sábado, junho 25, 2011

UM SUFOCO... felizmente acabou em bem!

espero conhecer Paris de outra maneira...


HISTÓRIAS

DE HODJA




Hodja cai do telhado de sua casa e os vizinhos correm em seu auxílio.

“Como é que te sentes?”; “Tens dores?” ;“Tens alguma coisa partida?” “Tens fracturas?”.

Hodja responde: “Existe alguém aqui que tenha caído de um telhado? De que serve explicar-vos? Só se caírem de um telhado, é que saberão como me sinto.”

TEREZA

BATISTA

CANSADA

DE

GUERRA



Episódio Nº 136



Maior de setenta e sete anos, de limitado diagnóstico e limitado receituário, doutor Evaldo Mascarenhas arrastava-se nas visitas aos doentes, meio surdo quase cego, completamente caduco, no dizer do farmacêutico. Quando a bexiga desembarcou do trem da Leste, o velho clínico não se surpreendeu: vivendo em Buquim há cinquenta anos, ouvira por mais de uma vez da boca das autoridades governamentais a notícia da erradicação da varíola, e de cada vez ele a via de volta, de braço dado com a morte.

Mocinho moderno, formado há ano e meio, doutor Oto Espinheira não conseguira ainda obter a confiança dos habitantes de Buquim devido à idade (não tendo chegado aos trinta anos, aparentava vinte, barba rala, cara de menino, face de boneco) e ao facto de ser solteiro e manter rapariga, considerados tais requisitos qualidades para os advogados, defeitos para os médicos: é fácil descobrir-se as sábias razões.

Não se preocupava ele, no entanto, com a ausência de clientela. De família abonada e prestigiosa, nomeado médico da saúde pública estadual mal saído da Faculdade, estagiando em Buquim por seis meses – nem um dia mais! – o tempo de fazer jus a uma promoção, a clínica não o seduzia, acalentando desígnios mais altos do que os de médico de roça: tentar a política, eleger-se deputado federal e, cavalgando o mandato, tocar-se para o sul, onde se vive vida regalada, enquanto em Sergipe se vegeta, conforme a opinião de experientes boas-vidas, idóneos doutores ou simples malandros.

Ao tomar conhecimento dos primeiros casos fatais de bexiga na cidade caiu em pânico: acreditara nos discursos comemorativos e do combate e tratamento à varíola vagamente recordava algumas prelecções de professores na Faculdade, muito vagamente. Em compensação tinha santo horror às moléstias em geral e à bexiga em particular, doença pavorosa, quando não mata desfigura. Imaginou-se de rosto comido, aquele rosto moreno, redondo e galante de boneco, factor essencial de sucesso junto às mulheres. Nunca mais pegaria nenhuma que valesse a pena.

Nos anos de académico na Bahia, adquirira o hábito das raparigas bonitas. Assim, quando Tereza Batista, de regresso da acidentada excursão artística a Alagoas e Pernambuco, reapareceu em Aracajú (onde Oto se encontrava, fugindo por uns dias de Buquim, a pretexto de discutir problemas locais de saúde pública com os chefes e directores), escoteira e disponível, ele a conhecera e fretara. Eneida, importada da Bahia, divertida companheira de passados folguedos, não suportara por mais de vinte dias a calmaria sertaneja.

Tereza andava um bocado por baixo, cabreira, em nada encontrando consolo e satisfação. Nem a mudança de ares, a visão de novas terras, de cidades desconhecidas, igrejas de Penedo, praias de Maceió, feira de Caruaru, pontes de Recife, nem os aplausos à Rainha do Samba, corações rendidos, suspiros apaixonados, propostas e declarações, foram remédio para seus males. Tampouco algumas encrencas com aquela mania de implicar com as injustiças, metendo-se onde não era chamada no desejo de concertar os tortos alheios – não consertando sequer os próprios, dor aguda no peito, ai.

Era mulherzinha enxerida nasceu para padre ou autoridade, para azucrinar o juízo do próximo, dissera em Alagoas o arruaceiro Marito Farinha quando, vendo-se inesperadamente sem a
peixeira, entregou os pontos e o dinheiro à lamurienta Albertina para as despesas do parto. (clik na imagem e aumente)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


À ENTREVISTA Nº 100 SOB O TEMA:


“DEUS É MASCULINO?” (2)


Deus Nasceu Mulher


Na história da humanidade, "Deus nasceu mulher." A ideia de Deus nasceu ligada ao feminino. Durante milénios, a humanidade, assombrada com a capacidade da mulher para gerar em seu corpo o milagre da vida, venerou A Deusa, vendo o corpo da mulher à imagem divina. Vendo a Lua, que governava os ciclos da mulher, uma imagem divina, vendo na vida selvagem e na vida vegetal uma imagem divina.

Muitos milénios depois, faz uns dez mil anos, em consequência da cultura derivada da Revolução Agrícola (recolha de grãos, acumulação de terras, necessidade de defender com armas e violência grãos e terra ...) a ideia foi-se transformando e acabou por se impor o conceito de um Deus “feito” homem, um guerreiro do sexo masculino. Esse Deus dominou as culturas do Mundo Antigo. Marduk, na Babilónia, suplantou a deusa Inanna-Ishtar, Osíris, substituiu Isis, no Egipto, Gea foi substituída por Zeus, na Grécia. Yahvéh, suplantou a deusa Asherah, deusa da fertilidade, tão querida em Canaãn ... Yahvéh, o Deus da Bíblia, é um dos deuses dessa etapa da humanidade. É um Deus macho, tribal e guerreiro.

