sábado, março 20, 2010


DESEJO SEXUAL





Nunca entendi o porque das necessidades sexuais dos homens e das mulheres serem tão diferentes.

Nunca entendi todas essas baboseiras que dizem, entre as quais que a mulher vem de Vénus e os homens de Marte.

E também nunca entendi porque é que os homens pensam com a cabeça e as mulheres com o coração.

No entanto, uma noite eu e a minha gaja fomos para a cama.
Claro... começamos a acariciarmo-nos, o agarranço do costume, apalpão nos traseiros, etc...

O problema é que já tava eu bem na vertical, quando ela me diz: Oh amor!.. agora não tenho vontade. Por favor abraça-me somente. E a gaja diz-me isto com uma cara de cínica do caraças!... E eu:

QUEEEEEE??????

E então virou-se para mim com aquelas palavras femininas mágicas que todas têm na ponta da língua:

'Vocês são todos iguais!!! Não sabem entender as necessidades sentimentais de uma mulher'.

ORA FOOOOOODAAAAA-SEEEEE!!!

No final de contas, não ia haver nada nessa noite. Fodido, guardei os óleos afrodisíacos, apaguei as velas, tirei o CD do Alejandro Sanz (nestes momento funciona quase sempre), tomei um duche de água gelada para acalmar a besta, e deitei-me a ver o 'Discovery' bem alto, para a velha da sogra não dormir.
Após alguns tempo, adormeci.....


No dia seguinte fomos às compras ao Corte Inglês; entrámos numa loja, eu tava a ver relógios enquanto ela experimentava 3 modelos caríssimos da Cartier.

Como mulher que é, não conseguia decidir-se por nenhum e então, farto de estar ali, disse-lhe: Leva os 3 amor. Então, disse-me olhando para uns sapatos de 290€, que estava mesmo a precisar de calçado. Eu respondi que me parecia bem.

Fomos de seguida à secção de roupa, de onde saímos com 2 modelos Channel, uma encharpe de plumas Fátima Lopes e mais uma mala Luis Vuiton .

Ela estava tão emocionada.

Eu penso que ela achava que eu tinha enlouquecido, mas lá ia trazendo as compras todas atrás dela.

Penso também que me estava a pôr à prova quando me pediu uma saia curtíssima para jogar ténis... (nem correr sabe... quanto mais jogar ténis)

Entrou em choque quando lhe disse: compra tudo o que quiseres, meu amor.
Eu acho que ela estava quase sexualmente excitada depois de tudo isto.
E virou-se para mim: vem carinho, vem meu doce, meu sol, minha vida (e outras lamechices mágicas de todas as mulheres): Vamos à caixa pagar.

Foi aí que, estando apenas uma pessoa à nossa frente para pagar, lhe disse:


Oh amor!.. agora não tenho vontade de comprar tudo isto...

Bem, a cara dela só visto. Ficou pálida então quando lhe disse:
- Abraça-me somente!

Ficou como quem ia desmaiar a qualquer momento. Ficou com a parte esquerda do corpo e o tique da sobrencelha direita a vir ao de cima.


Balbuciou: QUEEEEE??????

Respondi-lhe, magoado:

-''Vocês são todas iguais!! Não sabem entender as necessidades financeiras de um homem''..

VÍDEO

Convincente...

SALVATORE ADAMO - LEI (1966)

NATÁLIA JUSKIEWICZ - COM QUE VOZ

Um violino no fado... sensibilidade sublime, combinação perfeita!



DONA FLOR
E SEUS DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº 73


Imagine-se sua agitação, o impacto recebido quando um dia dona Dinorá se acercou para contar-lhe a “última de Vadinho”. Dele, segundo a intrigante, houver filho uma tal Dionísia, mulata com fama de grande boniteza, ora modelo de pintores (posara para um troca-tintas modernista, um nomeado carybé que, com desplante e acinte à sociedade, a retratara vestida de rainha), ora capital e adorno do democrático e afreguesado castelo de Luciana Paca, na zona de maior movimento.

