sábado, março 21, 2015

A província de Hunan é onde os fogos de artifício foram inventados, e o show nunca foi igualado no Ocidente. Os chineses não são apenas os inventores dos fogos de artifício; continuam a ser os mestres.

- Se pensa que já viu fogos de artifício, então veja este. INIGUALÁVEL.


Aumente o som e pense no que seria este espetáculo visto ao vivo...





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Dona de casa, espécie em vias de extinção. Fica aqui registada para recordar um dia mais tarde...


David Alexander Wirter - Oh Lady Mary (1969)

Esta Lady Mary só podia mesmo ter sido um êxito que ele cantou ao longo de toda a sua carreira.

CAMADA DE NERVOS - EXAGERO NO CURRÍCULO


Teria ficado seca para sempre?
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)





Episódio Nº 203















Vanjé culpava as atribulações — os sustos, a perda da casa e dos roçados, a visão do mano Agnaldo, mãos e pés amarrados, apanhando de palmatória, a brutalidade e a indiferença pelo corpo acanhado da menina, pelo seu jeito incoerente, ora triste, ora adoidada.

Chegara à idade dos quatorze anos sem ter ainda embarcado no paquete da lua, sem ter deitado sangue, sinal de estar pronta para marido e filho. Teria ficado seca para sempre?

Naquela tarde já distante da chegada da família a Tocaia Grande, tendo recebido alimentos oferecidos pelos moradores, provisões fiadas pelo turco, acenderam o fogo no descampado para preparar o de comer. Antes da magra refeição, porém, as mulheres foram se lavar no rio, estavam precisadas.

O negro Tição lhes indicou o lugar chamado Bidê das Damas, nome posto por ele, um remanso em meio à correnteza. Dinorá deu banho na criança e Diva desatou as tranças.

Quando o negro a viu de volta, lastimou que ela fosse tão menina. Solícito e cortês, Castor fora buscar na oficina um pedaço de carne salgada para melhorar o passadio. Depois comboiou as mulheres até a morada que fora erguida para Epifânia onde ainda não se alojara outra rapariga.

Vazia talvez por ser exatamente mais bem feita e bem cuidada do que as demais ou porque contassem como certo o retorno de Epifânia, mais dia menos dia, Epifânia, braba, brigona e mandingueira.

 A velha Vanjé achou por bem ficar no descampado junto ao marido e aos filhos: de qualquer maneira não caberia tanta gente na choupana.

 Assim, Castor conduziu as outras três: Dinorá com o menino, Lia carregando o bucho cheio e Diva. Também Agnaldo foi com eles no desejo de ver lia acomodada.

Alma Penada latia para a lua que se desatava imensa das correntes do rio.

Coberto por uma esteira, o catre de palha, largo como convinha às necessidades do oficio - os embates, os desmandos e a festança - se desfazia no abandono. Dinorá deitou o menino sobre a esteira, ao lado Lia se estendeu.

Agnaldo catou gravetos, Diva acendeu o fogo, uma fumaça úmida se elevou. Denso lençol, o calor envolveu o menino e a prenha, alvoroçaram-se percevejos.

O negro desaparecera, nem dissera boa noite: Lia estranhou.
Mas logo viram-no de volta: fora buscar na casa de pedra e onde vivia e trabalhava uma rede grande e vistosa, suja pelo uso.

A rede onde Tição recebia as raparigas, se aninhava com os  xodós, a rede de Zuleica e de Epifânia, para citar apenas duas.
Ele mesmo a dependurou nas forquilhas cravadas nos extremos dá choupana:

- Cabe as duas, é rede de casal. - Disse, dirigindo-se a Diva e a Dinorá.

As duas cabeças da enguia...
O Cerco aperta-se...















O governo grego assemelha-se a uma enguia que procura fugir, escorregadia, por entre os dedos de quem a procura agarrar.

Alexis Tsipras saíu da última reunião com os senhores da Europa como o “dono político” das reformas a introduzir na Grécia o que, no fundo, não significa muito.

Se as medidas de austeridade para o governo grego significam a morte então, Alexis, pode escolher entre o fuzilamento e a injecção letal.

Levou o Parlamento a aprovar uma lei humanitária e os credores atiraram-se ao ar porque não foram consultados.

