sábado, maio 10, 2014



CAMANÉ - SEI DE UM RIO


O fado, para ser fado, exige um cantor que reúna dentro de si todo esse ambiente, toda essa trama que gera o fado, que nos faz sentir que é fado... Camané é um desses cantores.


Toalhinha do ginecologista














Numa estação de rádio canadiana, dão um prémio de 1000 a 5000 dólares à pessoa que contar um facto verídico e que tenha ocasionado um verdadeiro embaraço, daqueles que nos fazem enfiar-nos pelo "chão abaixo."

Esta história recebeu o prémio máximo, ou seja, os 5.000 dólares!


"Tinha consulta no ginecologista marcada para essa semana, mas tinham ficado de me avisar o dia e a hora.
De manhã bem cedo, recebo um telefonema da funcionária do consultório , informando que a minha consulta tinha passado para esse mesmo dia pela manhã, às 09h30. Tinha acabado de tratar do pequeno almoço do meu marido e crianças e ia no momento começar a despachar-me; eram precisamente 08:45.

Fiquei em pânico, não tinha um minuto a perder.
Tenho a certeza que sou igual a todas as mulheres e que temos todas muito cuidado e uma particular atenção com a nossa higiene pessoal, principalmente quando vamos ao ginecologista mas, desta vez, eu nem sequer tive tempo de tomar um duche. Subi as escadas correndo, tirei o  pijama, agarrei uma toalhinha que estava em cima da borda da banheira, desdobrei-a  e molhei-a passando-a depois, com todo o cuidado, pelas "partes íntimas" para ter a certeza que ficara o mais limpo possível.
Joguei a toalhinha no saco da roupa suja, vesti-me e "voei" para o consultório.


Estava na sala de espera há alguns minutos quando me chamaram para fazer o exame.

Como já sei o procedimento, deitei-me sem ajuda e tentei como sempre faço, imaginar-me muito longe dali, num lugar assim como o Caribe, ou em qualquer outro lugar lindo e pelo menos a 10.000 km daquela situação.

Fiquei muito surpreendida quando o meu médico me disse:

- "Oh lá, lá!!! Hoje de manhã fez um esforço suplementar para ficar bonita, e ficou muito bonita!"

Não recebi muito bem o cumprimento, e não respondi. Fui para casa tranquila e o resto do dia decorreu normalmente: Limpei a casa, cozinhei, tive tempo de ler uma revista, etc.

Depois da escola, já acabados os seus deveres, a minha filha, de 6 anos, estava preparada para ir brincar, quando gritou do banheiro:
- "Mãe! Onde é que está a minha toalhinha?"
Gritei que tirasse uma do armário.
Quando me respondeu, juro que o que me passou pela cabeça, foi desaparecer da face da terra


O comentário do médico martelava na minha cabeça sem descanso e a minha filhinha disse-me só isto:

- "Não mãe, eu não quero uma toalhinha do armário; quero mesmo aquela que estava dobrada na borda da banheira. Foi nela que eu deixei todas as  minhas purpurinas e as estrelinhas prateadas e douradas!"


SORRIA! ENTÃO A VIDA NÃO É BELA???


CLARO QUE É, PRINCIPALMENTE SE TIVER A "DITA CUJA" TODA BRILHANTE E ESTRELADA!!!


que sejam palavras de esperança em homens melhores no futuro...
A Razão

e a Fé











Quando esta manhã me dirigi à livraria habitual para comprar o meu jornal, sim, porque eu sou dos resistentes que ainda compra o jornal diariamente, vi em cima do balcão um livro, pequeno, da autoria do Papa Francisco cujo título era a Razão e a e saí da loja a pensar, sinceramente, a que espécie de Razão estaria o bom do Francisco a referir-se.

