sábado, dezembro 13, 2008

“Negue”

Autor – Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos
Intérprete – Maria Betânia

O género Samba-Canção tem em Adelino Moreira um dos mais fiéis representantes.

Adelino, português de nascimento, foi de menino para o Brasil e iniciou a carreira pelas mãos de Braguinha, director artístico da Continental Discos onde gravou os fados “Saudades” e “Olhos de Alma”.

Seguiu a carreira como cantor e violinista mas sem grande sucesso.

Em 1957 compôs “A Volta do Boémio” que vendeu um milhão de discos.

Os seus maiores sucessos foram: “Meu Vício É Você”, “Escultura”, “Meu Dilema”, “Doidivanas”, “Deusas do Asfalto” e muitos outros.

Ele próprio afirmou que teve 1.200 músicas gravadas mas o seu maior êxito foi mesmo “Negue”.

Negue (1960)



Fernando Pessoa



VALSINHA


Autores – Chico Buarque e Vinícius de Moraes
Intérprete – Chico Buarque


“Valsinha” – Música lançada em 1971 no LP “Construção" embora tenha tido, posteriormente, outras gravações.

Chico Buarque compôs mais de 200 músicas fazendo tanto a música como as letras, a solo e com os mais importantes compositores da música popular brasileira.

Participou em inúmeros espectáculos teatrais, filmes e mais recentemente dedica-se à literatura tendo escrito várias obras de sucesso.

Teve óptima educação cultural da sua família pois o seu pai, o historiador Sérgio Buarque da Holanda, recebia inúmeras intelectuais em sua casa com os quais o filho pôde conviver.

Estudou no Colégio de Santa Cruz, um dos melhores em S. Paulo, e cursou a Faculdade de Arquitectura e Urbanismo, também em S. Paulo que, à época, era um forte reduto de estudos voltados para os problemas sociais do Brasil.

Valsinha (1971)



Nobre Vagabundo




Autor – Márcio Melo
Intérprete – Daniela Mercury



Nobre Vagabundo – Música lançada no CD “Feijão com Arroz” em 1996 revelou Daniela Mercury como grande artista dos anos 90.

Cantora e compositora, Daniela Mercury nasceu em 1965 em Salvador da Baía e começou a dedicar-se ao canto aos 13 anos de idade.

Integrou a Banda “Cheiro de Amor” de Gilberto Gil. Como artista a solo o seu primeiro disco “Swing da Cor” lançou o seu nome no mercado e em 1994 o seu disco “Música da Rua” vendeu 500.000 cópias.

Artista com um alto grau de profissionalismo tem sabido conviver com as suas facetas de cantora, compositora e empresária com mais de 11 milhões de discos vendidos.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Nobre Vagabundo (1996)




O Partido Comunista Português




Esta imagem foi publicada no Macroscópio para servir um texto crítico do Rui Matos à greve decretada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município (STMM) mas “assoprada” pelo PCP dada a influência deste nas estruturas Sindicais.

O Partido Comunista Português tem uma relação com os seus filiados que me faz lembrar a de uma Igreja com os seus fiéis.

Pertence-se a uma religião por uma questão de fé, da mesma forma que se é do PCP porque se acredita no comunismo.

Não importa que a razão e as evidências desmintam a crença porque as crenças são muito importantes, indispensáveis para o nosso equilíbrio emocional e espiritual, que o mesmo é dizer para a nossa sobrevivência e numa situação em que o nosso cérebro tenha de escolher entre a crença e as evidências e a razão opta pela crença e despreza a razão e as evidências.

Estou a pensar nas crenças religiosas mas, retirando um maior grau de intensidade que estas apresentam pelo bónus da vida eterna, não diferem muito da crença numa ideologia política.

Vivi uma parte considerável da minha vida na época em que o PCP era uma organização política clandestina que lutava contra o regime de Salazar perseguido ferozmente pela PIDE.

Para nós outros, cidadãos simplesmente conhecedores dessa situação, não intervenientes, pouco esclarecidos sobre ideologias políticas, o PCP lutava na clandestinidade para a queda do regime, pela liberdade do povo português, contra a polícia política, a censura e toda a espécie de proibições características do período, longo período, de Salazar e Caetano e por isso eram admirados pelos que ansiavam pela liberdade e não podiam acreditar na propaganda do regime de que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço.

