas'?
 O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui.
 E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
 Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu 'Os Lusíadas' e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
 Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
 Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
 - Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu 'Os Lusíadas' respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.

O comandante do posto:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um 'aperto', vai ver que ele confessa tudo!
 Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal.
Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
 - Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu 'Os Lusíadas'.
Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar.
O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
 O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!

  
                     
NOTA - Parece ter virado segredo da cultura portuguesa. "Bem feito", para ele não ter sido, à época, bajulador de Reis preocupado com a "pensãozinha". Salvou-se o Canto IX...

A grande música vai bem com tudo incluindo as mercearias...

A mulher afegã dá a explicação à jornalista...
Afeganistão

 Prova de amor incondicional!

A repórter Glória Maria, da TV Globo, quando esteve no Afeganistão, há 10 anos, notou que as mulheres caminhavam sempre meio metro atrás dos seus maridos.

Voltando lá agora, observou que elas tinham passado a caminhar pelo menos 5 metros à frente deles.


Interessadíssima nessa mudança de comportamento, a jornalista imaginou que tal mudança de costumes deveria significar uma grande vitória feminina.

Aproximou-se de uma das mulheres e disse, deslumbrada:


-"Amiiiga! Que maravilhaaaaaaa! O que aconteceu aqui que fez com que se extinguisse aquele costume absurdo de a mulher caminhar atrás dos maridos e que, agora, caminham gloriosamente à frente deles?"

E a mulher afegã respondeu:

-"Minas,minas terrestres!

COISAS
DE
ÍNDIOS…




Um bravo indiosinho, filho do Chefe Grande Cabeça e Grossa, aproximou-se do pai numa manhã de radioso Sol e perguntou-lhe:

- Meu pai, por que é que os nomes dos índios são tão compridos e não são como os dos caras pálidas que se chamam Zé, Manel ou João?

- Meu filho, os nossos nomes são um símbolo da beleza natural de tudo o que acontece e representa a riqueza da nossa cultura na sua forma de expressão.

- Como assim?...

- Por exemplo, a tua irmã chama-se Lua Cheia no Grande Lago porque foi feita numa noite em que eu e a tua mãe andávamos a passear à beira dele numa noite de luar, nos abraçamos, beijamos e o amor gerou a vida dela.

- Hum…

- Olha o teu irmão chama-se Grande Corcel das Pradarias Imensas porque um dia vinha com a tua mãe a regressar à aldeia pela pradaria num dia de muito sol, resolvemos descansar, abraçámo-nos, beijámo-nos e ele foi gerado.

- Ah!...
O que tu queres saber mais, meu pequeno Camisinha de Merda Furada Vinda da China?

JUBIABÁ

Episódio Nº 128


- Mas disse que esse Baldo é um bicho. Agripino viu o negro brigar na Baía com um alemão. Disse que é um touro.

Batem os pés na geral. Gente da geral é mal-educada – pensam os rapazes do comércio. Quem já viu espectáculo começar na hora? Gente da geral é mal-educada. Mas não é por má educação que eles estão batendo os pés.

Os moços do comércio não sabem. Eles batem os pés, gritam e reclamam porque assim se divertem mais. Circo sem piadas no galinheiro, sem gritos, nem reclamações não presta. Pois se aquilo é o melhor do circo. Ficar com a garganta rouca de tanto gritar, os pés doendo de tanto bater nas tábuas do galinheiro.

Uma negra reclama:

 - Vá beliscar as coxas da que te pariu…

Há um princípio de sururu do lado esquerdo. Bolinar mulher casada dá nisso. Um homem caiu do galinheiro. Mas levantou logo e voltou para o seu lugar debaixo de uma vaia tremenda.

Na arena aparece Luigi vestido com o fardão de Giusepe que encornou num porre mãe. O silêncio baixou sobre o circo.

 - Respeitável público! O Grande Circo Internacional agradece a vossa presença no seu espectáculo de estreia e espera que os seus grandes artistas mereçam os vossos gentis e benevolentes aplausos.

Luigi forçava o seu sotaque italiano. Assim impressionava melhor. Os mata-cahorros entraram, estenderam um tapete velho e furado que atravessava a arena de lado a lado e então houve a apresentação da companhia que foi um delírio.

Primeiro entrou Luigi que trazia pela mão o cavalo Furacão com uns arreios que brilhavam. Depois entrou Fifi, a trapezista, e os aplausos redobraram.

Vestia um saiote de pano verde e mostrava as coxas aos olhos ávidos dos negros, dos empregados do comércio e do juiz.