Senão, vejamos, ele é o responsável máximo de uma Igreja que assenta numa doutrina que fala de:

. Um homem que há mais de 2.000 nasceu de uma virgem sem a intervenção de um pai biológico;

. Esse mesmo homem sem pai voltou à vida depois de morto e enterrado há três dias;

. Quarenta dias depois, o homem sem pai subiu ao cume de um monte e o seu corpo desapareceu nos céus;

. Se murmurarmos pensamentos na intimidade da nossa cabeça, o homem sem pai e o “próprio “pai” (que é também ele próprio) ouvirá os nossos pensamentos e poderá agir em conformidade com eles. Ele consegue escutar os pensamentos de todas as pessoas do mundo ao mesmo tempo.

. Se fizermos alguma coisa de mal ou de bem, esse homem sem pai vê tudo, ainda que mais ninguém o veja. Podemos ser recompensados ou castigados, conforme o caso, mesmo depois da nossa morte.

. A mãe virgem do homem sem pai não chegou a morrer porque, por via da “assunção”, acedeu directamente ao céu em corpo.

. O pão e o vinho, quando consagrados por sacerdote (que tem de ter testículos), “transformam-se” no corpo e no sangue do homem sem pai.

Naturalmente, todos sabemos que a religião é assunto de fé e quem sente necessidade de acreditar, acredita mesmo nas coisas mais inverosímeis... mas querer “vender” a fé juntamente com a razão é que não tem cabimento.

Por outro lado, o Papa Francisco não tem nenhuma hipótese de apelar à razão em questões de fé porque elas não são miscíveis, tal como a água e o azeite, para além de que as ovelhas do seu rebanho até agradecem que não fale dela... só lhes perturbaria a cabeça porque os pontos que atrás referi, base da doutrina da sua Igreja, não se compreendem, não se percebem à luz de qualquer Razão, destinam-se apenas a ser acreditados.

Martinho Lutero, responsável pelo Cisma da Igreja Católica, que ao seu tempo era mais Papista que o Papa a ponto de ter rompido com ele, para quem era Bíblia e só Bíblia, fé e só fé, Cristo e só Cristo, como diz o padre Carreira das Neves, tinha perfeita consciência de que a razão era arqui-inimiga da religião e muitas vezes advertiu para os seus perigos:

 - “A Razão é a maior inimiga da fé; nunca vem em auxílio das coisas espirituais, e as mais das vezes luta contra o Verbo divino, tratando com desprezo o que emana de Deus”.

E noutro passo:

 - “Quem quiser ser cristão deve arrancar os olhos à sua própria razão”. E mais adiante:

- “A razão deve ser destruída em todos os cristãos”.

Lutero foi, sem dúvida, um astuto observador da estratégia da sobrevivência e quando se tratava da sua religião os meios justificavam os fins.

Agora, o Papa Francisco parece querer conciliar Razão com Fé mas não deve ser, com certeza, a mesma Razão que tanto preocupava Martinho Lutero...

O Papa Francisco usa da razão quando analisa e faz o diagnóstico da sociedade na crise em que vivemos de uma forma acutilante como nenhum outro fez, e condena, corajosamente, as forças do poder que a controlam ou descontrolam...

Para além do título da capa não li mais nada e, portanto, não sei a que espécie de outra razão ele se refere mas, se é esta, ela não tem nada a ver com fé. Talvez esperança nos homens que agradecem todo o apoio e impulso que ele, Francisco, lhes possa dar para que sejam mais justos e menos gananciosos.

...engoliu duas pílulas do vidro comprado na farmácia...
OS VELHOS
MARINHEIROS

Episódio Nº 76












Do comandante presidindo a mesa de bordo, em mar agitado, com ameaças de revolução intestino e intestinal.


Não esteve a sala de refeições muito concorrida no jantar daquela primeira noite. Chovia e ventava, e, no mar picado, jogava valentemente o navio, desanimando os passageiros, recolhidos em sua maioria às cabines.

Preferiria Vasco talvez descansar em seu beliche das emoções de tão movimentado e decisivo dia. Seria mais seguro também: por vezes subia-lhe do estômago um engulho ameaçador.