Para ter um conhecimento mais amplo deste longo processo, recomendamos pelo menos três livros: "O Cálice e a Lâmina" do antropólogo austríaco e psicólogo Riane Eisler (Editorial Cuatro Vientos, Sétima Edição: 2000), "Deus nasceu de uma mulher" jornalista Pepe Rodriguez espanhola (Ediçôes B, 1999) e "O mito da deusa" dos pesquisadores britânicos Anne Baring e Jules Cashford (Edições Siruela, 2005)

sexta-feira, junho 24, 2011

ZORBA - O GREGO

O melhor desempenho de Antony Quinn neste filme de 1964. Ele não era grego mas sim ibero-mexicano. No entanto, como todos nós temos um bocadinho de gregos, é como se fosse... Esta cena passa-se na ilha de Creta, na praia de um vilarejo denominado Stravos. A dança é fabulosa, a voz de Antony Quinn, vem das profundidades do povo, como a música e os passes de dança. No filme, Zorba é um grego simples, um homem entusiasmado, com várias alcunhas. Ele mesmo diz que uma delas é "Epidemia" porque por onde passa espalha o caos... o seu melhor desempenho!


Veja como está Conímbriga... hoje!


HISTÓRIAS

DE HODJA




Hodja dirigiu-se à praça do mercado e falou para a multidão:

- “Ó povo deste lugar! Querem conhecimento sem dificuldade, verdade sem falsidade, realização sem esforço, progresso sem sacrifício?

Logo se juntou um grande número de pessoas e todas gritaram:

- “Queremos, queremos!

- “Excelente. Era só para saber. Podem confiar em mim que lhes contarei tudo a esse respeito, caso algum dia descubra algo assim.”

TEREZA

BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA





Episódio Nº 135



Afora a feitura da cara picada, de um nariz roído, um lábio deformado, a bexiga branca gosta de comer a luz dos olhos, de cegar; também serve para matar meninos ajudando a disenteria em sua função saneadora. Bexiga boba, pouco mais perigosa que sarampo e catapora, dessa vez não fora ela, essa bexiga acanhada e leviana a chegar das margens do rio de São Francisco no trem da Leste Brasileira – fora a bexiga negra, viera para matar.

Sem perda de tempo pôs-se a recém-chegada a trabalhar. Com acção intensa no centro de Buquim deu início ao cumprimento do programa traçado a partir da casa do prefeito e da paróquia onde viviam o padre e a família do sacristão, a legalmente constituída. Tinha pressa, a maldita, trouxera plano ambicioso: liquidar a população da cidade e das roças, inteirinha, sem deixar vivente para trovar o acontecido. No fim de alguns dias constataram-se os primeiros resultados: velórios, enterros, caixões de defunto, choro e luto.

Uma coceira no corpo logo coalhada de borbulhas, em seguida aberto em chagas, febre alta, delírio, o pus se alastrando, cobrindo os olhos, adeus cores do mundo; tudo acabado e pronto para o esquife no fim da semana, tempo suficiente para tempo e reza. Depois, reduzidos os prazos, não houve mais tempo para choro e reza.

Rápida e feroz, do centro se espalhou, a bexiga por todo o burgo, chegando no sábado a Muricapeba, arruado nas aforas da cidade onde vivem os mais pobres dos pobres, inclusivé as poucas rameiras de profissão definida, localizadas na Rua do Cancro Mole. Em Buquim, cidade pequena e atrasada, de limitados recursos, apenas uma meia dúzia de mulheres-da-vida se dedica exclusivamente ao ofício, habitando na zona; as demais acumulam trabalhos de cama com os de cozinha e lavagem de roupa, sem contar galante cozinheira e uma professora primária, loira e de óculos vindas ambas de Aracajú e ambas caras, fora do alcance da maioria, reservadas aos notáveis.

Favorável terreno, o pântano de lama, a fedentina, o lixo, em Muricapeba a bexiga engordou, cresceu, fortalecendo-se para a peleja recém-iniciada. Cachorros e crianças revolviam montanhas de lixo em busca de comida, restos das mesas do centro da cidade. Urubus sobrevoavam as casa de barro batido onde velhas sem idade catavam piolhos no mormaço da tarde, divertimento excitante e único; com o vento a catinga se elevava no ar, pestilenta. Para a bexiga um lar em festa.

Silenciaram no arruado as modinhas e os sons de harmónica e violão. Como sucedeu no centro, nas ruas dos apatacados, também em Muricapeba os primeiros defuntos ainda foram enterrados no cemitério. Depois, foi o que se viu.

F

Fora do macumbeiro Agnelo, com terreiro de santo em Muricapeba, e da curandeira Arduina, ambos de vasta clientela e larga fama, cuidavam da saúde da população no município de Buquim dois médicos, doutor Evaldo de Mascarenhas e o doutor Oto Espinheira, Juraci, enfermeira sem diploma, desterrada de Aracajú, ansiosa para voltar, Maximiano Silva, ou Maxi das Negras, misto de enfermeiro, vigia e moço de recados do posto de saúde, e o farmacêutico Camilo Tesoura, tesoura afiada, também ele de assinalada competência clínica, examinando roceiros, receitando remédios e determinando a vida alheia no balcão da Farmácia Piedade. (clik na imagem e aumente)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES


À ENTREVISTA Nº 100 SOB O TEMA:



“DEUS É DO SEXO MASCULINO?” (1)



Deus Não Tem Sexo, Mas Tem Género

Toda a religião destina-se a tornar visível, através de imagens, palavras e símbolos, um Deus que é invisível. A religião cristã, de matriz judaica, empregou uma multidão de palavras, imagens e símbolos do sexo masculino para tornar Deus visível. E assim podemos dizer que, embora Deus não tenha sexo, há milhares de anos tem género: género masculino.

