sábado, dezembro 01, 2012

Esta maravilhosa linguagem universal


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Você faz ideia das fortunas que vão por esse mundo? Um pequenino exemplo.




Uma dona de casa recebe um amante todos os dias em casa, enquanto o marido trabalha. Durante esse tempo ela mete o filho de 9 anos trancado no armário do quarto.

Certo dia o marido chega a casa e o amante ainda lá está.
Então ela tranca o amante no armário onde estava o filho.


Ficaram lá um bocado, até que o miúdo diz:·

 -  Tá escuro aqui...
 -  Tá...
 -  Eu tenho uma bola de ténis para vender...
 - Que giro!
 - Queres comprar?
 - Não!
 - Pronto... Se preferes que eu diga ao meu pai...
 - Quanto é que queres pela bola?
 - 25 Euros.
  - Toma.


Uma semana depois, o marido torna a chegar cedo. O amante está em casa. O miúdo está no armário e o amante vai para o armário.
   
Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:

 - Tá escuro aqui...
  - É, está.
  - Eu tenho aqui uma raquete de ténis para vender por 150 euros.
  - Que bom.
  - Queres comprar?
  - 150 Euros??? É muito cara!
  - Se preferes que eu diga ao meu pai... É contigo.
  - Não, não... Eu compro.
  - Aqui está.


Outra semana depois, o marido torna a chegar cedo. O amante está em casa. O miúdo está no armário e o amante para o armário vai.

  

 Eles lá  ficam em silêncio até que o miúdo diz:·



- Tá escuro aqui...

 - É, está.
- Eu tenho aqui umas sapatilhas da Nike para vender por 500 euros.

 - Que bom para ti.

 - Queres comprar?
 - 500 Euros. Tás doido???!!
 - Se preferes que eu diga ao meu pai... É contigo.
 - Não não, eu compro, eu compro.
  
 No fim-de-semana, o pai chama o filho:  

  

 - Pega na bola e na raquete e vamos jogar.

 -  Não posso. Vendi tudo.

  - Vendeste? Por quanto?
  - 675 Euros.
 -  Não podes enganar os teus amigos assim. Vou levar-te agora ao padre para te confessares.

 Chegando à igreja, o miúdo entra pela portinha do confessionário, ajoelha-se e fecha a porta.
  

Abre-se uma janelinha e aparece o padre.

-- Meu filho, não temas a Deus, diz o teu pecado e Ele perdoar-te-á. Qual é o teu pecado?
– Tá escuro aqui, não tá?

- Não vais começar com a merda dessa conversa outra vez, pois não???


Será que a reconciliação é impossível?

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 153

Sem falar na bofetada. Foi glosada em prosa e verso. Josué compusera um epigrama. Sobre Gabriela ninguém falava. Nem bem nem mal como se ela estivesse mais além de todo o comentário ou como se não mais existisse.

Não erguiam a voz contra ela e alguns até a defendiam. Afinal rapariga de casa montada tem um pouco o direito a divertir-se. Não fora casada, não tinha a menor importância.

Ela continuava em casa de D. Arminda. Nacib não voltara a vê-la. Pela parteira soubera que ela costurava para o florescente atelier de Dora. E por outros sabia das ofertas a chover sobre ela, em recados, cartas, bilhetes. Plínio Araçá mandara-lhe dizer que fizesse ordenado.

Manuel das Onças novamente a rondava. Também Ribeirinho. O Juiz estava disposto a romper com a rapariga, botar casa para ela. Segundo constava até o árabe Maluf, aparentemente tão sério era candidato.

Coisa esquisita: não havia proposta capaz de tentá-la. Nem casa, nem conta em loja, nem roça plantada, nem dinheiro batido. Costurava para Dora.

Fora sério prejuízo para o bar. A cabrocha fazia uma comida sem gosto. Os salgados e doces vinham mais uma vez das irmãs Dos Reis, careiras de mais. Fazendo por favor, ainda por cima. Nacib não encontrava cozinheira.

