sábado, janeiro 09, 2010


KATON” – Estimulante Feminino !



Cientista chinês descobre novo “Viagra” feminino. O produto é conhecido na China pelo nome de “KATON”.

- Jornalista pergunta ao cidadão chinês : O que acontece quando dá KATON à sua mulher ?

- Mulhel fica alegle, calinhosa e bondoóóósa. Beija e ablaça o dia inteloo e noite intelinha. Non dá sossego, ela qué tlansal quantas vezes tu aguentas. Chama-te meu amol, minha vida, adolo-te, amo-te !

- Jornalista pergunta ao cidadão chinês : Esse produto é assim tão fantástico ?

- SIM ! SIM ! SIM ! Galantido ! funciona muuiiitooo... mesmo ! Non falha nunca !

- Jornalista pergunta ao cidadão chinês: O nome do produto é só... “KATON” ?

- SIM ! SIM ! “KATON” ... “KATON DE CLÉDITO”!!


CASAMENTO NA 4ª IDADE:



A velhinha, com mais de 80 anos, mas toda elétrica, entra na farmácia.

-Vocês têm analgésicos?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm remédio contra reumatismo?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm Viagra?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm vaselina?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm pomada anti-ruga?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm gel para hemorróidas?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm bicarbonato?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm antidepressivos?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm soníferos?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm remédio para a memória?
-Temos sim senhora.

-Vocês têm fraldas para adultos?
-Temos sim senhooooora.

-Vocês têm....
-Minha senhora, aqui é uma farmácia, nós temos isso tudo. Qual é o seu problema?

-É que vou casar no fim do mês. Meu noivo tem 95 anos e nós
gostaríamos de saber se podemos deixar nossa Lista de casamento aqui
com vocês...??

IMAGEM

VIAJAR SEM CALÇAS NO METRO


VÍDEO

Impossível de acreditar...

FRANK SINATRA - MY WAY


JÚLIO IGLESIAS - MANUELA



DONA
FLOR

E SEUS
DOIS
MARIDOS


EPISÓDIO Nº 15



Enquanto isto, o artista Cravo e outros materialistas grosseiros aproveitavam-se da semi-obscuridade reinante na sala – a luz velada para assim, na meia sombra, melhor ouvir-se e sentir-se a poesia – e, sem respeitar o ambiente de tão alta espiritualidade, de tão excelsos sentimentos, bolinavam descaradamente as raparigas, tratando de obter-lhes favores gratuitos, lesando a caixa do castelo, uns calhordas.

Os saraus terminavam sempre decaindo da poesia para a anedota pornográfica, no fim da noite. Brilhavam então, Vadinho, Giovanni, Mirandão, Carlinhos Mascarenhas e, sobretudo Lev, arquitecto em começo de carreira, filho de imigrantes, um galalau comprido como uma girafa, dono de inesgotável reportório, bom narrador. Carregava um sobrenome russo impronunciável, as raparigas haviam-no apelidado de Lev Língua de Prata, devido talvez às anedotas. Talvez.

Num desses “elegantes encontros da inteligência e da sensibilidade”, declamou Robato, com sua voz trémula, a elegia à morte de Vadinho, introduzindo-a com algumas palavras comovidas sobre o desaparecido, amigo de todos os frequentadores daquele “delicioso antro da poesia e do amor”. Referiu-se de passagem ao facto de ter o autor preferido “as névoas do anonimato ao sol da publicidade e da glória.

Ele, Robato, recebera cópia do poema das mãos de um oficial da Polícia Militar, capitão Crisóstomo, também fraterno amigo de Vadinho. Não soubera, no entanto, o militar dar-lhe informação precisa sobre a identidade do poeta.

Muitos atribuíram os versos ao próprio Robato, mas, ante sua recusa sistemática em aceitá-los, andaram apontando como autor quanto poeta versejava na cidade, especialmente aqueles de condição nocturna e de boémia conhecida.

Houve, porém, quem jamais acreditasse nas negativas de Robato, levando-as à conta de modéstia, e persistiram em seu nome. Ainda hoje há quem pense serem de sua lavra as estrofes da elegia.

O debate azedou-se a ponto de, em certa ocasião, romper os limites da literatura e da civilidade e descambar num conflito a bofetões, quando o poeta Clóvis Amorim, língua viperina solta numa boca de epigramas, a mamar permanentemente o fedorento charuto do Mercado Modelo, negou ao bardo Hermes Clímaco qualquer possibilidade de ser autor dos debatidos versos, faltando-lhe para tanto génio e gramática.

- De Clímaco? Não diga besteira… Aquele, com muito esforço, obra uma quadrinha em sete sílabas. Um poeta endefluxado…

Por cúmulo do azar, o poeta Clímaco surgia na porta do botequim, com seu eterno traje negro, a capa de borracha e o guarda-chuva, também eternos. Levantou o guarda-chuva e arremeteu, em cólera:

- Endefluxado é a puta que o pariu…

Atracaram-se, entre xingos e sopapos, com vantagens evidentes para o Amorim, melhor versejador e atleta mais robusto.

