sexta-feira, maio 05, 2017

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Senhora de Fátima
Aproxima-se o 13 de Maio...











Eu teria 12, 13 anos quando, na qualidade de aluno de um Colégio de Jesuítas, o São João de Brito, fui a Fátima e participei numa procissão das velas a Nossa Senhora.

Claro que naquelas idades foi tudo uma grande brincadeira, especialmente a noite dormida nos claustros de um convento que foi disponibilizado para nós, miúdos pecadores...

Os religiosos jesuítas que supervisionavam nestas manifestações religiosas fazem-me, hoje, pensar em pescadores que vão à pesca sem cana, linha, anzol e isco... esqueceram dos crentes.

As crianças, nascem para acreditar no que os pais e os mais velhos da família e da tribo lhes dizem como forma de sobrevivência: - “Menino não vás ao rio que podes encontrar um crocodilo...” e foi esta mesma necessidade de acreditar, que levou o feiticeiro da aldeia a convencer os outros habitantes a cortarem o pescoço a uma cabra para provocar a chuva indispensável à sobrevivência do grupo.

Esta necessidade de acreditar não foi só aproveitada pelos bruxos das aldeias como, mais tarde, serviu para fomentar toda a espécie de crenças religiosas que deixa os homens reconfortados perante uma proteção divina que lhes dá alento para a vida e que percebemos bem ao ver na televisão as imagens dos peregrinos nas suas marchas até Fátima.

Quando estive em Angola, na Guerra Colonial, vivi 15 meses ao lado do rio Zambeze e durante grande parte desse tempo era lá que tomávamos banho. Eu e outro camarada até o atravessamos a nado.

Que não havia lá crocodilos, diziam eles... porque os “peixes-tigres” os comiam quando eles eram ainda pequeninos, o que era verdade, só que não comiam todos...

Um, pelo menos, encontrei eu a tomar banhos de sol, como eles tanto gostam. Tentei matá-lo com um tiro mas falhei a pontaria pelo que ficamos pagos: ele não me comeu quando atravessei o rio e eu não lhe acertei... Depois disso nunca mais nos vimos. Aquele não era, de facto, o local bom para ele viver nem o meu para tomar banho.

Já lá vão muitos anos, 53, mas este tipo de lembranças nunca esquecem. Antes de mim, estiveram lá outros soldados e um deles pôs-se a dormir nas belas areias das praias do Zambeze esquecendo-se que aquele não era rio que passava ao lado da aldeia dele. Veio um crocodilo e, naturalmente, levou-o...

Salazar mandou-nos para Angola depressa e em força para combater e matar terroristas,  não os crocodilos, e por isso todos os conselhos respeitantes aos sáurios ficaram por dar e, nestas coisas, não há milagres... às vezes acontecem, outras não!

O nascimento de cada um de nós, em termos de probabilidades, talvez seja o que demais próximo exista de um milagre e, deste ponto de vista, deveríamos ir todos a Fátima agradecer... mas eu não sou crente, vejo as coisas de outro ponto de vista, mais terra a terra...

A crença faz-nos ver milagres em tudo que só excepcionalmente acontece: - Eu, por exemplo, caí para o fundo de um poço, sem água, com ferramentas lá em baixo - estava no seu último dia de construção - e só parti um pente que os rapazes nessa altura usavam no bolso de trás das calças – um milagre! Na guerra, caí numa emboscada, as balas só levantaram pó aos meus pés – outro milagre!

Se fosse crente, todos os anos teria de ir a Fátima agradecer as “graças” à Nossa Senhora e acender-lhe uma velinha mas, não sendo crente, estou desobrigado.

A vida é algo de tão precário que eu percebo esta necessidade de viver permanentemente em dívida para com Deus, seu criador....


quinta-feira, maio 04, 2017

Resultado de imagem para baleia azulO Desafio da Baleia Azul















Primeiro, existe um Curador, que é uma espécie de “chefe” do jogo que, mais propriamente, consiste em desafios que vão sendo lançados por esse tal curador, uns após outros e, progressivamente vão conduzindo a vítima até ao suicídio.