Pensando no restaurante, mandara encomendar uma em Sergipe, mas ainda não chegara. Engajara um outro empregado, um rapazola Walter. Sem prática, não sabia servir. Fora um prejuízo danado.

Quanto ao projecto do restaurante quase leva o diabo. Durante algum tempo nem se preocupou com o bar e restaurante. Os dois caixeiros mudaram-se do andar de cima quando Nacib ainda estava naquela primeira fase, de desespero, quando a ausência de Gabriela era a única realidade a encher-lhe o vazio dos dias.

Mas, ao completar-se o primeiro mês do andar desocupado, Maluf mandou-lhe o recibo do aluguer. Pagou e com isso teve de pensar no restaurante. Ainda assim, ia adiantado. Certa tarde, Mundinho Falcão enviou-lhe um recado, pedindo sua presença no escritório da casa exportadora.

Foi recebido com demonstração de muita amizade. Mundinho há tempos não aparecia no bar, andava pelo interior, em campanha eleitoral. Uma vez Nacib o avistara no cabaré. Apenas se falaram, Mundinho dançava.

 - Então, como vai a vida, Nacib? Prosperando sempre?

 - Vivendo – E para liquidar o assunto, falou: - O senhor já deve saber o que me sucedeu. Sou um homem solteiro de novo.

 - Falaram-me. Formidável o que você fez. Agiu como um europeu. Um homem de Londres, de Paris. – Olhava-o com simpatia – Mas me diga uma coisa, aqui para nós: ainda dói um pouco por dentro, não dói?

Sobressaltou-se Nacib. Porque lhe perguntava aquilo?

 - Sei como é isso – continuava Mundinho – comigo sucedeu uma coisa não digo parecida, mas de certa maneira semelhante. Foi por isso que vim para Ilhéus. Com o tempo a ferida cicatriza. Mas, de vez em quando, ainda dói. Quando ameaça chuva, não é?

sexta-feira, novembro 30, 2012

SURPREENDENTE...

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Dispensa palavras...


Alguma vez viram um gato pasmado, mesmo pasmado?


Qualquer semelhança com os nossos políticos é erro de redacção.

 
HARRY TRUMAN foi um tipo diferente como presidente. Provavelmente tomou tantas ou mais decisões em relação à história dos EUA como as que tomaram os 42 presidentes que o precederam.

Uma medida da grandeza talvez permaneça para sempre: trata-se do que fez DEPOIS de deixar a Casa Branca.


A única propriedade que tinha quando faleceu era uma casa na qual morava, que se encontrava na localidade de Independence, Missouri. Sua esposa a havia herdado de seus pais e, fora os anos em que moraram na Casa Branca, foi onde viveram durante toda a vida.

Quando se retirou da vida oficial em 1952, todos seus rendimentos consistiam numa pensão do Exército de    $ 13.507 por ano. O Congresso ao saber que ele custeava seus próprios selos de correio, lhe outorgou um complemento e mais tarde, uma pensão retroativa de $ 25.000 anuais.

Depois da posse do presidente Eisenhower, Truman e sua esposa voltaram ao seu lar no Missouri dirigindo seu próprio carro... sem nenhuma companhia do Serviço Secreto.

Quando lhe ofereciam postos corporativos com grandes salários, os rejeitava dizendo: Vocês não me querem a mim, o que querem é a figura do Presidente, e essa não me pertence. Pertence ao povo norte-americano e não está a venda...?.

 
Ainda depois, quando em 6 de Maio de 1971, por ocasião do seu 87° aniversário o Congresso estava preparando-se para lhe outorgar a Medalha de Honra, recusou-se a aceitá-la, escrevendo-lhes:

 - "Não considero que tenha feito nada para merecer esse reconhecimento, venha ele do Congresso ou de qualquer outra parte".

Como Presidente pagou todos seus gastos de viagem e comida com o seu próprio dinheiro.  


Este homem singular escreveu:

 - "Minhas vocações na vida sempre foram ser pianista numa casa de putas ou ser político. E para falar a verdade, não existe grande diferença entre as duas!".



Origem da palavra

 EJACULAÇÃO



Parece ser de origem chinesa, tal como alude a remota e peculiar lenda...

