sábado, agosto 20, 2016

Middle Of The Road  - Sacramento

Anos 71/72, anos mágicos para a música pop anglo-saxónia com canções que ficaram para sempre no ouvido. Ouvir os Sacramento, no Midle Of The Road, é como voltar atrás na minha vida... mais de 40 anos!



                           

Assim Nasceu Portugal
(Domingos Amaral)

Episódio Nº 67






















No entanto, garantiu a Ismar que o seu coração permanecia guardado para a princesa mais velha, nunca se deixando afeiçoar a nenhuma outra rapariga por mais mimosa que ela fosse.

- Muito bonito – apreçou Ismar.

Piscou mais uma vez o olho canhoto e murmurou:

- Mas julgo que nos esperam na piscina!

Zhakarias não vira mulheres toda a tarde e atravessou mais um corredor com expectativa, até chegar a um claustro interior de teto abobadado, no centro do qual existia uma límpida e azul piscina.

- Sabeis nadar – pergunto Ismar, enquanto se despia.

O wali entrou na piscina já completamente nu, depois de retirar num ápice a sua camisa de linho e os seus calções largos e compridos, atirando com os chinelos para um canto.

Ao fazê-lo avisou Abu de que se tivesse receio de afogar-se deveria manter junto dos degraus onde tinha pé.

O cordovês seguiu o conselho e, após despir a roupa entrou também na água morna, colocando os pés no chão com cuidado, para este não lhe fugir.

O movimento produziu-lhe agradáveis sensações e afundou-se com lentidão, submergindo a cabeça e fechando os olhos.

Quando voltou à superfície, Zhakaria reparou que seis mulheres tinham surgido e se desfaziam dos vestidos, ainda fora da piscina.

Três delas tinham a pele negra como breu e três eram brancas e loiras, mas todas eram dotadas de corpos admiráveis, embora umas fossem baixas e outras altas, umas tivessem pernas curtas e outras mais longas, umas exibissem seios grandes e outras mais pequenos e umas apresentassem nádegas rechonchudas e outras empinadas.

Ouviu Ismar cantar divertido:

Ela é uma frágil gazela
Olhares de narciso
Acenos de açucena
Sorriso de margarina.



De súbito, o governador perguntou-lhe a sorrir, como se fossem amigos há muitos anos:

- Três eslavas e três núbias. Por quais tendes preferência?

De repente, Zhakaria sentiu que ia trair Fátima pela primeira vez. Não aguentava mais aquele sacrifício. Respirou fundo e olhou as núbias negras.

Nos seus tempos de combatente nos exércitos muçulmanos de Taxfin, Zhakaria derretera-se várias vezes com uma núbia parecida com estas.

Gostei muito...



Aquela memória decidiu-o, apontando para as três negras, que soltara de imediato gritinhos de satisfação, entrando na água tépida enquanto Ismar cantava:

Feita de graça e feitiços
Me acende no coração
A fogueira da paixão
A moça de negros frisos


Dando uma curta risadinha, nomeou o autor do verso:

 - Ibn Sara! Por certo haveis ouvido falar, era natural de Santarém!

Com um estalar dos dedos, convidou as três eslavas a aproximarem-se e acrescentou.


 - Amanhã podereis provar estas, não sou ciumento.

Numa viagem de avião...
















João da Silva Nóbrega de Correia e Saldanha, português de gema, natural de Coimbra, em viagem de negócios, longe da família... livre que nem um passarinho.

Quarenta anos, executivo, senta-se na cadeira do avião com destino a New York e, maravilha-se com uma deusa sentada junto à janela.

Após 15 minutos de voo, não se contém:

É a 1ª vez que vai a New York?

- Não, é uma viagem habitual.

Trabalha com moda?

 - Não, viajo em função de minhas pesquisas. Sou sexóloga.

As suas pesquisas dedicam-se a quê?

- No momento, pesquiso as características do pénis masculino.

A que conclusão chegou?

- Que os Africanos são os portadores de pénis com as dimensões mais avantajadas e excitantes e os Árabes são os que permanecem mais tempo no coito. Logo, são os que proporcionam mais prazer às suas parceiras. Já os Europeus não costumam fazer parte das minhas pesquisas porque são portadores de um pénis desmotivador... quase que não dão prazer às mulheres... Desculpe-me Senhor, eu estou para aqui a falar mas não sei o seu nome...