Cabia, porém, ao comandante presidir as refeições dos passageiros, no centro da grande mesa principal. O imediato, o comissário, os pilotos, o médico, revezavam-se na presidência das mesas menores.

 Não podia faltar, fez das tripas coração, engoliu duas pílulas do vidro comprado numa farmácia, com garantias expressas do empregado.

Quem sabe, encontraria na sala a dama do pequinês, trocaria com ela um sorriso e umas palavras. Já o senador do Rio Grande do Norte, Dr. Homero Cavalcanti, esperava esfomeado e impaciente.

Com o senador à direita, e, à esquerda, um deputado federal pela Paraíba, Dr. Othon Ribeiro, grande proprietário e banqueiro, o comandante deu sua primeira ordem a bordo: mandou servir o jantar.

Olhou em torno à sala: muitos lugares vazios, a senhora do cachorro não se animara a enfrentar o mar encapelado. Uma pena.

O senador e o deputado discutiam política, a sucessão presidencial em plena marcha, agitado aquele ano de 1929 com a escolha das candidaturas de Júlio Prestes e Getúlio Vargas, e a formação da Aliança Liberal, reunindo os governadores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba.

 O deputado paraibano ameaçava o poder com revoluções iminentes e fatais, sussurrava estarem Siqueira Campos, Carlos Prestes, João Alberto e Juarez Távora incógnitos e clandestinos cortando o Brasil de ponta a ponta, pondo de pé o movimento armado.

Ria o senador daqueles boatos: o país encontrava-se calmo e satisfeito, apoiando o programa de trabalho do eminente Dr. Washington Luiz, a ser continuado pelo seu sucessor, o não menos eminente paulista Dr. Júlio Prestes.

Não passava toda aquela agitação de tempestade em copo dágua, não ia além dos discursos inflamados dos oradores gaúchos, João Neves, Batista Luzardo, Oswaldo Aranha.

Quanto aos militares, esses revolucionários de meia-pataca, caso se atrevessem a cruzar a fronteira, abandonando o exílio no Prata, seriam impiedosamente caçados pela polícia, metidos no xadrez.

O comandante inclinava-se à direita, ouvia, respeitoso, as palavras oficiais do senador.

- Polícias... Xadrez... Ora, meu caro senador, não se iluda. Essa sua polícia não vale nada. Então o ilustre amigo não sabe que ainda outro dia Siqueira Campos foi visto em São Paulo?

sexta-feira, maio 09, 2014

IMAGEM

Só pode ser um bar gay... não vos parece?



Io Tu e Le Rose - Orietta Berti

E porque não há perdedores sem vencedores aqui tendes a canção que ganhou o Festival de Sanremo de 1967, exactamente esse que determinou a morte de Luigi Trento que tinha apostado tanto na vitória da sua canção que não suportou a derrota e suicidou-se.

O ritmo de valsa terá ajudado à vitória de Orieta Berti. Hoje banalizados, com mulheres travestis de barbas a cantarem, festivais e concursos eram há 50 anos atrás tão importantes que originavam dramas que foram, neste caso extremo, até ao suicídio.



Dois amigos, um Alfacinha e um Alentejano estavam snifando cocaína e foram presos pela polícia....



No dia do julgamento o Juiz estava de bom-humor e disse-lhes:

 - Vocês até parecem ser boas pessoas, por isso decidi dar-vos uma segunda hipótese!

      
- Em vez de irem para a cadeia, terão que mostrar às pessoas  os

terríveis males das drogas e convencê-las a largá-las!


- Compareçam no tribunal daqui a uma semana, pois quero saber quantas pessoas  convenceram.

       
Na semana seguinte os dois voltaram ao Tribunal e o Juiz perguntou ao Alfacinha :


- Como foi a sua semana rapaz?

- Bem, Meritíssimo, eu convenci 17 pessoas a pararem de consumir drogas para sempre!



- 17 pessoas?  Muito bem...disse o Juiz, satisfeito.


- O que  lhes disse ? 