Um representante do governo grego pergunta então: “se não temos autonomia para fornecer gratuitamente electricidade a famílias carenciadas e atribuir vales alimentares a 300.000 pessoas quando isso não representa mais do que 200 milhões de euros, então, o que nos resta para decidir?

Os gregos percebem os esforços desesperados dos seus governantes para defenderem os seus interesses junto das instituições europeias e por isso aumenta o número daqueles que os apoiam neste autêntico braço de ferro de desfecho mais que previsível.

Ou há uma lista de reformas, leia-se medidas de austeridade, ou não há desbloqueamento de verbas e no dia 9 de Abril há um pagamento de 467 milhões ao FMI e depois, se o dinheiro chegar talvez já não dê para pagar aos funcionários públicos.

Tudo seria mais fácil se o Banco Central Europeu voltasse a aceitar títulos de Devida Pública grega como garantia para operações financeiras mas o BCE tem sido muito duro e este pedido não deve ser atendido.

Mesmo com qualquer outro balão de oxigénio que venha a ser dado à Grécia não se vê bem como é que esta e os seus credores vão resolver o problema no médio e longo prazo.

Mais do que a Ucrânia e o Sr. Putin, mais do que EI e os terroristas criminosos é a situação da Grécia o maior motivo de preocupação para os europeus porque, verdadeiramente, ninguém sabe ao certo como será se ela sair da zona euro permanecendo na Comunidade Europeia.

sexta-feira, março 20, 2015

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Muitos, coitados, dormem debaixo da ponte. Este resolveu ir para cima dela e até fez uma casa...



Rio Grande - A Fisga

Conheci o rapaz da fisga no bolso de trás quando visitava a aldeia dos meus avós nas férias. Gostava de o imitar mas eu não era menino do campo, faltava-me a prática...

Mixórdia de Temáticas - Ronaldicultura



Completara catorze anos na estrada
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)




Episódio Nº 202
















Ao ouvi-lo, Diva se conteve. Ficou séria, sentiu-se em paz e confiante. Voltou-se para Vanjé e enxergou nos olhos ressabiados da Mãe uma fagulha de esperança a reacender-lhe o ânimo.

O rosto de Ambrósio estava iluminado. De onde provinham essa paz marcando o término da jornada e da injustiça, essa crença no futuro?

Faíscas estalavam na forja, o fogo aceso levantava labaredas. Plantado diante da bigorna, riso festivo, de bom, augúrio, o negro parecia um animal de grande porte, sobranceiro, uma árvore majestosa, símbolos de força e da mansidão, um ser alegre e transparente.

Diva voltou a rir mas já não era um só estabanado de menina, era um sorrir acanhado de moça, quase furtivo.

Castor quis adivinhar-lhe a idade, ficou em dúvida. Franzina, as pernas uns gambitos, as tranças duras de poeira, a incontida gargalhada, menina ainda.

Mas, sob o vestido, os seios afirmavam-se atrevidos, e, no rosto, os olhos eram cismarentos, fugidios, o sorriso dissimulado, a expressão pensativa: de repente afigurava-se bem mais velha, moça feita.

 Tanto podia ter apenas treze anos como dezasseis ou dezassete.

O negro os acompanhou até a casa de Fadul Abdala, casa de morar e casa de negócio. Diva ia a seu lado, os olhos baixos. Os de Tição fitavam de frente, francos e comunicativos. Abanando a cauda, Alma Penada, juntou-se à caravana.

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Completara quatorze anos na estrada, não fosse Vanjé ninguém teria se lembrado. No sítio, nos bons tempos de Maroim, comemoravam os aniversários, melhoravam a bóia do jantar, havia bolo de carimã ou de aipim, e se a data caía num domingo ou em dia santo, o almoço era festivo, com a presença de vizinhos e compadres.

Quem sabe, por ocasião dos quinze anos voltassem a festejar, instalados naquele lugar para onde se dirigiam a conselho do homem a cavalo, armado em guerra, que se dissera capitão.

Na poeira e no cansaço da caminhada, somente Vanjé se recordara.

Por ser mãe e por estar preocupada com o crescimento da filha mais moderna. Raquítica, magricela, não botava formas, como se tivesse parado de desenvolver-se: tardava demais a desabrochar.

A Primeira 

Gargalhada

(Parte II)











O riso é um mecanismo altamente eficaz para levar os membros de um grupo a sentirem o mesmo ao mesmo tempo.