Era uma vez, num dia, ou melhor, numa noite, um casal de "chinocas" entretinha-se no mórbido prazer da concupiscência quando ela, já estafada do lascivo e esforçado 
exercício, lhe pergunta:




- Amôle, falta muito pala te viles?

Solícito, por entre a luxuriante excitação e deleites carnais, ele responde…

É JÁ, CULAÇÃO...

Afonso Henriques proclamado Rei no campo da batalha

AFONSO HENRIQUES
 Nosso Rei Fundador
(continuação)


Batalha de Ourique (II)


A crónica mais antiga, de Duarte Galvão (1446 – 1517), refere claramente: «… andando (D. Afonso Henriques) suas jornadas, veio a um lugar, que ora se chama Cabeça de Rei junto a Castro Verde…». Esta localidade, assim assinalada não dista mais que um bom galope do sítio em que o Infante se encontrou com o rei Imar.

Mas, para além do mais, pode dizer-se que a batalha de Campo De Ourique decorreu num verdadeiro mundo das três dimensões. O jovem príncipe, seu protagonista, herdou um reino que para o Sul que não possuía cancelas nem fronteiras. Aberto como um descampado. Pobre, ambicioso e cristão e, para cúmulo, longe a muita soma de léguas da corte, logo percebeu que a extremidade Sul do território com a sua elasticidade, era para onde devia convergir as suas melhores atenções.

Para engrandecer-se era por ali que devia acometer, para dar lustro à sua espada era aquele quadrante o mais favorável e, já agora, para resolver determinados apuros económicos e financeiros pois que, a lei daquele tempo, permitia fazer mão baixa sobre os haveres dos vencidos.

Melhor não havia, portanto, que assaltar moiros repletos de toda a espécie de gados e de frutos. Nos agregados urbanos acumulavam-se riquezas de gerações de potentados árabes e de ricos judeus.

Daqui, a guerra incessante com o moiro, esse contínuo malhar de martelo e bigorna, empurrando aquele cada vez mais para longe, pilhando-o nas deslocações.

Por cada légua de território não se encontrava um moiro. A moirama era uma escumalha escassa na grande área peninsular. Nada de população rural. O que havia eram nódulos populacionais distantíssimos uns dos outros: Alcácer, Setúbal, Palmela, Almada, Lisboa, Santarém, Sintra, Leiria.

Foi sempre assim até ao resto. Salvo a Andaluzia e o Algarve a dominação árabe não foi mais do que babugem. Regra geral a Hispânia era deserta, terra de ninguém.

Do alto das torres e atalaias, os vigias bem espiavam com olhos de lince o que decorria nas redondezas. Podiam acaso penetrar na escuridão e ver o que se passava à chama indecisa das estrelas?

O cronista Duarte Galvão reza deste modo a marcha do príncipe para o Sul… «passou o Tejo e as charnecas mui grandes e despovoadas que ainda hi há e então seriam maiores…»

Afonso Henriques largava com o lusco-fusco das cidadelas, Coimbra, Guimarães, Lamego, à testa da sua coluna, tal como os antigos lusitanos. Todos montados. Cada cavaleiro levava o seu surrão provido para a jornada.

Pernoitavam no recesso dos bosques e nas brenhas dos montes, e os garranos pastavam onde havia erva. Ao cabo de cinco, seis dias de marcha caíam sobre o infiel, inopinadamente, como gerifaltes.

Assim teria sucedido na gesta de Ourique. A hoste cristã podia ter atravessado o Tejo para os lados de Ródano, avançando para sul a marchas nocturnas e cautelosas e cautelosas, esgueirando-se, por entre os raríssimos postos muçulmanos mais subtis e ágeis.

Uma vez em Orick, acudiram à riposta os seus emires mais próximos.


GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 152


Só lembrava a Gabriela de antes, daqueles primeiros tempos. Faziam sofrer, mas eram doces lembranças. De quando em vez, no entanto, a feri-lo no peito, no orgulho de macho (pois já não podia feri-lo na honra de marido, marido não era, marido não fora), ele a via nos braços de outro.