Sabemos que o sexo é uma característica biológica e o género uma construção cultural. Por isso, embora em Deus esteja presente expressões femininas e masculinas como complementares da Vida, na cultura judaico-cristã, na cultura bíblica, na tradição cristã, tanto católica, ortodoxa ou protestante, nos textos de quatro mil anos do Antigo Testamento, nos escritos da literatura de dois mil anos de cristianismo e nos textos do Islão, Deus é género e sexo é masculino. Isto significa que Deus é imaginado, concebido, projetado como um macho. Ele é um homem.

Se o género é uma construção cultural, isso também significa que pode mudar porque tudo o que é construído nós podemos destruir, desconstruir e reconstruir. Ou seja: para reconstruir o rosto de Deus também em feminino.

quinta-feira, junho 23, 2011

VEJA COMO ERA CONIMBRIGA HÁ MAIS DE 2.000 ANOS! - (Cidade Romana Virtual em 3 Dimensões)

A sua ocupação pelos romanos aconteceu no Ano 139 A.C. durante as campanhas do General e Político Décimo Junio Bruto. A muralha, toda em volta, tinha 1,5 Km e data já do Séc. IV, época de declíneo dos romanos. Entre 465 e 468 sofreu os ataques dos bárbaros, os Suevos, povo germano, oriundo da região entre os rios Elba e Oder, na Alemanha. A cidade de Braga veio mais tarde a ser a capital do reino suevo e sede do episcopal tendo ganho grande importância.


VÍDEO


Tem a certeza de que necessita de óculos?...

AGNALDO RAYOL - A PRAIA
Quem viveu os anos sessenta vai lembrar-se do grande sucesso que Agnaldo fez com a música "A Praia", uma versão de Bruno Silva. O sucesso foi tão grande que a música foi aproveitada para a promoção comercial de creme dental Kolynos a que posteriormente chamaram Sorriso. Esta canção é contemporânea do Calhambeque do Roberto Carlos em 1965/66.

HISTÓRIAS


DE HODJA



As pessoas de Akshehir sofriam terrivelmente nas mãos de Tamerlão.

Hodja um dia encontra Tamerlão e pergunta-lhe:

- “Você vai deixar esta cidade ou não”

Tamerlão fica furioso com a pergunta e responde:

“Eu não vou!”

Hodja diz: “Se você não sair eu sei o que irei fazer”.

Tamerlão grita: “O que é que pensas fazer?” “Não muito mais” disse Hodja. “Se você não sair, as pessoas da cidade irão sair.”

TEREZA


BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA




Episódio Nº 134


Dos eloquentes relambórios, o do Senhor Prefeito, falando em nome da população gratíssima (um bando de ingratos, cépticos e burlões, haviam-no apelidado de Papa-Vacinas) foi o mais violento e conclusivo, afirmações peremptórias: com a completa extinção das epidemias, ingressava o município na idade de ouro da saúde e da prosperidade, já era tempo. Oração de fôlego, merecedora de efusivos parabéns do ilustre director.

Ainda ousou da palavra o jovem e talentoso doutor Oto Espinheira, recente na direcção do posto de saúde instalado em Buquim e, segundo ele, “completamente equipado e aparelhado, capaz de enfrentar qualquer contingência, servido por pessoal devotado e competente”. O simpático moço, herdeiro das tradições e do prestígio da família Espinheiro, preparava-se para a carreira política, de olho ma deputação. Discurso abre um apetite retado, devoraram banquetes.

Não decorrera um semana sobre a patriótica comemoração e a bexiga negra, desembarcando do trem de carga da Leste, por coincidência ou a propósito, derrubou entre os primeiros o Prefeito Papa-Vacinas, assim designado por ter-se envolvido, em troca de apoio político e comissão, em complicada trampolinagem de vacinas, vacinas para gado desviadas do município e vendidas a preço de nada a fazendeiros vizinhos; e não, como se escreveu, pela total ausência de vacinas contra a varíola no posto de saúde tão bem equipado. A culpa no caso não lhe cabia. Não cabia a ninguém, aliás: estando a varíola completamente erradicada e não havendo quem ali fosse viajar para o estrangeiro, para atrasados países da europa ainda sujeitos à peste, para que vacinar, me digam?


Apenas desembarcada, a bexiga derrubou no mesmo dia o prefeito, um soldado de polícia, a mulher do sacristão (a verdadeira, não a amásia, felizmente), um carroceiro, dois alugados da fazenda do coronel Simão Lamego – citando-se por ordem de importância e deixando-se para o fim três crianças e uma velha coroca, dona Aurinha Pinto, a primeira a morrer no sopro da doença, sem esperar o papoco das feridas no rosto, nas mãos, nos pés, no consumido peito, que ela não era besta de ficar apodrecendo em cima da cama, no sofrimento atroz; foi dar flor de pus no caixão, coisa feia de se ver.


E


Erradicada, uma ova! Triunfante, solta na cidade e no campo, a bexiga negra. Não anémico alastrim, varíola branca e correntia, constante companheira do povo nas roças e nos cantos de rua, a grosso e a retalho nas feiras, dada de graça.

Ao secar das pústulas a varíola se torna mais contagiosa ainda; nas estradas, nos mercados, nas feiras, as cascas das feridas espalham-se ao vento conduzindo avante compadre alastrim, garantindo-lhe permanente presença na paisagem do sertão.

Bexiga branca é limitado perigo, sendo de pouco matar gente grande – mata sempre um certo número para cumprir sua obrigação de doença mas, de tanto se demorar na região, o povo termina com ela se acostumando e estabelecendo regras de convivência: família de bexiguento não se vacina, não se alarma, não chama médico, usa mezinhas baratas, folhas do mato, só toma cuidado com os olhos, pouco se importando com o resto; contentando-se em troca o alastrim quase sempre em marcar os rostos, pinicar a pele, aplicar alguns dias de febre e delírio. (clik na imagem e aumente)



ENTREVISTA FICCIONSADA


COM JESUS Nº 100 SOB O TEMA:


“DEUS É DO SEXO MASCULINO?”