- AL Mohammed Issufo Nhantumbo! Filho de pai árabe e mãe africana.

A Religião

– Um tiro fora do alvo - mas que acertou em cheio...

 Só um Prémio Nobel nos explicaria tão bem o fenómeno da religião)










A comediante americana Cathy Ladman observou que “todas as religiões são iguais: religião é, basicamente, sentimento de culpa com feriados diferentes”.

Não é crível que o motivo pelo qual temos religião seja porque ela reduzia os níveis de stress dos nossos antepassados.

A religião é um fenómeno vasto que carece de uma teoria vasta para o explicar.

Outras teorias de que “a religião satisfaz a nossa curiosidade sobre o universo e o nosso lugar nele” ou “a religião é consoladora” não são explicações darwinianas embora possa haver nelas alguma verdade psicológica.

Steven Pinker dizia, relativamente à teoria do “consolo”, “porque há-de uma mente evoluir para encontrar consolo em crenças que claramente se sabe que são falsas?”

Mas para os cientistas darwinianos o que interessa é encontrar as causas profundas ou seja, qual a pressão da selecção natural que favoreceu tal ocorrência.

Suponhamos que os neurologistas descobrem no cérebro um “centro-deus”, então é preciso saber a razão pela qual os nossos antepassados com uma tendência genética para desenvolver nos seus cérebros esse “centro-deus” sobreviveram de maneira a terem mais netos do que os outros que não a tinham.

Tão pouco os darwinianos se dão por satisfeitos com explicações de natureza política, do género: “a religião é uma ferramenta usada pela classe dirigente para subjugar as classes inferiores”.

É verdade que consolava os escravos negros da América com promessas de outra vida, o que lhes embotava o descontentamento com a vida deste mundo e beneficiava, assim, os seus donos.

Se as religiões são deliberadamente criadas por sacerdotes cínicos ou por governantes, é uma questão interessante à qual os historiadores devem prestar atenção, mas não é uma questão darwiniana.

O investigador darwiniano quer saber por que razão as pessoas são vulneráveis aos encantos da religião expondo-se, desse modo, à exploração de sacerdotes, políticos e reis.


A Religião como um Sub-Produto de outra coisa

Numa perspectiva darwiniana, Richard Dawkins vê a religião, cada vez mais, como um sub-produto de outra coisa como, de resto, um número crescente de biólogos.

Para explicar esta ideia o autor socorre-se de um exemplo concreto que tem a ver com a traça uma vez que ele próprio é um especialista nesta área.

Este animal voa em direcção à chama da vela e isso não parece acontecer por acaso. De propósito, elas fazem desvios no voo para se oferecerem em sacrifício numa auto-imolação e a pergunta que fazemos é esta:

 - Como diabo pode a selecção natural favorecer um comportamento destes?

Não, a selecção natural não favoreceu este comportamento que não passa, afinal de um sub produto do verdadeiro comportamento, esse sim, ditado pela selecção natural.

A luz artificial das velas é coisa recente nas noites que eram apenas iluminadas pela lua e pelas estrelas. Essas fontes de luz estão no infinito óptico pelo que os raios delas nos chegam paralelos.

Por esta razão, os insectos podem seguir estes raios para se deslocarem em linha recta e encontrarem o caminho de casa mas, se estes raios não forem paralelos e antes divergirem como os raios de uma roda e, se os seguirmos, iremos dar ao eixo da roda ou seja, á chama da vela.

Um comportamento fatal nestas circunstâncias decorre de uma regra boa que leva as traças, no silêncio das noites, seguindo a luz da lua e das estrelas até à sua casa que é o que acontece na esmagadora maioria das vezes e acontecia sempre antes do aparecimento das luzes artificiais.

Deixemos agora as borboletas das traças uma vez que elas já desempenharam nesta problemática o seu papel exemplificativo do que é um comportamento sub - produto – tiro fora do alvo -  do verdadeiro e correcto comportamento que se desenvolveu com base na selecção natural.

Centremo-nos nas crianças. É sabido que nós sobrevivemos, mais do que qualquer outra espécie, por experiências acumuladas pelas gerações anteriores, experiências essas que têm de ser transmitidas às crianças para a sua protecção e bem-estar.