Dona Dinorá vinha contar de pura bondade, não por espírito de intriga ou de fuxico, não era dessas. Cumpria, pesarosa, sua obrigação de amiga para que a pobrezinha da dona Flor, tão boa e tão distinta não ficasse na ignorância, os demais rindo dela pelas costas…

- Foi arranjar filho logo com uma mundana…

Dizia mundana para não dizer substantivo mais forte. Dona Dinorá era a delicadeza em pessoa e tinha horror a magoar, a ferir quem quer que fosse, mesmo a mulher perdida e sem vergonha, prenha de homem casado, pegando barriga com marido de outra. “Não sou dessas que adoram fuxicar, não faço mal a ninguém”, afirmava dona Dinorá e havia quem acreditasse.

Na cama de viúva, emudecidos os últimos acordes da serenata, perdidas as vozes dos cantores e a rosa negra, dona Flor estremece ao recordar aqueles dias de tamanho susto e dura decisão. De que não era capaz para não perder Vadinho, para conservá-lo a seu lado, para tê-lo mesmo assim, jogador e mulherengo, com rapariga de casa posta, fazendo filho por aí, na rua, ao deus-dará. Do que seria capaz ela o mostrou então.

Quando as duas mulheres saíram da elegante missa das onze na Igreja de São Francisco, num domingo lavado de Junho, manhã luminosa e fresca, e, em passo decidido, atravessaram o Terreiro de Jesus em direcção ao labirinto das estreitas ruas antigas do Pelourinho, moleques cantavam um samba de roda, batendo o ritmo em latas vazias de goiabada:

Ô mulher do balaio grande!
Ô do balaio grande!
- Bom balaio!

Voltou-se dona Norma para a companheira, a resmungar:

- Esses fedelhos por que não vão mexer com a traseira da mãe deles?...

Talvez não passasse de simples coincidência, não houvessem os moleques em suas farturas se inspirado; mesmo assim dona Norma, por via das dúvidas, lançou terrível olhar em direcção aos ousados. Olhar que de imediato se adoçou, ao descobrir um pequenino de seus três anos, vestido de farrapos, o rosto imundo de remela e ranho, a sambar no meio da roda:

- Repare que gracinha, Flor, que coisa mais linda aquele satanasinho que está dançando…

Dona Flor considerou a malta de crianças andrajosas. Muitas outras disseminavam-se pela praça de intensa vida popular, misturando-se aos fotógrafos de lambe-lambe, tentando roubar frutas nos cestos das laranjas, limas, tangerinas, umbus e sapotis. Aplaudiam um camelô a mercar milagrosos produtos farmacêuticos, uma cobra enrolada ao pescoço, repelente gravata. Pediam esmola nas portas das cinco igrejas do largo, quase assaltando os fiéis ricos. Trocavam deboches com sonolentas rameiras, em geral muito jovens, em ronda pelo jardim na expectativa de um apressado freguês matinal.

Multidão de meninos rotos e atrevidos, os filhos das mulheres da zona, sem pai e sem lar. Viviam no abandono, soltos nos becos, em breve seriam capitães-da-areia, conheceriam os corredores da
polícia.

sexta-feira, março 19, 2010


Será um Problema só de loiras?





Um mendigo aproxima-se de uma loira cheia de sacos de compras da Louis Vuitton, e diz-lhe:

- Madame, eu estou sem comer há 4 dias.

E a madame:

- Oh Meu Deus! Como eu gostaria de ter a sua força de vontade!

VÍDEO

Ouçam sempre a vossa mãe, nem sequer se atrevam a contestá-la...

MARIA BETÂNIA - EXPODE CORAÇÃO


ROBERTO CARLOS - O PORTÃO



DONA FLOR


E SEUS DOIS


MARIDOS


EPISÓDIO Nº 72





Thales Porto vinha em apoio da esposa:

- É isso mesmo, Lita tem razão. Para viver feliz não é preciso ter filhos. Veja a gente… Nunca tivemos menino…

Realmente viviam felizes, dedicados um ao outro. Porto com seus quadros domingueiros, dona Lita com as flores do seu jardim e com seu gato curuzu, velho e gordo, rosnando em mimos e dengos de filho único.

Tanta gente a cercá-la com o mesmo propósito confortador, nesses pareceres dona Flor cultivava seu medo e – por que não dizê-lo? – seu egoísmo.