Curioso também e digno de relato o sucedido com um fulano, autor de dois magros cadernos de versos, a quem a algumas pessoas menos avisadas conferiram a autoria do poema. Primeiro ele a negou com firmeza; depois, como perseverassem, foi menos pertinaz em suas negativas e, por fim, reagia de maneira tão confusa e tímida que a negativa parecia acanhada afirmação.

“É dele, não há dúvida, diziam, ao vê-lo esfregar as mãos, baixando os olhos, a sorrir num murmúrio:

- Que parecem versos meus, isso parecem. Mas, não são…

Negou sempre, mas, ao mesmo tempo, não admitiu jamais atribuíssem a outrem as discutidas estrofes. Se o faziam, desdobrava-se a provar a impossibilidade de tal hipótese. E se algum obstinado persistisse a argumentar, resmungava definitivo e misterioso:

- Ora, quer dizer a mim?...Tenho razões para saber…

E, quando a ouvia declamar, acompanhava atentamente o recitativo, corrigindo-o se alguma palavra era trocada, ciumento do poema, Zeloso como de obra sua. Só mais tarde, com a revelação do nome do verdadeiro autor, veio ele a despir-se da glória indevida. Passou então, e imediatamente, a dizer horrores da elegia, negando-lhe qualquer mérito ou beleza – “poesia prostibular e estercorária"

sexta-feira, janeiro 08, 2010

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Não perca esta cena: Número Errado

CLIFF RICHARD - CONGRATULATIONS


JOHN PAUL YOUNG - LOVE IS IN AIR
Veja as fotografias maravilhosas





DONA
FLOR


E SEUS
DOIS


MARIDOS


EPISÓDIO Nº 14


Magro e bigodudo, vivia o astucioso Cravo às voltas com peças com peças de automóveis, chapas de ferro, máquinas avariadas a entortar e a remendar toda aquela tralha, atribuindo valor artístico ao resultado, sob os aplausos dos dois poetas e de outros entendidos, unânimes em rotularem aquele ferro velho de escultura moderna e em apontarem o biltre como revelação de artista notável e revolucionário.

Eis outra discussão que não cabe nestas páginas, o do valor real do mestre Cravo, não vamos aqui analisar-lhe a obra. Adiantemos apenas, como matéria de informação, o facto de ter a crítica posteriormente consagrado o seu trabalho, objecto, inclusive, de estudos de foliculários estrangeiros. Naquele tempo, no entanto, não era ele ainda artista consagrado, apenas começava, e se já possuía certa notoriedade, devia-se sobretudo à sua discutível actuação nas sacristias e altares.

O próprio Vadinho, segundo consta, participara, em ocasião de extrema penúria, de sigilosa peregrinação nocturna à vetusta igreja do Recôncavo, romaria organizada pelo herético Mário Cravo. O saque da igreja deu o que falar, pois uma das peças surripiadas, um São Benedito, era atribuída a Frei Agostinho da Piedade e os frades botaram a boca no mundo. Hoje a imagem valiosa encontra-se num museu do Sul, a acreditar-se nos maldizentes subliteratos, por obra e graça dois então magros sócios de musa lírica e devoto comércio.

Naquela manhã, antes do almoço, conversavam na redacção, falando de santos e de quadros, quando Carlos Eduardo tirou do bolso cópia da elegia e a deu a ler ao poeta Odorico.

Lastimando não poder publicá-la – “não por causa do anonimato, meteríamos um pseudónimo qualquer…” mas por causa dos palavrões – Tavares repetiu: “uma pena…” e releu em voz alta mais um verso:

“Estão de luto os jogadores e as negras da Bahia”

Perguntou ao amigo:

- Descobriste logo o autor, não?

- Tu pensas que seja dele? Pareceu-me, porém…

- Está na cara…Ouve: “Um momento de silêncio em todas as roletas, bandeiras a meio pau nas bandeiras dos castelos, bundas em desespero a soluçar.”

- É capaz…

- É capaz, não. É com certeza – riu: - Velho sem vergonha…

Aquela certeza não a possuíam os meios literários. A elegia foi atribuída a diversos poetas, vates conhecidos ou jovens estreantes. Deram-na como de Hélio Simões, Susígenes Costa, de Carvalho Filho, de Alves Ribeiro, de Eurico Alves. Muitos indicaram Robato como o mais provável autor. Não a declamava ele, entusiasmado, rolando a voz rica de modulações?

Não podiam entender como Roberto recitaria versos de outro, gesto pouco habitual naqueles meios, esqueciam-se da natureza generosa do sonetista, de sua capacidade de admirar e aplaudir obra alheia.

