sábado, novembro 05, 2016

"A Fé Move Montanhas"













Dizia Jesus que “a fé move montanhas” mas o que Jesus não sabia é que a fé movia uma substância chamada “endorfinas”, descobertas em 1975, e que funcionam como morfina natural que acalma a dor e faz sentir melhoras. Uma descarga de “endorfinas” pode fazer com que um doente se levante, recobre a vista, se cure. O Dr. Nicanor Arriola, ortopedista muito conhecido em Iquiros, Perú, relata a seguinte experiência:

- "Um dia um ancião, em cadeira de rodas, entrou no meu consultório com a sua família. Examinei-lhe os músculos e concluí que não tinha nada, sofria de uma "parelesia histérica". Então, recordando o que fazia Jesus, levantei-me, pus-me diante dele e com uma voz de autoridade e ternura disse-lhe: levanta-te e anda! e o ancião pôs-se de pé e cambaleante, caminhou até mim. A família considerou um milagre."

 O nosso corpo é a melhor farmácia que temos, reage às doenças e produz as substâncias curativas que necessitamos. O milagre somos nós próprios que os fazemos.

         Sala de Espera


             

AFONSO HENRIQUES

O Nosso rei Fundador 













- Esse que vós dizeis que tendes nunca mais porá os pés neste claustro. Agora, se não me quereis dar um, desaparecei-me da vista que eu me encarrego de fazê-lo.

Desvaneceram-se os cónegos nas sombras do claustro, mais fugitivos uns que outros. Entretanto, viu D. Afonso Henriques avançar para ele um negro de sotaina.

 - Pst, pst, olha cá, és clérigo? Como te chamas?

 - Çuleima.

Sabes celebrar os ofícios? Lês o latinório?

 - Como água. Não há dois em Espanha que me vençam…

 - Pois serás Bispo, D. Çuleima. Vai-te paramentar para me dizeres missa!...

 - Falta-me a coroa, senhor, isto é, ordens de presbítero…

 - Eu dou-tas. Eu te ordeno padre, e pois que padre estás, eu te ordeno bispo. Agora anda-me depressinha se não queres que te arranque a pele. De hoje em diante, és o prelado desta diocese.

E assim foi. Encolhidos como láparos que sentem o podengo, os frades, cónegos e mais eclesiásticos seculares dobraram a cerviz ao jugo do preto, produto híbrido mosárabe, provavelmente.

Há que estranhar? Não há. Naqueles tempos, do homem leigo ao ordinando não havia mais que um escalão. Subia-se com um pé. Não era precisa nenhuma preparação especial.

Bastava a ciência infundida por Deus. Se cortava letra redonda, então improvisava-se um padre, um arcipreste, um príncipe da Igreja em três tempos. Çuleima, pois, não significa nenhum atentado à lógica e muito menos ao bom senso.

Quando em Roma se soube do expediente fantástico de D. Afonso Henriques, rompeu um coro de invectivas: - Que bárbaro! Que hereje! Que alarve!

Despacharam-lhe um cardeal, entendido na catequese, com imunidades de  legado e grande plenipotenciário, a ensinar ao ignorantão os artigos fundamentais da fé cristã. Junto com a cartilha levava o temeroso azorrague do interdito.

Soube-se em Coimbra da missão evangélica do cardeal-legado, porquanto vinha pela corte dos reis cristãos e notícias destas correm como o vento. Foram dizê-lo a D. Afonso Henriques.

 - Senhor, por toda a parte onde passa, dá beija-mão e enchem-no de honras…

 - Que venha. O que fiz, fiz. Não me arrependo. Lá quanto a eu beijar-lhe a mão em minha casa, seja ele cardeal ou papa, que tente, e nem Deus nem Santa Maria o livram de apanhar uma espadeirada que lhe corto o braço pelo cotovelo.

Advertido das intenções de el-rei quando chegou a Coimbra, e tanto mais que ele não viera recebê-lo, o cardeal-legado cobrou grande susto.