- Eu usei um diagrama, Meritíssimo.

Desenhei 2 círculos como estes:

                                      O o
      
 - Depois apontei pró círculo maior e disse:

 - Este é o vosso cérebro em  tamanho normal...

 E apontando para o menor...

- Este é o seu cérebro depois das drogas!

- Muito bem! Aplaudiu o juiz, virando-se para o outro sujeito, o compadre Alentejano.

      
- E  você? - Como foi a sua semana?


    
 - Bem Meritíssimo, eu convenci 234 pessoas...


  - 234 pessoas?!... -  Exclamou o juiz, saltando da cadeira!!


      - Incrível!!!

      - Como conseguiu isso?!

      - Utilizei um método semelhante ao do meu colega.

      - Desenhei 2 círculos como estes:

                                         o O
      
 - Mas eu apontei para o círculo menor e disse-lhes:

  - Este é o vosso cu antes de irem para a prisão...

Mixórdia de Temáticas - Furta Sanduiches

Ricardo Araújo Perira



Teoria dos Memes - Drª Susan  Blacmore (3ª e última parte)


Porque o amor faz parte da nossa própria natureza...
Por Que nos

Apaixonamos?








Por que nos apaixonamos?

Por que concentramos numa pessoa toda a nossa atenção como se ela fosse a única no mundo?

Por que suspiramos longa e repetidamente quando estamos apaixonados?

Por que ficamos possuídos de uma enorme energia que nos permite andar a noite toda e conversar até ao amanhecer?

Por que bate o nosso coração mais depressa e nos suam as mãos quando estamos juntos da pessoa amada?

Por que chegamos ao ponto de pôr termo à vida por não sermos capazes de a enfrentar sem essa pessoa?

A primeira reposta para todas estas perguntas que são apenas uma síntese de muitas outras que se poderiam colocar é muito simples:

- Porque o amor faz parte da nossa própria natureza, tanto quanto o medo ou a fome, e terá começado nos primórdios da humanidade tendo evoluído da simples atracção sexual até ao amor romântico que cativa e nos prende ao nosso parceiro sexual.

Se hoje é mais difícil criar um filho sem a intervenção, a presença ou o apoio de um pai, como não teria sido no princípio desta longa caminhada que a humanidade já trás percorrida, quando as mulheres transportavam, em regiões perigosas, um filho nos braços e não nas costas como os restantes primatas, com um corpo despido de cabelos onde ele não se podia agarrar, e que tinha ainda, entre outras coisas, que procurar comida?

O amor romântico constituiu um factor decisivo no triunfo da nossa espécie porque assegurou e deu consistência à relação entre o pai e a mãe sem a qual os filhos dificilmente sobreviveriam e explica porque o amor não dura para sempre…porque deixa de ser indispensável.

Nós gostaríamos de pensar que nos apaixonámos para nosso deleite, que tudo teve a ver apenas com aqueles olhos negros com os quais, um dia, nos cruzámos e que nada daquilo que teve a ver com a nossa experiência pessoal, se inscreve em teorias científicas que quebram o encantamento da relação e da história do nosso amor.

Gostaríamos muito mais que o mistério prevalecesse, que fôssemos não só os únicos como igualmente a razão de ser de tão linda história de amor que nada teve a ver com mais ninguém nem com o que quer que fosse.

E, no entanto, foi tudo uma questão de altos níveis de dopamina que são neurotransmissores que estimulam a actividade do sistema nervoso central e à qual se juntou a feniletilamina e a ocitocina, químicos que são normais no nosso corpo mas que se juntam para desencadearem a paixão. Com o tempo, o organismo torna-se resistente aos seus efeitos e a “loucura” passa.

Mas, sejam quais forem os processos químicos, a relação amorosa continua a ter qualquer coisa de sublime, de poético, que não se presta a comparações com uma simples atracção sexual porque ninguém pensa obsessivamente numa mulher apenas por um desejo sexual momentâneo que, satisfeito, rapidamente leva ao esquecimento da relação, nem se circunscreve às inexoráveis explicações do ponto de vista científico por mais correctas e exactas que elas sejam.