Pode-se inclusive marcar o início do sucesso da elegia e da polémica por ela suscitada a partir da alegre noite no castelo de Carla, a “gorda Carla”, competente profissional aportada de Itália, cuja cultura extra limitava do metier, lida em D’Anunzzio, doida por umas rimas.

“Romântica como uma vaca” assim a classificava o bigodudo Cravo, com quem ela andara metida uns tempos. Carla não podia passar sem uma paixão dramática e navegava de boémio em boémio, suspirando e gemendo, dilacerada de ciúmes, com seus tremendos olhos azuis, os seios de prima-dona, as coxas espantosas. Vadinho, igualmente, lhe merecera as boas graças e uns trocados, se bem ela preferisse os poetas, versejando ela própria na “doce língua de Dante com muito estro e inspiração”, como adulava Robato.

Todas as quintas feiras à noite, Carla reunia uma espécie de salão literário em seus amplos aposentos. Compareciam poetas e artistas, boémios, algumas figuras gradas, como o desembargador Airosa, e as raparigas do castelo prontas a aplaudir os versos e a rir das anedotas. Serviam bebidas e docinhos.

Carla presidia à soiré, reclinada num divã repleto de coxins e almofadas, vestindo túnica grega ou pedrarias, ateniense de figurino ou egípcia de Hollywood, recém saída de uma ópera.

Os poetas declamavam, trocavam frases de espírito, epigramas, cruzavam-se trocadilhos, o desembargador sentenciava um axioma preparado durante a semana, num duro labor. O momento culminante da tertúlia acontecia quando a dona da casa, a grande Carla, alçava-se por entre os travesseiros, toda aquela tonelada de carne branca recoberta de pedraria falsa, e, num fio de voz, extravagante em mulher tão monumental, declamava, em açucarados versos italianos,
seu amor pelo
último eleito.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

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A menina do shopping...

FRANCISCO JOSÉ - SÓ NÓS DOIS


MARIZA - CADEIRA VAZIA

Extraordinária interpretação de Mariza no programa Jô em 26/11/09



DONA FLOR
E SEUS DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº13


Não, não se transformaria certamente, com o passar do tempo, em indecifrável mistério das letras, em mais um obscuro enigma da cultura universal, desafiando, séculos depois, universidades e sábios, estudiosos e biógrafos, filósofos e críticos, e convertendo-se em matéria de pesquisas, comunicações, teses a ocupar bolsistas, institutos, catedráticos, historiadores e velhacos variados em busca de existência fácil e regalada.

Não seria um novo caso Shakespeare, não passaria de dúvida tão insignificante quanto o pequeno acontecimento a servir-lhe de tema e inspiração: a morte de Vadinho.

Nos meios literários de Salvador, no entanto, elevou-se a interrogação e em torno dela nasceu a polémica: qual dos poetas da cidade compusera – e fizera circular – a “Elegia à definitiva morte de Waldomiro dos Santos Guimarães, Vadinho para as putas e amigos?” Cresceu rápida a discussão, não tardou a azedar-se, a ser motivo de inimizades, retaliações, epigramas, e até uns tapas. Circunscritos, porém, debates e rancores, dúvidas e certezas, afirmações e negações, xingamentos e tabefes às mesas dos bares, onde, em torno de geladas bramotas, reuniam-se noite a dentro os incompreendidos talentos jovens (a demolirem e a arrasarem toda a literatura e toda a arte anteriores ao feliz aparecimento dessa nova e definitiva geração) e os subliteratos tenazes, empedernidos, resistindo a todas as inovações, com seus trocadilhos, seus epigramas, suas frases retumbantes; empunhando uns e outros – génios imberbes e beletritas de barba por fazer – com a mesma violenta disposição de leitura, suas últimas produções em prosa e verso, cada uma delas e todas elas destinadas a revolucionar as letras brasileiras, se Deus quiser.

Nem por se limitar ao estado da Bahia; nem por ter obtido espaço nos suplementos e revistas, desvanecendo-se em discussões orais; nem por tudo isso o curioso e por vezes ácido debate pode deixar de merecer atenção e interesse, quando se narra a história de dona Flor e de seus dois maridos, no qual Vadinho é personagem importante, herói situado em primeiro plano.

Herói? Ou será ele o vilão, o bandido responsável pelos sofrimentos da mocinha, no caso dona Flor, esposa dedicada e fiel? Esse já é outro problema, desligado da questão literária a preocupar poetas e prosadores; talvez até mais difícil e grave, e ficará a vosso cargo dar-lhe resposta, se obstinada paciência vos conduzir até ao fim destas modestas páginas.

