sábado, novembro 05, 2005

Memórias futuras - com muito PRESENTE e ténis à mistura.


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Rui,

Não estava nas minhas previsões, próximas ou futuras, que as cartas que há uns meses comecei a escrever-te e às quais, na nova linguagem dos computadores, chamamos mails viessem a integrar um blog, especialmente o Macroscopio ou o Culturanálise, dada a qualidade científica dos teus textos e muito menos um blog só meu denominado, muito a propósito, Memórias Futuras.

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Acontece que gosto “das coisas” enquanto as escrevo, acima de tudo sinto prazer em escrevê-las, mas no fim quase que as detesto. Fossem elas escritas em papel e iriam parar ao cesto dos ditos, talvez porque o que escrevo não tem tanto a ver com sabedoria aprendida mas antes com experiências de vida, sensibilidade, reflexões, algumas autenticamente ao correr das teclas, coisas da “minha intimidade” como diria uma jovem pertencente a um povo que vive na região dos Himalaias e que, quando entrevistada, se recusou a dizer se tinha namorado porque isso era da sua intimidade.

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Mas depois, os textos apareciam adornados, emoldurados, em qualquer um dos teus blogs e eu reconciliava-me um pouco com eles, talvez porque então já não eram só meus…estavam mais bonitos… pois também aqui, os “olhos também comem” mas eu… não ficava de bem com a minha consciência porque estavam a ocupar um espaço que não era o deles e esse era ainda o aspecto menos importante porque eu também te recebo em minha casa como se ela fosse a tua, filho do meu irmão meu filho é, a questão verdadeiramente importante é que eles estavam deslocados e eu ficava constrangido por isso. Os teus blogs, especialmente o Macroscópico, são locais de grande qualidade e densidade do pensamento político da autoria de alguém que tirou todos os graus académicos sobre Ciência Política e viu as suas teses de Mestrado e Doutoramento aceites e reconhecidas na sua qualidade pelos maiores especialistas na matéria e eu perguntava-me o que estavam ali a fazer os mails que eu te enviava…e tinha cada vez menos vontade de te escrever.

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Para além desta razão, que é, de facto, a mais importante, acontece ainda que se, no substrato, o nosso pensamento como pessoas e cidadãos está muito próximo um do outro, e em matéria de princípios e valores coincide até totalmente, há aspectos de avaliação mais de carácter pessoal em que, naturalmente, não se sobrepõem ou até divergem. E aí as coisas tornavam-se mais graves porque, metaforicamente falando, era como se eu entrasse pela tua casa dentro, um blog é uma casa, para te “atirar à cara” as minhas discordâncias o que até fica bem entre nós, a sós, mas não no teu blog, na presença dos teus leitores porque tu próprio, isso, não aceitarias.

Supõe tu que nas próximas eleições presidenciais eu era um defensor da candidatura do Mário Soares, que até não sou desta vez (num dos últimos mails que te enviei terminei dizendo, relativamente aos candidatos,”que ganhasse o melhor” mas não te disse qual era para mim o melhor) mas se fosse, só por incorrecção da minha parte te enviaria um mail a esse propósito sabendo que és um acérrimo defensor da candidatura de Cavaco Silva... seria mais fácil ligar-te pelo telemóvel e confrontar-te na tua opção diferente da minha.

Mas enquanto eu sou incorrigivelmente distraído tu és um homem inteligente e vai daí, já que eu não me decidia, criou-se um blog denominado Memórias Futuras que, para além do mais, tem até um nome bonito e apropriado porque já tenho idade para as Memórias e não me sinto velho para deixar de pensar no Futuro.

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Descontados os elogios que fizeste aos meus textos que, sinceramente, julgo exagerados, a vida seria uma coisa muito boa se a pudéssemos viver sem preocupações e fazendo só aquilo de que gostamos, o que raramente acontece, mas podemos orientar a nossa vida no sentido de desenvolver o gosto por coisas simples e acessíveis, cultivando o amor e acima de tudo a compreensão, fugindo dos espaços apertados do pensamento que tornam o mundo pequeno e perigoso e fazendo um esforço para sermos felizes…é fundamental.

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Hoje joguei ténis, a seguir, escrevi-te este mail…até o meu Sporting ganhou, com alguma sorte… e amanhã … com sol ou chuva, vai ser outro dia… sinto-me feliz…mais uma vez obrigado pela tua quota-parte de responsabilidade.

Nada a dizer sobre o texto da Cooperativa a não ser que ficou uma perfeição…


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Chagal

Eu e a aldeia

quinta-feira, novembro 03, 2005

Ainda os relógios e o Tempo que passa




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  • Se bem me lembro... Olha, agora esqueci-me...

Afinal, esses objectos maravilhosos chamados relógios e hoje tristemente vulgarizados, como tantas outras coisas, parece terem sido o encantamento de duas gerações e já agora mais uma recordação me trouxeste à memória: a dos Seykos, o”Ómega” dos electrónicos, que não tinham ponteiros, e que mesmo em Andorra não se tiravam por menos de 6 contos mas que nunca conseguiram destronar os relógios com mostradores de ponteiros porque estes é que são os verdadeiros relógios, os outros são “mutantes” criados pelos japoneses, creio.