Em teoria, as crianças também podem aprender através da sua experiência, à sua custa como se costuma dizer, a não se aproximarem dos penhascos, a não comerem bagas vermelhas desconhecidas, a não nadarem em águas infestadas de crocodilos mas, dessa forma, quantas não teriam sido sacrificadas sem chegarem a ter tempo para se reproduzirem?

Assim, constitui uma vantagem selectiva as crianças dotadas de um cérebro que contiver a simples regra prática:

 - “Acredita sem hesitações em tudo o que os adultos te digam. Obedece aos teus pais, obedece aos chefes da tribo, sobretudo quando eles te falarem num tom grave e ameaçador, confia nos mais velhos sem contestar”.

Mas, tal como no caso das traças, pode dar mau resultado... porque um dia dizem à criança - “tens de sacrificar uma cabra durante a lua cheia senão a chuva não vem” e ela acredita porque não sabe distinguir os bons conselhos, ... “não te metas no Limpopo que está infestado de crocodilos” dos maus ou inúteis de “matar a cabra durante a lua cheia para vir a chuva...”.

O subproduto inevitável é a vulnerabilidade à infecção pelo vírus da mente.

 A selecção natural para a sobrevivência apenas ensinou que os cérebros das crianças precisam de acreditar nos pais e nos mais velhos de tal forma que aquele que acredita não tem forma de distinguir os bons dos maus conselhos pela mesma razão que a borboleta da traça não sabe que aquele raio de luz a levará à morte e não a casa... ela só sabe que tem de seguir o raio de luz da mesma maneira que a criança sabe que tem de acreditar e obedecer.

Ambos os avisos, o da cabra e o dos crocodilos, aos ouvidas da criança parecem igualmente dignos de confiança pois ambos provêm de uma fonte respeitável e são proferidos com grave seriedade que inspira respeito e exige obediência.

E quando a criança crescer e tiver filhos seus, ela irá transmitir-lhes tudo – quer o bom senso quer o disparate – com toda a naturalidade, usando o mesmo ar grave e contagiante.

Ao longo das gerações, como o acreditar e obedecer se traduziram numa vantagem para a sobrevivência e procriação, a nossa espécie foi evoluindo para uma sociedade de crentes.

Os líderes religiosos estão conscientes da vulnerabilidade do cérebro das crianças e da importância desta ser doutrinada em tenra idade.

Já dizia o Jesuíta: - “... dai-me a criança durante os seus primeiros sete anos e eu dar-vos-ei o homem”.

 - Por que se morre de amor?

- Por que se mata por ciúme?

 - Por que se mata por Deus?

Definitivamente, o nosso cérebro está cheio de armadilhas... e já agora, obrigado às traças e ao Richard Dawkins.

Espreitando pela rede...
A Burqa















Burqa, Nicab, Chador, Al-amira e Hijab, são modelos diferentes, do mais rigoroso ao ligeiro, de uma peça de vestuário feminino que lhes cobre o rosto, e o seu uso é da responsabilidade da cultura árabe, que bate aos pontos todas as outras em machismo, domínio, e predominância do homem sobre a mulher, sinal de humilhação, inferioridade e dependência desta.

Não sei, em muitos casos, até que ponto ela, a mulher, não aceita esta sub-alternidade  com orgulho, ou simplesmente com naturalidade, por sentir que a sua posição social é, de facto, inferior à do homem, de acordo com os respectivos usos e tradições que ao longo de gerações foram desenvolvendo e cimentando esses comportamentos.

Neste caso, do ponto de vista da nossa cultura ocidental, a situação será mais grave porque nada se pode fazer quando as situações de desigualdade são assumidas, mais do que consentidas.

Sempre poderemos dizer que, no fim, todos ficam felizes... e eu, que continuo a pensar que a cultura dos povos não deve ser combatida mas sim respeitada, desde que não esteja em causa a integridade e a vida humana, só espero, como está a acontecer, que a situação sofra alteração.

As culturas são como ondas que se movem, evoluem ao sabor dos tempos e, neste momento de globalização que a humanidade vive, a tendência é para uma uniformização de procedimentos onde este não tem lugar porque, concordar com as burqas, ou qualquer outro traje que signifique um estatuto de submissão, descriminação, em suma, de inferioridade, é uma razão de injustiça. 