Da elegia, sim, não havia dúvidas, era Vadinho herói indiscutível, “jamais outro virá tão íntimo das estrelas, dos dados e das putas, mágico jogral”, badalavam os versos, numa louvação sem tamanho. E se o poema – a exemplo da polémica – não obteve espaço nas folhas literárias, não foi por falta de merecimento. Um certo Odorico Tavares, poeta federal pairando acima dos disse-que-disse dos vates estaduais – ademais todos eles comendo em sua mão, de rédea curta, pois o déspota controlava dois jornais e uma estação de rádio – ao ler cópia dactilografada da elegia lastimou:

- Pena não se poder publicar…

- Se não fosse anónimo… - considerou outro poeta, Carlos Eduardo.

Esse Carlos Eduardo, moço atirado a bonito, entendido em antiguidades, era sócio do Tavares num negócio, um tanto escuso, de santos antigos. Os subliteratos mais frustrados e os génios juvenis mais veementes, aqueles sem nenhuma esperança de estampar seus nomes no suplemento dominical de Odorico, acusavam-no e a Carlos Eduardo de receptadores de velhas imagens de santos, afanadas nas igrejas por um grupo de gatunos especializados, sob a chefia de um tipo de reputação duvidosa, um cochichado Mário Cravo, aliás amigo e companheiro de Vadinho
.

quarta-feira, janeiro 06, 2010




PARA LER E MEDITAR


"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Bertolt Brecht (1898-1956



Sabe o que é a Meia Idade?


- É a altura da vida em que o trabalho já não dá prazer...

...e o prazer, começa a dar trabalho!

VÍDEO

Só para alguns...

CASAMENTO ENTRE PESSOAS
DO MESMO SEXO


A homossexualidade é uma realidade tão antiga como a própria humanidade. Em certas sociedades, noutros tempos, as relações sexuais e sentimentais tinham lugar, com alguma normalidade, entre pessoas do mesmo sexo. Recordo essa afirmação da guia especializada, na visita que efectuei às ruínas de Pompeia, sobre a população que ali vivia há 2.000 anos e que foi sacrificada na explosão do Vesúvio.

Fechar os olhos a essa realidade é uma obstinação cruel do ponto de vista humano que só pode ser explicada pelo facto de os heterossexuais se “refugiarem” na maioria de que fazem parte.

No entanto, levar essa realidade até às últimas consequências e escarrapachar na lei o casamento como um contracto a celebrar entre duas pessoas indistintamente de serem de sexo diferente ou do mesmo sexo é um pouco diferente.

Diferente, para nós, que estamos ainda demasiado marcados por uma herança cultural que nos transmitiu conceitos, valores, usos e costumes que eram, mais ou menos, ponto assente na sociedade que encontrámos e na qual crescemos e fomos educados.

E esta é outra realidade que não pode ser de todo ignorada porque corresponde ao sentir profundo de uma grande parte da população portuguesa mesmo daqueles que, do ponto de vista racional e da defesa dos direitos de igualdade entre todas as pessoas, aceitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Para muitos outros é, simplesmente, uma “bizarria”, coisas dos novos tempos... e para os mais conservadores um escândalo, uma ofensa aos valores tradicionais.

É pois, fácil de perceber, que nesta questão a população se divida e entre em rotura que só não tem mais consequências porque os tempos que vivemos são de liberdade e a discussão de ideias ameniza as tensões.

António Arnaut, homem de muita inteligência e sensibilidade, além de que é jurista, compreende tudo isto muito bem e faz uma proposta aos nossos deputados que de certo a aceitariam se não estivessem condicionados pelos programas e compromissos políticos dos seus partidos.

A ideia é simples:

- Manter inalterada a norma do Artº 1578 do Código Civil, que define casamento como “o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente, que pretendam constituir família, mediante uma plena comunhão de vida…” que passaria a ser o nº1 do Artigo e acrescentar-se ia um nº2 que diria:

- “É equiparado a casamento o contrato previsto no número anterior, celebrado entre duas pessoas do mesmo sexo”.

Sem entrar em questões jurídicas de natureza constitucional que só os especialistas podem entender e discutir, esta sugestão de grande bom senso estará destinada apenas a isso mesmo: “solução de bom senso”.

… infelizmente estamos mais virados “para o tudo ou nada”.

MARIA LUISA LANDIN - AMOR PERDIDO


FANCISCO JOSÉ - VIOLA TOCA BAIXINHO



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº 12


No outro dia, às dez da manhã, saiu o enterro, com grande acompanhamento. Não havia bloco nem rancho naquela manhã de segunda-feira de Carnaval capaz de comparar-se em importância e animação com o funeral de Vadinho. Nem de longe.