Pensemos num sinal eléctrico a percorrer uma célula nervosa. Quando chega ao fim, provoca a libertação de substâncias químicas no minúsculo espaço (a sinapse) entre células nervosas, o que, por sua vez, faz as células adjacentes dispararem, propagando o sinal.

Agora pensemos em alguém a rir. Se o riso tem lugar num contexto apropriado, leva espontaneamente outros a rirem-se até todo o grupo estar a rir.

A propagação do sinal é quase tão rápida e automática como a propagação de um sinal eléctrico de uma parte de um determinado cérebro para outra.

Se o riso tem lugar num contexto inapropriado (por ex. num funeral), provavelmente vai provocar um olhar reprovador por parte do resto do grupo e quem ri depressa se vai dar conta do erro.

É difícil pensarmos em nós como neurónios de um cérebro de grupo, mas é isso precisamente que temos de fazer para compreender plenamente o que significa fazer parte de um organismo de grupo disperso.

Quando é apropriado, o riso provoca a boa disposição de toda a gente, como sabemos por experiência própria. Mecanicamente, o cérebro liberta um cocktail de químicos semelhantes aos que se tomam artificialmente quando se quer passar um bom bocado com o ópio ou a morfina.

Ao contrário do riso, consumir estas substâncias faz-nos sentir bem sem nos levar a agir bem.

É que ao fim de uma infinidade de anos de evolução, estes químicos só se libertam naturalmente quando nos fazem agir de uma maneira que aumenta a nossa capacidade de sobrevivência e reprodução.

No que diz respeito aos químicos do cérebro, a mãe natureza sabe o que faz...

Por que motivo a boa disposição aumentou a capacidade de sobrevivência e de reprodução dos nossos antepassados, vimos já no texto de ontem sobre este mesmo tema.

NOTA - A minha experiência da vida reconduz-me, sobre estes momentos de riso colectivo, a uma noite em que um conjunto de oficiais onde me incluía como Aspirante, se reuniu numa confraternização que era própria no fim de um treino militar de algumas semanas.

Um Tenente médico, alto, magro e de aspecto sisudo com uma imagem em tudo oposta a um contador de anedotas, que sempre tinha passado despercebido, iniciou sem que algum de nós o esperasse, uma sessão de anedotas que em tudo se assemelhou, pela reacção que despertou em todos nós, ao efeito de uma droga.

Estabeleceu-se a tal corrente eléctrica de que fala o autor que deve ser semelhante ao provocado pela marijuana ou o ópio embora o fumo existente dentro da tenda fosse apenas os dos cigarros.

Mérito do contador das anedotas que na qualidade de médico bem podia matar de riso os doentes. Uma das anedotas, coisa rara em anedotas - que depois de contadas perdem o efeito surpresa  e a graça - foi repetida a pedido de todos e o efeito foi o mesmo.

Só revelo que era a anedota da vaca que eu nunca contei a ninguém por homenagem ao seu contador. Só ele a sabia contar porque a graça era dele e não da vaca.


A PROPÓSITO DO "EXERCÍCIO 

FÍSICO" 










Está provado que por cada minuto de exercício, aumenta-se o nosso tempo de vida em um minuto. Isso permite-nos que, aos 85 anos, possamos ficar mais 5 meses num lar de terceira idade pagando, 1.500€ por mês.


A minha avó começou a andar cinco quilómetros por dia quando tinha 60 anos. Agora tem 97 anos e não fazemos a menor ideia onde é que ela está.

A única razão por que voltei a fazer exercício, foi para voltar a ouvir respiração ofegante.


Inscrevi-me num ginásio o ano passado, gastei cerca de 200€. Não perdi nem um quilo. Só depois é que me explicaram: - Parece que é preciso ir lá.



Eu tenho que me exercitar logo de manhã, antes que o meu cérebro perceba o que eu estou a fazer.


Gosto de longos passeios, especialmente quando são dados por pessoas que me chateiam.


Tenho ancas flácidas, mas felizmente o meu estômago esconde-as.


A vantagem de nos exercitarmos diariamente é que se morre mais saudável.



Se vai percorrer um país a pé, escolha um país pequeno.



O BES de Ricardo Salgado












Durante mais de 8 horas, Ricardo Salgado respondeu sem limitação de tempo às perguntas que os deputados dos vários grupos parlamentares tinham para lhe fazer.