Cumprimentou suspendendo mais um palmo do saiote. Eles são capazes de rebentar as arquibancadas de tanto aplauso. O palhaço Bolão entra fazendo piruetas:

 - Boa noite para todos ocês, minha gente…

Gargalhadas. A bombacha é azul com estrelas amarelas e uma lua vermelha nas nádegas:

 - Estou vestido de céu e de todas as estrelas. Vestido que uma fada me deu.

É tão engraçado o palhaço! O Homem Cobra parece mesmo uma cobra naquela roupa pegada ao corpo, cheia de coisas que brilham. A roupa contorna o seu corpo e ele é assexuado, parece uma menina, parece um menino, e os homens dizem piadas. Mas pedem silêncio em altos brados.

O homem que come fogo tem cabelos ruivos. O grande equilibrista Robert encanta as mulheres com a sua casaca sovada. Pelo nome ele é francês e também pelo cabelo bem alisado em cima da cabeça, aberto no meio, um encanto.

Atira beijos com as mãos que são recolhidos nos seios da donzelas românticas. Uma solteirona velha, suspira. “Sujeito bonito”, murmura alguém na geral. Juju quase passa despercebida porque todos olham para o macaco, para o urso.

O leão está na jaula, ao fundo e urra lugubremente. Lúgubre e ferozmente.

quinta-feira, outubro 03, 2013

O já velhinho e bamboleante Unimog das minhas memórias. Nenhum caminho o travava e se fosse preciso puxava-se a ele próprio com o guincho... houvesse ele uma árvore nas redondezas. Infelizmente a sua história está cheia de mortes por acidentes, emboscadas e rebentamento de minas... mas que culpa teve ele?...


Susana Félix - Canção de Madrugar

(Peço desculpa por chamar a atenção para a qualidade das letras de um dos nossos maiores poetas, Ary dos Santos, meu colega - menino gorducho e meio louco -  em 1953 no colégio São João de Brito, em Lisboa.) 

Não é justo...





" Depois dos 40 anos, a única coisa que o médico deixa um homem comer com gordura, é a sua própria mulher ... "

PRÉ - HISTÓRIA

A História do homem, a mais aliciante e surpreendente de todas as histórias, mesmo que para a contar muitos tenham andado de joelhos e rabo para o ar...

(O vídeo é longo mas a qualidade é indubitável e não resisti a colocá-lo... vejam-no pouco a pouco... vale a pena.)


A minha próxima vida
Woody Allen


Na minha próxima vida quero vivê-la de trás pra frente.

Começar morto para despachar logo esse assunto.

Depois acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.

Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a aposentação e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.

Trabalhar durante 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo, e depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades.

Aí viro um bebê inocente até nascer.

Por fim, passo 9 meses flutuando num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quarto a disposição e espaço maior dia a dia, e depois - Voilá! - desapareço num orgasmo!


UM ALENTEJANO


CURIOSO...





Não se sabe como, mas um turco conseguiu pegar dinheiro emprestado de um Judeu.

Acontece que o Turco nunca pagava nenhuma das suas dívidas e o judeu nunca deixava de receber o que lhe deviam.

O tempo passa, o turco enrolando e o Judeu atrás dele.

Até que um dia eles cruzam-se no café de um alentejano e começaram uma discussão.

O turco encurralado não encontrou outra saída, pegou um revólver encostou na própria cabeça e disse:

- Eu posso ir para o inferno, mas não pago esta dívida!

E puxou o gatilho, caindo morto no chão.

O judeu não quis deixar por menos, pegou o revólver do chão, encostou a sua cabeça e disse:

- Eu vou receber esta dívida, nem que seja no inferno!

E puxou o gatilho, caindo morto no chão.

O alentejano, que observava tudo, pegou o revólver do chão, encostou na cabeça e disse:

- Pois eu não perco esta briga por nada!

FRASE DITA PELO

DR. DRÁUZIO VARELA




''No mundo actual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de mamas grandes e velhos de pila dura, mas que não se lembrarão para que servem''...

O combate será de morte, mesmo?
JUBIABÁ

Episódio Nº 127

E dava grandes risadas antegozando o palhaço que era mesmo brincalhão. O povo comprimia-se na bilheteira da geral, onde Luigi esfregava as mãos de contente.

E as velhas da cidade estão espantadas com aquele movimento na terra pacata que dorme às nove horas. É que o Circo revolucionou tudo, o circo é a novidade, é viagem, são as feras de outros países, é a aventura. Negros inventam histórias sobre os artistas.