Difíceis as primeiras semanas, vazias, ele morto por dentro. De casa para o bar, do bar para casa. Por vezes ia conversar com João Fulgêncio, ouvia-o falar de assuntos diversos.

Um dia os amigos o levaram quase a pulso, ao novo cabaré. Bebeu muito, de mais. Mas tinha uma resistência brutal, não ficou bêbado de todo. Na outra noite voltou. Conheceu Rosalinda, uma loira do Rio, o oposto de Gabriela. Começava a viver, lentamente a esquecia. O mais trabalhoso foi dormir com outra mulher.

Metida no meio, lá estava Gabriela. A sorrir. A estirar-lhe os braços, a botar a anca sob sua perna, a deitar a cabeça em seu peito. Nenhuma tinha o seu gosto, seu cheiro, seu calor, seu morrer e matar. Mesmo isso, porém, foi aos poucos passando.

Rosalinda, lembrava Risoleta, sabida no amor. Agora todas as noites vinha buscá-la, a não ser quando ela devia ir dormir com o coronel Manuel das Onças, que lhe pagava o quarto e a comida em casa de Maria Machadão. Uma noite faltou um parceiro, na roda do pocker.

Tomou do baralho, jogou até tarde. Começou novamente a sentar-se às mesas, a conversar com os amigos, a disputar partidas de damas e gamão. A comentar as notícias, a discutir política, a rir de anedotas, a contá-las também. A dizer que na terra de seu pai era ainda pior, tudo o que sucedia em ilhéus lá sucedia também em ponto maior.

Já não a enxergava no bar, já podia em seu leito dormir, apenas o perfume de cravo ainda sentia. Nunca fora tão convidado para almoços, jantares, ceias em casa de Machadão, farras com mulheres nos coqueirais do Pontal. Como se gostassem ainda mais dele, mais o estimassem e considerassem.

Nunca pensara. Ele rompera com a lei. Em vez de matá-la, tinha-a deixado ir em paz. Em vez de ter atirado em tónico contentou-se com uma bofetada. Imaginou a sua vida daí em diante como um inferno. Assim não haviam feito com o Dr. Felesmino? Não lhe haviam negado o cumprimento.

Não o apelidaram de “Boi Manso? Não o obrigaram a ir-se de Ilhéus? Porque o médico não matara a mulher e o amante, a lei não cumprira. É verdade que ele, Nacib, anulara seu casamento, borrara o presente e o passado. Mas nunca esperou que compreendessem e aceitassem.

Tivera a visão do bar deserto, sem fregueses, das mãos recusadas dos amigos, dos risos de mofa, das pancadinhas nas costas de Tonico a felicitá-lo, a debochar de Nacib. Nada disso acontecera. Bem ao contrário.

Ninguém lhe falava no assunto e quando, casualmente, a ele se referiam era para louvar sua malícia, sua esperteza, a maneira como saíra daquele embrulho. Riam e debochavam, mas não de Nacib, e, sim de Tonico. Ridicularizavam o tabelião com elogios à sabedoria do árabe.

Tonico mudara-se para o Pingo de Ouro, com seu amargo diário. Pois o próprio Plínio Araça encontrou maneira de esfregar-lhe na cara a boa peça que Nacib lhe pregara.

quinta-feira, novembro 29, 2012

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Será que os políticos europeus estão verdadeiramente atentos???....


As dificuldades chegam a todo o lado...

O Melhor Exercício de trapézio do Mundo


O pai entra no quarto do filho e vê um bilhete em cima da cama.
Lê o bilhete, 
temendo o pior:

- Pai, é com grande pesar que te informo que fugi com meu novo namorado, 
o João, um italiano muito lindo que conheci no Algarve.
Estou apaixonado por ele. Ele é muito gato, com todos aqueles 
'piercings', tatuagens e aquela super-moto BMW que comprou há dias.
Mas não é só por isso que vou com ele, é que também descobri que não 
gosto de mulheres e, como sei que não vais consentir isso, decidimos fugir e 
ser muito felizes neste mundo.
Ele quer adoptar filhos comigo, e isso é tudo o que eu sempre desejei 
para mim.
Aprendi com ele que a canabis é óptima, uma coisa natural, que não faz 
mal a ninguém, e ele garante que no nosso pequeno lar não vai faltar 
marijuana.
      O João acha que eu, os nossos filhos adoptivos e os seus colegas 
'gays' vamos viver em perfeita harmonia.
Não te preocupes pai, eu já sei cuidar de mim, apesar dos meus 16 
anos.
Já tive várias experiências com outros tipos e tenho a certeza que o 
João é o homem da minha vida.
Um dia eu volto, para que tu e a mãe conheçam os nossos filhos.

Um grande abraço e até algum dia.
De teu filho, com amor......

O pai quase a desmaiar, continua a ler.

    PS:  - Pai, não te assustes é tudo mentira!!!

Estou na casa da Cátia, a nossa vizinha boazona... 
Só queria mostrar-te que existem coisas muito piores
do que as minhas notas escolares, que estão na primeira
gaveta.

Abraços,
              
Teu filho, burro, mas macho!

HAKA BARROSÃ



Uma morena vai ao médico... (Até que enfim... uma morena !!!)
 SEMPRE LOIRAS, SEMPRE LOIRAS !!!




Uma jovem morena vai a um consultório médico e queixa-se de que todos os lugares do seu corpo doem quando ela os toca.

- Impossível - diz o médico - mostre-me como isso acontece.

Então, ela encosta o seu próprio dedo no seu próprio ombro e grita de dor.

Depois ela encosta o dedo na perna e grita.

Encosta no cotovelo e grita, e assim por diante.... Em qualquer lugar em que ela se tocava, ela gritava.

O doutor perguntou:

- Você não é morena natural pois não?

- Não! Na verdade eu sou loira!!!

- Foi o que eu pensei ! - diz o doutor - O seu dedo está partido !


Que bem lhe ficam estas flores.

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 151

Continuava na papelaria a discussão.

 - A fidelidade é a maior prova de amor – Dizia Nhô-Galo.

 - É a única medida com que se pode calcular as dimensões de um amor – apoiava o Capitão.

O amor não se prova, nem se mede. É como Gabriela. Existe, e isso basta - falou João Fulgêncio – O facto de não se compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela. Nada sei das estrelas, mas vejo no céu, são a beleza da noite.


Da Vida Surpreendente


Aquela primeira noite na casa sem Gabriela: dolorosa de sua recordação vazia de sua presença. Em vez de seu sorriso a esperá-lo, a humilhação a machucar, a certeza de não se tratar de um pesadelo, de ter acontecido aquela coisa impossível, nunca imaginada.

A casa vazia sem Gabriela, cheia de lembranças e sentimentos. Enxergava Tonico sentado na borda do leito. A raiva, a tristeza, o saber que tudo terminara, que ela não estava, que era de outro, que não mais a teria.

Noite cansada, fatigante, como se ele carregasse todo o peso da Terra, longa como o fim do mundo. Nunca mais iria acabar. Aquela dor funda, aquele vazio, não saber o que fazer, não saber para que viver, para que trabalhar.

Os olhos secos de lágrimas, o peito rasgado a punhal. Sentado na beira da cama, impossível dormir. Nunca mais dormiria nessa noite apenas começada, noite a durar a vida inteira.

De Gabriela ficara entranhado nos lençóis, no colchão o perfume de cravo. Dentro de suas narinas. Não podia olhar para a cama porque a via, deitada, nua, os seios erguidos, a curva das ancas, a sombra veludosa das coxas, a terra plantada no ventre.

Sua cor de canela onde em violeta Nacib deixava, nos ombros, no peito, a marca dos lábios. O dia acabara para sempre, aquela noite em seu peito duraria todo a vida, murchos bigodes caídos para nunca mais, um travo amargo na boca para sempre amarga, não voltaria a sorrir, jamais!

Alguns dias depois já sorria, ouvindo, no Vesúvio, Nhô-Galo imprecar contra os padres. Foram difíceis as primeiras semanas. Semanas vazias de tudo, plenas de sua ausência.