Sempre fui um admirador da mulher, desde a nossa mãe Eva, há uns sessenta mil anos, quando saímos do continente africano pela última vez - éramos, então, pouco mais de "meia dúzia" e ela a chefe dessa pequena família - pelo seu papel na sociedade, como mãe, educadora, gestora do lar e, em todos estes aspectos, admirador da minha própria mãe, que era o “homem” lá da casa onde nasci e que muito me marcou em criança.

Tudo quanto descrimine a mulher, para além de injusto é prejudicial para a sociedade, uma vez que o seu contributo em plenitude de igualdade, é essencial a todos os níveis.

Em França, nomeadamente em Cannes, Nice e noutras cidades, foi proibida a dissimulação integral do rosto ou o uso de um traje integral para ir à praia, “uma vez que não correspondem ao nosso ideal de relação social”.

Logo apareceu um “fundo financeiro” disponível para pagar as multas das mulheres que não respeitassem esta proibição porque, não sejamos ingénuos, para lá do vestuário estão outros desígnios...

Não esqueço Kadafi, da Líbia, que afirmava que os árabes invadiriam e conquistariam a Europa através dos comportamentos próprios da sua cultura levados pelos emigrantes, mais eficazes do que qualquer guerra.

Há consideração dos governos dos países europeus que recebem imigrantes do norte de África, que serão sempre bem-vindos desde que respeitem os nossos hábitos e valores.

sexta-feira, agosto 19, 2016

WHITNEY HOUSTON - I WILL ALWAYS LOVE YOU



Mais uma vez, ontem, vi o filme "O Guarda Costas", na RTP. ... os olhares de preocupação de Kevin Coster, a segurança que ele lhe transmite, a cumplicidade num amor a que ele não se permite... tudo isso merece que ela lhe dedique a sua mais linda canção... naquela voz soberba que só ela tem.



                        

A DESCULPA















Um tipo do norte comprou um Mercedes e estava a dar uma volta numa estrada nacional à noite.

A capota estava recolhida, a brisa soprava levemente pelo seu cabelo e ele decidiu puxar um bocado pelo carro.

Assim que a agulha chegou aos 130 km, ele de repente reparou nas luzes azuis por trás dele.

De maneira alguma conseguem acompanhar um Mercedes' pensou ele para consigo mesmo, e acelerou ainda mais.

A agulha bateu os 150, 170, 180 e, finalmente, os 200 km/h, sempre com as luzes atrás dele.

Entretanto teve um momento de lucidez e pensou:

'Mas que raio é que eu estou a fazer?!' e logo de seguida encostou.

O polícia chegou ao pé dele, pediu-lhe a carta de condução e sem dizer uma palavra e examinou o carro e disse:

- Eu tive um turno bastante longo e esta é a minha última paragem. Não estou com vontade de tratar de mais papeladas, por isso, se me der uma desculpa pela forma como conduziu que eu ainda não tenha ouvido, deixo-o ir!

- Na semana passada a minha mulher fugiu de casa com um polícia - disse o homem - e eu estava com medo que a quisesse devolver!

Diz o polícia: - Tenha uma boa noite!

Gilbert, advogado
O Que é um Infiel




















Como demonstram as linhas que se seguem, fui obrigado a tomar consciência da extrema dificuldade em definir o que é um infiel.

Escolher entre Allah ou o Cristo, até porque o Islamismo é de longe a religião que progride mais depressa no nosso país. O mês passado, participava no estágio anual de actualização, necessária à renovação da minha habilitação de segurança nas prisões.

Havia nesse curso uma apresentação por quatro intervenientes representando respectivamente as religiões Católica, Protestante, Judaica e Muçulmana, explicando os fundamentos das suas doutrinas respectivas. Foi com um grande interesse que esperei a exposição do Imam.

A prestação deste ultimo foi notável, acompanhada por uma projecção vídeo.