Eis que vem a música. Agora está dobrando a rua Direita e já se ouve o som da marcha carnavalesca. No Circo todos se levantam.

Os que estão nos bancos mais altos da geral espiam por cima do pano. Os moleques que estão na porta de circo correm e acompanham a “Enterpe 7 de Setembro” que vem garbosa, marcial, vestida de verde e azul.

Seu Rodrigo da farmácia é um bicho na flauta. O pistão atira sons que ficam vibrando no ar e vão se bater na cabeça de António Balduíno que foge da barraca e vem olhar a música.

Banda bonita. Estão bem vestidos como o diabo. Aquele que vai ali de costas é o maestro. António Balduíno bem que trocava o seu lugar de lutador pelo homem magro que vai de costas dirigindo o “Enterpe 7 de Setembro”.

Mas é bonito de verdade, pensa o negro. Como todas as mulatas olham para ele! Todo o povo. Ele é bem um herói da cidade, uma glória da Feira de Sant’Ana. Como o flautista também.

São conhecidos por todos e cumprimentados por todos. O juiz tira o chapéu para eles e os rapazes do banco quando querem quando querem fazer uma farra convidam o flautista para ir com eles e pagam bebidas e o tratam de igual para igual, contando que ele leve a sua flauta.

Mas Giusepe arranca António Balduíno da contemplação da banda da música. O negro vai para a barraca levando no coração a vontade de dirigir uma Enterpe, A “7 de Setembro” vai entrando no Largo do Circo.

Vem cercada de gente, importante, cônscia do seu prestígio. Na porta do Grande Circo Internacional o maestro dá uma ordem e todos os músicos param.

Na geral, nas cadeiras, nos camarotes, na barraca dos artistas também, todos estão ouvindo o dobrado que a Enterpe executa na porta do circo.

E todos pensam que é divino e que a Feira de Sant’Ana tem, sem dúvida, a melhor banda de música de todo o Estado. Acabado o dobrado entram no circo e vão se instalar por sobre a porta num tablado que ali está especialmente para eles. Agora, que a música já chegou, os espectadores reclamam o início do espectáculo que está tardando.

- Palhaço! Que saia o palhaço!

A criançada grita, gritam os homens e até o juiz já consultou o relógio e disse para a consorte:

 - Passam três minutos da hora. A pontualidade é uma grande virtude.

Mas a consorte não se impressiona, que ela já se cansou dos conceitos do marido. No camarote vizinho, um grupo de empregados no comércio, que fizeram uma vaca, comentam a luta.

- Será de morte mesmo?


 - A polícia não deixa…

quarta-feira, outubro 02, 2013

Una Noche con Arte - El Arrebato

Uma família de Neandertais
OS
NEANDERTAIS
CONTINUAM
EM NÓS



A revista Science publica hoje o resultado da descodificação completa do genoma dos Neandertais a partir de ossos de três espécimes do sexo feminino que viveram entre 38 a 44.000 anos numa gruta da Croácia.

Da leitura desse livro genético de 3 mil milhões de letras e da sua comparação com o do homem moderno não africano, 2 a 4% dos nossos genes provêm do cruzamento com aquele nosso primo.

Temos, portanto, que há entre 50 a 80.000 anos, eles ter-se –ão encontrado pela primeira vez no médio Oriente e em vez de fazerem guerra começaram a fazer amor.

Os Neandertais nasceram em África há 400.000 anos, vieram para a Eurásia, e desapareceram há 30.000. Continuam, no entanto, dentro de nós nessa percentagem de 2 a 4%.

Tinha razão o nosso investigador João Zilhão, quando defendia ter havido cruzamentos entre ambos, dos quais, o esqueleto de menino de Lapedo, encontrado junto à cidade de Leiria, em Portugal, com características das duas espécies, Sapiens e Neandertais, era uma prova evidente.

Em que é que se manifestam hoje, em nós, esses 2 a 4% é outra história que virá a ser revelada com mais trabalho. Mas, para já, corre a informação que contêm factores de imunidade para determinados vírus. Como diz o Prof. de Engenharia biomolecular da Universidade da Califórnia, Svante Paabo, principal autor deste estudo:

- “Este trabalho é uma mina de informação sobre a evolução recente da humanidade e será aproveitada nos próximos anos.”

Beleza, Precisão, Harmonia

A Cabra do pobre e a Cabra do rico...







COMENTÁRIO

Ambas (as cabras), provavelmente, vão ser comidas.
O pobre, coitado, vai certamente confeccionar uma farta refeição e convidar os amigos para a comezaina ...
O rico, (espertinho), faz-se de desentendido, e finge que não conhece ninguém...Tenho quase a certeza que vai comer a cabra .... sozinho.