No leito de ferro, entre a ácida voz de dona Rozilda e a doce música da serenata dá-se conta de que, em verdade, não existira somente o medo da operação. Se o desejo de um filho fosse nela tão forte como em Vadinho, certamente teria encontrado coragem para enfrentar médico e hospital. Ela, porém, dona Flor, não vivia na ânsia de um filho, de criança a encher a casa de bulício e riso. Vivia a pensar em Vadinho, isso sim, era a sua criança, a ele queria em casa, seu marido e seu filho, seu “menino grande”.

Na porta da rua, assevera dona Norma sentenciosa e amiga:

- Ela precisa esquecer, é tudo que ela precisa. É ainda tão moça, pode refazer sua vida…

- Casou com esse miserável porque quis… - a voz de Dona Rozilda.

- Se Vadinho não prestava, mais um motivo para não falar nele, para que viver bulindo no caixão do finado? A gente precisa é distrair a pobre, não deixar tempo para recordação, tem a escola mas não chega, ela precisa sair, se divertir, precisa esquecer…

Sobre os resmungos de dona Rozilda, a bondade de dona Norma:

- Se ela tivesse um filho, pelo menos…

A frase chega aos ouvidos de dona Flor, “se ela tivesse um filho, pelo menos…”. Sim, seria bem mais fácil…Não estaria só, tão vazia, tão sem razão de viver. Na rua, nas vizinhanças, na missa e na bênção, no mercado e na feira, sob a batuta de dona Rozilda, entre amigas e conhecidas, elevava-se o coro de maldições à memória de Vadinho, um nem-sei-que-diga de tão ruim. Dona Flor tranca os ouvidos para não ouvir senão a antiga serenata. No leito de ferro, sozinha com a ausência para sempre de seu marido. Sem um filho para a consolar.

Em meio a tudo quanto sucedera naqueles sete anos, nada tanto a assustara como ser filho de Vadinho o menino parido por Dionísia, mulata estabelecida nas proximidades do Terreiro. Sempre temera a notícia de um filho dele, nascido de outra, capaz de leva-lo embora. Quando chegava a seu conhecimento um caso de Vadinho, xodó com visos de ligação duradoura, aventura mais além das noites dormidas nos castelos, seu coração se apertava no temor de uma gravidez, de uma criança a nascer, os braços estendidos para Vadinho.

Das mulheres não tinha medo, apenas ciúme: “tudo xixica para passar o tempo”, que ele lhe dizia não para se desculpar mas para dona Flor compreender e não temer. Mas, se surgisse um menino? Contra um filho seria impossível lutar, impossível qualquer esperança. Ficava como louca, inquieta e perdida, quando dona Dinorá – era quase sempre dona Dinorá – como conseguia ela ser tão informada? – lhe trazia, entre rodeios e lamentações, o nome da cuja e os detalhes, alguns até íntimos e salafrários. Tremia no pavor de uma criança, de um menino, desse filho que ela
não lhe dera por não poder e também, ah!, também, por não querer.

quinta-feira, março 18, 2010


Irena
Sendler



Uma senhora de 98 anos chamada Irena, falecida em 2 de Maio de 2008, conseguiu, durante a 2ª Guerra Mundial, uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.

Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!)

Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças. Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim.
Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para aa camaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.
No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. quem o recebeu foi Al Gore por uns diapositivos sobre o Aquecimento Global

Não permitamos que alguma vez, esta Senhora seja esquecida!!

GERIR A RAIVA...



Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém, não o faça em alguém seu conhecido.

Descarregue em alguém que NÃO conheça.

Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer.

Encontrei o número e marquei-o.

Respondeu um homem que disse: -"Está?"

Educadamente respondi-lhe: -"Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques, por favor?"

Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos: - Vê lá se arranjas a merda do número certo, ó filho da puta!" e desligou o telefone.

Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas. Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos.

Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe: "És um grande paneleiro!" e desliguei. Escrevi o número dele juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.

De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe: - és um grande paneleiro!" - Isso animava-me!

Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu
terapêutico telefonema do "paneleiro" iria acabar. Por isso,
liguei-lhe e disse: - "Boa tarde. Daqui fala da PT.

Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de
identificação de chamadas.

Ele disse -"NÃO" -e bateu o telefone.