- Espie…pelo menos espie pela janela…- disse dona Norma a Zé Sampaio, desistindo de arrastá-lo ao cemitério - …espie e veja o que é o enterro de um homem que sabia cultivar relações, não era um bicho do mato como você…Era um capadócio, um jogador, um viciado, sem eira nem beira e, entretanto, veja…Quanta gente e quanta gente boa…E isso num dia de Carnaval…Você, seu Sampaio, quando morrer não vai ter nem quem segure a alça do caixão…

Zé Sampaio não respondeu nem olhou pela janela. Metido num pijama velho, na cama, com os jornais da véspera, apenas gemeu um fraco gemido e meteu o dedo grande na boca. Era um doente imaginário, tinha um medo desatinado da morte, horror de visitas a hospitais, de sentinelas e enterros, e naquele momento encontrava-se à beira do enfarte. Assim vinha desde a véspera, desde que a esposa lhe informara ter o coração de Vadinho estourado de repente.

Passara uma noite de cão a esperar a explosão das coronárias, rolando na cama em suores frios, a mão comprimindo o peito esquerdo.

Dona Norma, colocando sobre a cabeça de formosos cabelos castanhos um xaile negro, apropriado para a ocasião, completou impiedosa:

- Eu, se não tiver pelo menos quinhentas pessoas em meu enterro, vou me considerar uma fracassada na vida. De quinhentos para cima…

Partindo desse princípio, Vadinho devia considerar-se plenamente vitorioso e realizado. Pois meia Bahia viera a seu funeral e até o negro Paranaguá Ventura abandonara seu soturno covil e ali estava, o terno branco brilhando de espermacete, gravata negra e laço na manga esquerda, rosas vermelhas na mão. Preparava-se para segurar uma alça do caixão e, ao dar os pêsames a dona Flor, resumiu o pensar de todos na mais breve e bela oração fúnebre de Vadinho:

- Era um porreta!



INTERVALO


BREVE NOTÍCIA (Aparentemente Desnecessária) DA POLÉMICA TRAVADA EM TORNO DA AUTORIA DE ANÓNIMO POEMA A CIRCULAR, DE BOTEQUIM EM BOTEQUIM, NO QUAL O POETA CHORAVA A MORTE DE VADINHO – REVELANDO-SE AQUI E POR FIM
A VERDADEIRA IDENTIDADE DO IGNOTO BARDO, À BASE DE PROVAS CONCRETAS:
ROBATO FILHO.

terça-feira, janeiro 05, 2010



COLOMBO SÓ DESCOBRIU
A AMÉRICA
PORQUE ERA SOLTEIRO!





Se Cristovão Colombo fosse casado, seria obrigado a ouvir coisas assim e provavelmente teria desistido:


- E por que é tens que ir ?

- E por que não mandam outro ?

- Estás doido ou és idiota ?

- Não conheces nem a minha família e queres ir descobrir o novo mundo !

- E só há homens nessa viagem ? Achas que eu sou parva ?

- E por que é que eu não posso ir, se tu és o chefe ?

- Desgraçado, não sabes o que inventar mais para sair de casa !

- Se cruzares esta porta eu vou-me embora para a casa da minha mãe ! Miserável !

- Quem é a Pinta ? E quem é essa tal Nina?

- Tinhas tudo planeado, maldito ! Vais encontrar-te com umas galdérias !...

- Pensas que me enganas ?

- A rainha Isabel vai vender as suas jóias para tu viajares ? Achas que eu sou maluca ou o quê ? O que é que tens com essa cabra velha ?

- Não vais a lugar nenhum ! Vais é cair num barranco porque o mundo é achatado, sua besta !!!

VÍDEO

Remédio Radical...

THE TEMPTATIONS - PAPA WAS A ROLLING STONE


GIAN & GIOVANI - EU BUSCO UMA ESTRELA



DONA FLOR
E SEUS DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº 11


Vadinho, nos raros dias em que, acordando mais cedo, permanecia em casa, rondava as alunas, envolvendo-se nas aulas de culinária, perturbando-as.

Reunidas em torno da professora, álacres e graciosas, elas anotavam as receitas, as quantidades exactas de camarão, de azeite-de-dedém, de coco ralado, uma pitada de pimenta do reino, aprendiam como tratar o peixe, como preparar a carne, como bater os ovos. Vadinho interrompia com uma piada sobre os ovos, de duplo sentido, riam-se as descaradas.

Umas descaradas. quase todas elas. Muita amizade e adulação com dona Flor mas de olhos interessados no patife. Lá estava ele com seu ar trêfego e altivo, escornado numa cadeira ou estendido num degrau da porta da cozinha, a la godaça, a medi-las de cimo a baixo, demorando-se atrevido nas pernas, nos joelhos, no caminho das coxas, na altura dos seios. Elas baixavam os olhos, o não-sei-que-diga não baixava os dele.

Dona Flor preparava os pratos salgados e os bolos, tortas e doces, nas aulas práticas. Vadinho emitia conceitos, arrotava chalaças, comia os quitutes, circulando em torno delas, puxando conversa com as mais bonitas, arriscando a mão salafrária se alguma mais árdega se aproximava.