Sabem alguma coisa do Celso?

Bom dia, é da recepção? Eu gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre um doente internado. Queria saber se a pessoa está melhor ou se piorou...
  
 - Qual é o nome do doente?
 - Chama-se Celso e está no quarto 302..
 - Um momentinho, vou transferir a chamada para o sector de enfermagem...
  
 - Bom dia, sou a enfermeira Lourdes... O que deseja?
 - Gostaria de saber a condição clínica do doente Celso do quarto 302,por favor!
 - Um minuto, vou localizar o médico de serviço.
  
 - Aqui é o Dr. Carlos. Em que posso ajudar?
 - Olá, doutor. Precisava que alguém me informasse sobre a saúde do Celso que está internado há três semanas no quarto 302.
  
 - Só um momento que eu vou consultar a ficha do doente... Hummm! Aqui está: alimentou-se bem hoje, a pressão arterial e o pulso estão estáveis, responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado da monitorização cardíaca amanhã. Continuando bem, o médico responsável assinará a alta em três dias.
  
 - Ahhhh, Graças a Deus! São notícias maravilhosas! Que alegria!

 
 - Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, certamente da família!?
  
 - Não, sou o próprio Celso telefonando aqui do 302! É que toda a gente entra e sai deste quarto e ninguém me diz porra nenhuma. Eu só queria saber como estou...

JUBIABÁ

Episódio Nº 126


 - … tem o prazer de desafiar qualquer homem desta heróica cidade para uma luta na arena do circo nesta noite, ou durante a estadia do circo.

Se houver um homem que vença Baldo, o circo dará a este herói a quantia de cinco contos de réis. Cinco contos de réis – repetia gritando. E Baldo aposta mais um conto em como não perderá.

 - Não há quem aproveite esta oportunidade?

- Adianto ao respeitável público que dois homens já foram ao escritório do circo para desafiar o grande campeão Baldo que aceitou os desafios.

 - Quem quiser lutar é só aparecer no Grande Circo Internacional esta noite. As lutas terminarão com a morte de um dos lutadores. Com a morte…

E como se não estivesse cansado do discurso, continuou o seu passeio pela cidade, montado de costas, o jumento empacando de quando em vez, ele fazendo que caía, se segurando no rabo do animal, fazendo a cidade toda rir, fazendo o mesmo discurso onde havia gente reunida.

Toda a cidade comentava a luta de morte que haveria e já se sabia que um chofer, um empregado no comércio e um camponês gigantesco estavam dispostos a aceitar o desafio de Baldo, o gigante negro, e a disputar os cinco contos.

A cidade anoiteceu nervosa.

Quando o camponês entrou um rapaz que fazia piadas no galinheiro gritou:

 - José, do casal de guaribas, que você encomendou, o macho já chegou – e apontou o camponês.

Todo o mundo riu. O camponês quis se zangar mas acabou rindo também. Um gigante, aquele camponês de alpercatas e de bordão. Ele se ria porque pensava nos cinco contos que ia ganhar lutando com aquele tal de Baldo.

Na roça ele derrubava árvores com poucas machadadas e carregava troncos enormes através de enormes distâncias, E quando se sentou tinha um sorriso vitorioso, se bem fosse modesto e desconfiado.

Entravam negros carregando cadeiras que eram para as famílias que vinham para os camarotes. O Circo não tinha cadeiras. Os espectadores traziam.

- É por isso que eu só venho pró galinheiro… É mais barato e a gente não tem de trazer nada. Só o corpo.

 - Lá vem o empregado do juiz…

O negro entrou, colocou as cadeiras no camarote, foi lá fora buscar mais e depois se aboletou na arquibancada. Vaiavam um sujeito que foi para um camarote:

 - Aí! Chico Peixeiro. De camarote, hein? Quem foi Naninha…

Fora era lindo de luzes e de cores. A tabuleta do circo – grande Circo Internacional – brilhava em azul, vermelho e amarelo, as lâmpadas piscando.


Negras de anágua e colares vendiam pipocas, acarajés, mingau e mungunzá. Todo o Largo estava iluminado pela luz do Circo. Moleques rodavam espiando os lugares por onde podiam entrar de carona. Um homem vendia caldo de cana e um negro sorveteiro só queria era acabar logo a vasilha de sorvete para poder entrar para o galinheiro também.

terça-feira, outubro 01, 2013

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Encham a casa de rosas - Katia Guerreiro


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