De seguida liguei-lhe, e disse: "Não sabes, porque és um grande paneleiro!"

Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.

Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me.

Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá estava.

Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era melhor telefonar também para o paneleiro do BMW.

Perguntei-lhe: "É o senhor que tem um BMW preto à venda?"

"Sim", disse ele.

"E onde é que o posso ver?", perguntei.

"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."

"E o senhor chama-se?." perguntei.

"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.

"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"

"Estou em casa todos os dias depois das cinco."

"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"

"Diga!"

"És um grande paneleiro!", e desliguei o telefone. Agora, sempre que tinha um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.

Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.

"Está?"

"És um paneleiro!" (mas não desliguei)

"Ainda estás aí?" ele perguntou.

"Sim", disse-lhe.

"Deixa de me telefonar!" gritou.

"Impede-me", disse eu.

"Quem és tu?" perguntou.

"Chamo-me Alberto Palma", respondi.

"Ah sim? E onde é que moras?"

"Moro na Rua da Descobertas, 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó paneleiro. Porquê?

"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.

"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro!" e desliguei.

A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.

"Está?"

"Olá, paneleiro!", disse eu.

Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és..."

"Fazes o quê?" perguntei-lhe.

"Parto-te a tromba!" disse ele.

E eu disse-lhe: "Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa, e já vais ver."

Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da
Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.

Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.

Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo de ver os dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas de polícia e uma série de repórteres de TV.

Já me sinto muito melhor.

Gerir a raiva sempre funciona!!




Um abraço e... prometo que não telefono!...


NO PSICÓLOGO



Marido e mulher vão ao psicólogo, após 20 anos de matrimónio. Quando são questionados sobre o problema, a mulher faz uma lista longa e detalhada de todos os problemas que teve durante os 20 anos de matrimónio: ... pouca atenção, falta de intimidade, vazio, solidão, não se sentir amada, não se sentir desejada... A lista é interminável.

Quando ela termina de ler a lista, o terapeuta levanta-se, aproxima-se da mulher, pede a ela que pare, dá-lhe um abraço e beija-a apaixonadamente enquanto o marido os observa, desconfiado... A mulher fica muda e senta-se na cadeira, meio aturdida...

O terapeuta dirige-se ao marido e diz-lhe: "Isto é o que sua esposa necessita pelo menos 3 vezes por semana. Pode fazê-lo?"

O marido medita um instante e responde: "Bem, posso trazê-la aqui às segundas e quartas... Mas às sextas tenho futebol".

VÍDEO

Ela tem 87 anos e... velhos são os trapos!

MORRIS ALBERT - FEELINGS


DEMIS ROUSSOS - AUF WIEDERSEHEN



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº 71




Dona Flor não conseguira esclarecer jamais se Vadinho o desejava ou não a esse filho. O receio do hospital e do bisturi teria impedido uma conversa mais franca, teria contido dona Flor em perguntas mais ou menos formais? Ela própria não sabia. Que por várias vezes o interrogara, era certo:

- Tu não sente falta de um filho?

Talvez porque Vadinho a soubesse estéril e temerosa da operação, talvez por isso escondesse a sua vontade de uma criança em travessuras na casa, menina de loiras melenas onduladas como as dele, menino de negros cabelos e de pele cobreada como os dela. Uma vez, ouvindo-o enaltecer o encanto de um corneta gordo e rosado, um bitelo, prémio de robustez infantil a exibir-se no cromo de uma folhinha de ano, dispôs-se ela a enfrentar o assunto perturbador:

- Se você tem mesmo vontade de ter um filho, eu arrisco a operação. Doutor Jair disse que é possível que dê certo. Só não pode garantir…

Ele escutava como distante, meio perdido num sonho, e não respondia logo, levando-a a altear a voz quase com raiva, para arrancá-lo daquele devaneio:

- Se não der certo, paciência… Pelo menos ninguém pode dizer que tu queria um filho e eu não fiz tudo para ter… Ponho o medo de lado, é só você dizer – as últimas palavras saíam molhadas em lágrimas, mastigadas em soluços. Eis que ele nunca suportava vê-la chorar: acariciava-lhe a face de mágoa, sorria para alegrá-lo:

- Tola, tola… Que mania é essa de querer bulir na bichochota? Deixa tua quiriquinha em paz, meu bem, não vou deixar que você mexa na peladinha pra de repente pra de repente ela ficar toda frouxa ou torta por dentro… Deixa para lá essa história de filho…

E como se quisesse apagar a conversa, envolvia-a nos braços, arrastando-a para o quarto, para a vadiação sem finalmente lhe dizer se ansiava ou não por esse filho que ela não podia lhe dar, esse filho tão fácil de fazer noutra qualquer. Com a intempestiva posse, destruía o tempo de perguntas e respostas, embaciava a presença da inexistente criança erguida entre eles, até desvanecê-la por completo.