Quando se deu a revolução do 25 de Abril foram, muito justamente, retirados das prisões e aclamados como heróis por comunistas e não comunistas que perceberam que a alegria que estavam a viver naquela hora tinha a ver também com aqueles senhores.

É assim, as boas causas entram facilmente nos corações e a liberdade é uma dessas boas e grandes causas.

Aí, não há crenças nem fé.

Na liberdade não se acredita, a liberdade não é uma questão de fé, ela impõe-se porque sem ela não há dignidade e os portugueses queriam ser pessoas dignas por ser esse o seu direito.

Mas a realidade viria a ser outra e a luta que travaram pela liberdade não era ingénua nem desinteressada. Era a luta por um espaço político em que um outro projecto nos aguardava, mais uma vez, sem liberdade.

É curioso como se luta pela liberdade para se impor um projecto que também ele retira a liberdade.

“Eu quero ser livre para te tirar a liberdade”.

Esta era a mensagem escondida nas cúpulas do PCP e na cabeça do Sr. Álvaro Cunhal que, como o Salazar, era um homem sério, honesto e desprendido de bens materiais.

Em comum tinham também a convicção de que eles é que sabiam o que era bom para o povo português, “o nosso povo”, como continua a dizer o Jerónimo e como dirá o seu sucessor daqui a 100 anos se o mundo não acabar antes.

A razão, as evidências, as realidades de um projecto político que aplicado em tantos países do mundo teve como resultado a miséria, as prisões políticas, os assassínios, um rol de ignomínias que ainda hoje acontecem… nada disso é suficiente para abalar a fé dos comunistas do PCP porque a crença impõe-se à razão por questões de sobrevivência.

O Jerónimo e muitos dos seus camaradas não sobreviveriam sem o seu PCP e aqueles que se conseguiram libertar, poucos, experimentaram as agruras dessa ruptura que deve ter correspondido a uma espécie de renascer.

Perder a fé é uma libertação mas representa um enorme desafio para o nosso cérebro e uma imensa vitória da nossa coragem, inteligência e afirmação.

Nascemos para acreditar e obedecer porque assim foi necessário à nossa sobrevivência nos primórdios da humanidade.

Com uma infância tão prolongada, frágeis e indefesos tivemos que seguir escrupulosamente as instruções que os nossos pais e os mais velhos nos davam olhando-nos insistentemente, gritando, provavelmente até, de dedo em riste e os que não obedeceram, os que não acreditaram e não seguiram as instruções não sobreviveram para chegarem à fase da reprodução.

Assim, abriu-se no nosso cérebro um espaço para a crença que se destinou a garantir que seríamos prudentes e cautelosos face aos inúmeros perigos e ameaças que nos rodeavam mas o espaço da crença que se abriu no nosso cérebro “esqueceu-se” de nos dizer no que devíamos acreditar.

Ainda bem para o PCP que vivemos em democracia que lhes confere a liberdade de serem felizes dentro do seu partido, podendo dizer tudo o que lhes vai na alma e até infiltrarem os Sindicatos para darem luta aos governos, sejam eles quais forem.

Não seria esse o tratamento que nos esperaria se o Jerónimo fosse poder porque ele e o seu Comité Central saberiam bem o que era bom para o povo português e libertar-nos-iam de pensar o que é uma maçada e dá um enorme trabalhão… eles pensariam por nós.

Protestarem nas manifestações de rua juntamente com os descontentes ou mesmo encabeçando-os, influenciarem as decisões das estruturas Sindicais substituindo-se às organizações dos trabalhadores ou impondo-se a elas, aparecerem o mais possível na televisão como força organizada, unida e coesa, de que os seus Congressos são um exemplo… como dizia o Jerónimo no discurso de encerramento do último: “ Se esperavam surpresas desenganem-se”… como se fosse possível haver surpresas no PCP!

Que surpresas se podem esperar de um partido que obedece a dogmas e esconde atrás de discursos repetitivos e monocórdicos a forma como governaria o país se fosse poder?

Rasgariam a Bíblia por ela não ser conforme à razão? E se assim fosse que fariam depois à ditadura do proletariado e a toda a sua concepção do mundo a preto e branco?

Eu acho que os comunistas do PCP devem pensar exactamente como gostam de pensar, com dogmas, com esquemas rígidos de uma economia pensada à moda do camarada Estaline, que só não decidem tudo de braço no ar porque a Lei dos partidos o proíbe o que, na prática, vai dar ao mesmo porque as divergências entre eles terão apenas a ver com a colocação das vírgulas e dos pontos finais desde que não alterem o sentido da frase.