RAQUEL - No final da tarde na Galileia, após a chuva, o arco-íris atravessa de um lado ao outro o céu recém-lavado. Ao meu lado, Jesus de Nazaré que, dentro de minutos, como estou informada, vai concluir a sua segunda vinda à terra. Uma saudação à nossa audiêcia senhor Jesus.

JESUS – Com todo o gosto, Raquel. Paz a todos os meus irmãos e, especialmente hoje, para as minhas irmãs, as mulheres.

RAQUEL - Por quê essa especialidade?

JESUS – Por aquilo que te vou dizer.

RAQUEL - Quando falamos há alguns dias atrás, a caminho de Magdala, o senhor adiantou-me uma sugestão para tema desta entrevista de encerramento.

JESUS - Sim, eu tenho uma boa notícia que irá encantar a todos os que a vão ouvir.

RAQEL - Bem ... os nossos microfones são seus.

JESUS – Vês este vale, Raquel? Os campos estão prontos para a sementeira, tem chovido bastante. O que vos digo hoje ainda vai encontrar muitos ouvidos fechados mas um dia se abrirão e irão compreender.

RAQUEL - Por que este mistério?

JESUS - Porque vou falar de Deus.

RAQUEL - Mas Deus esteve sempre presente nas nossas entrevistas, certo?

JESUS – E como imaginas esse Deus de que falas?

RAQUEL - Não sei ...

JESUS – Durante muito tempo, Raquel, pensando em Deus, ao rezar-lhe, o imaginávamos como um rei poderoso… um homem velho ... com barbas brancas…

RAQUEL - E não é?

JESUS - Deus não é do sexo masculino, Raquel.

RAQUEL - O quê?

JESUS - Que Deus não é masculino.

RAQUEL - Poderia explicar-me melhor? Eu não entendo o que quer dizer…

JESUS - No meu tempo eu também não entendia. Não conseguia entender. Orava, Abba, Pai Nosso ... e nunca rezava, Imma, Mãe Nossa ... Eu não sabia, mas agora os meus olhos a viram.

RAQUEL - E o que é que vistes, Jesus? ... conta-nos.

JESUS - É uma história muito antiga que temos esquecido…

… Durante séculos e séculos, para todos os povos da terra, Deus era uma mãe. Eles adoravam a Grande Deusa, a Doadora da Vida, a partir da qual tudo nasce e para onde tudo regressa. A Deusa Mãe via-nos da lua. De lá, assistia a tudo. Minguava e morria nas noites para depois reviver e brilhar resplandecente.

Durante séculos, dela eram os animais e a vegetação verde que cobre o mundo. Sua era a festa e a dança, sua era a alegria. Durante séculos, para todos os povos o Deus da Terra era uma mulher.

Mas chegou o tempo da ganância e de deuses guerreiros que impuseram o medo e exigiram sacrifícios, eles ocultaram-na, esconderam-na, suplantaram-na, quiseram matá-la. E até hoje, esses deuses varões governam os céus.

RAQUEL - Mas o Deus que o senhor pregava há dois mil anos atrás era um Deus de amor e compaixão.

JESUS - Sim, era um bom pai, mas varão… E é hora de emendar o erro: quando Deus é visto como masculino, os homens se vêem a si próprios como deuses. Mandam, decidem fazer a guerra. Acredita em mim, Raquel, outro deus é possível. Este Deus de que nós temos falado em todos estes dias não é um rei ou um juiz ou um barbudo velho.

RAQUEL - Então ... Deus é uma mulher? É Isso que nos queres dizer?

JESUS - Não, Deus não é nem homem nem mulher. Ninguém jamais viu Deus. Como nomeá-lo? Em que palavra ele caberia?

Mas chega a hora e já estamos nela, quando a sua ternura de mãe brilhar novamente.

RAQUEL - E tudo isso ... por que o diz a mim?

JESUS – Porque tu o podes entender. Há dois mil anos atrás foram as mulheres que anunciaram a boa notícia de que eu estava vivo. Agora, compete-vos a vocês darem a boa notícia que Deus tem rosto feminino.

RAQUEL - Mas eu ... espere ...

JESUS - Que estás fazendo, Raquel?

RAQUEL – Nada, batendo-me, beliscando-me, acordando...

JESUS - Acordando?

RACHEL - Não sei, talvez eu esteja sonhando ... Talvez o senhor nunca tenha vindo, nem ido, nem eu tenha falado consigo e o senhor comigo… e, nestes dias, tudo não tenha passado de uma miragem…

JESUS - Por que dizes isso?

RAQUEL - Porque isto que me dizes agora e me disseste durante as entrevistas ... é muito bom, demasiado alegre para ser verdade.

JESUS – O mesmo pensava Maria quando regressava do sepulcro… vou já, Raquel. Deixo em tuas mãos esta pedra preciosa. Transmite-a.

RACHEL - Transmito-a?

JESUS - Sim, passa-a aos teus ouvintes.

RAQUEL – Fá-lo-ei... Adeus, Mestre. Agora deixe-me chamar-lhe assim.

JESUS - Adeus, Raquel! ... Podemo-nos encontrar numa terceira vinda… adeus…adeus.

quarta-feira, junho 22, 2011

VÍDEO



Estes tiros são feitos com balas reais. Reparem bem... o que poderia ser um tremendo azar transformou-se numa enorme sorte. A morte a fazer pirraças...