Gostar de meninos, ah!, como ele gostava… E a garotada o preferia a qualquer brinquedo, proclamando-lhe o nome, correndo para ele. Junto às crianças, Vadinho era seu igual, como se tivesse a sua mesma idade e infinita paciência. Mirandão lhes dera de afilhado, a ele e a dona Flor, o mais moço dos seus quatro moleques, o qual, desde pequenino, era louco pelo padrinho: apenas o via e escancarava a boca enorme, de sapo, acenando com as mãos, a arrancar-se dos braços da mãe para os de Vadinho. Brincavam os dois durante horas, Vadinho a imitar urros de animais ferozes, a saltar feito um canguru, a rir feliz. Como não havia de desejar um filho quem era assim doido por crianças? Não o confessava jamais, no entanto; talvez para não obrigá-la ao sacrifício incerto da intervenção cirúrgica.

Dona Flor, no leito de viúva, sente uma incómoda picada de remorso. Afinal podia ter tentado a operação apesar do visível pessimismo do casal de médicos. Deixara-se influenciar, quem sabe?, pela opinião de dona Gisa compartilhada por outros vizinhos e até pelos tios, uma dona Gisa muito culta a lhe expor teorias sobre hereditariedade para a consolar quando ela se acusava de estéril e de inútil. A própria tia Lita, tão bondosa, sempre cheia de desculpas para as andanças de Vadinho, lhe dissera por mais de uma vez:

- Há males que vêm para bem, minha filha. E se tu botasse no mundo um menino que saísse a Vadinho, assim, sem conserto? Tu já pensou? Deus sabe o que faz…

quarta-feira, março 17, 2010


Gafe do piloto!!!




Antes de iniciar o vôo, ao microfone, o piloto cumprimenta os passageiros:

- Senhores passageiros, por favor, apertem o cinto, pois vamos descolar.

Minutos depois:

- Atenção Srs. passageiros, estamos a dez mil pés de altura, em velocidade de cruzeiro, tranquilo, podem relaxar, soltar os cintos, chegaremos ao destino a horas, tenham uma boa viagem...


O piloto esquece de desligar o microfone e continua falando com o co-piloto:

- Bem, vou acionar o piloto automático e enquanto os idiotas lá atrás curtem a viagem, vou tomar um cafezinho, fumar um cigarrinho, vou dar uma cagada e depois dar uma boa queca na boazona da hospedeira...

Percebendo a gafe, a hospedeira corre em direcção à cabine para o avisar mas tropeça no corredor e cai ao lado de uma senhora, que lhe diz:

- Calma minha filha... Ele vai cagar primeiro...


A sua Chefe sai mais cedo?





Num escritório trabalhavam três raparigas e tinham uma chefe. A cada dia elas notavam que a chefe saía sempre mais cedo.

Um dia todas decidiram que, quando a chefe saísse, elas fariam o mesmo.Afinal, depois de sair, a chefe nunca mais voltava, nem dizia mais nada, por isso estariam seguras. E porque é que também não poderiam ir para casa mais cedo?

A morena ficou absolutamente radiante por ir para casa mais cedo. Pôde tratar um pouco do jardim, passar algum tempo a brincar com o filho, e foi para a cama mais cedo.

A ruiva ficou também deliciada com esse tempinho extra. Aproveitou para uma curta aula no ginásio antes de se preparar para um encontro ao jantar.

A loura ficou contente por chegar a casa mais cedo e surpreender o marido, mas quando chegou ao quarto, ouviu vários sons abafados. Abrindo a porta lenta e silenciosamente, ficou mortificada por ver o marido com a sua chefe em grande acção na cama! Suavemente fechou de novo a porta e saiu da casa.

