A dona Flôr vai de férias até ao próximo dia 11. Recomeçaremos, então, com a regularidade a que vos habituamos, a história da dona Flôr e as entrevistas ficcionadas com Jesus Cristo. Até lá... passem bem.
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
DONA
Vender mais de 100 milhões de discos a solo diz "alguma coisa" da qualidade deste cantor e compositor nascido em 1949 nos E.U., em Alabama. Foi ele o autor da canção "Say You, Say Me" para o filme Noites Brancas cujo trabalho lhe valeu um Óscar. Essa canção esteve em nº 1 dos Tops durante 4 semanas tendo sido considerada, igualmente, a canção nº1 de 1985 nos E.U.A. Escolhemos, hoje, Goodbye porque a achamos linda e estar legendada em português.
DONA FLOR
Episódio Nº 238
A travessia do Tejo é quase tão antiga como o próprio rio. Assim dito parece um exagero mas, de facto, perde-se na memória do tempo a origem do transporte de pessoas e bens por via fluvial entre as margens do Tejo. Os primeiros registos de que há notícia reportam um encontro entre as autoridades de Almada e Lisboa, em 1284, Séc. XIII, para "discussão dos preços da travessia do Tejo a cobrar a homens, bestas e cestos", mas isto é história... Eu próprio, logo no início dos anos 40, atavessava o rio para visitar a minha avó materna que era de Paio Pires, na "outra banda", conhecida no lugar pela t'i Júlia da "Quarela".José Viana foi um artista completo: cantor, actor, pintor, encenador e músico. Nasceu em Lisboa em 1922 e faleceu em 2003 com 81 anos. Nas andanças da Revista conheceu a artista brasileira Juju Batista, que lhe deu uma filha, a Maria, mas é Dora Leal, com quem também contracena, que se torna sua companheira para o resto da vida e lhe dá mais duas filhas: outra Maria e uma Madalena. O fado Zé Cacilheiro, de César de Oliveira, Paulo Fonseca/Carlos Dias, surge em 1966, na revista "Zero, Zero, Zero - Ordem para Matar" e marca em definitivo o estilo próprio do artista.
Este é o fado que, quanto a mim, melhor identifica Hermínia Silva como a fadista por excelência, de voz castiça e linda. Só ela, com os seus requebres e entoações melódicas: ... afinal, desventurada, quem és tu???... inimitável!. Tive oportunidade de a conhecer pessoalmente quando, há muitos anos, o meu irmão organizou as Festas de verão na aldeia dos meus avós e a convidou para ela cantar, o que aceitou como exemplo da sua simplicidade e total ausencia de vedetismo. Era uma pessoa alegre e bricalhona, (ficou célebre a sua "boca" para o guitarrista, antes de inicia a actuação: "anda Pacheco..."). Apoiou-se em dois grandes mestres: maestro Jaime Mendes e o compositor Raúl Ferrão. Cantou quase até ao fim da sua vida no Solar da Hermínia tendo falecido em 1993, aos 86 anos... uma das maiores vedetas do Fado e do Teatro de Revista português.
DONA
A velhice é uma merda!!
Nasceu em 1936, no Montijo. Foi ao cumprir o Serviço Militar obrigatório que
começou a dar nas vistas passando a cantar como amador nas casas de Fado de
Lisboa. Na Revista "E Viva o Velho", no Teatro Maria Victória, interpretou
"Oh Tempo Volta para Trás" que foi um dos maiores êxitos da história da música
portuguesa. Tornou-se num cantor muito popular tendo percorrido o país, as
colónias e muitos países estrangeiros na Europa e na Américas. Embora
tenha sido premiado e muito acarinhado pelo público retirou-se do mundo
artístico em 1990.
Episódio Nº 235