Dona Flor ficava nervosa, agoniada, a ponto de errar as medidas de manteiga derretida no manuê difícil, rogando a Deus fosse Vadinho para a rua, para a malandragem, para a desgraça do jogo, mas deixasse as alunas em paz.

Agora, no velório, cercavam dona Flor e a confortavam, mas uma delas, a pequena Ieda, com sua cara de gata arisca, mal podia conter as lágrimas e não desviava os olhos da face do morto. Dona Flor percebeu logo o exagero de sentimento, sentiu um baque no peito. Teria se passado alguma coisa entre eles? Nunca notara nada de suspeito, mas quem podia garantir não se encontrassem os dois fora da escola, fossem terminar num castelo qualquer? Vadinho, desde o caso com a sirigaita da Noémia, aparentemente deixara de pastorear as alunas. Mas era homem de muita manha, bem podia esperar a desbriada na esquina, botar-lhe conversa, e que mulher resistia à lábia de Vadinho? Dona Flor acompanhava o olhar de Ieda, descobria o beicinho trémulo da moça. Não lhe restava dúvidas, ah! Vadinho mais sem jeito…

De todos os desgostos que lhe dera o marido, nenhum comparável ao caso com a donzela Noémia, putinha de família respeitável, e noiva, um horror!

Mas dona Flor não queria recordar aquela tristeza antiga na noite da sentinela, quando, pela derradeira vez, fitava a face de Vadinho. Tudo aquilo passara, estava distante, a fulana casara, fora embora com o noivo, um zinho com fumaças de jornalista, talento precoce pois tão jovem e já tão corno, de nome Alberto. Ao demais, com o casamento, a pedante enfeara de vez, virara um bucho sem medida.

Quando, naquela ocasião, tudo terminara bem quase por milagre, Vadinho lhe dissera no calor do leito e da reconciliação: “Mulher permanente para mim só mesmo tu sou capaz de suportar. O resto é tudo Xixica para passar o tempo.”Ali no velório, cercada de tanta gente e de tanta afeição, dona Flor não deseja relembrar aquela esquecida história, tão pouco vigiar gestos e olhares da pequena Ieda com seu choro mal contido, seu segredo debulhado em lágrimas. Com Vadinho morto nada mais importava, para que esclarecer, tirar a limpo, acusar e lastimar-se? Ele morrera, tinha pago tudo e até com juros pois tão jovem se finara. Dona flor sentiu-se em paz com o marido, não tinha contas a acertar com ele.

Curvou a cabeça, deixou de controlar os movimentos da moça. Via apenas, ao baixar os olhos, Vadinho tocando-lhes o corpo com a mão, no leito de ferro, dizendo-lhe ao ouvido: “Tudo xixica para passar o tempo, permanente só tu, Flor, minha flor de manjericão, outra nenhuma. Que diabo era Xixica? – quis de repente saber dona Flor. Uma pena, nunca lhe havia perguntado, mas
coisa boa não seria. Sorriu, permanente só ela, Flor, flor de Vadinho em sua mão desfolhada.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

VÍDEO

A Casa do Passarinho

APHRODITE'S CHILD - SPRING, SUMMER, WINTER AND FALL


ELVIS PRESLEY - JAILHOUSE ROCK


IMAGEM




DONA FLOR

E SEUS DOIS

MARIDOS


EPISÓDIO Nº 10



Era esse Robato um noctívago da força de Vadinho, de outra estirpe, porém. Não o tentava o jogo nem fugia ao trabalho; ao contrário, homem de sete instrumentos, tinha fama de activo e competente. Fabricava dentaduras, consertava rádios e vitrolas, tirava retratos para carteiras, bulia em tudo quanto era máquina, cheio de hábil curiosidade. Sua roleta era a poesia, bem metrificada e bem rimada (rimas ricas), seu casino os bares e cabarés onde atravessava as madrugadas na amena companhia de outros tenazes literatos e de raparigas simpatizantes das musas e de seus cultores, a declamar odes, cantos libertários, poemas líricos e lúbricos, sonetos de amor. Tudo de sua autoria. Ele mesmo proclamara-se “rei mundial do soneto”, batera todos os recordes conhecidos, autor até àquela data de vinte mil oitocentos e sessenta e cinco sonetos, entre decassílabos e alexandrinos, de arte-maior e de arte-menor, e anacíclicos. Um princípio de calva ameaçava-lhe a cabeleira morena de vate mas não lhe diminuía a simpatia radiosa.

Tomou da palavra e novamente Vadinho atravessava a sala envolto em jornais, não mais iria esquecê-lo o jovem Arthur, dele se recordaria para sempre: embrulhado nas folhas de A Tarde, Vadinho, herói de um mundo proibido e fascinante.

Sucediam-se as histórias enquanto dona Norma, dona Gisa, a casadoura Regina, outras moças e senhoras, serviam cafezinho com bolos, cálices de cachaça e de licor de frutas. A vizinhança providenciara para que nada faltasse ao velório.