É que, amanhã mesmo, mais homens e mulheres vão iniciar o deslumbrante e arriscado processo de amor e ao fazê-lo vão ter a mais importante experiência das suas vidas.

É certo que essas experiências se inscrevem numa longa lista de experiências, de tal forma longa que o cérebro as interiorizou e tornaram-se, por essa razão, imperativas, mas eles não sabem isso, nem tão pouco lhes interessa.

Eles vão ser autores e personagens de uma história de amor que poderá muito bem ser a história da vida deles, aquela que valerá a pena recordar quando a vida se for esfumando por entre o emaranhado dos anos.

Talvez algum deles seja escritor e não lhe baste apenas a sua história de amor…ou prefira criá-la na sua imaginação em vez de a viver…ou a recrie para esquecer uma má história de amor.

Com o amor romântico, como lhe chamam os estudiosos, tudo é possível de acontecer.

É verdade que a fé religiosa tem aspectos em comum com o enamoramento e ambos têm muitas das características da euforia induzida por uma droga viciante.

Uma faceta, das muitas faces da religião, é o amor intenso centrado numa pessoa sobrenatural, isto é, em Deus, acompanhado da veneração de ícones dessa pessoa e é grande o reforço positivo que a religião presta através de sentimentos reconfortantes e calorosos por sermos amados e protegidos num mundo perigoso, pela perda do medo da morte, do auxílio vindo não se sabe de onde em resposta a preces em tempos difíceis, etc.

De igual modo, o amor romântico por uma pessoa real apresenta a mesma concentração intensa no outro e também reforços positivos pelos sentimentos que desencadeia com a ajuda igualmente de ícones que, neste caso, poderão ser cartas, fotografias e até mesmo madeixas de cabelo como era hábito no século XIX.

Podemos controlar o nosso comportamento, não podemos controlar o sentimento do amor da mesma forma que também não se consegue controlar a fome, a sede, ou o instinto maternal.

Se o meu amor me deixar eu posso controlar o meu comportamento e não ir atrás dele, mas é impossível controlar os meus sentimentos pela simples razão que sobre eles não tenho controle, só o tempo poderá ajudar ou então, como diz o povo, sábio, procurando novo amor porque “o mal do cão cura-se com o pelo do mesmo cão”.

Mas, vivendo muitos de nós rodeados por tantas pessoas por que nos apaixonamos por uma e não por qualquer outra?

Mais uma vez a química parece ser a chave das atracções entre as pessoas que, em princípio, se sentirão atraídas para aquelas que têm um perfil químico complementar do seu de forma a equilibrarem-se.

Por exemplo, pessoas com altos níveis de serotonia tendem a ser mais calmas enquanto as de altos níveis de dopamina são mais agitadas e esta circunstância poderá constituir um factor de atracção entre ambas para, de certa forma, se equilibrarem ou complementarem.

Certo, certo, é que os homens se apaixonam mais fácil e rapidamente que as mulheres e de 4 pessoas que se matam por não suportarem o fim da relação, 3 são homens.

Julga-se que as mulheres são mais apaixonadas mas os estudos revelam que os mecanismos são muito parecidos, embora o estímulo visual seja mais activo no homem do que nas mulheres talvez porque, nas eras do antigamente, os homens tinham que olhar para as mulheres para tentarem perceber as que tinham condições de lhes dar filhos saudáveis.

Em contrapartida, as mulheres, vá lá saber-se porquê, revelam uma melhor memória recordando mais facilmente um relacionamento.

De qualquer maneira, o amor é imparável e se lhe é colocado qualquer tipo de barreira o resultado será intensificá-lo ainda mais.

Num estudo efectuado com 32 pessoas loucamente apaixonadas o que os cientistas observaram é que quando uma delas olha a fotografia da pessoa amada a parte do cérebro que se torna activa fica bem no interior do órgão pelo que se pode concluir que se trata de um sistema antigo e primitivo.