O PCP não é um partido político mas uma organização religiosa onde impera o culto aos princípios, a obediência e o alinhamento pelas decisões das cúpulas.

O PCP é uma mistificação porque se proclama o verdadeiro defensor dos interesses dos cidadãos das classes mais frágeis mas continua um admirador de todos os ditadores comunistas que espezinharam, prenderam e assassinaram nos seus países esses mesmos cidadãos.

A falta de coerência arruína qualquer discurso seja ou não político.

Se o PCP não condena e admira mesmo Fidel de Castro que prende e assassina cidadãos cubanos que têm a coragem e ousadia de denunciarem as injustiças do deu líder, como nos pretende depois convencer de que é sincero quando manifesta preocupações com o bem estar “do nosso povo”?

Quantos povos existem para o PCP? Todos os povos que foram e são vítimas de ditaduras comunistas não mereciam e merecem o mesmo tipo de cuidados que eles alardeiam para o nosso “bom povo”?

Não, os processos seriam os mesmos e o tratamento igual. O poder nos partidos comunistas ortodoxos é totalitário como o foram todos os que chegaram ao poder.

Eles são os donos da verdade, a bem ou a mal e não vale a pena argumentar com os malefícios do sistema capitalista ou com a ambição e ganância dos grandes empresários exploradores que não são escrutinados em democracia, porque nos países europeus democratas há liberdade de imprensa, a informação circula e chega a todos e a denúncia é possível, o que não acontecia e não acontece nas ditaduras comunistas.

Quanto à substância da questão dizer aos senhores do PCP que não existem homens que são bons e honestos, os comunistas do PCP, e os restantes.

Assumisse o PCP o poder no nosso país e revelar-se-ia rapidamente como os homens são todos, potencialmente, o mesmo.

O que de importante há a preservar é a liberdade e o respeito pelo estado de direito para que, todos nós, não venhamos a ser vítimas daquilo porque passaram alguns dos sobreviventes do PCP.
...E para desanuviar a "conversa" ouçamos "Batterfly" que o Rui me ofereceu.

Danyel Gérard - Butterfly (En francés): uma memória de M. feita presente

Danyel Gérard - Butterfly (En francés)






DANYEL GERARD MARYLOU




Bee Gees - Stayin' Alive (Full Version)


O mundo é composto de coisas materiais e espirituais. Ocasiões há em que o seio humano nos leva à borboleta, esta conduz-nos a outras geografias que, por sua vez - nos empurram para uma introspecção, qual viagem ao interior da memória, incursão às gavetas mais escondidas do cérebro.
Numa palavra: a vida é um mistério, com ou sem borboletas...

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Você Passa Eu Acho Graça

Autores – Ataúlfo Alves e Carlos Imperial

Intérprete – Clara Nunes


“Você Passa Eu Acho Graça”- Um dos últimos trabalhos do grande compositor Ataúlfo Alves constituiu-se no maior sucesso da cantora Clara Nunes que gravou o seu 1º LP em 1966 com uma predominância de sambas.

Em 1968 gravou o 2º LP do qual o tema “Você Passa Eu Acho Graça” foi a música principal que deu o título ao LP.

Clara Nunes foi uma das melhoras cantoras de Samba.

Morreu em 1983 por complicações após uma intervenção cirúrgica.

Voçê Passa Eu Acho Graça



A Banda

Autor – Francisco Buarque da Holanda

Nasceu em 1944, no Rio de Janeiro e é músico, dramaturgo e escritor.

Filho do historiador Sérgio Buarque da Holanda, iniciou a sua carreira na década de sessenta quando venceu o Festival da Música Popular Brasileira de 1966 exactamente com esta canção.

Em 1969, perante a crescente repressão da ditadura militar exilou-se em Itália tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais activos na crítica política e pela democratização do Brasil.

Na carreira literária ganhou o prémio Jabuti pelo livro Budapeste lançado em 2004.

Como compositor e intérprete foi parceiro de vários dos maiores artistas brasileiros como Tom Jobim, Vinícios de Moraes, Toquinho, Milton do Nascimento e Caetano Veloso. Os mais assíduos são Francis Hime e Edu Lobo.