Cada coisa, cada pessoa a trazia de volta. Olhava o balcão e ela lá estava, de pé, uma flor atrás da orelha. Olhava a Igreja e a via chegando, os pés nas chinelas. Olhava o Tuísca e ei-la na roda a dançar, cantando cantigas.

Chegava o Doutor, falava em Ofenísia, ele ouvia Gabriela. Jogavam o Capitão e Felipe, seu rir cristalino soava no bar. Pior ainda em casa: em cada canto a enxergava, a cozinhar no fogão, a sentar-se ao sol no batente da porta, a morder goiabas no quintal, a apertar a cara do gato contra seu rosto, a mostrar o dente de ouro, a esperá-lo sob o luar no quartinho dos fundos.

Nem se dava conta de uma particularidade dessas lembranças a acompanhá-lo durante semanas, no bar, na rua, em casa. É que jamais a recordava no tempo de casados (ou de amigados, como explicava aos demais: tudo não passara de imaginação).

quarta-feira, novembro 28, 2012


"O roubo das galinhas".
 (Luís Fernando Veríssimo)


História deliciosa...


Transposição para a justiça portuguesa?...




Pegaram o cara em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia.

      D - Delegado
      L - Ladrão

     - Que vida mansa, hein, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

     - Não era para mim não. Era para vender.

  - Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

     - Mas eu vendia mais caro.

     - Mais caro?

    - Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos castanhos.

    - Mas eram as mesmas galinhas, safado.

     - Os ovos das minhas eu pintava.

    - Que grande pilantra... (mas já havia um certo respeito no tom do delegado...)
       
Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...

- Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio..

- E o que você faz com o lucro do seu negócio?

- Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e super facturo os preços.

      O delegado mandou pedir um cafézinho para o preso e perguntou se estava confortável na cadeira, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

 - Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

 - Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

 - E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

 - Às vezes. Sabe como é.

 - Não sei não, Excelência. Me explique.

 - É que, em todas essas minhas actividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

- O que é isso,  Excelência? O senhor não vai ser preso não.

- Mas fui pegado em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

- Sim. Mas com esses antecedentes...e respectivas equivalências... Prof. DOUTOR... Preso ???... Nem pensar!!

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Uma família feliz: marido, mulher e filhos... e o que mais a imaginação quiser ver.



AFONSO HENRIQUES
- Nosso Rei Fundador –


Batalha de Ourique ( I )


A batalha de Ourique travou-se no pino da estação quente, quando a planície alentejana, tornada forno, assava as codornizes em pleno voo se elas, entretanto, não pousassem.

Os soldados da Cruz, cobertos de ferro, esgrimindo o pesado montante, breve esgotavam as borrachas que eles ou os pajens traziam à cinta, como hoje os soldados usam o cantil.


Os árabes, nos cavalos magros e esguios, armados de alfange, incomparavelmente mais leve, afeitos ao clima africano encontrar-se-iam em melhores condições pessoais do que os seus adversários.

Todavia, foram batidos, segundo consta das crónicas, pela força das armas, é verdade mas secundado o Infante pelo braço inquebrantável de Senhor. O milagre, temos de concordar com Alexandre Herculano, não se operou, bem entendido, pela intervenção concreta de novos factores guerreiros ou como um aliado que subitamente comparece no campo da refrega.

O milagre pode exercer-se mercê de circunstâncias psicológicas, que não estamos em condições de medir mas apenas de supor. Chamam-se, hoje em dia, a esses fenómenos de sugestão para uns, alucinatórios para outros, umas vezes por razões místicas, outras vezes obra de impostores e assim podem gregos e troianos convir no milagre de Ourique, que sagrou o pendão real de D. Afonso Henriques.

Se Cristo, com as cinco chagas abertas a irradiar lume apareceu ou não apareceu a D. Afonso Henriques não se discute.

A verdade é que a coorte dos seus assim o julgou e acreditou. Os vindouros tornaram-se eco da voz que correu no arraial cristão e explica o feito estranho de uma vitória ganha no coração da mourama a muitas dezenas de léguas dos bastiões cristãos, contra cinco cabos moiros.