HISTÓRIAS
DE HODJA

Numa reunião, Hodja, reclama das atrocidades do poderoso e terrível Tamerlão. Mas Tamerlão está presente na reunião disfarçado, incógnito.

Ouvindo o discurso de Hodja, pergunta:

- “Não estás a exagerar?” E acrescenta: “Tanto quanto sei, a pessoa da qual fala não é má”.

Hodja fica desconfiado e pergunta: “De onde vens?”

- “De Tranxosiana”

Hodja começa a ficar alterado: “Posso saber o seu nome?”

- “Tamerlão”

Com as pernas a tremer, Hodja pergunta: “Você tem o nome de Sultão juntamente com esse nome?”

- “Sim, Sultão Timur”

Hodja volta-se para o povo e diz: “Vocês, muçulmanos, estão todos convidados a rezar por mim no meu funeral.”

TEREZA


BATISTA


CANSADA


DE


GUERRA



Episódio Nº 133




Sem a disenteria, o crupe, o tétano, a fome propriamente dita, já se imaginou o mundo de crianças a crescer, a virar adultos, alugados, trabalhadores, meeiros, imensos batalhões de cangaceiros – não esses ralos bandos de jagunços se acabando nas estradas ao som das buzinas dos caminhões – a tomar as terras e a dividi-las? Pestes necessárias e beneméritas, sem elas seria impossível a indústria das secas tão rendosa; sem elas como manter a sociedade constituída e conter o povo, de todas as pragas a pior? Imagine, meu velho, essa gente com saúde e sabendo ler, que perigo medonho!

D

Dali, dos abrigados cómodos nas margens de São Francisco, nas gargantas de pedras de Piranhas, saiu a bexiga, embarcou em Propriá, desceu em Buquim. Para experimentar armas e não perder tempo, inoculou-se no foguista e no maquinista, mas o fez devagar, dando-lhes tempo para morrerem na Bahia, com alarmantes notícias nos jornais. Dias depois, telegramas do sertão, transformavam-se em manchetes de sete colunas nas primeiras páginas: a varíola ataca outra vez.

Porque veio e assim violenta? Saber com exactidão e provas, não se soube jamais. A oposição atribuiu o surto maligno às comemorações acintosas, provocativas. Embora devendo-se escutar afirmações políticas (ademais oposicionistas) com ouvido céptico, com natural reserva, sem lhes atribuir grande crédito, dando-lhes o desconto devido, em todo o caso aqui se regista, nestas trovas onde se narra a memorável peleja, a versão referente aos festejos. Além dela, nada se sabe de outra explicação válida – a não ser a da ausência de qualquer real medida preventiva, do descaso das autoridades da saúde pública, da falta de atenção ao problema das endemias e epidemias rurais, engolidas as verbas por quem de direito, mas essa versão já foi desmentida pelos órgãos competentes.

Os festejos destinavam-se exactamente a aplaudir e demonstrar a gratidão geral pela anunciada erradicação da varíola, da malária, do tifo, da febre amarela, da lepra e de pestes menores, aproveitando-se para tais festividades a estada em Buquim do ilustríssimo director de Saúde Pública do Estado e de sua alegre caravana (de burgo em burgo, visitando os postes de saúde e papando aqueles banquetes).

Banquetes, foguetórios, marciais bandas de música, discursos e mais discursos a martelarem o propalado saneamento da região, antes reduto da bexiga, agora, segundo os comunicados municipais, até o alastrim de manso matar desaparecera das feiras, das estradas dos cantos de rua, dos becos escusos. Para sempre varridas do sertão a varíola, a malária, o tifo, pestes todas elas endémicas nos governos anteriores, como é do conhecimento de todos. Viva nosso bem-amado governador-geral, infatigável defensor da saúde do povo, viva, vivô!

Viva o benquisto director da Saúde Pública, fulgurante talento dedicado ao bem-estar dos caros coestaduanos e viva por último o perfeito da cidade, o advogado Rogério Caldas, de todos quem menos comeu da verba destinada à luta contra as endemias rurais, pois ratos maiores e mais bem situados a foram devorando ao longo do processo burocrático, no caminho da capital ao interior – ainda assim sobrava apreciável parcela para o zeloso administrador. (clik na imagem e aumente)

CONCLUSÂO DA ENTREVISTA Nº 99


SOBRE O TEMA: “VALEU A PENA?"




ACREDITAR

Nada, quase nada, muito pouco do que foi a mensagem de Jesus, de tudo aquilo para o qual ele viveu e deu a sua vida se tornou realidade na história. No mundo de hoje elege-se o dinheiro e renega-se Deus.

As guerras, ganância, violência e mentiras continuam a reinar mas, ao mesmo tempo, aquilo para o qual Jesus viveu e deu a vida tornou-se uma realidade para muitas pessoas que, entre Deus e o dinheiro escolheram Deus, trabalhando para a paz, compartilhando o que têm, lutando por justiça e apostando na Vida. O que pesa mais? Quem pesa mais?

Quem faz o balanço desse equilíbrio? No entanto, valeu a pena. Vale a pena. Temos em Jesus de Nazaré, o camponês da Galileia sem educação académica, sem qualquer autoridade religiosa institucional mas com inspiração e paixão para transformar a ideia de Deus – outro Deus é possível - e viver uma vida que nos humanize e salve o planeta - outro mundo é possível.