Os cientistas envolvidos neste estudo acreditam que, ligados ao tema do amor, temos três sistemas cerebrais diferentes:

- O primeiro trata do impulso sexual;

- O segundo do amor romântico, um estágio intenso de sentimentos obsessivos associados ao parceiro;

- Um terceiro que tem a ver com a sensação de segurança que se sente quando vivemos com alguém por muito tempo.

Posto isto, parece que o amor romântico não é uma emoção mas várias emoções e acontece para que a pessoa apaixonada concentre a sua energia numa única para um compromisso que dure, pelo menos, o tempo suficiente para criar um filho.

Pesquisas efectuadas junto de 5000 pessoas de 37 culturas diferentes permitiram concluir que o amor tem um «tempo de vida» entre 18 a 30 meses, o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança.

Apesar de todas as pesquisas e descobertas, anda no ar uma sensação de que a evolução, há cerca de 10.000 anos a esta parte, por algum motivo, modificou nossos genes permitindo que surgisse o amor não ligado à procriação.

Finalmente, de então para cá, o amor entre homens e mulheres pôde acontecer e algumas delas puderam passar a olhar os homens como algo mais do que máquinas de protecção.

Aguardamos as suas ordens, comandante.
OS VELHOS
MARINHEIROS

Episódio Nº 75












- O Comandante foi muito gentil - explicou Antunes.

- Cumpro meu dever, apenas.

Era apresentado ao comissário de bordo, os passageiros cercavam-no curiosos, aquela vinha sendo uma acidentada viagem, com morte a bordo, o corpo do comandante uma noite e um dia na sala de danças transformada em câmara mortuária, a ameaça de demora na Bahia, a notícia auspiciosa da descoberta de um comandante retirado.

Atravessou, guiado por Américo Antunes, por entre a numerosa desordem do embarque, gente a despedir-se, malas transportadas por cabineiros, crianças a atrapalharem os passantes, os latidos de um cão assustado nos braços de madura e enfeitada senhora.

 Rosnou ameaçador o pequinês para o comandante, querendo libertar-se das mãos da viajante. Esta sorriu ao capitão de longo curso e desculpou-se:

- Perdoe-lhe, Comandante, ele não imagina quanto lhe devemos...

Sabiam os passageiros do seu gesto e o valorizavam, sentiu-se Vasco envaidecido:

- ... Meu dever, minha senhora...

Bonitona, o rastro de seu perfume acompanhou o comandante,
que perguntava baixinho a Américo:

- Então é só dizer...

- ... é só dizer...

Subiram a pequena escada conduzindo à coberta reservada aos oficiais. O marinheiro os precedera e colocava as malas do comandante em sua cabine. Vasco apontava o leito:

- Ele morreu aí?

- Não. Morreu na ponte de comando, um colapso, coitado. Passava o médico de bordo, foi-lhe apresentado e os acompanhou à ponte de comando, onde os oficiais já esperavam, perfilados.

- O Comandante Vasco Moscoso de Aragão, que nos dá a honra e presta-nos o obséquio de assumir o comando do navio até Belém.

- Geir Matos, o nosso imediato.

Adiantou-se um rapaz loiro, sorridente. Vasco teve a impressão de uma troca de olhares entre ele e o representante da Companhia, como um piscar de olhos. Mas já o imediato estendia-lhe a mão:

- Muita honra em servir sob as ordens de quem ostenta tão alta condecoração - referia-se à comenda da Ordem de Cristo, no peito da farda, a brilhar.

Seguiram-se os pilotos, o chefe das máquinas», o segundo-maquinista.

Então o imediato, à frente dos demais, na ponte de comando, inclinou-se:

- Aguardamos suas ordens, Comandante.