Hoje é dia do Benfica jogar uma partida importante e espera-se no Estádio da Luz a maior enchente da temporada, 50.000 pessoas, para a alegria ou para a tristeza mas certamente para as emoções de milhões de portugueses. A Grã já está nervosa e eu, para a distrair, pedi-lhe para me fazer umas broas, das que sabem a erva-doce, como os bolos da tua bisavó da Concavada e que eu aprendi a gostar quando era miúdo e talvez por isso me recordam a meninice

Bom, vou ver se dou “um empurrão nas broas”…
Xau, boa noite e que ganhe o Benfica…votos de sportinguista.

PS: Certamente que Nemésio, o grande e saudoso Vitorino Nemésio - (que durante anos pensei chamar-se "Menésio") não dissertava sobre relógios, apesar de admitir que tenha feito muitas reflexões sobre o Tempo.

domingo, outubro 30, 2005

AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


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Vamos entrar, com as acções de campanha para a eleição do novo Presidente da República, num período de alguma “turbulência emocional,” característico de uma situação em que tem que se escolher uma personalidade, de entre várias, para o mais alto e prestigiado, que não o mais importante, cargo Público do país.

Acresce, que nós gostamos de nos emocionar, mesmo quando dizemos que não, quando protestamos e condenamos as emoções, especialmente as dos outros, gostamos de nos emocionar... Vibrar com as emoções é como conduzir um carro a grande velocidade, faz-nos sentir vivos, despertos, é a adrenalina do risco, é esquecer a rotina da vida sensaborona é, finalmente, um apelo a todas as nossas capacidades instintivas que têm a ver com o que há de mais genuíno em nós próprios.

Depois, as pessoas sobre as quais os portugueses se vão debruçar para, de entre elas, escolher o Presidente, são nossas velhas conhecidas sendo que, relativamente a dois deles, é o reeditar de antigas desavenças políticas pois todos nós sabemos que Mário Soares e Cavaco Silva nunca morreram de amores um pelo outro de tão diferentes que são nas suas características como homens.

Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa vão aproveitar este processo eleitoral para marcar os seus territórios, reunir as suas hostes e, se possível, aumentá-las. É uma rivalidade de vizinhos, luta de bairros…

Finalmente, temos Manuel Alegre, que começou mal, primeiro porque não foi aceite pelo partido que não terá acreditado nas possibilidades da sua candidatura depois, num célebre e penoso jantar, disse e desdisse que se ia candidatar, para finalmente se decidir por razões que tinham a ver com as possibilidades de vitória à primeira volta do candidato Cavaco Silva. Neste momento, surpreendido pelos resultados das sondagens, alterou o discurso e afirma que pretende ir à segunda volta e aí vencer Cavaco Silva.

No fundo, no fundo… o que ele gostaria era de ganhar ao seu companheiro de “route” e dar uma lição ao PS pela escolha que fez e pelo abandono a que o votaram, não esquecendo a saborosa vingança sobre o seu amigo de sempre que, de certa forma, o terá humilhado porque, tal como o partido, não reconheceu credibilidade à sua candidatura, voltando as costas a alguém que terá sido o seu mais importante aliado político em momentos delicados em que foi preciso evitar que o PS deslizasse para uma esquerda dura em vez de uma esquerda democrática.

Há a tendência para se pensar que o país está repartido entre “esquerda” e “direita” e considerar que C. Silva é de direita e os três restantes de esquerda e que numa segunda volta, se a houver, perde C. Silva porque o voto de esquerda no nosso país é ligeiramente superior em função do que foram os resultados de anteriores votações.

Talvez até agora tenha sido assim. Hoje, tenho fortes dúvidas que o seja. Os conceitos de esquerda e direita já não têm o mesmo impacto nas novas gerações muito menos politizadas e mais viradas para os problemas que os afligem como os do emprego e, por acréscimo, o acesso ao consumo.

Por outro lado, só na aparência, Cavaco Silva poderá ser considerado um político de direita. A sua ascendência modesta, a influência da cultura inglesa, importante na fase final da sua formação académica, e a sua prática enquanto primeiro-ministro, não o definem propriamente como um homem de direita. A prova disso está na desconfiança com que o CDS o apoia, suspirando por um outro candidato, esse sim, inequivocamente de direita, como seria Paulo Portas.

Vamos, pois, nos próximos tempos, assistir e participar no admirável mundo das emoções e isto, mesmo quando o resultado não deixa grandes dúvidas, porque o que importa é uma boa briga que anime e distraia o pessoal. Depois, também já nos apercebemos, que ao longo de 30 anos de democracia, dados os poderes, ou melhor dizendo, os não poderes do P.R. só duas vezes, a última das quais quando o actual P.R. resolveu entregar a governação do país a um senhor que tinha sido eleito “à rasquinha” para Presidente da Câmara, é que o exercício do prestigiado cargo mexeu a sério com a vida dos portugueses. Tirando essas vezes tudo não passa de uns discursos e umas medalhas que em datas especiais se lêem e se penduram com pompa e circunstância.

Por isso, venha de lá o espectáculo, o meu lugar à frente do ecrã da televisão já está cativo. Dois a dois ou todos contra todos, desde que não falem ao mesmo tempo, cá os espero. São todos cidadãos íntegros, alguns deles já entraram tantas vezes nas nossas casas que se dirá que são da família e, factor importante, nenhum deles é suspeito ou arguido de qualquer crime…

Já agora, depois do que se viu (nas autárquicas) …, era só o que faltava…

Boa sorte para todos e que vença o melhor…

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