Procurando enquadrar as respostas em situações de contexto correspondentes a uma explicação global favorável à sua tese, a sua intervenção mais parecia uma conferência de Imprensa em que as perguntas se seguiram a uma explanação de uma hora.

“Eu lamento as pessoas que foram prejudicadas mas não peço desculpas porque isso seria perder a razão e eu estou aqui para provar que tenho razão”

Percebia-se a frustração e irritação dos deputados que querendo respostas em concreto eram confrontados com longas divagações porque a matéria é complexa e Ricardo Salgado precisava dessa complexidade porque naquele mundo da alta finança nada é simples ou nada pode parecer simples.

Elegeu um inimigo pessoal que já era esperado, o Governador do Banco de Portugal, e em segundo lugar, para além da crise económica europeia e mundial desencadeada a partir de 2008, queixou-se igualmente do 1º Ministro que se mostrou insensível aos seus apelos para evitar o desastre que veio a acontecer.

Só admitiu um erro na avaliação do risco da Portugal Telecon, quanto ao resto fez tudo bem defendendo sempre que não fora a postura do Banco de Portugal e o BES teria continuado a funcionar.

A sua postura continuava a ser precisamente a mesma do “Dono Disto Tudo” mesmo quando já nada tem. A sua vida vai ser curta para tantos processos que o esperam nos Tribunais e para os quais ele deve ter reservado os milhões que lhe restaram.

Não ouvi a totalidade do inquérito porque foram demasiadas horas e as explicações arrastadas de Ricardo Salgado tornaram a sessão tediosa mas com excepção do deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim, que terminou a sua intervenção com uma espécie de sentença condenatória, afirmando-se completamente desiludido por Ricardo Salgado não ter assumido quaisquer responsabilidades nem pedido desculpas o que provocou ruborização no rosto de Ricardo Salgado, sempre este manteve o sangue frio e o aspecto sereno e controlado.

Este homem não tem comparação com outro, José Oliveira e Costa, do BPN que eu vi e ouvi naquele mesmo lugar, naquela situação e pelas mesmas razões, há uns anos atrás.

Esse, numa intervenção um pouco debochada, enquanto comia uma sandes que tinha mandado vir, reconhecia não ter resistido à volúpia do dinheiro...

O resultado da acção de um e do outro irá ser com certeza a mesma: os contribuintes a pagarem com os seus impostos a megalomania destes homens: um num estilo refinado e o outro no estilo boçal.

Então não era a gestão privada a competente? Se juntarmos a estes dois o BCP e o BPN teremos 4 Bancos que foram arruinados por gestores privados mais do que suficiente para deixar o PCP a rir-se para dentro e a acenar que a nacionalização da banca muito dificilmente teria feito pior.

quinta-feira, março 19, 2015

Coisa de paneleiros...

Coisa de paneleiros...




















Quando o Zézinho era pequenino, queria ser bailarino e os seus pais desencorajaram-no, porque era coisa de paneleiros.

Logo depois, o Zézinho quis ser cabeleireiro, mas os seus pais não deixaram porque era coisa de paneleiros.

Passado algum tempo quis ser estilista, mas os seus pais não permitiram porque era coisa de paneleiros.

Agora o Zézinho cresceu, é paneleiro e não sabe fazer nada ...  

O nosso "primo" mais chegado também ri.
 A PRIMEIRA

GARGALHADA

















A vida consiste numa hierarquia de necessidades como os psicólogos humanistas observaram e que nós perfeitamente compreendemos.

Não podemos aprender coisas novas se estamos preocupados com a refeição seguinte ou receosos pela nossa vida.

Os nossos antepassados passavam uma grande quantidade de tempo a procurar comida e a temer pela vida quando desceram das árvores e se aventuraram nas planícies africanas sustentados pelas suas duas pernas vacilantes.

Os períodos de segurança e saciedade eram poucos e espaçados.

É provável que o riso humano tivesse começado a evoluir como um sinal para identificar esses períodos e rapidamente estabelecer uma «multiplicidade partilhada de intersubjectividades» para tirar o maior partido dele.

As coisas que os nossos antepassados aprendiam nos períodos de bom humor estavam longe de ser superficiais.