Vasco lançou um olhar a Américo Antunes, este fez um leve gesto com a cabeça, como a animá-lo, o comandante falou:

- Os senhores sabem que minha presença aqui é apenas uma formalidade exigida pela lei. Não vou querer modificar seja o que for nesses poucos dias de comando. O navio está em boas mãos, meus senhores. Continue, senhor imediato, a comandá-lo, não desejo envolver-me em nada.

- Bem se vê, Comandante, ser o senhor um velho lobo-do-mar, conhecedor dos costumes da navegação. Só recorreremos ao senhor, se algum problema grave surgir inesperadamente, exigindo seus conhecimentos, o que, espero, não aconteça.

Américo Antunes finalizou a cerimónia:

- O navio é seu, Comandante. Eu lhe desejo, em nome da Costeira, uma viagem agradável.

Despediu-se, aproximava-se a hora da partida. Vasco ficou na ponte de comando, ouvindo o imediato transmitir as ordens. Retiravam a escada a ligar o navio ao cais, o apito saudoso perdeu-se além das torres das igrejas, lenços acenavam adeuses, mulheres choravam sob a chuva.

O navio foi-se afastando lentamente, nas primeiras manobras. Vasco olhou em direção a Periperi. Lá estariam, na praia, os amigos, certamente, Zequinha Curvelo, de braço estendido, mão de adeus, a desejar-lhe sucesso e boa viagem.

Gostaria o comandante de levar a luneta ao olho, procurá-los na chuva e na distância a fazer-se maior. Mas não se atrevia sequer a mover-se, naquela hora solene das ordens de partida.


quinta-feira, maio 08, 2014

IMAGEM

O Cavalo e a Moça... ou os mais lindos animais do planeta Terra.



Camada de Nervos

Vida de Super-homem

Neste 2º Episodio, a Drª Susan Blackmore continua a mostrar como a Teoria da Evolução se aplica também às idéias e ao design. Os penteados ridículos dos jogadores de futebol são memes que procuram sobreviver, que procuram ser copiados... espero que não durem, que desapareçam rapidamente! (continua)


O Padre e a Freira






Um Padre e uma Freira tinham saido de um convento. 

Ao cair da noite, avistaram uma cabana a meio do caminho, e decidiram entrar para pernoitar e prosseguir viagem no dia seguinte.
Ao entrarem na cabana, viram que havia apenas uma cama de casal.
O  padre e a freira entreolharam-se e, depois de alguns segundos de silêncio o padre disse:

- Irmã, pode dormir na cama que eu durmo aqui no chão.

E assim fizeram. No entanto, a meio da madrugada a irmã acordou o padre:

- Padre! O senhor está acordado?

O padre, bêbado de sono:

- Sim, irmã, precisa de alguma coisa?

Tenho frio...pode dar-me um cobertor?

 - Sim, irmã, com certeza! O padre levantou-se, foi buscar um cobertor ao armário e cobriu a irmã com muita ternura.

Uma hora depois, a irmã acorda o padre novamente:

 -  Padre! Ainda está acordado?

O padre: Ah? Irmã ... O que foi agora? 

 - É que ainda estou com frio. Pode dar-me outro cobertor?

 - Claro irmã, com certeza!

Mais uma vez, o padre levantou-se cheio de amor e boa vontade para atender o pedido da irmã.

Outra hora passou e, mais uma vez, a irmã chamou pelo padre:
  
- Padre. O senhor ainda está acordado?

O padre: -  Sim, irmã! O que foi agora?!

É que eu não estou a conseguir dormir. Ainda estou com muito frio.

Finalmente, entendendo as intenções da irmã, o padre então disse:

- Irmã, só estamos aqui nós dois, certo?

- Certo!

O que acontecer aqui, ou deixar de acontecer, só nós saberemos e mais ninguém, certo?

- Certo!

Então tenho uma sugestão ... Que tal se fingirmos ser marido e mulher ?

A freira então pula de alegria na cama e diz : - SIM! SIM !!!

Então o padre muda o tom de voz e grita :

- ENTÃO, PORRA ! LEVANTA-TE E VAI BUSCAR A MERDA DO COBERTOR ! 

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