Recalcando suas apreensões, dirigiu-se a Alcáçova onde o rei pousava.

 - Então a que vindes, cardeal amigo? Trazeis-me dinheiro para custear a guerra que, noite e dia, ando há tantos anos ando a fazer aos mouros? Se trazeis, desatai a bolsa, se não tratai de rodar e volver por onde viestes.

 - Venho de mando do Santo Padre ensinar-vos a fé de Cristo…

 - Ensinar-me a mim a fé de Cristo…? Então o Credo que cá se usa não é o mesmo que em Roma? Ouvide lá…

E D. Afonso Henriques recitou-lhe tim-tim por tim-tim o símbolo dos apóstolos tal como vigorava por toda a cristandade.

António Domingos
Pessoas de Excepção











Por que é que há pessoas que se julgam de excepção e não aceitam cumprir requisitos que têm a ver com a simples apresentação de papéis?...
O Sr. António Domingos, escolhido por António Costa para Administrador da Caixa Geral de Depósitos, com dispensa da apresentação da Declaração de Rendimentos, pode estar agora confrontado, por decisão do Tribunal Constitucional, a ter que o fazer.
Andou mal António Costa porque, afinal, outros podem ter mais voto na matéria e ele não se apercatou com a promessa que fez...
A Caixa Geral de Depósitos é o maior Banco português, completamente Público, em que os accionistas somos todos nós, contribuintes, que em caso de necessidade terão que ser chamados, em última análise, a pôr lá o seu dinheiro, como irá agora acontecer com a sua recapitalização.
O 1º Ministro, responsável pelo convite, acertado, ao que parece, pela competência do escolhido, foi logo dizendo que ele não precisava de apresentar Declaração de Rendimentos.
No entanto, as coisas não são assim tão simples. O Presidente da República, que não é nenhum “baldas”, está a exercer pressão sobre o Tribunal Constitucional para obrigar à apresentação da Declaração de Rendimentos.
Se assim for, há administradores da equipa de António Domingos, que não estão disponíveis a fazê-lo e ele próprio afirma que estará solidário com essa decisão.
É assim no nosso país ...  os rendimentos das chamadas pessoas “importantes” têm algo de secreto e eu explico porquê, no caso em concreto:
- Em 2010, António Domingos perdeu 700.000 euros num investimento pessoal em derivados financeiros. Foi ele próprio que o reconheceu ao jornal quando confrontado com uma denúncia anónima.
Essa mesma denúncia acusa Domingos de ter sido perdoado” dessa perda mas ele nega categoricamente e dispôs-se a esclarecer tudo relativamente ao investimento em causa bem como a mostrar os extractos bancários relacionados.
Claro que a complexidade destas operações financeiras não se mostram acessíveis ao vulgar cidadão e por isso é que eles são escolhidos para o desempenho destes cargos...
E a Caixa?... pobre Caixa que precisa de uma recapitalização de milhares de milhões, já autorizada por Bruxelas e que, em última análise, irá ser paga por nós, contribuintes.
Até lá, vai ficar nas mãos do Sr. António Domingos que é pessoa entendida e competente como já se percebeu.

sexta-feira, novembro 04, 2016

Assim Nasceu Portugal
(Domingos Amaral)

Episódio Nº 107




















Depois das fortes derrotas de Celmes e de Tui, era difícil acreditar naquele brilhante futuro mas as três mulheres não perderam tempo a discuti-lo, preferindo conversar sobre questões mais relaxantes.

Até os gigantes têm um ponto fraco – contou Elvira.

As duas irmãs galegas não sabiam qual a falha de Afonso Henriques e, portanto, surpreenderam-se quando a normanda a exibiu:

- O Príncipe de Portugal não suporta que a mulher de quem gosta se encante por outro homem. Fica louco, é capaz de matar.