Modelador de palavras, tem o dom único de descrever sentimentos como quem vive cada dor ou alegria – fala por nós – e não há quem, alguma vez na vida, ao ouvir as suas composições, não tenha jurado que Chico Buarque esteve por um momento na sua alma para ter conseguido descrever a emoção indiscritível.

A Banda


A Praça


Autor – Carlos Imperial
Intérprete – Ronnie Von


“A Praça” – Lançada em 1967 por Ronnie Von constituiu-se no seu maior sucesso.

Carlos Imperial – Compositor e Produtor nasceu em 1935 em Cachoeira mas mudou-se para o Rio de Janeiro ainda muito jovem.

Criou, em 1955, o Club de Rock, então muito na moda e na
TV o seu programa Club de Rock revelou Roberto Carlos.

Carlos Imperial foi um artista com grande visão do futuro sendo, para além de produtor, compositor.

Para além da “Praça”, compôs “O Bom”, “Vem Quente Que Estou Fervendo”, “Você Passa eu Acho Graça”.

Foi o eleito Vereador do Rio de Janeiro com maior número de votos em 1984 e faleceu em 1992 no Rio.

Ronnie Von – Nasceu em Niteroy em 1947 e iniciou a sua carreira cantando Blues e Gospels. Fez a versão de “Girl” de Lenon e McCarty, com o nome de “Meu Bem”, que teve um grande sucesso.

Teve êxito como cantor principalmente pela sua figura de jovem bonito e certinho. Actualmente, possui um programa diário de entrevistas na Televisão.

A Praça (1957)



“Eu Sei Que Vou Te Amar”

Samba-Canção (1958)

Autores – Vinícius de Moraes e Tom Jobin
Intérprete – Maria Creuza


“Eu Sei Que Vou Te Amar é considerado como um dos mais bonitos e importantes Sambas-Canção com imensas gravações e grande sucesso até aos dias de hoje.

Vinícius é considerado o intelectual mais influente e participativo da moderna música popular brasileira.

Formou-se em Direito e estudou em Inglaterra, na qualidade de Bolseiro, na Universidade de Oxford, Língua e Literatura Inglesa.

Desempenhou cargos diplomáticos em Los Angeles, Paris, Roma, onde frequentou a casa de Sérgio Buarque da Holanda (pai do Chico) que então trabalhava em Itália.

Vinícius foi também considerado o maior letrista da MPB, na opinião do musicólogo Ricardo Cravo Albin, uma síntese sofisticada de Orestes Barbosa e Noel Rosa.

Foi um homem de extrema sensibilidade, amantíssimo, amou e casou com várias mulheres continuando amigo de todas elas e leal aos seus amigos.

Faleceu no Rio de Janeiro em Julho de 1980 com 67 anos tendo ficado conhecido como o “poetinha” expressão carinhosa que correspondia ao seu lirismo e à sua pessoa.

Eu Sei Que Vou Te Amar (1958)



Declaração Universal dos Direitos Humanos



No dia 10 de Dezembro de 1948 foi aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos Humanos, fez ontem, precisamente, 60 anos.

Foi o proclamar de um ideal comum a atingir por todos os povos, como se diz logo no início do seu preâmbulo:

- “O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.”

Para assinalar essa data nada mais a propósito do que a canção que Bob Dylan compôs aos 21 anos, “Blowin In The Wind”.

Uma das canções mais emblemáticas dos anos sessenta, hino da luta da juventude e de todo o mundo para acabar com a ignominiosa guerra do Vietname.

1962… tempos de crise, greves, discriminação religiosa, conflitos sociais, violência, ódio…

A letra da música levanta uma série de questões filosóficas sobre a paz, a guerra, a compaixão e a liberdade.

É o esforço da esperança com que são tratados estes temas transcendentes e intemporais que permite conservar a sua actualidade mais de 40 anos depois.

Bob Dylan (1975)

Blowin In the Wind


quarta-feira, dezembro 10, 2008

“Conceição” 1956

Letra – Jair Amorim
Música – Dunga (Valdemar de Abreu)
Intérprete – Cauby Peixoto


“Conceição” – Foi o maior sucesso popular da dupla Jair Amorim / Dunga. Este tema já era conhecido de outras letras e o seu grande sucesso ficou também a dever-se à magnífica interpretação de Cauby Peixoto, considerado pela maioria dos integrantes da MPB, como o maior cantor popular do Brasil, um dos poucos que conseguiu manter o seu prestígio durante cinco décadas, o que lhe mereceu o apelido de “professor” porque ele é, realmente, o mestre de todos os cantores populares brasileiros.

