ALAIN BARRIERE - A REGARDER LA MER (1970)
o vídeo é fracalhote... feito com telemóvel... mas o importante é a canção e a voz do Alain Barriere
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
o vídeo é fracalhote... feito com telemóvel... mas o importante é a canção e a voz do Alain Barriere
Nasceu em Roma, há 47 anos e recebeu das mão do seu pai, também cantor, a sua primeira guitarra aos 8 anos.
Esta interpretação é de 1959. Angela Maria nasceu em 1928 no Rio de Janeiro. Era uma soprano sem educação vocal, puro talento natural. Sua voz prodigiosa atingia notas altíssimas com um timbre lindo e como tinha perfeito domínio do fôlego cantava com pouco esforço. Como voz natural estará entre as melhores vozes do mundo.
Não se pode falar do fado sem referir Hermínia Silva e o fado da Sina é a sua imagem de marca. Se fosse viva teria feito 103 anos. Conheci-a pessoalmente quando foi cantar a um restaurante do meu irmão. Intrduziu no fado letras menos tristes fazendo a transição do fado tradicional para o fado musicado.O maestro Jaime Mendes e o compositor Raúl Ferrão foram muito responsáveis por esta mudança.
nas canções desta época havia um cuidado com as palavras para que no conjunto tudo fizesse sentido, como quem conta uma história...
um grupo de "disco'music" europeu de grande sucesso dos anos 70, criado por Frank Farian (1976). Dez anos mais tarde, 1986, já tinham 18 discos de platina, 15 de ouro e cerca de 150 milhões de discos vendidos em todo o mundo. O seu grande êxito foi "Daddy Cool"
nascida em 1955, filha de pais nordestinos. É compositora, cantora e apresentadora. Teve uma depressão grave com a morte do pai e a separação de uma mulher que ela amava (1995) que lhe afectou as cordas vocais. Em 2010 lança o seu livro "Marina Lima entre as Coisas"
Era alentejano, de Évora (1924-88). "Os Olhos Castanhos" lançados em 1951 é uma balada romântica que transmitda pela rádio encantou "todo o mundo", em especial o feminino. Era o "ai Jesus" da minha mãe e das mães de mais de metade dos meninos do meu tempo, pelo menos em Lisboa.
EPISÓDIO Nº 161
mais uma linda canção do reportório do cantor (1971). Faleceria nove anos mais tarde, na força da vida, privando-nos do prazer de o continuar a ouvir em novas canções.
a voz, a música, a letra, o próprio vídeo, tudo à altura do melhor cantor... e não só de rock.
O ciúme, tratado neste fado da Amália, dos mais castiços do seu reportório, com aquela maestria que nasceu com ela e a faz imortal
esta é uma carta musicada em homenagem a Augusto Boal que na epoca da ditadura no Brasil estava exilado em Lisboa. Foi lançada em 1976 num Album de nome "Meus Caros Amigos"
EPISÓDIO Nº 160
Um sucesso da música "pop" do ano de 1973, É favor recordar...
Rio de Janeiro, 1996. Nenhuma artista brasileira consegue, ao mesmo tempo, cantar e dançar tão bem como a Daniela... é um poço de energia e de expressividade corporal.
os dramas da juventude... quem não tem saudades deles?
...sózinhos no campo com o vento que te despenteia um pouco, deitada sobre o feno enquanto o sol desce, uma estrela no prado és tu...
Gravado em 1990 pela banda THE SWEET Children que mais tarde mudaria para Green Day. 20 anos depois recorda-se com muito agrado
recordando a grande Maria Matarazzo numa canção de sua autoria. Era, por esta altura, a cantora mais bem paga do Brasil. Dotada de um "charme" especial teve uma vida amorosa intensa e complicada acabando por morrer em 1977 num violento acidente de automóvel quando conduzia a grande velocidade na Ponte do Rio-Niterói. Foi um dos maiores nomes da música popular brasileira.
Vamos apresentar a candidatura à UNESCO do Fado como Património Cultural da Humanidade. Ele faz parte da nossa vida, uma expressão do Sentir e Ser Português, tal como já tinha acontecido com o Tango. APOIADO!