No dia seguinte, durante a pausa para café, a morena e a ruiva planeavam sair de novo mais cedo e perguntaram à loura se ela queria fazer o mesmo.

- Nem pensar! - foi a resposta - Quase que fui apanhada ontem!


O Campeão da Precocidade...



Um sujeito está andando na rua e vê o Pequeno Johnny a fumar um cigarro. Impressionado com tal situação ele diz:

-MAS O QUE É ISSO??? VOCÊ AINDA É UMA CRIANÇA... NÃO PODE FUMAR!

Johnny olha para cima mas não diz nada.

O homem ainda perplexo com a situação, pergunta:

- Filho, quantos anos você tem?

O pequeno Johnny responde: "Seis."

Atordoado, o homem diz: "Seis!? Mas isto não pode ser... Você é muito pequeno ainda...


Quando você começou a fumar?"

Johnny responde:

- Logo após a primeira vez que fiz sexo.


O QUÊ?????

- Logo após ter feito sexo? Mas quando foi isso?


Little Johnny responde:

- Já não me lembro. Estava bêbado.

VÍDEO

Que falta faz um simples preguinho...

THE SHADOWS - GUITAR TANGO


RICHARD ANTHONY - TWIST AGAIN



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


EPISÓDIO Nº 70




Não era fácil, nesses levianos tempos de irreflexão e desatino, encontrar quem cumprisse seus deveres – todos os seus deveres sem excepção – com tamanho senso de responsabilidade quanto o zeloso e culto magistrado.

Agora também já não viria, e nunca mais, ai nunca mais!, Vadinho. Nem sua voz, nem seu riso de deboche, nem sua mão corrida, sua mata de pelos loiros, seu atrevido bigode, nem seu sono de fichas e paradas. Dona Flor já não tinha sequer a espera dolorosa. O que não se dispunha a pagar para novamente caber-lhe o direito ao sofrimento de aguardá-lo, à agonia de escutar o silêncio nocturno da rua pacata, de sentir o passo do marido, incerto no peso da cachaça!

De nada adiantava rogasse dona Norma a dona Rozilda, na porta de frente, apelando para sua compreensão:

- Quanto menos se fale em Vadinho, melhor, mais fácil ela esquecer. Flor ainda está muito sentida, para que ficar lembrando as ruindades dele, azucrinando a pobre?

Não adiantava. Dona Rozilda tinha vindo mesmo com a intenção de azucrinar; não conhecia outra maneira de distribuir consolo. Como estancar aquelas lágrimas imerecidas, senão vomitando cobras e lagartos contra o finado? Já antes dissera e repetira: aquela não era morte para choro e, sim, para foguetório. Na conversa nocturna, alardeava mais uma vez a sua opinião, quase aos gritos, pouco lhe importando quem a ouvisse.

Não adiantava tampouco, porque dona Flor, no ruído ou no silêncio, não consegue esquecer. Nem os malfeitos, as ruindades, quanto mais e principalmente as horas boas e a gentil presença, as doidas palavras do perdido e sua força de homem a possui-la, e sua fragilidade de homem a acolher-se em seu corpo, a proteger-se em sua ternura.

Sofrimento quase mórbido, doentio, amargo desinteresse pela existência. Em esforço quotidiano, no entanto, dona Flor procurava superar o vazio interior, conter as lágrimas, ir adiante. Depois da missa de sétimo dia, reabrira a escola de culinária. As alunas retornaram, a princípio evitando as troças habituais, as piadas maliciosas, as anedotas, as gargalhadas de entremeio com as receitas, a criarem a atmosfera cordial e simpática das aulas em torno aos fogões de lenha e de carvão. Não durou mais de dois ou três dias esse cenário de luto, a alegre normalidade se impunha e a própria dona Flor gostava que assim fosse: rompia o círculo de cinzas.

Retomaram todas, excepto a pequena Ieda com sua cara de gata arisca e seu desvendado segredo. Receio de enfrentá-la, a ela, dona Flor, ou de enfrentar a casa órfã da graça de Vadinho, de seu riso, de suas astúcias, de sua insolência?