"Inspirados por Jesus escrevemos estas entrevistas com ele. Acreditamos nele. "

terça-feira, junho 21, 2011

DULCE PONTES - CANÇÂO DO MAR


Desculpem, mas é "obrigatório" ouvir esta canção. A força do poema e a voz da Dulce misturam-se com a força do próprio mar: nosso berço, nosso passado, nosso destino. Percebem-se nela as influências árabes e tornou-se num dos maiores êxitos de sempre da canção portuguesa e, por certo, a mais ouvida lá fora. No filme, "As Duas Faces do Crime", Richard Gere impô-la na banda sonora. Os seus autores, Frederico de Brito e Ferrer Trindade criaram-na para a grande Amália Rodrigues que a cantou em 1955 no filme "Os Amantes do Tejo". Esta versão da Dulce é de 1993. (Ouçam-na, aproveitando todo o ecrã do computador, é um momento especial, mexe cá dentro por todo o lado...)



HISTÓRIAS
DE HODJA


Nasreddin Hodja é juiz e um homem pede-lhe a sua intervenção e diz-lhe:

- “Excelentíssimo Juiz, o seu touro matou a minha vaca”

- “Bom, esse problema não pode ser resolvido” diz Hodja: “qual é a culpa do dono do touro? E também não podemos abrir um processo entre os animais”.

Quando ouve a decisão do Hodja, diz o homem: “Excelentíssimo, eu estava errado, foi ao contrário, a vaca que foi morta é sua, o touro que a matou é que é meu”.

“É mesmo assim? Então é diferente”. Em seguida chama o funcionário do tribunal e ordena: “Vá àquela prateleira e retire o grande volume preto. Vamos ver o que diz a lei para estas situações
…”

TEREZA


BATISTA


CANSADA


DE


GUERRA
Episódio Nº 132





Mas, para tratar bexigoso, enfrentando o fedor e o cheiro, as ruas apodrecidas e o lazareto, não basta a coragem desses valentes de araque: além de colhões, é preciso ter estômago e coração e só as mulheres perdidas possuem tamanha competência, ganha no exercer do duro ofício.

Nas moléstias do mundo se acostumam ao pus, no desprezo dos virtuosos, dos amargosa e dos bem-postos aprendem quão pouco vale a vida e o mundo que ela vale; têm a pele curtida e um travo na boca, ainda assim não são áridas e secas, indiferentes a sofrimento alheio – são valentes de desmedida coragem, mulheres-da-vida, o nome diz tudo.

Macho naqueles dias virou maricas, levou sumiço; machidão só elas tiveram, as putas, a velha e a menina. Se o povo de Muricapeba dispusesse de dinheiro e de poder, ergueria, na praça de Buquim monumento a Tereza Batista e às mulheres à toa ou bem a Omolu, orixá das doenças e em particular da bexiga, havendo quem diga ter sido ele o verdadeiro responsável, encarnado em Tereza, não passando ela de cavalo-de-santo na memorável peleja.

Não se deve discutir tais opiniões, são termos de fé, merecem respeito. Estivesse ela senhora de si, dona de pensamentos e acções, utilizando a lição aprendida ainda criança com os moleques na roça, nos jogos de cangaceiro e soldado, reforçada na refrega da vida, no que se viu e ainda se há-de ver, ou a revestisse frega da vida, no que se viu e ainda se há-de ver, ou a revestisse a coragem sobrenatural do encantado, do bexiguento Omolu, que se levantou e fez frente à peste foi Tereza Batista – e a coragem dos orixás, a beleza dos anjos e arcanjos, a bondade de Deus e a maldade do Cão não serão por acaso e somente reflexo da coragem, da beleza, da bondade e da maldade da gente?

C

Cega, vazios os buracos dos olhos, os gadanhos pingando pus, feita de chaga e fedentina, a bexiga negra desembarcou em Buquim de um trem cargueiro da Leste Brasileira, vindo das margens do Rio são Francisco, entre suas múltiplas moradas uma das preferidas: naquelas barrancas as pestes celebram tratos e acordos, reunidas em conferências e congressos – o tifo acompanhado da fúnebre família das febres tifóides e dos paratifos, a malária, a lepra, milenária e cada vez mais jovem, a doença de Chagas, a febre amarela, a disenteria, especialista em matar crianças, a febre bubónica ainda na brecha, a tísica, febres diversas e o analfabetismo, pai e patriarca. Ali, nas margens de São Francisco, em sertão de cinco estados, as epidemias possuem aliados poderosos e naturais: os donos das terras, os coronéis, os delegados da polícia, os comandantes da força pública, os chefetes, os mandatários, os politiqueiros, enfim, o soberano governo.

Contam-se nos dedos os aliados do povo: Bom Jesus da Lapa, alguns beatos e uma parte do clero, uns poucos médicos e enfermeiros, professorinhas mal pagas, tropa minúscula contra o numeroso exército dos interessados na vigência da peste.

Se não fosse a bexiga, o tifo, a malária, o analfabetismo, a lepra, a doença das chagas, a xistossomose, outras tantas meritórias pragas soltas no campo, como manter e ampliar os limites das fazendas do tamanho de países, como cultivar o medo, impor o respeito e explorar o povo devidamente? (clik na imagem para aumentar)

ENTREVISTAS FICCIONADAS



COM JESUS Nº 99 SOB O TEMA:


“VALEU A PENA?”



RAQUEL – Amigos e amigas, continuamos em algum lugar na Galileia, no norte da província da Palestina, acompanhando Jesus nos últimos dias de sua segunda vinda à terra. Então… já se vai?

JESUS - Sim, Raquel. Já vi o suficiente. Já ouvi o suficiente. É hora de voltar.

RAQUEL - No início das entrevistas, o senhor disse-nos que depois de tanto tempo de distância, quase dois mil anos, queria saber como iam as coisas neste mundo. E que queria saber, acima de tudo, o que tinham feito os seus seguidores.

JESUS - Sim, foi por isso que eu vim.

RAQUEL – E que avaliação faz agora?