Em certas regiões da Rússia, maior país do mundo, em lugares inóspitos e distantes, para os lados da Sibéria friorenta, duas jovens atiraram-se de um prédio de 14 andares: “Estavam apenas a cumprir a etapa Nº 50 dessa espécie de “jogo” a que chamaram de Baleia Azul e tem como finalidade o suicídio.

Eu sempre pensei que estas coisas das redes sociais têm o seu grau de perigosidade não obstante reconhecer as tremendas vantagens de permitir, a partir de um simples Click, colocar as pessoas em contacto umas com as outras, quebrando muros de silêncio e isolamento.

Demasiado bom para não ter inconvenientes para muita gente que não tendo nada que fazer se coloca numa situação de dependência acrítica daquele “mostrador mágico” e sedutor, que é o computador.

O criador do Baleia Azul, o russo, Filipe Brudelkin, de 21 anos, foi detido a 14 de Novembro do ano passado, e condenado a 5 anos de prisão, acusado de responsável moral pela morte por suicídio de 15 pessoas.

É, sem dúvida, um comportamento perigoso de que podem ser vítimas crianças de 11 e 12 anos que se agarram aos telemóveis sem acompanhamento e controle dos pais numa relação de vício e dependência.

As mensagens, nesta espécie de jogo, são desafios que podem começar por: - “desenha num braço uma Baleia Azul...”

Felizmente que duas dessas jovens aliciadas estavam já a ser acompanhadas por uma psicóloga clínica, porque esse chamado de “curador”vai, progressivamente manipulando a vítima, enviando-lhe vídeos de agressões e rapto para despertar o medo com ameaças até às famílias.

Por aqui se fica a saber que as conversas via telemóvel das crianças, umas com as outras, não estão isentas de perigos se forem abertas a toda a gente e não apenas a um grupo restrito de amigos.

Vejo pais a colocarem nas mãos de crianças de 4 e 5 anos telemóveis com a desculpa que é só para brincarem sem se aperceberem que aí começa o vício da utilização, primeiro inofensivo, depois nem tanto...

Eu diria mesmo, que este século em que estamos a viver é o do telemóvel da mesma forma que o anterior foi o do automóvel, ambos condicionando as nossas vidas que não teriam sido as mesmas sem eles.

Eu faço parte da última geração de pessoas que viveu a experiencia do que foi a vida sem e com automóveis e telemóveis.

Mensalmente vou almoçar a Lisboa com os meus colegas de curso e utilizo o comboio. Ali é evidente como o telemóvel prolongou as vidas de todas aquelas pessoas que aproveitam o tempo da viagem para tratarem das suas vidas ou simplesmente conversarem em surdina, de auscultadores nos ouvidos

Eu sinto isso porque na segunda parte da década de 40, quando fiz as minhas primeiras de comboio, entretínhamo-nos a ver as paisagens, a ler um livro ou desfolhar revistas.

Agora, mais de metade, fala ao telemóvel com auriculares nos ouvidos de forma quase imperceptível.

Estou nitidamente a ficar velho...

quarta-feira, maio 03, 2017

As “Trumpalhadas” de Trump
















Tal como um menino birrento, Trump, não desiste de construir um muro na fronteira com o México, como se tratasse de um brinquedo do qual ele não abre mão.

Já conseguiu, para o efeito, orçamentar 15 mil dos 30 mil milhões de que precisa o que ele considera já uma vitória para o povo americano...

Irá voltar à carga em 2018 pois, este tipo de homens, não se conforma nem aceita negativas, na sua permanente atitude de “quero, posso e mando”, especialmente quando juntam ao poder do dinheiro o poder político de Presidente dos EU.

Portanto, neste momento, é um muro adiado... que aguarda a sua construção como forma de humilhação chauvinista relativamente aos seus vizinhos do Sul, os mexicanos.

