O CONTEXTO
Alguns dos nossos políticos menos vocacionados para o exercício da função, que não o nosso 1ºMinistro que é um exemplo de rigor nas suas intervenções para os meios de comunicação social, recorrem por sistema ao Contexto como náufragos aflitos em busca de salvação quando dizem o que não devem mas o que pensam ou lhes apetece dizer.
“Convencionaram”, então, que as palavras só têm o significado que têm se não houver um problema de Contexto que à posteriori, numa de emendarem a mão, esclarecem qual é.
Do género:
“…mas VªEx.ª afirmou que se ia demitir por cansaço…
…não, não, o senhor não pode retirar as minhas palavras do Contexto em que elas foram ditas: eu tinha acabado de subir as escadarias do Ministério e estava, de facto, muito cansado e daí a minha afirmação perfeitamente compreensível e justificada.
E, sendo assim, aquilo que se disse não se disse ou melhor, disse-se mas com o significado que depois lhe é atribuído de acordo com as conveniências do orador que é sempre vítima da incapacidade de interpretação dos destinatários do discurso os quais, é bem de ver, não estão à altura do orador.
Três exemplos recentes:
1ºEx:
…mas o Sr. Presidente disse textualmente: “Corram com eles à pedrada”.
“…não, não vá por aí, não retire essa afirmação do contexto, eu estava a presidir a uma Assembleia das Juntas de Freguesia…”
Ficamos, neste caso, a saber que numa reunião da Assembleia de Juntas de Freguesia a expressão:” Corram-nos à Pedrada” significa: “Convidem-nos delicadamente a irem-se embora.”
2º Ex:
Mas VªExª afirmou que: “A Crise Acabou”.
…não, não, o senhor está a retirar as palavras do Contexto em que foram ditas e esse Contexto é de esperança e de optimismo para o futuro no qual a crise irá acabar e esta é que é a interpretação correcta das minhas palavras, foi o que, rigorosamente, eu disse.
3ºEx:
Mas VªExª afirmou que a energia eléctrica iria sofrer no próximo ano um agravamento de 17,8%...
…não, não, o senhor está a citar as minhas palavras fora do Contexto de anos e anos em que os consumidores andaram a pagar a electricidade abaixo do seu custo real e por isso a minha vontade era que no próximo ano sofressem esse aumento de 17,8% mas atendendo a que se trata de um bem de 1ª necessidade ao qual as camadas mais débeis da população não se podem furtar o Governo, sensível que é ás questões de natureza social, irá ponderar essa situação e decidir um aumento que se ficará apenas pelos 6%.
…Sinceramente, não há pachorra ou será alguma nova forma de dislexia em que as dificuldades de ler e escrever são substituídas por problemas de expressar oralmente o nosso, deles, pensamento?
Alguns dos nossos políticos menos vocacionados para o exercício da função, que não o nosso 1ºMinistro que é um exemplo de rigor nas suas intervenções para os meios de comunicação social, recorrem por sistema ao Contexto como náufragos aflitos em busca de salvação quando dizem o que não devem mas o que pensam ou lhes apetece dizer.
“Convencionaram”, então, que as palavras só têm o significado que têm se não houver um problema de Contexto que à posteriori, numa de emendarem a mão, esclarecem qual é.
Do género:
“…mas VªEx.ª afirmou que se ia demitir por cansaço…
…não, não, o senhor não pode retirar as minhas palavras do Contexto em que elas foram ditas: eu tinha acabado de subir as escadarias do Ministério e estava, de facto, muito cansado e daí a minha afirmação perfeitamente compreensível e justificada.
E, sendo assim, aquilo que se disse não se disse ou melhor, disse-se mas com o significado que depois lhe é atribuído de acordo com as conveniências do orador que é sempre vítima da incapacidade de interpretação dos destinatários do discurso os quais, é bem de ver, não estão à altura do orador.
Três exemplos recentes:
1ºEx:
…mas o Sr. Presidente disse textualmente: “Corram com eles à pedrada”.
“…não, não vá por aí, não retire essa afirmação do contexto, eu estava a presidir a uma Assembleia das Juntas de Freguesia…”
Ficamos, neste caso, a saber que numa reunião da Assembleia de Juntas de Freguesia a expressão:” Corram-nos à Pedrada” significa: “Convidem-nos delicadamente a irem-se embora.”
2º Ex:
Mas VªExª afirmou que: “A Crise Acabou”.
…não, não, o senhor está a retirar as palavras do Contexto em que foram ditas e esse Contexto é de esperança e de optimismo para o futuro no qual a crise irá acabar e esta é que é a interpretação correcta das minhas palavras, foi o que, rigorosamente, eu disse.
3ºEx:
Mas VªExª afirmou que a energia eléctrica iria sofrer no próximo ano um agravamento de 17,8%...
…não, não, o senhor está a citar as minhas palavras fora do Contexto de anos e anos em que os consumidores andaram a pagar a electricidade abaixo do seu custo real e por isso a minha vontade era que no próximo ano sofressem esse aumento de 17,8% mas atendendo a que se trata de um bem de 1ª necessidade ao qual as camadas mais débeis da população não se podem furtar o Governo, sensível que é ás questões de natureza social, irá ponderar essa situação e decidir um aumento que se ficará apenas pelos 6%.
…Sinceramente, não há pachorra ou será alguma nova forma de dislexia em que as dificuldades de ler e escrever são substituídas por problemas de expressar oralmente o nosso, deles, pensamento?