DONA
APELO DE DONA FLOR EM AULA E EM DEVANEIO
Me deixem em paz com meu luto e minha solidão. Não me falem dessas coisas, respeitem o meu estado de viúva. Vamos ao fogão: prato de capricho e esmero é o vatapá de peixe (ou de galinha), o mais famoso de toda a culinária da Bahia. Não me digam que sou jovem, sou viúva: morta estou para essas coisas. Vatapá para servir a dez pessoas (e para sobrar como é devido).
Tragam duas cabeças de garoupa fresca – pode ser de outro peixe mas não é tão bom. Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e suco de limão.
Quatro colheres das de sopa, cheias com o melhor azeite doce, tanto serve português como espanhol; ouvi dizer que o grego ainda é melhor, não sei. Jamais usei por não encontrá-lo à venda.
Se encontrar um noivo, que farei? Alguém que retome meu desejo morto, enterrado no carrego do defunto? Que sabem vocês, meninas, da intimidade das viúvas? Desejo de viúva é desejo de deboche e de pecado, viúva séria não fala dessas coisas, não pensa nessas coisas, não conversa sobre isso. Me deixem em paz, no meu fogão.
Refoguem o peixe nesses temperos todos e o ponham a cozinhar num bocadinho d’água, um bocadinho só, um quase nada. Depois é só coar o molho, deixá-lo à parte e vamos adiante.
Se meu leito é triste cama de dormir, apenas, sem outra serventia, que importa? Tudo no mundo tem compensações. Nada melhor que viver tranquila, sem sonhos, sem desejos, sem se consumir em labaredas, com o ventre aceso em fogo. Vida melhor não pode haver que a de viúva séria e recatada, vida pacata, liberta da ambição e do desejo. Mas, e se não for meu leito cama de dormir e, sim, deserto a atravessar, escaldante areia do desejo sem porta de saída? Que sabem vocês da intimidade das viúvas, de seu leito solitário, de seu carrego de defunto? Aqui vieram para aprenderem a cozinhar e não para saberem o preço da renúncia, o preço que se paga em ânsia e solidão para ser viúva honesta e recatada. Continuemos a lição.
Tomem do ralo e de dois cocos escolhidos – e ralem. Ralem com vontade, vamos, ralem; nunca fez mal a ninguém um pouco de exercício (dizem que o exercício evita os pensamentos maus: não creio). Juntem a branca massa bem ralada e a aqueçam antes de espremê-la: assim sairá mais fácil o leite grosso, o puro leite de coco sem mistura. À parte o deixem.
Tirado esse primeiro leite, o grosso, não joguem a massa fora, não sejam esperdiçadas, que os tempos não estão de desperdício. Peguem a mesma massa e a escaldem na fervura de um litro de água. Depois a espremam para obterem o leite ralo. O que sobrar da massa joguem fora, pois agora é só bagaço.
Viúva é só bagaço, limitação e hipocrisia. Em que nação enterram a viúva na cova do marido? Em que país tocam fogo no seu corpo junto com o corpo do defunto? Antes assim, de uma vez queimada e em cinza em lugar de consumir-se em fogo lento e proibido, de queimar-se por dentro em ânsia e em desejo; por fora hipocrisia, um recato de fazendas negras, os véus cobrindo uma aflita geografia de medo e de pecado. Viúva é só bagaço e aflição.
anos 70... não esteja triste, cante com o Gianni... ainda faltava muito para chegar o 2010...
outro clássico... este da música francesa, 1964. Nasceu em 1927 e faleceu em 2001. Tinha como alcunha "Monsieur 100.000 volts" tal a energia que punha nos seus espectáculos.
se eu tivesse que escolher uma voz e uma canção... não me canso de a ouvir... espero que gostem quase tanto com eu.
a letra deste fado é do poeta, já falecido, Pedro Homem de Melo e a música de Frederico de Brito. O Carlos gravou-o em estúdio e foi apresentado no programa da RTP do fim do ano de 1986. Tudo nele é da melhor qualidade: a voz, a letra e a música