É uma política ditada por ódios raciais que revelam a insegurança pessoal de um homem que não se sente “confortável” no seu cargo de enorme poder, deslumbrado mas inseguro e que só para a sua defesa pessoal tem um orçamento de 120 milhões, especialmente como reforço dos Serviços Secretos.

Trump é um ditador só em potência apenas porque o culto da liberdade é muito forte nos EU e a Constituição Americana precaveu-se de um “eventual assalto ao castelo do poder” por parte de políticos que tenham ascendido ao “trono” mas não se conformam com o poder democrático.

Por esta razão, Trump, pretende alterar a Constituição porque a exigência de eleger 60 deputados republicanos em vez da maioria simples de metade mais um dos 100 que fazem parte do Senado, lhe dificulta o “arranjinho”...

Numa prova de força, Trump está disposto, lá para Setembro, deixar o Governo Federal sem fundos para provocar os democratas e aprovar mais das “suas” prioridades orçamentais.

Adoeci no dia em que Trump ganhou as eleições como se a minha biologia percebesse alguma coisa de política ou tivesse poderes de adivinhação, mas é natural que depois do papel que os EU tiveram na 2ª G.G, ao lado das Forças que na Europa lutavam pela liberdade, seguindo-se, logo depois, as ajudas do Plano Marchal, as pessoas da minha geração, tenham ficado ligadas por laços de afetividade ao povo americano.

Este homem, grande e de melena, que era apresentador de Concursos Televisivos para Miss Universo e ganhou as eleições para Presidente, mesmo perdendo quase 3 milhões de votos para Hillary Clinton, com os seus discurso demagógicos e manipuladores, curtos e secos, fez fortuna a partir daquilo que o pai lhe deixou, com hotéis, casinos e fuga aos impostos.

Os seus primeiros cem dias de exercício de poder estão cheios de polémicas e a sua popularidade é agora a mais baixa desde que foi eleito e, bem assim, de todos os Presidentes que já foram eleitos ao fim dos seus primeiros 100 dias de governo.

De acordo com o levantamento realizado a 28 de Março pela Galup, a Administração Trump recebeu a aprovação de 35% dos entrevistados enquanto 59% responderam que não apoiavam o republicano na Presidência, o que é um resultado negativo histórico.

As políticas sobre imigração e o ambiente têm sido responsáveis pela sua impopularidade que é a mais baixa dos últimos 40 anos. Recentemente, anulou por Decreto, medidas de defesa do ambiente aprovadas por Obama que, nos primeiros cem dias de presidência tinha apenas 26% de desaprovação comparados com os 59% de Trump.

Os americanos têm pequenas taxas desemprego comparadas com a Europa mas, por outro lado, nada que se pareça se falarmos de proteção social... para além de que o seu nível de vida está longe de corresponder, hoje, ao seu “american dream”.

A procissão ainda vai no adro...

- Como acabará tudo isto com este  homem limitado e de fraquíssima sensibilidade social que, a cima de tudo, pensa o mundo em função dos seus negócios?...

terça-feira, maio 02, 2017

Mundo Maravilhoso

                   

AMÁLIA RODRIGUES - LÁGRIMA


Amália não tinha estudos.Tirara apenas a instrução primária, o máximo que se poderia esperar na época e no meio social em que nasceu. Ela própria, numa segunda carta a Vitorino Nemésio, confirma isso mesmo:« Ai meu querido professor, eu nunca fui sua aluna, não tenho instrução nenhuma. Como é que posso entender o que o senhor quis dizer sem saber ler nem escrever?».

 Mas Amália era uma pessoa inteligente, intuitiva, sensível e adquiriu saber na convivência ao longo da vida. A Letra deste fado lindíssimo é de sua autoria e foi considerado pelos especialistas uma obra prima que no seu sentido profundo, à boa maneira fadista, significa: realidade/sonho/sofrimento de amor/disponibilidade para morrer» Merece ser escutado com os ouvidos da alma.


          

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