JESUS - Depois do que vi e ouvi, Raquel, eu confesso que sinto tristeza. Tristeza e cólera. Os de cima, sempre os mesmos, sequestraram a minha mensagem. Eles disseram que eu não disse e esconderam o que eu disse. Deus nos fez à sua imagem mas eles fizeram um deus à imagem deles, do tamanho de seus bolsos.

RAQUEL - Acho que é muito impaciente ...

JESUS - Sempre fui muito impaciente. Queria o reino de Deus aqui e agora…

RAQUEL – Um minuto, Jesus… Sim, Olá?

STRABELI- Daqui fala Strabeli.

RAQUEL – De onde nos fala, Carlos e como conseguiu localizar-nos dado os problemas de sinal que temos tido nos últimos dias?

STRABELI - Estou falando de São Paulo, Brasil, e localizei-os pela Internet no Web das Emissoras Latinas. Na nossa comunidade temos seguido todos as vossas entrevistas a Jesus Cristo, todas, umas após outras...

RAQUEL - E o que pensam, gostaram?

STRABELI – Somos crentes e para a nossa comunidade, tem sido um Libertação. Estamos empolgados e temos uma palavra de despedida de para Jesus Cristo.

JESUS - E qual é essa palavra, meu amigo Carlos?

STRABELI - Dizer-lhe para não ir triste ... Que existem muitas comunidades como a nossa aqui em São Paulo, no Brasil, América Latina e em todo lugar… Os jovens que aprenderam a compartilhar o que temos, que não adoram o dinheiro… Pessoas tão impacientes quanto o senhor para mudar as coisas. Pessoas que lutam para tornar o mundo como o senhor sonhou e Deus quer. Tenha a certeza: somos muitos, homens e mulheres que pensam como o senhor.

JESUS - Diga-me, amigo Charles, há aí fariseus, governantes que os persigam?

STRABELI - Claro que há. A perseguição não terminou mas não acabam connosco. Eles mandam-nos calar a boca, mas continuamos falando. A nossa história é feita sobre montanhas de mártires, guerreiros, sacerdotes, leigos, religiosos e catequistas, que fizeram uma opção pelos pobres, que anunciaram o verdadeiro Reino de Deus e deram suas vidas para esse reino de justiça…

JESUS - Esses, sim, são realmente meus discípulos ...

STRABELI – Quantas vezes nos mataram, quantas vezes nós morremos mas seguimos esta caminhada, ressuscitando ...Como o senhor, de mãos dadas, companheiro!

JESUS – De mãos dadas, Carlos!

STRABELI - Viva o movimento!

JESUS – Viva!

RAQUEL - O que acha, Jesus Cristo, melhor dizendo, Jesus? Valeu a pena a luta?

JESUS – Claro, Raquel, falei-te anteriormente de cólera. Mas regresso também com muita alegria. Olho para essas comunidades de que fala esse meu amigo…Eles estão vivos e por toda parte. Fermento na massa, luz nas trevas. Nestes dias eu conheci muitas pessoas generosas, que trabalham para os outros, cuidam da vida, vivem com esperança, confiando no Deus verdadeiro.

RAQUEL - Então, acha que este mundo, apesar de tudo, ainda tem reparação?

JESUS - Acho que sim. Quero que a tenha. Essa é a vontade de Deus. Mas agora, Rachel… a vontade de Deus é a chuvada que nos cai em cima...

RAQUEL - Corra, refugiemo-nos debaixo das árvores ... Uma pausa por causa da chuva, e imediatamente regressaremos. Raquel Perez, Emissoras Latinas.

segunda-feira, junho 20, 2011

Até numa manifestação de rua com cargas policiais há lugar para o amor...



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DAVID GATES - TAKE ME NOW (Legendada)

Uma bela canção, das mais ouvidas no Brasil em 1981, e com imagens muito lindas que trazem, de certeza, boas recordações aos que então eram jovens e a ouviram no calor de uma paixão.


D

Não Resisto a Contar Esta




Um gajo pequenino entra num elevador e depara-se com um gajo enorme lá dentro.

O gajo grandalhão olha para o pequenino e decide apresentar-se:

- 2,05 Metros de altura, 152 quilos, pénis de 30 cm, testículo esquerdo de
1,2 quilos, testículo direito de 1,2 quilos... Victor Costa.

O gajo pequenino desmaia.

O gajo grande pega no pequenino, reanima-o com umas bofetadas.

- Que se passa? Tem algum problema?!

O tipo pequenino pergunta:

- Desculpe, mas o que é que você disse?

O gajo grandalhão repete tudo novamente.

- 2,05 Metros de altura, 152 quilos, pénis de 30 cm, testículo esquerdo de
1,2 quilos, testículo direito de 1,2 quilos... Victor Costa.

O gajo pequenino suspira de alívio...

- Ah! Victor Costa?! Graças a Deus! Eu percebi que tinha dito:" Vira-te de Costas"

HISTÓRIAS DE HODJA


Numa aldeia onde era convidado, Hodja perde a carteira. Diz então às pessoas na loja:

- “É melhor que vocês encontrem a minha carteira, caso contrário, eu sei o que farei.”

Isto assusta os moradores e o chefe da polícia pressiona todos para a encontrar. Depois de uma árdua procura, a carteira é encontrada.

O líder diz. “Hodja, você disse-nos… CASO CONTRÁRIO eu sei o que farei”.

E nós queremos saber o que teria feito se não encontrássemos a sua carteira.

“Oh!” diz Hodja. “Em casa eu tenho um tapete velho. Faria uma nova carteira a partir do tapete
”.