Os importantes, sentados na sala de jantar, no corredor, na porta da rua, relembravam Vadinho entre anedotas e risos. Os outros, os parceiros do jogo e da malandragem, recordavam-no em silêncio, sérios e comovidos, demoravam na sala de visitas, de pé, ao lado do corpo. Ao entrar, paravam ante dona Flor, apertavam-lhe a mão, encabulados como se fossem responsáveis pelos malefícios de Vadinho. Muitos deles não a conheciam sequer, nunca a tinham visto, mas, de tanto ouvirem falar dela, sabiam como por vezes Vadinho tomava-lhe até o dinheiro das despesas para jogá-lo no Palace, no Tabaris, no Abaixadinho, no antro de Zé Meningite, no de Abílio Moqueca, nas múltiplas roletas ilegais da cidade, inclusivé na mal afamada casa de tavolagem do negro Paranaguá Ventura, onde por princípio só o banqueiro devia ganhar.

Figura torva e amedrontadora essa do negro Paranaguá Ventura com suas incontáveis entradas na polícia, um rol de acusações jamais completamente provadas, sua fama de ladrão, estuprador e assassino. Por crime de morte respondera a júri e fora absolvido mais por falta de coragem dos jurados do que por falta de provas. Diziam-no autor de outros dois assassinatos sem falar na mulher esfaqueada na Ladeira de São Miguel, em pleno meio-dia, pois essa escapara por um triz. O covil de Paranaguá, frequentavam-no apenas capadócios profissionais de baralhos marcados, gatunos, batedores de carteiras, vigaristas, gente sem nada mais a perder. Pois bem: até lá chegava o Vadinho com seu magro dinheiro e seu riso alegre, e talvez fosse ele um dos poucos eleitos a poder gabar-se de haver ganho alguma vez nos dados viciados de Paranaguá.

Segundo constava, de quando em quando, o negro permitia a um parceiro de sua afeição acertar uma bolada.

Vieram também as alunas de dona Flor, quase todas. Alunas e ex-alunas, unânimes no desejo de consolar a estimada e competente professora, tão boazinha, coitada! De três em três meses sucediam-se as turmas nos cursos de culinária geral (pela manhã) e de culinária baiana (pela tarde), formavam-se em forno e fogão. Com diploma impresso e quadro de formatura exposto em loja da Avenida Sete, desde uma turma antiga, à qual pertencera dona Oscarlinda, enfermeira de categoria, funcionária do Hospital Português esbelta e esporreteada, doida por um enredo. Exigira diploma e quadro, movimentara as colegas, fizera uma agitação dos demónios, recolhera contribuições, arranjara desenhistas de raça, pintara o sete, a enxerida. Assim pressionada dona Flor concordou, inclusivé com o desenhista, um conhecido de dona Oscarlinda, não sem proclamar no entanto a competência de seu irmão Heitor – que desenhara o cartaz com o nome da Escola, ainda na Ladeira do Alvo – infelizmente residindo agora em Nazareth das Farinhas. De qualquer maneira, sentira-se vaidosa ao ler, no diploma e no quadro de formatura, em grossas letras tipográficas:

Escola de Culinária Sabor e Arte

E, logo abaixo, em caracteres floreados:

Directora – Florípedes Paiva Guimarães

domingo, janeiro 03, 2010

VÍDEO

Kseniya Simonova obteve o 1º lugar num show de talentos da Ucrânia com toda a justiça por esta perfomance. Com seus desenhos na areia fez a plateia chorar e comoveu o júri. A sequência de imagens, realizada pela jovem artista de 24 anos, descreve personagens e acontecimentos que estão ainda na memória de todos os Ucranianos e que se passaram durante a 2ªG.G. Mundial, quando o exército nazi, sob as ordens do marchal Goering, nº dois de Hitler, assassinou bárbaramente cerca de 1/4 da população.

Para isso, só precisou de areia espalhada sobre uma superfície de vidro iluminada. As imagens foram projectadas numa tela para os espectadores poderem ver. A sua actuação foi à luz de velas e acompanhada de música e terminou quando ela escreveu a frase:

- "Vocês estão sempre junto de nós"...não admira que tenha comovido a plateia e o juri!

MIKE BRANT - C'EST MA PRIÈRE


THE TEMPTATIONS - MY GIRL



O POR QUÊ DO
AMOR
ROMÂNTICO



Helen Fischer, cientista, dedicada à pesquisa sobre “as coisas do amor” deu, em Fevereiro de 2008, uma palestra sobre o resultado de experiências que efectuou submetendo 37 pessoas que estavam loucamente apaixonadas a ressonâncias magnéticas nos seus cérebros.