No que concerne a dona Flor, podia vir, já não lhe importa saber nem discutir, muito menos acusar. Só uma coisa tem vontade de pôr em pratos limpos: estaria de barriga, a fingida, prenha dele, grávida de filho seu?

Dona Flor jamais pegara menino, mas sabia ser culpa sua e não do marido. A doutora Lourdes Burgos, sua médica lhe explicara e o doutor Jair havia confirmado e proposto ligeira operação capaz de torná-la fecunda, quem sabe? Medrosa, dona Flor, furtou-se à cirurgia: ao demais, doutor Jair não lhe dera certeza absoluta de sucesso. Assim, nas trampolinagens do marido o que mais a preocupava era o receio dele arranjar um filho por aí, na rua, ao deus-dará.

terça-feira, março 16, 2010

VÍDEO

Vale a pena voltar a este vídeo...


POESIA MATEMÁTICA
Quem 60 ao teu lado e 70 por ti,
vai certamente rezar 1/3
para arranjar 1/2

de te levar para 1/4
e ter a coragem de te dizer:
20 comer!!!


Isto...matematicamente falando.


SHAKIRA E ALEJANDRO SANZ - LA TORETURA


ALBINO MANIQUE - MÚSICA BOM DE BAILE



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

EPISÒDIO Nº 69




Agora, estendida no leito de ferro, dona Flor buscava não ouvir o matraquear de dona Rozilda na porta da rua, em animada palestra com dona Norma, para melhor recolher na memória perdida, na distância de tempo, as vozes dos cantores, o ritmo dos instrumentos, aquela emocionante serenata da Ladeira do Alvo; para encher suas horas e conter seu coração nessas noites não mais de espera pois ele morrera, seu marido. Contava agora tão-somente com um mundo de lembranças, nele recolhida, refugiada em recordações, cinzas com que apagar a brasa do desejo vivo. Como se houvesse erguido um muro de clausura, a separá-la do cochicho e do mexerico, das conversas e dos comentários, de quanto pertur basse a sua viuvez recente, aquela nova realidade da ausência.

Nos tempos iniciais de nojo, movia-se apenas na dor e na ânsia, na necessidade e na impossibilidade de tê-lo ali, a seu lado. Impossível para sempre e nunca mais.

Abafando, sob a música e o canto recordados, a voz e o escárnio de dona Rozilda, abrigava-se dona Flor nas lembranças do passado: naquela noite chegara à janela com os primeiros acordes. Doía-lhe o corpo, o couro cru fizera-lhe um lenho no pescoço, ela era um trapo, um trapo batido e aviltado.

Vadinho subia a ladeira a cantar, os braços erguidos para o alto. Reconheceu os demais: a voz inconfundível e inigualável de Caymmi, Jenner Augusto mais pálido ainda sob a lua, e, a acompanhá-los nos instrumentos e no coro, Carlinhos Mascarenhas, Edgard Cocô, doutor Walter da Silveira e Mirandão. Fora buscar correndo aquela rosa escura e rara, colhida na véspera no jardim de tia Lita. Tudo andava revolto em sua vida, numa barafunda, em completo descontrole, ela própria submetida à férrea autoridade de dona Rozilda. A música lhe dera forças e coragem. De repente se sentiu satisfeita por não passar Vadinho de reles serventuário municipal, lotado em mísero emprego, e não lhe importava fosse ele irrecuperável jogador.

Com a lembrança de noites assim, de luar e ternura, dona Flor, insone, tenta aplacar a dor e o desespero de saber que nunca mais Vadinho virá tocar e acender as brasas de seu corpo. Na noite longa de espera, não voltará a ouvir na rua a sua voz desafinada em outras serenatas.

Acontecia quando Vadinho, tendo excedido todos os limites – noites seguidas sem dormir em casa ou como naquela vez em que, ainda recém casados, jogara o dinheiro do aluguel e nada lhe dissera, fazendo-a passar por caloteira – queria fazer as pazes, pois dona Flor, nessas ocasiões, deixava de se dirigir a ele, desconhecendo sua presença, como se não tivesse marido.

Inquieto, Vadinho rondava suas saias, com palavras aduladoras, convites e provocações para excitá-la e conduzi-la a vadiar. Nas trincheiras da mágoa e do vexame, resistia dona Flor.

