As eleições directas no PSD
As Eleições Directas no PSD
Eu sei que isto é um assunto para os especialistas em
Ciência Política e por isso, desde já peço desculpa, entre outros, ao Rui Matos do Macroscópio, mas a política, especialmente a partidária, tal como o futebol, salvaguardadas as devidas distâncias, é um tema que está demasiado perto de nós, envolve-nos de tal maneira que dificilmente se consegue subtrair à interferência dos “comentadores de sofá” como o futebol aos “treinadores de bancada.”
Dito isto, e relativamente às eleições no PSD, deixem-me dar “Vivas” às Bases, às Directas e ao Arraial que precede e se segue à vitória do vencedor porque, num partido político como o PSD em que o cimento ideológico é fraco e os interesses são mais que muitos, ir directamente das Bases para o Presidente constitui um risco igual ao de caminhar no arame sem rede num espectáculo próprio de Festas e Arraiais.
Se entendermos um Partido Político como uma organização de pessoas ligadas entre si por uma determinada ideologia e estruturadas no sentido de que os melhores, os mais competentes, são seleccionados para órgãos intermédios e de cúpula numa escolha que, naturalmente, resulta da intervenção das bases, não faz sentido que na decisão mais importante se pergunte directamente às bases quem querem para Chefe.
Interessadas que estão no acesso rápido do Partido ao poder, as bases, não perdem tempo a analisar programas e projectos dos candidatos que também não perdem tempo a formulá-los e a explicá-los convencidos que estão que a maior parte não está interessada neles nem os compreenderiam muito bem.
De certa forma é como se alguém perdesse tempo a construir um Corpo com cabeça, tronco e membros e no fim pusesse o dito Corpo a decidir com os pés em vez de utilizar a cabeça.
E como se decide com os pés do boneco basta ensaiar umas poses, uns chavões, uns insultos e uns argumentos que correspondam às expectativas para que a decisão seja tomada sem que se tenha sido dito o que se quer fazer, como se quer fazer e com quem.
Assim, agora com o novo Chefe já em funções, os eleitores do PPD/PSD esperam ansiosamente, em guerra surda, tudo o que tem a ver com a distribuição dos lugares do “pequeno poder” antes de chegarem os verdadeiros “troféus de guerra” proporcionados pelo aparelho do Estado quando o novo Chefe os conduzir ao triunfo final.
Desculpem, mas na minha opinião o sistema das directas não contribui para o aperfeiçoamento da Democracia e, portanto, não é bom para o país.
O Congresso constitui um crivo para a eleição do líder que tem outra qualidade, outro grau de exigência e isto partindo do princípio que um Partido Político é uma organização de pessoas de bem e não um bando de conspiradores de assalto ao poder.
O populismo e a demagogia são especialmente perigosos numa sociedade sem uma grande tradição cívica e democrata e nos momentos especialmente difíceis em que as pessoas vivem atormentadas com a insegurança no trabalho e a falta de dinheiro para a satisfação das necessidades mais básicas, muito embora os níveis de popularidade do Eng. Sócrates nas sondagens continue a manter-se, na presente conjuntura, bastante alto.
Mas se o Dr. Filipe Menezes vier agora prometer mais dinheiro para os reformados e remédios mais baratos para os doentes mais pobres através de esquemas imaginativos em que certos políticos são férteis, então a confusão pode instalar-se e o grau de incerteza aumentar.
Como recomenda António Vitorino contra a demagogia só a pedagogia e esta é necessária nas campanhas, na acção governativa, explicando a razão de ser das medidas mais importantes para os cidadãos, e dentro dos Partidos onde os Congressos deveriam ser os momentos da verdade, do esclarecimento, da pedagogia para dentro e fora dele e não para se decidir que, a partir de agora, o presidente e potencial chefe do governo será escolhido por todos os militantes com as cotas pagas e…fé em Deus.
Por isso, o PSD, tem agora um Chefe cuja Marca d’ Água, enquanto oposição, é ir protestar para as portas das fábricas onde houver despedimentos…e é muito bem feito!