Conceição (1956)



“Desafinado” (1958)
Género: Samba Bossa-Nova
Autores: Tom Jobim e Newton Mendonça
Intérprete: João Gilberto

“Desafinado
” – É considerada a canção-manifesto da Bossa-Nova pela simplicidade da letra e da música e pela magnífica interpretação de João Gilberto com a sua voz de pequeno porte mas de uma perfeita colocação das palavras.

Desafinado (1958)



“Ninguém Me Ama”

Samba – Canção de 1952
Autores: António Maria e Fernando Lobo
Intérprete – Nora Ney

António Maria
Grande boémio e cronista da vida pernambucana, vivendo no Rio, namorador incorrigível, decidiu-se por encher as “boites” de canções do tipo dor-de-cotovelo que era o género de música perfeita para enaltecer os amores perdidos e os não correspondidos música suave repleta de decepções elegantes sobre a vida amorosa.

Escreveu outros sucessos tais como: “Valsa de Uma Cidade”, “Canção de Volta”, “Suas Mãos”, “Manhã de Carnaval” , Samba de Orfeu” para a peça de Vinicius de Morais “Orfeu da Concição”.

Foi um dos maiores compositores do género Samba-Canção.
Morreu de enfarto aos 43 anos em 1964.

Ninguem me Ama (1952)



Modinha Para Gabriela (1975)



Menino do Rio - Baby Consuelo



Música Popular Brasileira

Bibliografia III


Herivelto Martins – “Avé Maria no Morro”.

Nasceu em 1912 no Rio de Janeiro. Gerente de uma barbearia, Herivelto mostrou interesse em conhecer os grandes sambistas que viviam no Morro de São Carlos.
É então que conhece os compositores Príncipe Pertinho e José Luís da costa que lhe abrem as portas para uma carreira artística.

Em 1936 passou a viver com a cantora Dalva de Oliveira com quem casou em 1937.

Certa vez, num Bilhar, observou um bando de pardais recolhendo às árvores para dormir e sentiu que isso daria um samba e compôs logo os primeiros versos e assim começou a “Ave Maria no Morro” com posterior grande sucesso não obstante o Cardeal Dom Sebastião Leme ter considerado a canção uma heresia e só não foi proibido pelas boas relações que Herivelto tinha com os censores da época.

Foi o compositor que mais sambas escreveu. Faleceu em 1992.

Ouviremos a “Avé Maria no Morro” na voz de João Gilberto, acompanhado pelo seu violão e num tom intimista como teria preferido o Cardeal Dom Sebastião.


Dorival Caymmi – “Marina”- Samba-Canção de 1947 foi gravado com enorme sucesso.
Dorival foi, de resto, de acordo com a maioria dos críticos da especialidade, um dos melhores compositores brasileiros tendo recebido inúmeros prémios e homenagens e até o título Honoris Causa da Universidade Federal da Baía.

Em 1985 inaugurou a Avenida Dorival Caymmi na capital da Baía.

Em 1939 casou com Stela Maris que conheceu num programa de caloiros e tiveram três filhos: Nana, Dorival e Danilo todos dedicados à música.


Dolores Durand- “A Noite de Meu Bem”
Nasceu em 1930, filha de um sargento da Marinha, cedo revelou a sua aptidão musical e aos 3 anos já cantava e aos 5 participava em festas populares.

Foi mulher de muitos amores e grandes paixões.
Na madrugada de 23 de Outubro de 1959, depois do seu show na Boite Little Club foi com amigos a uma festa no Clube da Aeronáutica. Chegou a casa por volta das 7 horas tendo dito à empregada: “não me acorde, estou cansada, vou dormir até morrer”.
Faleceu nessa mesma manhã…dormindo.

Tinha morrido aos 29 anos a maior das compositoras brasileiras do samba-canção.


Tom Jobim e Vinício de Morais - “Se todos Fossem Iguais a Você”.

Tom Jobim foi o compositor mais famoso dentro e fora do Brasil na última metade do século XX.
Carioca, nasceu na Tijuca em 1927 e em 1931 mudou-se para Ipanema. Em 1941 iniciou os estudos musicais com vários professores até obter uma excelente formação musical.

Formou com Vinícius de Moraes a mais famosa dupla de compositores da moderna música popular brasileira, provavelmente a mais erudita onde Vinícius era mais letrista e Jobim mais compositor.