Vadinho apelava para as grandes cartadas: ir com ela ao cinema, acompanhá-la a pagar visita há tanto tempo devida a dona Maga ou ao padrinho de Heitor, doutor Luís Henrique. Ou bem organizava uma serenata, vinha acalentar seu sono, deslumbrando a rua. Não mais trazia, no entanto, a Dorival Caymmi com o mistério de sua voz nem ao doutor Walter da Silveira.

Caymmi emigrara para o Rio, fazia programas na rádio carioca e gravava discos, cantores de renome lançavam seus sambas, suas modinhas praieiros. Doutor Walter, nem falar: juiz no interior, a flauta encantada ninando apenas o sono dos filhos pequenos, uma corte de meninos e
meninas, um por ano quando não dois numa única barriga.

segunda-feira, março 15, 2010

VÍDEO

THE ANIMALS - HOUSE OF THE RISING SUN


DUSTY SPRINGFIELD - SON OF A PREACHER MAN



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS

EPISÓDIO Nº 68



Excepcional significando diferente, fora do normal, alguém que não cabia nas medidas habituais nem se podia prender nos limites de um quotidiano medíocre e monótono. Era dona Flor capaz de entendê-lo e de ser feliz com ele? Tretas de dona Gisa, boa amiga sem dúvida, porém uma letrada dos seiscentos demónios, a cabeça cheia de caraminholas e a língua de aperreio.

Dona Flor desejava ser como todo o mundo, seu marido como os demais maridos. Não tinha ele um emprego na Municipalidade obtido por seu parente rico, doutor Aírton Guimarães, apelidado Chimbo? Ela o queria vindo do emprego para casa, os jornais sob o braço, um embrulho de biscoitos ou cocadas de abarás e acarajés. Jantando na hora exacta como os outros, saindo em certas noites com ela, a passeio, de braço dado, gozando a brisa e a lua. Amoroso, no leito a vadiar. A vadiar antes de dormir, ainda cedo, e nos dias certos de vadiação.

Como era é que não podia ser: Vadinho sem hora de chegar, dormindo frequentemente na rua, com certeza no leito das vagabundas, de antigos e renovados xodós; querendo vadiar e vadiando a horas tardias e as mais absurdas, em qualquer dia sem determinação, sem relógio nem almanaque. Não havia horário nem sistema, tão pouco hábito estabelecido ou tácita convenção, um costume dos dois, nada. Era aquela anarquia sem cabimento, ele na rua todas as noites sem lhe dar notícia, ela no leito de ferro roendo a dor de cotovelo, aguda dor de corno e uma dor no peito, uma aflição. Por que todas as outras mulheres casadas faziam jus aos seus maridos, só ela não? Por que não era Vadinho como todos os demais, com a vida regulada e em ordem, sem os sobressaltos, os fuxicos, a infindável espera? Por quê?

Tudo aquilo – a espera, o jogo, a cachaça, as noites fora de casa, os gritos a violência, a vilania – tornou-se tudo um hábito com o passar do tempo, mas dona Flor ainda não se acostumara inteiramente e morreria sem se acostumar.

Aliás, quem morreu foi ele, Vadinho, no Carnaval. Daí por diante, ah!, daí por diante o desejo já não teve sequer direito à espera, à expectativa, à ânsia. A ausência de Vadinho adquira outra dimensão. Também o sofrimento, outro era o seu peso. Não mais adiantava a dona Flor ficar de ouvidos atentos a cada ruído na calçada, o coração sôfrego a latir. Agora sem espera e sem esperança, de nada servia atentar à cadência dos passos, dos passos dos bêbados sobretudo, ao barulho subtil da chave na fechadura, ao som de uma canção perdida, de uma toada na distância.

Sim, de uma toada na distância. Porque houvera noites, durante aqueles sete anos de casamento e espera, em que Vadinho veio acordá-la em serenata, com violão e cavaquinho, violino e flauta, trompete e bandolim, a repetir aquela outra inesquecível serenata da Ladeira do Alvo, quando ela acabara de saber da verdadeira condição de seu amor: pobre, sem
vintém, funcionário chinfrim, picareta e facadista, cachaceiro, libertino e jogador.

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