Eu sei que isto é um assunto para os especialistas em
Ciência Política e por isso, desde já peço desculpa, entre outros, ao Rui Matos do Macroscópio, mas a política, especialmente a partidária, tal como o futebol, salvaguardadas as devidas distâncias, é um tema que está demasiado perto de nós, envolve-nos de tal maneira que dificilmente se consegue subtrair à interferência dos “comentadores de sofá” como o futebol aos “treinadores de bancada.”
Dito isto, e relativamente às eleições no PSD, deixem-me dar “Vivas” às Bases, às Directas e ao Arraial que precede e se segue à vitória do vencedor porque, num partido político como o PSD em que o cimento ideológico é fraco e os interesses são mais que muitos, ir directamente das Bases para o Presidente constitui um risco igual ao de caminhar no arame sem rede num espectáculo próprio de Festas e Arraiais.
Se entendermos um Partido Político como uma organização de pessoas ligadas entre si por uma determinada ideologia e estruturadas no sentido de que os melhores, os mais competentes, são seleccionados para órgãos intermédios e de cúpula numa escolha que, naturalmente, resulta da intervenção das bases, não faz sentido que na decisão mais importante se pergunte directamente às bases quem querem para Chefe.
Interessadas que estão no acesso rápido do Partido ao poder, as bases, não perdem tempo a analisar programas e projectos dos candidatos que também não perdem tempo a formulá-los e a explicá-los convencidos que estão que a maior parte não está interessada neles nem os compreenderiam muito bem.
De certa forma é como se alguém perdesse tempo a construir um Corpo com cabeça, tronco e membros e no fim pusesse o dito Corpo a decidir com os pés em vez de utilizar a cabeça.
E como se decide com os pés do boneco basta ensaiar umas poses, uns chavões, uns insultos e uns argumentos que correspondam às expectativas para que a decisão seja tomada sem que se tenha sido dito o que se quer fazer, como se quer fazer e com quem.
Assim, agora com o novo Chefe já em funções, os eleitores do PPD/PSD esperam ansiosamente, em guerra surda, tudo o que tem a ver com a distribuição dos lugares do “pequeno poder” antes de chegarem os verdadeiros “troféus de guerra” proporcionados pelo aparelho do Estado quando o novo Chefe os conduzir ao triunfo final.
Desculpem, mas na minha opinião o sistema das directas não contribui para o aperfeiçoamento da Democracia e, portanto, não é bom para o país.
O Congresso constitui um crivo para a eleição do líder que tem outra qualidade, outro grau de exigência e isto partindo do princípio que um Partido Político é uma organização de pessoas de bem e não um bando de conspiradores de assalto ao poder.
O populismo e a demagogia são especialmente perigosos numa sociedade sem uma grande tradição cívica e democrata e nos momentos especialmente difíceis em que as pessoas vivem atormentadas com a insegurança no trabalho e a falta de dinheiro para a satisfação das necessidades mais básicas, muito embora os níveis de popularidade do Eng. Sócrates nas sondagens continue a manter-se, na presente conjuntura, bastante alto.
Mas se o Dr. Filipe Menezes vier agora prometer mais dinheiro para os reformados e remédios mais baratos para os doentes mais pobres através de esquemas imaginativos em que certos políticos são férteis, então a confusão pode instalar-se e o grau de incerteza aumentar.
Como recomenda António Vitorino contra a demagogia só a pedagogia e esta é necessária nas campanhas, na acção governativa, explicando a razão de ser das medidas mais importantes para os cidadãos, e dentro dos Partidos onde os Congressos deveriam ser os momentos da verdade, do esclarecimento, da pedagogia para dentro e fora dele e não para se decidir que, a partir de agora, o presidente e potencial chefe do governo será escolhido por todos os militantes com as cotas pagas e…fé em Deus.
Por isso, o PSD, tem agora um Chefe cuja Marca d’ Água, enquanto oposição, é ir protestar para as portas das fábricas onde houver despedimentos…e é muito bem feito!