Fingido-se perplexa, a minha cunhada bateu as pestanas e depois de uma pausa crítica, com a qual Elvira mostrou que topava perfeitamente a dissimulação dela, a normanda disse:

 - Desde que me dei ao príncipe, nunca mais me dei a homem algum nem me vou dar.

Olhando fortemente para Chamoa declarou:

- Cuidado com os homens, com todos!

A minha cunhada sorriu-lhe, embaraçada, acrescentando que desejava ir ter com Afonso Henriques, o que só viria a acontecer dois meses depois, pois o impiedoso inverno impediu-nos de descermos a Coimbra.





         IV – O Despertar dos Traidores


                             1134



Rio Lis, Junho de 1134


O fossado portucalense ultrapassara os limites cristãos das leis da guerra e a extrema violência dos estragos provocados nas aldeias mouras indignou meu tio Ermígio Moniz.

Ele também fora um guerreiro no passado, mas o cargo de mordomo, a idade e sobretudo a experiencia haviam-no convencido de que a brutalidade não era a melhor das políticas.

- Tanta destruição será vingada um dia – avisou.

Afonso Henriques respeitava muito a opinião do mordomo, mas dentro da sua alma não havia ainda descanso. Frustrado com o fiasco de Tui e humilhado pela destruição do castelo de Celmes, o príncipe de Portugal partira para o Sul numa ânsia descontrolada e na pequena povoação de Pombal, um pouco a norte do local onde estavam acampados agora, o fossado portucalense atingira o auge.

A aldeia mourisca fora saqueada e incendiada. Mas, pior do que isso, Afonso Henriques dera ordens a Peres Cativo, seu alferes, e a Paio Guterres, para não pouparem os homens e cinco dezenas haviam sido degolados, sendo depois empalados em lanças, espetadas no chão empapadas de sangue, coisa que meu tio não considerava aceitável.

- Poupei as mulheres e as crianças – alegou Afonso Henriques, como se essa decisão o absolvesse dos restantes exageros.


- Para conquistar os territórios não podemos nem devemos, dizimar as populações! – exclamou meu tio.

COISAS
DE
ÍNDIOS…

















Um bravo indiosinho, filho do Chefe Grande Cabeça e Grossa, aproximou-se do pai numa manhã de radioso Sol e perguntou-lhe:

- Meu pai, por que é que os nomes dos índios são tão compridos e não são como os dos caras pálidas que se chamam Zé, Manel ou João?

- Meu filho, os nossos nomes são um símbolo da beleza natural de tudo o que acontece e representa a riqueza da nossa cultura na sua forma de expressão.

- Como assim?...

- Por exemplo, a tua irmã chama-se Lua Cheia no Grande Lago porque foi feita numa noite em que eu e a tua mãe andávamos a passear à beira dele numa noite de luar, nos abraçamos, beijamos e o amor gerou a vida dela.

- Hum…

- Olha o teu irmão chama-se Grande Corcel das Pradarias Imensas porque um dia vinha com a tua mãe a regressar à aldeia pela pradaria num dia de muito sol, resolvemos descansar, abraça-mo-nos, beija-mo-nos e ele foi gerado.

- Ah!...

O que tu queres saber mais, meu pequeno Camisinha de Merda Furada Vinda da China?

Mariana Mortágua
Ai, Costa, Costa...















Quanto mais os teus admiradores e amigos socialistas fazem votos e "figas" para que consigas superar vitorioso o longo e tortuoso caminho que te espera nessa espécie de “combinação improvável” com os teus colegas da chamada extrema esquerda, mais eles te dão pontapézinhos nas canelas. Nada de grave por enquanto...

Vem o Jerónimo - cara envelhecida- e diz- :

- “O PCP não faz favores a ninguém...”

- “Este apoio não será linear...”

A Mariana Mortagua "aperta" com o ministro Mário Centeno, das Finanças com perguntas sobre o Novo Banco...

Mário Centeno, com um enorme currículum académico, que trabalhava no Banco de Portugal e andava fora das lides político-partidárias, preocupado em estudar os efeitos da economia no trabalho, tem um discurso pensado, sincero, mais de carácter científico, se é que a economia é uma ciência, estou a pensar nas exactas.