Já alguma vez pensaram porque motivo um cavalo ou uma vaca demoram três anos a tornar-se adultos enquanto um chimpanzé leva cerca de doze e nós cerca de dezoito?

 - Em parte a resposta é porque precisamos de adquirir mais informações dos membros do nosso grupo e o nosso ciclo de vida se alargou em conformidade com isso.

O nosso período prolongado de desenvolvimento juvenil (em comparação com os outros primatas) evoluiu aproximadamente ao mesmo tempo que a nossa capacidade rir.

Quanto menos dependíamos dos nossos genes no que diz respeito à maneira de nos comportarmos, mais tínhamos de depender dos membros do nosso grupo, o que exigia tirar o melhor partido possível dos períodos de segurança e saciedade.

O medo e a fome são tóxicos para o desenvolvimento humano, enquanto o riso é um elixir que o torna possível, tanto no que diz respeito aos nossos antepassados como a nós mesmos.

David Sloan Wilsson – “A Evolução para Todos”

Nota - Um dos prazeres da vida pode muito bem ser despertar esplendorosas gargalhadas da minha neta Matilde com 2 anos acabados de fazer. O seu sentido de humor e a capacidade de achar graça e rir às gargalhadas é o maior sinal de vida inteligente nesta idade precoce.

Vai botar a bênção no teu filho, Natário.
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)





Episódio Nº 201

















Fazia-se preciso conhecê-lo pelo direito e pelo avesso, por dentro e por fora, para perceber sinal de alvoroço, mostra de contentamento na cara e no coração do mameluco.

 Mas também o coronel Boaventura Andrade por vezes se dava ao desplante de ler no pensamento alheio.

- Vai botar a bênção no teu filho, Natário. - Colocou a mão no ombro do compadre: - Mas antes vamos beber à saúde dele.

- Tenho uma garrafa de arak, um anis muito bom, veio de
Itabuna, feito pelas irmãs Farhat. Vou buscar lá dentro. -Ofereceu Fadul.

- Deixa pra depois, Turco Fadul. Licor de anis, coisa de gringo, não convém não. Pra brindar pelo menino sirva um trago de cachaça. E não esqueça que a moça também aceita.

Sons alvissareiros e festivos ressoaram no Caminho dos Burros: uma tropa arribava. No cabeçote e no peitoral da mula madrinha pendiam enfeites, chocalhavam guizos.


ENCONTROS E DESENCONTROS DE AMOR COM CASA DE FARINHA E PONTILHÃO

1

É fácil identificar um turco pela simples aparência, seja ele sírio, árabe, libanês. É tudo a mesma raça, todos são todos
reconhecíveis pelo nariz adunco e pelo cabelo crespo, além do
acento engrolado. Comem carne crua esmagada em pilão de pedra.

Assim conjecturara Diva caminhando com os parentes para alcançar a construção de pedra e cal na tarde em que os primeiros sergipanos chegaram a Tocaia Grande, tomados de medo e de incerteza.

Em lugar de um turco, depararam com um negro retinto a martelar o ferro, a torso nu, uma pele de caititu, sebenta, passada na cintura, resguardando-lhe as partes. A surpresa fizera Diva desatar num riso estabanado de menina, logo correspondido pelo ferreiro que se destabocou em risada sonora e acolhedora.

Escancarado em riso, deu as boas-vindas e se apresentou aos forasteiros:

- Meu nome é Castor Abduim mas me chamam de Tição. Vivo aqui ferrando burros.

quarta-feira, março 18, 2015

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A história de um grande amor.  Eu conto, de cima para baixo:


 - Eu era muito estudioso.

 - Até conhecer uma garota.

 - Ela era assim - Juntos éramos um só...

 - Dei-lhe presentes

 - Eu era feliz

 - Falávamos todas as noites.

 -Eu ia dormir tarde.

 - Mas quando meus amigos ficaram sabendo da garota...

 - Reagiram assim...

 - No dia dos namorados alguém lhe ofereceu uma rosa vermelha.

 - Ela ficou assim

 - Eu fiquei tão fulo...

 - Que comecei a ....

 - Chorar.

 - Mas, revoltei-me...

 - Não fui atrás dela mas sim em busca de outra solução...

 - Garotas... Garotas...


Esta é a garota quando o amigo lhe ofereceu a flor...

Primeiro chorei...

Depois bebi....
Mais tarde recompus-me e fui feliz com outra garota...

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