O materialismo histórico veio com a sua foice impiedosa e ceifou este açucenal de poesia e lenda. Podia o Deus soberano intervir de modo tão precário nas contendas dos homens, terçando armas restritas e parciais?

Não era igualmente pai de cristãos e serracenos?

De certo era pai de uns e de outros, se bem que os muçulmanos representassem na Península a violência e a invasão, actos característicos dos povos piratas. Mas, como digo, milagre aqui foi o conjunto de factos anormais ou mesmo prodigiosos, desenvolvendo-se num teatro favorável ao imaginativo de que foram agentes pessoas dispostas pelo seu psiquismo a ver o dedo sobrenatural em tudo o que nós hoje denominamos heroísmo ou temeridade exercendo-se num meio propício, que, incrédulos mas classificadores até à morte, também denominamos azar, bom azar, e os jogadores chamam prosaicamente «sorte de cão».

Foi em Campo de Ourique, Baixo Alentejo que se travou a célebre batalha, sendo inacreditável que perdurasse nos cronicões literários da época um topónimo agrário ou coisa parecida, se nos reportarmos ao obscuro Ourique, em prejuízo de outros termos geográficos de lugares circundantes que ao tempo desfrutavam mais preferência do que aquele Ourique.

E não se argumente que Ourique pode representar, tal como um marco miliário, a posição precisa da batalha e como tal se inscreveu na história.
(continua)


PENSAMENTOS SÁBIOS


-  À BEIRA DE UM PRECIPÍCIO SÓ HÁ UMA MANEIRA DE ANDAR PARA A FRENTE: DAR UM PASSO ATRÁS;

- DIZ-ME COM QUEM ANDAS, DIR-TE EI SE VOU CONTIGO;

- EU CAVO; TU CAVAS, ELE CAVA, NÓS CAVAMOS, VÓS CAVAIS, ELES CAVAM: NÃO É BONITO… MAS É PROFUNDO;

- ERRAR É HUMANO, COLOCAR AS CULPAS EM ALGUÉM, ENTÃO, NEM SE FALA;

- QUANDO TE ATIRAREM UMA PEDRA FAZ DELA UM DEGRAU E SOBE…SÓ DEPOIS, QUANDO TIVERES UMA VISÃO PLENA DE TODA A ÁREA, PEGA NOUTRA PEDRA, APONTA BEM E ACERTA NA CABEÇA DE QUEM TE ATIROU A PRIMEIRA;

-NUNCA DESISTAS DE UM SONHO, SE NÃO O ENCONTARES NA PADARIA PROCURA NA PRÓXIMA;

- O MAIS NOBRE DOS CACHORROS É O CACHORRO-QUENTE: ALIMENTA A MÃO QUE O MORDE;

- TUDO É RELATIVO: O TEMPO QUE DURA UM MINUTO DEPENDE DO LADO DA PORTA DO WC EM QUE VOCÊ ESTÁ;

- ROUBAR IDEIAS DE UMA PESSOA É PLÁGIO, DE MUITAS PESSOAS É PESQUISA;



Agora percebo porque gosto tanto de cerejas...

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 150


Ela não compreendia. Se seu Nacib tivesse vontade, bem que podia ir com outra deitar, nos seus braços dormir. Ela sabia que Tonico dormia com outras. Dona Arminda contava que ele tinha um horror de mulheres. Mas, se era bom deitar-se com ele, brincar com ele na cama, porque exigir que fosse só ela? Entendia não.

Gostava de dormir nos braços de um homem. Não de qualquer. De moço bonito como Clemente, como Tonico, como seu Nilo, como Betinho, ah!, como Nacib. Se o moço também queria, se a olhava pedindo, se sorria para ela, se a beliscava, porque recusar, porque dizer não? Se estavam querendo tanto um como o outro? Não via porquê. Era bom dormir nos braços de um homem, sentir o estremecimento do corpo, a boca a morder, num suspiro morrer.