Eu sou admirador da Mariana Mortágua mas percebo que a sua acutilância política, agressiva mas ao mesmo tempo pensada e serena, dificilmente contempla amigos, parceiros ou aliados que não digam mata quando ela diz esfola.

A sua inteligência e competência ficaram provadas na Comissão de Inquérito Parlamentar ao caso BES, em que desmontou, como nenhum, outro as peças de que ele era montado, na televisão para todos nós ouvirmos.

Conseguirá ela, em algum momento, ser um pouco diferente do que é, poupando o partido que apoia, às suas observações e críticas?...

- Creio que não. Costa contará com o estritamente necessário do que ficou acordado tanto da parte do PCP como do BE.

As mensagens dos respectivos líderes continuará a ser a da intransigência em tudo o que ficou de fora para viabilizar o apoio ao PS que, afinal, é muito pouco porque quase tudo tem repercussões no Orçamento.

No fundo, têm de pensar nas suas clientelas, nas que lhes asseguram os votos quando surgem as eleições. Compreende-se que assim seja.

Nasceram, politicamente, para protestar e vão continuar a protestar para gáudio do Pedro e do Paulo até conseguirem esgotar a enorme paciência oriental característica de António Costa.

Como dizia um célebre general que ficou na história:

 - “Que Deus me proteja dos meus amigos que dos inimigos trato eu”.

"A Patrulha da Noite" - Quadro de Rembrandt (1642)


Eu sou um pobre cowboy solitário...


Em homenagem aos filmes de cowboys que fizeram a delícia da minha juventude no tempo em que as salas de cinema se enchiam, o meu actor favorito era o Gary Cooper e os índios eram os maus...


   
       



O Sonho Americano














Os EUA caminham para um país de maioria não branca. Hoje, os brancos são 75% da população mas dentro de 50 anos irão ser 46% e os latinos 26%.

Para alem disso, é um país de crescentes desigualdades. Sessenta e três por cento dos cidadãos que eram da classe média estão hoje reduzidos a 46%. Somando os ricos com os pobres temos, agora, um número superior aos da classe média.

Por outro lado, o mundo já não é agora só de bons e maus, havendo uma grande polaridade e novas realidades económicas que ameaçam o mundo e a supremacia americana.

Isto traduz-se em incerteza e vulnerabilidade, especialmente quando um dos candidatos, Trump, é o menos preparado dos últimos 50 anos, preparação que não falta a Hillary Cllinton, que é insuperável nos EU, embora seja pouco querida.

De resto, tanto ela como Trump têm elevadas taxas de rejeição e desconfiança. O primeiro, é uma consequência do processo de mudanças na sociedade americana que vive hoje cada vez mais longe do chamado "sonho americano" que se traduzia numa família, casa, carro, trabalho, os filhos a estudar na Universidade na certeza de que iriam viver melhor que os pais.

O sonho está a esfumar-se, agora o que reina é a incerteza e o Trump é a consequência dela.

O "sonho americano" esvai-se e Trump, com a sua melena e "bocas" disparatadas, emana do sonho transformando-o em pesadelo.

O mundo não pode deixar de estar apreensivo embora as sondagens, que na América valem o que valem, continuem a dar o favoritismo a Hillary, mesmo antipática e pouco querida é mil vezes preferível.

Habituá-mo-nos à simpatia e charme do casal Obama que cativou o mundo, ainda mais que os americanos, e do qual começamos todos a sentir saudades como nenhum outro deixou, sem falar em Kenedy, estupidamente assassinado numa nota típica de violência característica de um país em que as armas se compravam quase como rebuçados, e eu digo quase, porque Obama conseguiu colocar alguns entraves burocráticos...