Juntos, compuseram músicas maravilhosas tais como : “Se Todos Fossem Iguais a Você”, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “A Garota de Ipanema”, uma das canções mais gravadas no mundo, “A Felicidade”, “Insensatez”, “Canção de Amor e Paz”, “Ela é Carioca”, “Eu não Existo”e muitas outras.

Faleceu em Nova York em Dezembro de 1994 com 67 anos.


Maria Bethânia
– “Lábios de Mel” Letra e Música de Waldir Rocha, canta Maria Bethânia de quem poeta Carol Chidiac escreveu:

- “Maria Bethânia é a reunião dos 4 elementos. Tem o veneno e o antídoto da vida. Canta o que vale a pena recordar. É exactamente o que é. O que faz sentido: o amor.
Ela vive, suporta e se prepara. Escrever sobre ela exige punho firme, voz activa, olhos sinceros.
Caminhar em seus entremeios é encantar-se pela sua resistência em função do que sempre quis cumprir. E sabia que tinha que cumprir.

Ela foi predestinada ao palco, à magia. Não havia outra solução. Chegar até Bethânia por obra do destino é descobrir a nossa própria alma guerreira.
E sentir alívio ao ver o fogo, fulgir e fundir-se, coabitar com ele.
Para banhar-se na luz dos raios desta filha de Yansão basta apenas não fugir da febre. Cuidem dela. Porque do seu peito brotam os sons que as pessoas cantarão para ver renascer a vida.”

Avé Maria no Morro (1942)



Marina Samba-Canção (1947)



A Noite do Meu Bem (1959)



terça-feira, dezembro 09, 2008

Se Todos Fossem Iguais a Você (1957)



Lábios de Mel



Música Popular Brasileira


Biografia II


Nelson Gonçalves – Nome artístico de António Gonçalves Sobral, cantor e compositor que nasceu em 1919 em Santana do Livramento mas logo seguiu para S. Paulo com os seus pais.

Teve uma vida intensamente boémia e gravou o seu primeiro disco em 1941, “Se eu Pudesse um Dia”.

Vendeu 50.000 milhões de discos e dele disse o musicólogo Ricardo Cravo Alvim:

- “Foi o último de uma geração que vinha da generosa tradição de grandes intérpretes que abriam o peito e cantavam e encantavam mesmo sem microfone. O seu reportório romântico embalava as profundezas ancestrais de um povo como o nosso, tão visceralmente mulato, fruto de três raças sentimentais como o branco, o escravo negro e o índio roubado das suas próprias terras”.

Waldir Azevedo – Grande músico e instrumentista gravou na Continental 38 discos de 78 rpm facto raro para musicais não cantados. Autor de “Brasileirinho”, logo no princípio da sua carreira em 1940, um dos choros mais executados e de maior sucesso da MPB mas também “Delicado”, “Carioquinha”, “Madrigal”, “Amigos do Samba”.

A sua biografia foi lançada em 2000 pelos jornalistas Sérgio Cabral e Eulícia Esteves e o chorinho “Brasileirinho” voltou a ter sucesso internacional pois foi a música escolhida pela ginasta Daiana dos Santos nas Olimpíadas de Atenas em 2004.

Faleceu em 1980 aos 77 anos deixando uma extensa e profícua obra musical.


Ataúlfo Alves e Mário Lago (lembram-se dele da Telenovela “O Casarão) – Formaram dois parceiros que se completavam perfeitamente e que fizeram um enorme sucesso no Carnaval de 1944 com o samba “Atire a Primeira Pedra”.

Ataúlfo na parte musical e Mário Lago na letra, este samba retrata a vontade enorme de reconciliação de um amante que não tem medo de ser chamado de cobarde.

É um dos mais bonitos sambas carnavalescos de todos os tempos pois a música e a letra casam-se perfeitamente.


Lamartine Babo - Foi um dos grandes compositores brasileiros, profícuo, possuidor de fino humor, grande sensibilidade e carnavalesco.

Entre os seus grandes sucessos estão: “Teu Cabelo Não Nega”, “No Rancho Fundo, “Rasguei a Minha Fantasia”, “Isto é lá com Santo António”, Chegou a Hora da fogueira”, “Nada Além”.