Que seu Nacib se zangasse, ficasse com raiva, sendo casado, isso entendia. Havia uma lei, não era permitido. Só o homem tinha direito, não o tinha a mulher. Ela sabia, mas como resistir? Tinha vontade, na hora fazia, nem se lembrava que não era permitido.

Tomava cuidado para não ofendê-lo, para não magoá-lo. Mas nunca pensara que ia tanto ofender, tanto magoar. Daí a uns dias, o casamento acabado, acabado para a frente, acabado para trás, porquê seu Nacib continuaria com raiva?

De algumas coisas ela gostava, gostava demais: do sol da manhã antes de muito esquentar. Da água fria, da praia branca, da areia e do mar. De circo, de parque de diversões. De cinema também. De goiaba e pitanga. Das flores, dos bichos, de cozinhar, de comer, de andar pela rua, de rir e de conversar. Com senhoras cheias de si gostava não.

Mais que tudo gostava de moço bonito, nos seus braços dormir, gemer, suspirar. Dessas coisas gostava. E de seu Nacib. Dele gostava de um gostar diferente. Na cama para gemer, beijar, morder, suspirar, morrer e renascer. Mas também para dormir de verdade, sonhando com o sol, com o gato bravio, com a areia da praia, a lua do céu e a comida a fazer. Sentindo em suas ancas o peso da perna de seu Nacib.

Dele gostava de mais, muito de mais, sentia sua falta, atrás da porta se escondia para espiá-lo chegar. Muito tarde chegava, por vezes bêbado. Tanto gostaria de tê-lo outra vez, no seu peito deitar a cabeça formosa, de ouvi-lo dizer-lhe coisas de amor numa língua estrangeira, de ouvir sua voz murmurando.: «Bié!»

Só porque a encontrara na cama a sorrir para Tonico. Que importância tão grande, porque tanto sofrer, se ela deitava com um moço? Não tirava pedaço, não ficava diferente, gostava dele da mesma maneira, e não podia ser mais. A!, não podia ser mais. Duvidava existisse no mundo mulher a gostar tanto de um homem, para com ele dormir ou para com ele viver, fosse irmã, fosse filha, fosse mãe, amigada ou casada, como ela gostava de seu Nacib.

Tanta coisa, esse barulho todo, só porque a encontrara com outro? Nem por isso gostava menos. Menos o queria, menos sofria porque ele não estava.

D.ª Arminda jurava que seu Nacib jamais voltaria, jamais a seus braços. Queria, pelo menos, cozinhar para ele. Onde ele iria comer? E o bar, quem prepararia salgados e doces? E o restaurante que estava pra se abrir? Queria, pelo menos, cozinhar para ele.

E queria, como queria!, vê-lo sorrir  com seu rosto tão bom, sua cara bonita. Sorrir junto dela, tomá-la nos braços, dizer-lhe Bié, enfiar os bigodes no cangote cheiroso. Não havia no mundo mulher que tanto gostasse de um homem, que com tanto amor suspirasse por seu amado como suspira, morta de amor, Gabriela por seu Nacib.

terça-feira, novembro 27, 2012

IMAGEM 
Estátua na Rua do Ouro em Lisboa






Uma multinacional coreana com filial em São Paulo recebeu um engenheiro, directamente da matriz na Coreia do Sul, para treinar os funcionários brasileiros.
Passados alguns dias o coreano chegou para o presidente da empresa e reclamou:

- Eu muito chateado com brasileiros, né!

- Mas por que, o que aconteceu?

- Eu não gostou do apelido que corocaram ni eu, né!

- Mas que apelido foi esse?

- Brasileiros chama eu de Morróida!

- Mas isso é uma vergonha, chamá-lo de hemorróida! Vamos tomar uma providência enérgica!

E convocou os funcionários para uma reunião.

- Vocês não têm vergonha de fazer uma coisa dessas, chamar esse senhor de hemorróida? Eu não quero mais ouvir isso aqui. De hoje em diante chamem-no pelo nome. Aliás, como é mesmo seu nome?


KU – SAISSANG -  O presidente caiu na gargalhada e alcunha foi aprovada.


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