Terminadas as intervenções, chegou-se ao tempo de perguntas e respostas, e quando chegou a minha vez, perguntei: “Agradeço que me corrija se estou enganado, mas creio ter compreendido que a maioria dos Imams e autoridades religiosas decretaram o “Jihad” (guerra santa), contra os infiéis do mundo inteiro, e que matando um infiel (o que é uma obrigação feita a todos os muçulmanos), estes teriam assegurado o seu lugar no Paraíso. Neste caso poderá dar-me a definição do que é um infiel?”

Sem nada objectar à minha interpretação e sem a menor hesitação, o Imam respondeu: “um não muçulmano”.

Eu respondi: - “Então permita-me assegurar que compreendi bem : O conjunto de adoradores de Allah devem obedecer às ordens de matar qualquer pessoa não pertencendo à vossa religião, a fim de ganhar o seu lugar no Paraíso, não é verdade?

A sua cara que até agora tinha tido uma expressão cheia de segurança e autoridade transformou-se subitamente ao de “um puto” apanhado em flagrante com a mão dentro do açucareiro!!!

É exacto, respondeu ele num murmúrio.

Eu retorqui

- “Então, eu tenho bastante dificuldade em imaginar o Papa dizendo a todos os católicos para massacrar todos os vossos correligionários, ou o Pastor Stanley dizendo o mesmo para garantir a todos os protestantes um lugar no Paraíso.”

O Imam ficou sem voz !

Continuei:

- “Tenho igualmente dificuldades em me considerar vosso amigo, pois que o senhor mesmo e os vossos confrades incitam os vossos fiéis a cortarem-me a garganta!”

Somente um outra questão:

- “O senhor escolheria seguir Allah que vos ordena matar-me a fim de obter o Paraíso, ou o Cristo que me incita a amar-vos a fim de que eu aceda também ao Paraíso, porque Ele quer que eu esteja na vossa companhia?” - Poder-se-ia ouvir uma mosca voar, enquanto que o Imam continuava silencioso.

Será inútil de precisar que os organizadores e promotores do Seminário de Formação não apreciaram particularmente esta maneira de tratar o Ministro do culto Islâmico e de expor algumas verdades a propósito dos dogmas desta religião.

No decurso dos próximos trinta anos, haverá suficientes eleitores muçulmanos no nosso país para instalar um governo de sua escolha, com a aplicação da “Sharia” como lei.

Parece-me que todos os cidadãos deste país deveriam poder tomar conhecimento destas linhas, mas como o sistema de justiça e dos “media” liberais combinados á moda doentia do politicamente correto, não há forma nenhuma de que este texto seja publicado.

É por isto que eu vos peço para enviar a todos os contactos via Internet.

Gilbert


Um advogado a fazer perguntas é outra coisa...


Assim Nasceu Portugal
(Domingos Amaral)





Episódio Nº 66


















Zhakaria ficou estupefacto. O que Ismar defendia era alta traição, uma fraude aplicada ao califa de Marraquexe, perigosa e aventureira. E o mais difícil era o de ter de mentir sobre Fátima, dizendo que ela se convertera a Cristo, pensamento insuportável só de o contemplar.

- Não sou dado a simulações, sou um soldado – declarou.

Embora no seu espírito fosse perfeitamente clara a vantagem de ocupar o posto de wali de Santarém, que lhe daria o comando militar das operações contra as fronteiras de Afonso Henriques e a força suficiente para cumprir a promessa que fizera a Taxfin, vestir a pele de uma cobra infiel não lhe era fácil.

Não sei mentir...

Abu Zhakaria não temia ir a Marraquexe, ao covil do berbere, pois a morte nunca lhe metera medo., apenas receava não ser convincente no papel de falsete.

- Recordai-vos das cabeças de Taxfin e de Zulmira, degoladas, quando vos pesar a hesitação – insistiu Ismar, sabendo que aquele sinistro apelo era a última munição para convencer o outro.

No entanto, como Abu permaneceu relutante, Ismar mudou de táctica e propôs que fumassem haxixe para relaxar. Rumaram a nova sala, mais pequena, onde um enorme cachimbo de água os aguardava.

No topo deste umas pedras ardiam e, sentados em confortáveis almofadas de seda, ambos puxaram pelos tubos, inspirando aquela substância purificada pela água.

Deixaram-se ficar a curtir os efeitos, mas passado algum tempo o inquieto Zhakaria perguntou a Ismar que futuro via ele para as duas princesas, se as salvassem de Coimbra, ao que o governador de Córdova responde:

 - Vós casais com Fátima e eu com a mais nova!