Para lá de grande compositor, esteve ligado à Rádio e ao Futebol tendo sido o autor dos hinos de 11 Clubes de Futebol do Rio de Janeiro entre eles o Flamengo, Vasco da Gama Botafogo e o América, seu clube do coração.


Francisco Mattoso – Também músico e letrista como Lamartine mostrou a este a música ainda sem letra e este apaixonou-se pela beleza da melodia, mudou algumas notas, como era do seu feitio e compôs os versos de forma tão adequada que a composição ficou parecendo ser da autoria apenas de uma pessoa.
A canção, “Eu Sonhei Que Estavas Tão Linda”, foi gravada em 1941 no ano em que Mattoso, já muito enfermo, faleceu sem ter conhecido o sucesso da sua obra


Carlos Gardel - (1941)



Brasileirinho (1940)



Atire a Primeira Pedra (1944)



Eu Sonhei Que Estavas Tão Linda (1942)



Música Popular Brasileia
Biografia I


Caetano Veloso -Nasceu em 1942, na Baía e em 1967, no 3º Festival de Música, cantou a sua “Alegria Alegria” que ficou classificada em 4º lugar.

Em 1968 lançou o LP “Tropicalis” juntamente com Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e os poetas Torquato Neto e Capinan e os maestros Rogério Duprat, Júlio Megdália e Damiano Cozzela, firmando, com todos eles o “Movimento Tropicalista”que foi de natureza cultural mas tinha também objectivos de natureza social e política na altura em que o Brasil estava sob a ditadura militar.

Foi sempre um artista polémico e participante em “Movimentos” visando sempre engrandecer o MPB (Música Popular Brasileira).

É autor de mais de 200 composições a solo e em parcerias sendo que as de maior sucesso são: “Alegria Alegria”, “Odara”, “Os Doces Bárbaros”, “Outras Palavras”, O Leãosinho”, “Novidade”, “Nu com a minha Música”, “Menino do Rio”, “Tigresa”, “Você é Linda”, “Tropicália”e muitas outras.

Baby Consuelo - (Bernadete Dinorah de Carvalho Cidade) nasceu em 1952 em Niteroi e iniciou a sua carreira em 1968 integrando o Conjunto “Os novos Baianos”e em 1978 iniciou a sua carreira a solo.
“Menino do Rio”, o seu maior êxito, foi lançado em Montreux, 1980 no seu LP “Baby Consuelo ao Vivo”e os seus maiores êxitos, para além de “Menino do Rio” foram “Cósmica”, “Telúrica”, “Krishna Baby”, “Sem Pecado e Sem Juízo”.
Em 1990 mudou o seu nome artístico para Baby Brasil.

Gal Costa – Foi considerada à época a musa do tropicalismo e no LP “Tropicália” participou nas faixas “Parque Industrial”, “Hino do Senhor do Bom Fim”, “Mamã Coragem”e “Baby”, sendo esta última um grande sucesso.

Em 1969 gravou o seu 1º LP individual “Gal Costa” com enorme sucesso principalmente pelas faixas “Não Identificado”, de Caetano Veloso e “Que Pena” de Jorge Bem.
Gravou inúmeros sucessos como “London London”, “Deixa Sangrar”, “Nem Bem Nem Mal” todas de Caetano Veloso e “Pérola Negra” de Luís Melodia, “Sua estupidez”de Roberto Erasmo, “Oração de Mãe Mazinha” de Caimmy e o grande sucesso de “Melodia Para Gabriela” de Dorival Caymmi.
Gal Costa tem sido ao longo das últimas décadas uma das cantoras mais importantes da moderna música popular brasileira cantando e gravando música dos melhores compositores.

Dorival Caymmi – Em 94 anos de vida escreveu pouco mais de 100 canções levando, por vezes, anos para escrever uma. O respeito pela vida foi o seu ritmo.

Cantou e contou a paisagem baiana como ninguém no seu jogo diferente de ritmos e através de músicas como: “O que é que a Baiana tem” “A preta da Acarajé” “Você já foi à Baía?” que fizeram de Cármen Miranda uma verdadeira baiana.
Nasceu em Salvador em 1914 e faleceu no Rio em Agosto de 2008.
A sua adoração pelo mar e pela natureza acaba por colocar o homem na sua real posição, sem domínio, sem superioridade, sem controlo.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Caetano Veloso - Alegria Alegria (1967)



Gal Costa & Dorival Caymmi- O Ciúme (1976)



Celine Dion - Frank Sinatra - All the Way

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