quinta-feira, abril 20, 2017

O trabalho que a morte tem... justifica-se um aumento de salários!
PORQUÊ 

O DRAMA

DA MORTE?

















Era inevitável que sendo o homem um ser intelectualmente tão evoluído e sensível no mínimo não fizesse da morte um drama, compreende-se…

Conciliar o pensamento e a reflexão sobre a vida com um simples ponto final ao qual nada mais se segue parece-nos algo tão brutal e falho de lógica que a reacção, em termos de desespero, é sempre a mesma:

-“Tem de haver mais qualquer coisa”…

Alguns vivem fascinados e frustrados perante a morte porque não conseguem vislumbrar o que está para além dela e esta é a diferença entre os homens bem pensantes que ainda cogitam sobre a morte e aqueles que, hoje em dia, se limitam a viver preocupados em resolver os problemas do dia a dia continuando a pensar sobre a morte aquilo que os seus pais e avós sempre pensaram, “soprado” pelas religiões que também herdaram e que é uma forma de não pensarem.

A morte não é um desafio fácil de aceitar e abordá-lo é sempre um acto de coragem porque, diga-se sobre ela o que dissermos, a sensação que no fundo, lá bem no fundo nos fica, é que tudo quanto sobre ela se diga é pura especulação tendo mais a ver com a vida do que com a morte, a vida que desejaríamos nunca acabasse mesmo que, para isso, tenhamos que “criar” outros mundos e outras formas de vida.

Como se todos os seres vivos fossem dignos de morrer excepto o homem por não fazer sentido que a natureza o tenha feito evoluir para uma forma qualitativamente tão diferente e perfeita e reservar-lhe, no fim, exactamente o mesmo destino!

Esta necessidade de prolongarmos a vida para além da morte, porque é desta necessidade que se trata, foi ao longo da história da humanidade o factor mais determinante e influente da própria vida.

Vivemos sempre condicionados por aquilo que esperávamos que nos acontecesse após a morte e as religiões, lembre-mo-nos dos egípcios, mas também as monoteístas, mais organizadas e influentes, todas elas, souberam muito bem tirar partido desses condicionalismos.

Quando deixarmos de amar a Deus e em vez dele amarmos, no sentido de respeitar, a natureza, os outros homens e os restantes seres vivos que connosco partilham a vida na Terra, talvez então aceitemos melhor o nosso fim em pé de igualdade com as restantes formas de vida.

Somos, de facto, especiais, tivemos que o ser para sobreviver na luta que travamos para termos direito a um lugar ao sol mas continuamos sujeitos às leis fundamentais do Universo e desaparecer para sempre sem outras consequências que não sejam as transformações químicas que se operam a partir do momento da última batida do coração, é uma dessas leis.

Outra atitude que não seja esta, para além de representar uma veleidade que não nos fica bem, constitui, igualmente, uma enorme contradição para a nossa mente dada a dificuldade em conciliar o racional com as expectativas da fé.

Por isso, a Filosofia que alguns afirmam, entre outras coisas, ser um curso geral para a morte, talvez pudesse com mais vantagem, constituir um curso geral para a vida que nos ensinasse que todas as nossas energias devem ser canalizadas para a satisfação da responsabilidade do que significa estar vivo.

Responsabilidade connosco próprios, com o nosso semelhante e para com o planeta que é a casa onde vivemos, não em nome de, ou para agradar ou recear a um deus qualquer que nos espera após a morte para nos castigar ou premiar, mas porque, neste momento, está já suficientemente instalada uma espécie de moral universal que aponta no sentido de que a nossa própria sobrevivência como espécie não é possível salvaguardar se não olharmos a vida como a nossa oportunidade de manter os equilíbrios entre nós, homens, e a natureza que nos suporta.

E para isso não é a nossa morte que nos deve preocupar mas antes as gerações vindouras que reivindicam, também elas, o direito à vida para poderem morrer como nós.

Sinceramente, julgo que estamos, neste aspecto, numa encruzilhada terrível porque temos a consciência de que a estamos a viver mas não temos a certeza de qual o caminho que vai ser percorrido.

O planeta como que estremece e agita, também ele parece inquieto quando o forçam a uma evolução mais rápida do que aquela que, naturalmente, se processaria.

Para ele, planeta, é indiferente mas para as formas de vida que suporta pode ser um abreviar das suas existências e por isso ele manda os seus avisos, alerta os homens, os únicos que os sabem interpretar e… aguarda.

Os fenómenos da natureza são o resultado de múltiplos equilíbrios que se estabelecem e restabelecem continua, lenta mas inexoravelmente.

A velocidade a que esses equilíbrios e reequilíbrios acontecem é a chave que facilita, dificulta ou impossibilita mesmo a sobrevivência das espécies através dos fenómenos de adaptação já explicados por Charles Darwin na sua Teoria da Evolução.

E é aqui que há verdadeiras razões para falar da morte que dizima e pode levar ao desaparecimento das espécies e não a morte natural dos indivíduos dentro de cada espécie indispensável, de resto, para a própria sobrevivência da espécie.