Mas antes de falar no cérebro e do resultado desses exames, ela relata-nos algumas histórias de amor, das muitas que leu, e que evidenciam não apenas o que a ciência comprova: que ele, o amor romântico, para além de ser uma das substâncias mais viciosas do mundo, pode manter-se, não só o número de meses suficientes para que um casal se conheça, copule e produza uma criança (biologicamente estamos programados para nos sentirmos apaixonados entre 18 a 32 meses, de acordo com estudos efectuados pela Professora na Universidade de Nova Yorque, Cindy Hazan) como, em alguns casos, pela vida inteira:

- Nas selvas da Guatemala, em Tikal, fica um templo (fotog. em cima) que foi construído pelo grande Rei Sol do maior estado autónomo da maior das civilizações das Américas, os Maias.

Seu nome era Jasan Chan Kawill, tinha mais de um metro e oitenta, viveu até aos oitenta anos e foi enterrado nesse monumento em 720 D.C.

As escrituras Maias proclamam que amava sua mulher profundamente e por isso construiu um Templo em sua honra na direcção do dele de forma que, a cada primavera e Outono, exactamente no equinócio, o sol surge atrás do templo dele e cobre totalmente o templo dela com a sua sombra, e quando o sol se põe, atrás do templo dela, de tarde, ele cobre, com a sombra, perfeitamente, o templo dele.

Após 1.300 anos, estes dois amantes de uma vida, continuam a “beijar-se” nos seus sepulcros.

As pessoas amam em todo o mundo…cantam, dançam, compõem poemas e histórias sobre o amor. Definham, vivem, matam e morrem por amor.

Os antropologistas estudaram 170 sociedades diferentes e em todas elas encontraram evidências do amor.

Um dos mais lindos poemas sobre o amor foi contado por uma índia Kwakult, do sudeste do Alasca a um missionário em 1896:

“Fogo corre através do meu corpo com a dor de te amar. Dor corre através do meu corpo com o fogo do meu amor por você.

Dói como um furúnculo prestes a explodir com meu amor por você, consumido por fogo com meu amor por você.

Eu lembro o que você disse para mim. Estou pensando sobre o seu amor por mim.

Sou mutilada por seu amor por mim…dor e mais dor.
Onde você vai com meu amor?
Me disseram que você vai embora.
Me disseram vai me deixar aqui.

Meu corpo está anestesiado de pesares
Lembre o que eu disse, meu amor
Adeus, meu amor, adeus…

Emily Dickinson escreveu uma vez:

- “Separação, é tudo o que precisamos conhecer do inferno”.

Como dizia um poeta japonês do sec. VIII:

- “Meu desejo não tinha tempo quando acabava”.

O amor é selvagem e a obsessão podem piorar quando você sente que foi rejeitado.

Como o poeta Terence disse uma vez:

- “Quanto menos é a minha esperança, mais quente é o meu amor”.

E, de facto, assim é:


- Dois mil anos depois podemos explicar isso no cérebro. O sistema de “recompensas por querer, por motivação, por desejo”, torna-se mais activo quando você não pode ter o que quer, neste caso, o grande prémio da vida, o jackpot: um parceiro reprodutor adequado.

Quando você é rejeitado por amor, não só está sendo engolido pelo amor romântico como se sente mais profundamente apegado à pessoa que o recusa...é como se ela estivesse morando dentro da sua cabeça.

Por isso, podemos dizer, que o amor romântico é a chave da procriação.
Não o impulso para o sexo porque esse leva-nos a uma gama diferente de parceiros num autêntico desperdício de energias enquanto que o primeiro, que nos conduz para uma pessoa de cada vez, conserva a nossa energia procriadora.

Toda a poesia sobre amor romântico pode resumir-se ao que Platão nos disse dois mil anos atrás:

- “O deus do amor vive em estado de carência. É uma necessidade, uma urgência, um desequilíbrio homeostático, conforme a fome e a sede é quase impossível de eliminar”

Mas o amor romântico é também um vício, completamente maravilhoso quando tudo corre bem e horrível no caso contrário.

Nele estão todas as características do vício:

- Só pensa na pessoa, obsessivamente;

- Deseja-a:

- Distorce a realidade e está disposto a correr enormes riscos para a conquistar.

- Uma senhora, minha amiga, tinha ultrapassado um terrível caso amoroso. Tinham já passado oito meses e ela agora estava bem.

No outro dia, ia volante do seu carro, quando, de repente, ouviu na rádio uma canção que a fez lembrar essa pessoa.

Além de um desejo enorme de voltar imediatamente para ele, teve de encostar o carro para chorar agarrada ao volante.

Tenhamos, pois, em atenção, que o amor romântico é o produto de uma das substâncias com maior capacidade de viciação constituída por muitas substâncias químicas (Feniletilamina, Octovina, Dopamina, Serotomina, Estrogénio, Testosterona) que em determinadas situações se concentram e mobilizam dentro do nosso corpo para provocarem aqueles estados de alma que todos os que alguma vez se apaixonaram conheceram bem.

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