Riram-se, divertidos, enquanto o wali de Córdova revelara porque se mantivera solteiro. Embora com muitas e belas amantes no harém, nunca conhecera uma mulher com quem valesse a pena casar

- Os casamentos são alianças políticas! Se em Sevilha houvesse rei, casava-me logo com a filha dele, roubava-lhe o trono e tornava-me rei, lá e aqui! – rematou dando uma pequena risada.

Zhakaria pressentiu naquele homem inteligente e rico uma profunda ambição, que turbulências presente da Andaluzia já animavam, mas ao mesmo tempo ainda continham, para que os seus planos não se revelassem passíveis de anulação pelo califa Ali Yusuf.

De repente, viu-o levantar-se depressa demais e logo fechar os olhos, devido a uma fugaz tontura, antes de perguntar:

 - E mulheres? não acredito que sejas abstinente por amor a Fátima!

Por lhe custar revelar a intimidade a estranhos, Zhakaria mentiu, dizendo que por vezes consultava especialistas em ternuras, em Santarém, que lhe secavam as excitações de macho.

Há anos que não estou com uma mulher...



quinta-feira, agosto 18, 2016

José Eduardo

dos Santos












Os nossos olhos vêm as imagens, os nossos ouvidos, os testemunhos e a nossa alma enche-se de tristeza e desilusão!

É evidente que não temos nada com o que se passa em Angola, Luanda e bairros limítrofes, mas eu não posso apagar da memória as recordações do passado.

Por centímetros, mais a cima ou ao lado, e a bala ter-me-ia tirado a vida, em Outubro de 1963, naquele vale profundo de encostas revestidas a floresta, lá nas matas, a norte do Rio Dange.

Ontem, quando vi na televisão, a Luanda de hoje, senti vontade, também, de ir tirar satisfação aos responsáveis!

- Então foi para isto que eu perdi a guerra e vocês a ganharam?...

Mas ganharam o quê? – Um país?

– Não, porque já o perderam...

– O petróleo? - Não, porque o preço já mal dá para os custos de exploração, lá nas profundezas do oceano...

-Claro que essa era a vossa terra, e fizeram bem em lutar e eu sempre me senti um estranho e intrometido com uma arma na mão, nas matas do norte de Angola... mas, o pior é agora, quando o vosso povo vos pedir contas do dinheiro que embolsaram e deram a embolsar na época do barril do petróleo a 100 dólares...

O pior é a satisfação que vão ter que dar aos vossos mortos, aqueles que nós matámos para vocês ascenderem à independência, e à história que vai ser feita para os vossos netos e bisnetos.

A ambição era legítima, não o podia ser mais, mas para enriquecerem meia dúzia de corruptos?...

José Eduardo dos Santos, engenheiro de petróleos, Presidente há 37 anos, é hoje um homem só, perseguido pela obra política de uma vida, agora, que com o preço do barril pela metade já não tem dinheiro para distribuir e calar bocas...

Corre o risco de ter de fugir do país para defender a própria vida pois, tirando os filhos, já não tem ninguém em quem confiar.

Aquilo que ele poderia ter feito na sua terra, para além de descansar o rabo em cadeirões luxuosos, quando o petróleo esteve em alta, daria para encher uma lista das coisas mais elementares e básicas, como saneamento básico, estradas, educação, saúde, desenvolvimento económico...

As famílias de todos os portugueses mortos em combate ao longo de 13 anos de luta, perguntam-se se foi para estes políticos corruptos e ladrões, que merecem o desprezo do seu povo, que os seus filhos morreram.

Agora, já não somos nós, portugueses, que para isso nunca tivemos legitimidade, são os angolanos que vão ter de ajustar contas com a cambada de políticos seus, oportunistas gananciosos, porque se nós perdemos uma guerra que nunca devíamos ter ganho, muitos angolanos caíram em combate para que este homem, hoje, José Eduardo dos Santos e seus acólitos, pudessem ter enchido contas bancárias em países estrangeiros onde hotéis de luxo os esperam para fim das suas vidas.

José Eduardo dos Santos é a vergonha de um povo e de um país.

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