Os EU é o país dos "lobis", mais do que qualquer outro,  e o das armas é dos mais fortes. Por causa dele fazem-se guerras, como a do Iraque, enquanto a constituição do Senado e do Congresso não se alterar por força de uma votação mais significativa nos Democratas.

A sociedade americana é conservadora embora, na sua génese, tenha tido uma violenta guerra civil. Ganhou o Norte mas o conservadorismo do Sul continua a marcar.

O "sonho americano" fazia parte desse conservadorismo e o que sobra agora, com Trump, é a nostalgia desse sonho transformado em misto de incerteza e raiva por parte e uma minoria que vê o poder fugir-lhe debaixo dos pés. 

quinta-feira, novembro 03, 2016

Surpresas do casamento













Um homem conheceu uma mulher e decidiu casar-se com ela.

Ela disse:

 - Mas não sabemos nada um do outro!

Ele respondeu:

 - Não há problema, nós nos conheceremos com o tempo…

Ela concordou.

Casaram-se e foram passar a lua – de – mel num luxuoso resort.

Certa manhã, estavam ambos recostados junto à piscina quando ele se levantou, subiu no trampolim de 10 metros e realizou uma demonstração de todos os saltos e voltou para junto da esposa.

Ela disse:

 - Isso foi incrível!

 - Fui campeão olímpico de saltos ornamentais. Eu te disse que nos conheceríamos com o tempo – respondeu ele.

Nisto, ela levantou-se, entrou na piscina e fez mais de 30 voltas, saiu da água e sentou-se junto marido sem demonstrar cansaço.

Ele disse:

 - Estou surpreso! Foste nadadora olímpica?


 - Não, explicou… fui puta em Veneza e atendia ao domicílio. 

A intransingência da Igreja
O PAPA E A EUTANÁSIA


















Eluano Englano, vivia em coma vegetativo desde 1992 quando foi vítima de um acidente e finalmente, após 16 anos em que o pai lutou nos Tribunais para que a sua filha fosse autorizada a morrer, a Suprema Corte de Itália autorizou a eutanásia, negando recurso para a sentença que permitiu ao pai não mais alimentar a filha.


Terminaram dezasseis anos durante os quais o pai, Beppino Englano, carregou a morte da filha que durante todos aqueles anos sobreviveu à própria morte.

Caritativamente, a Igreja Católica, comprovando todo o seu sadismo impôs-lhe essa tortura. Se lhe concedessem esse poder crucificaria, de uma forma ou de outra, todos os seres humanos… desabafou o Sr. Beppino. De vez em quando perde, graças a Deus...

O Papa Bento XVI então, durante a sua tradicional reza do Angelus dominical que a eutanásia é “uma falsa solução para o sofrimento, imprópria do ser humano” e que a verdadeira resposta perante a dor deve ser o amor”.

É difícil conceber maior cinismo e hipocrisia… e agora vem uma das grandes falácias: - “Jesus morreu na cruz por amor. Desta forma ele deu sentido ao nosso sofrimento…” e a ele, sofrimento, condenou toda a humanidade.

“Foi Deus que nos deu a vida e, portanto, só ele a pode tirar…”

Com base nesta lógica infalível, tanta desumanidade por parte deste Deus só tem uma explicação:

- Ele foi concebido à imagem e semelhança de homens que não eram  nem bons nem caritativos, mas inteligentes e grandes estrategas do poder.

Deixem que vos diga exactamente aquilo que penso pela boca de Steven Weinberg, com o peso que lhe advém de ser um físico norte-americano galardoado com o Prémio Nobel:

 - “A religião é um insulto à dignidade humana. Com ou sem ela, haveria sempre gente boa a fazer o bem e gente má a fazer o mal. Mas é preciso a religião para pôr gente boa a fazer o mal”.

Blaise Pascal disse algo semelhante:

- “Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente como quando o fazem por convicção religiosa.”

 E se nos recordarmos de tudo quanto foram e continuam a ser as “guerras santas”,  que ainda hoje colocam alguns países do norte de África a ferro e fogo, porque uns são xiitas, outros sunitas e outros ainda nem uma coisa nem outra..., esta afirmação corresponde completamente à verdade. 

