sábado, abril 15, 2017

Ronaldicultura


           


sexta-feira, abril 14, 2017

Esteban GONZÁLEZ PONS
Esteban Gonzales Pons
Um discurso perdido, ou talvez não, de um euro-deputado 

espanhol contra o Brexit dos ingleses















É um belíssimo discurso de um eurodeputado espanhol que ia passando despercebido porque a sala do respectivo parlamento já estava quase vazia. A tradução é aproximada e começa pela delimitação da Europa:

 - “a Norte pelo populismo e ao Sul pelos refugiados afogados no mar. A Leste pelos tanques de Putin. A Oeste pelo muro de Trump. No passado, com a guerra. No futuro, com o Brexit.

A Europa está hoje mais só do que nunca mas os seus cidadãos não o sabem. Mas a Europa é, todavia, a melhor solução e nós não sabemos como explicar isso aos nossos cidadãos.

A globalização ensina-nos hoje que a Europa é inevitável, não há alternativa. Mas o Brexit também nos diz que a Europa é reversível e podemos recuar na história. Apesar de saber que fora da Europa faz muito frio.

O Brexit é a decisão mais egoísta que se tomou desde que Winston Churchill salvou a Europa com o sangue, suor e lágrimas dos ingleses. Dizer Brexit é a forma menos solidária de dizer adeus.

A Europa não é um mercado. É a vontade de vivermos juntos. Deixar a Europa não é deixar um mercado. É deixarmos os sonhos que partilhamos. Podemos ter um mercado comum mas se não temos sonhos comuns, não temos nada.

A Europa é a paz que veio depois da guerra. A europa é o perdão entre franceses e alemães. A Europa é o regresso à liberdade da Grécia, da Espanha e de Portugal.

A Europa é a queda do muro de Berlim. A Europa é o fim do comunismo. A Europa é o Estados Social é a democracia.

A Europa é os direitos fundamentais.

- Podemos viver sem tudo isto? – Podemos desistir de tudo isto?

- Por um mercado vamos deixar para trás tudo isto?

A União Europeia é a única primavera que o nosso continente viveu em toda a sua história.

Eu sei que os tempos não estão para estes arrebatamentos emocionais. Que o pragmatismo e o cinismo parecem sempre mais inteligentes. Pois sabem que mais: que se lixe!

Gostava que muitas pessoas refletissem nestas palavras.

quinta-feira, abril 13, 2017

Resultado de imagem para gato
O Kiko é mais sobre o castanho
Eu tenho


um gato...


                                                            


                                                                 







Veio para minha casa no dia em que fiz anos, a 8 de Abril. Dormiu essa noite e  no dia seguinte, de manhã, saí para tomar o pequeno-almoço e ler o jornal. Cruzamo-nos no hall, ia ele para a sala, e despedi-me então com um até logo... mal sabia que seria um até nunca.

Evaporou-se, nunca mais o vimos... para desespero da minha mulher e neta que ainda não perderam a esperança.

Um animal de estimação, cão ou gato, entra na família e passa a fazer parte dela. Quem alguma vez teve um sabe que é assim, quer como fonte de afeto mas também de preocupações.

O Kiko era um gato novinho e ainda andava estranho pela casa, escondido, receoso, por debaixo dos móveis. Quem o trouxe foi a nossa empregada, a Lurdes, que já é da família, mas o gato é que parece não a ter aceite bem e não a quis adotar como sendo a sua. Fez mal, não vai encontrar outra onde o tratem melhor... mas naquelas idades reina o espírito de aventura, a irresponsabilidade... com tão poucas raízes cá em casa, por onde estará ele agora?...

... Afinal, acabou a angústia... só um gato se poderia ter metido onde ele estava: ... atrás do forro de um fogão de sala decorativo... num espaço cuja existência desconhecíamos.

A minha neta exultou. Tinha andado de carro com a avó à procura dele pela cidade..., vejam lá o desespero... e o “safado” em casa, metido num buraco!

Os gatos foram adorados pelos egípcios em vida e embalsamados depois da morte como reconhecimento dos serviços prestados pela  sua luta contra os ratos, uma das pragas de então naquelas cidades.

Essa adoração teve de contar com a ajuda das autoridades, porque antes de o animal ser decretado um ente sagrado, muitos bichanos eram servidos como prato principal almoçaradas nas margens do rio Nilo.
Uma das deusas egípcias representadas com cabeça de gato era Bastet, culto esse que começou por volta do Ano 3000 AC e representava o prazer, a fertilidade e a música. Bastet apresentava traços felinos tal como Ra, o deus do sol e Ísis a deusa da vida que também possuíam esses traços.
Tal era a adoração que quando o bichano morria o dono, em sinal de luto, rapava as sobrancelhas e as mulheres que os viam como símbolos de beleza pintavam os olhos tentando imitar o contorno perfeito do olhar dos gatos.
Eles mereciam os mesmos ritos fúnebres que os seres humanos, sendo embalsamados e sepultados. No século XIX, arqueólogos descobriram mais de 300 mil múmias de gatos num cemitério em Tall Bastah, cidade no delta do rio Nilo onde ficava o principal templo da deusa Bastet.
Exagero? E que tal saber que alguém podia ser condenado à morte se matasse um desses animais?
Mas tamanha adoração custou pelo menos uma derrota histórica para o Império Egípcio, cerca de 600 anos antes de Cristo. Quando um comandante persa chamado, Cambises II, soube que os seus inimigos da terra do Nilo veneravam tanto esses felinos, não teve dúvidas e ordenou que o seu exército atacasse o país das pirâmides usando uma táctica no mínimo inusitada:

-  gatos foram colocados à frente de suas tropas como escudo e os egípcios nem sequer ofereceram resistência. Era melhor renderem-se diante dos persas do que ferirem um ente sagrado.
Talvez por isso, quando o meu gato, o Kiko, atravessa o hall em desordenada correria ou se rebola, indolente, na carpete da sala, só pode estar a recordar-se desses tempos de então em que tudo eram privilégios...

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