Será que a velocidade a que desaparece a massa de gelo do pólo Norte vai dar alguma hipótese de sobrevivência ao urso polar?

E o que irá acontecer aos milhões e milhões de pessoas que vivem à beira mar se a água dos Oceanos começar a subir a um ritmo que não permita a sua reinstalação noutras áreas com tempo para se adaptarem e aprenderem a fazer outras coisas?

E se alterações do clima, de repente, puserem em causa a produção de arroz no continente asiático como vão sobreviver os biliões de pessoas que dependem dele para se alimentarem?

E agora, sim, uma palavra para a fé, não em Deus ou em deuses mas a fé nos homens, de preferência em todos os homens, esclarecidos, responsáveis, capazes de pensar e decidir para o futuro, exactamente aquele futuro que neste momento parece tão ameaçado pelo egoísmo das atuais gerações.

Mais uma vez, como sempre, é nos homens que está, ou não, o futuro da humanidade.

                                              You are So Beautiful ... - Joe Cocker 


                    

       Tabu - Prostituição


                    

terça-feira, abril 18, 2017

     Leonard Cohen - Hallelujah



           A Mi Manera - Il Divo

             

Fernando Pessoa
(Lisboa, 13 de Junho de 1888 - 
Lisboa, 30 de Novembro de 1935)
















Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...


(Fernando Pessoa)


P.S. - Devíamos ler e meditar sobre este pequeno texto de Fernando Pessoa como encorajamento quando se descrê da vida e procura ser feliz.

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O Amor é como a relva, se a semeares e regares todos os dias, ele cresce... até aparecer uma vaca que acaba com tudo!


Raul e Milo, a saudade de um passado que nos recorda um trecho da nossa história, ainda recente, que fez parte da minha vida e de muitos outros portugueses.


    
    




A felicidade é um estado de alma
A Felicidade








                                                                                                                       












“A felicidade consiste em ter boa saúde e má memória”. Quem nos diz isto é um psiquiatra espanhol, Enrique Rojas, que no seu livro, “SOS Ansiedade”, lançado recentemente, entende que esta fórmula, “ter boa saúde e má memória” é a chave para a felicidade.

Por outras palavras, é preciso melhorar a expressão dos nossos sentimentos para nos sentirmos bem.

Uma relação conjugal, por exemplo, foi concebida pela natureza para durar três anos: durante a gravidez e mais dois anos para protecção da criança nos primeiros tempos de vida, naquela linha de que o homem é essencialmente macho e a mulher essencialmente mãe, como dizia o nosso único Prémio Nobel, Prof. Egas Moniz.

Por quê, então, a boa saúde e a má memória?

Ser feliz, implica um esforço, um compromisso connosco e com os outros. As pessoas têm um reduzido diálogo interior ou, em linguagem mais corriqueira, falam demasiado ao telemóvel em conversas de chacha que se vulgarizaram porque deixaram de custar dinheiro. Para trás ficaram as outras, as que dão que pensar.

- Quem sou? – Para onde vou? – Com quem vou?

Para se dar alguma profundidade à vida tem que se reflectir sobre estas três questões essenciais.

Quem não faz este esforço dificilmente consegue ser feliz, aumentando a ansiedade, que é natural que exista em todos nós, e é positiva, se se mantiver dentro dos limites do que é saudável para cada um de nós.

Daí a “boa saúde e a má memória”.

Pessoalmente, na minha vida, sempre combati a ansiedade, baixando o nível das expectativas não deixando, contudo, no segredo de mim próprio, de lutar por elas.

Sim, a gente sabe que há nas farmácias uns comprimidos que nos ajudam a suprir a ansiedade, os ansiolíticos mas, melhor do que eles, é criar na nossa vida, ordem, disciplina e desenvolver a vontade para que ela não seja um barco à deriva.

Nada se consegue que não seja através de um acto de vontade. Ou seja, sem esforço, esta luta é só a primeira forma de combater a ansiedade que sem o nosso contributo inteligente não cai dos céus aos trambolhões.

O nosso cérebro, é a última expressão de um processo de criação que começou há 4,5 mil milhões de anos e apelar para ele é o que de mais inteligente podemos fazer, por nós e para nós... Aqui entra a má memória...

A vida é o presente e o futuro, o resto é a embalagem que nos fez chegar até aqui. Um colega e amigo meu de carteira, nos últimos dias da sua vida, atormentado por um cancro, pedia à mulher que o levasse a ver o mar procurando nele algo para além da saúde, definitivamente perdida, mas um futuro desconhecido.

Mas enquanto esses momentos não chegam e por aqui continuemos a viver, lembremo-nos que pedir perdão é um ato de amor e a felicidade consiste em ter "boa saúde e má memória" para que os nossos eventuais sucessos, se os houve, não nos perturbem e confundam...

A humildade perante a vida é um bom ponto de partida, ou melhor, de permanente recomeço.



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