A Verdade

e a

Mentira 












Pedro Almodôvar, esse talentoso cineasta espanhol, quando tinha nove anos, no início dos anos 60, mudou-se com a família da aldeia da Mancha, onde nasceu, para uma outra na Estremadura, onde a maioria dos habitantes eram analfabetos, o que foi identificado como uma oportunidade de negócio pela mãe, que logo montou, em sociedade com o filho, um comércio de leitura e escrita de cartas.


Como tinha uma caligrafia muito bonita, ele escrevia as cartas, enquanto a mãe se encarregava da leitura. 

Cedo, Pedro começou a reparar que a mãe romanceava o que estava escrito nas cartas, e um dia não se conteve e perguntou-lhe:

- Por que lhe disseste que ela sente saudades da avó e se lembra muitas vezes dela a lavar a roupa numa bacia cheia de água à porta de casa, se na carta nem sequer fala na avó?

Ao que a mãe o calou com uma resposta desarmante:

- Mas viste como a avó ficou contente?!!!

“A realidade precisa da ficção para ser mais completa, mais agradável, mais vivida” escrevia o cineasta no dia a seguir ao da morte da mãe.

Um sábio de outro século, de outra arte e de outra geografia, Fiodor Dostoievski tinha chegado à mesma conclusão quando nos avisou:

- “Para tornar a realidade mais verosímil precisamos necessariamente de adicionar a mentira”


Garra de Hillary...
As eleições na América















Os EUA é o país onde existirá a minoria de cabeças  mais iluminadas de todas, muitas das quais, de resto, foram para lá exactamente por isso, mas o panorama geral é descorçoante, de tal forma que nós, aqui na Europa, até nos arrepiamos todos quando aquela gente elege o seu Presidente porque ele é, também, um Presidente para o mundo, para nós...

Não esqueçamos que a América é a única super-potência militar à escala global que lidera de forma indiscutível, o que seria muito confortável se pudéssemos continuar a eleger o casal Obama “ad eterno”...

Como não é possível, e neste caso é pena que o não seja, acompanhado, já agora, de alterações no Senado e Congresso... , lá vamos correr um risco dentro de dias com um candidato que tem um arranha céus com o nome dele, um avião e um helicóptero e, não tenho dúvidas, também estampado o Trump na sua roupa interior.

Este fulano deveria ser permanentemente acompanhado por uma equipa de especialistas, médicos, psicólogos e agora, que ele já fez 70 anos, também de geriatras.

Em vez disso, disputa a liderança dos EUA e do mundo, a Hillary Cllinton, não a mulher mas a pessoa melhor preparada para o exercício daquelas funções.

Que uma fortíssima percentagem de pessoas no país e muito maior pelo mundo, perceba isso claramente, não é infelizmente o suficiente e não nos deixa completamente descansados quando, uma qualquer onda de campanha que o dinheiro sempre pode pagar, se aproveita dos descontentes e zangados mas, principalmente, dos racistas, xenófobos, sexistas, homofóbicos e viciados em televisão que têm emprego e boas casas e que não querem ver uma mulher a Presidente, pela primeira vez.

 - “Não podemos sujeitar-nos a ver uma mulher envelhecer todos os dias à nossa frente...” – diz Rush Limbanght, o radialista mais reaccionário da América.

Mas, não te vás sem resposta porque logo apareceu um t-shirt com a fotografia de um chimpazé onde se pode ler: - 

“Trump é meu filho mas eu voto Hillary”.

Hillary bem gostaria de discutir política, confrontar Trump com a sua total ignorância mas ele está bem aconselhado e não cai daí a baixo. Já chega “a construção do muro para não deixar passar os mexicanos...”.

Na Europa teria 10% dos votos, melhor, talvez nem fosse candidato a coisa nenhuma... e daí, já não digo nada, falemos depois das eleições em França...!


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