TEREZA

BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA


Episódio nº 131


O doutor lhe deu caseiro para jardim e quintal, para lhe guardar a porta (e de começo por não lhe conhecer direito a compostura, para lhe guardar também lealdade e honra) criada de servir e cozinhar, lhe disse minha rainha e a cumulou de afecto, mesmo assim quem mais trabalhava em casa era ela própria, jamais ociosa madama, jamais indolente e pedante amásia de lorde a engordar nos regalos do mando.

Se pensa em termos de amigação, desista, cavalheiro, deixe-a esquecida do mundo, envolta em manto de amor. A perfeição é uma só em cada coisa, em cada instante, não se repete – nem Tereza Batista tentou repetir amigação perfeita, bastando-lhe a recordação daqueles anos e a memória de doutor.

De referência ao outro doutor sobre o qual lhe falaram, caro amigo, o doutorzinho, não foi ele seu amásio, nem muito menos: companheiro de férias, por assim dizer e quando muito, para matar o tempo e escapar de ameaçadores pretendentes, frágil compromisso. Por falar na meia-porção do doutor, veja como tinha razão Tereza Batista ao considerar ricos e pobres: só na hora do medo se pode medir, pesar e comparar uns e outros com o peso e a medida da verdade. Caiu fora o diplomado quando sua obrigação de médico era estar à frente de todos, comandando, mas qual!

Quando a bexiga desceu em Buquim, para enfrentá-la, só ficaram as marafonas, cavalheiro, chefiadas por Tereza Batista. Antes tinha sido Tereza Favo-de-Mel, Tereza da Doce Brisa, depois foi Tereza de Omolu, Tereza da Bexiga Negra. Tinha sido de mel, foi de pus coberta.

B

Boa Bunda, Maricota, Mão de Fada, Bolo Fofo, a velha Gregória, sexagenária, a menina Cabrita, meninota de catorze anos, com dois de ofício, um renque de putas, camarada: sozinhas enfrentaram e venceram a bexiga negra em terras de Buquim, onde soltara, impiedosa assassina; comandando a peleja, ao lado do povo, Tereza Batista.

Guerra pavorosa: não houvesse Tereza assumido a chefia das quengas da Rua do Cancro Mole, e não restaria ninguém no distrito de Muricapeba para contar a história. Os moradores nem fugir podiam, ficando tal regalia para os abastados do centro da cidade, fazendeiros, comerciantes, doutores, a começar pelos médicos, os primeiros a dar no pé, a desertar do campo de batalha, um para o cemitério, o outro para a Bahia – em tão desatinada e louca correria, sem bagagem e sem despedida, vou a Aracaju em busca de socorro! O doutorzinho embarcou no trem errado, desinteressando-se de rumo e destino, ah! quanto mais longe melhor!

A Bexiga chegou com raiva, tinha gana antiga contra a população e o lugar, viera a propósito, determinada a matar, fazendo-o com maestria, frieza e malvadez, morte feia e ruim, bexiga mais virulenta.

Antes e depois da peste, seis meses antes ou três anos depois, diz ainda hoje o povo situando a divisão do tempo em calendário próprio, tomando como marco das eras de antes e depois o acontecimento terrível, o pavor solto e incontrolável, quem não se apavorou? Não se apavorou Tereza Batista, não demonstrando medo – se o sentiu no peito o prendeu. De outra maneira seria impossível levantar o ânimo das mulheres da vida e arrastá-las consigo para aquela labuta de pus e horror.

Valentia, companheiro, não é apanágio de quem provoca e briga, trocando tapas e tiros, exímio no punhal ou na peixeira pernambucana, tudo isso qualquer vivente pode fazer, dependendo da ocasião e da necessidade
. (clik na imagem e aumente)

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES



À ENTREVISTA Nº 98 SOB O TEMA:


“RESSURREIÇÃO?” (6º e último)


O Amor Ressuscitou Jesus


Hazleton faz a seguinte reflexão: Quando lemos os Evangelhos, como se fossem história, em vez de teologia diminuímos a grandeza de suas metáforas e privamo-nos do mistério supremo ficando com uma história de detectives medíocre. Naturalmente, a ressurreição é literalmente impossível. Aí reside justamente a grandeza da ideia. Mas dizer que definitivamente não aconteceu é tão sem sentido quanto dizer que aconteceu. Devido à importância da ressurreição não é o sentido literal que interessa mas o seu sentido metafórico. Ou, por outras palavras, não a sua dimensão física, mas metafísica…

A ressurreição só faz sentido em um outro nível de consciência, um nível que cancela o factual e atinge profundidades da alma e do coração. “Maria, Maria Madalena e muitas outras mulheres sabiam que a essência da ressurreição não foi na carne, mas no espírito, o espírito humano.

"Foi o amor que ressuscitou Jesus", disse Ernest Renan, o grande historiador do cristianismo do século XIX. E de facto, foi. Nós sofremos com a morte daqueles que amamos mais profundamente. Ora o amor maternal de Maria, o amor sensual de Maria Madalena, ou a fé amorosa das outras mulheres, constituíram a força que transformou a dor em alegria, o desespero em esperança, o fim num princípio.

domingo, junho 19, 2011

HOJE É


DOMINGO
(Da minha cidade de Santarém)


O futuro escapa-se-nos… o nosso destino em pouco ou nada está nas nossas mãos, a não ser para o mal porque para o bem está em Bruxelas, na Europa ou mais concretamente, na Alemanha.

Quem nasceu, como eu, no início da 2ª G.G. Mundial foi contemporâneo do que os alemães fizeram à Europa e ao mundo.

Das atrocidades que praticaram se perguntou se eles eram pessoas ou monstros e a resposta foi de que, afinal, foram simplesmente pessoas que fizeram coisas monstruosas.

Pela segunda vez estão prestes a lançar a Europa no caos e na ruína porque se as suas grandes qualidades como povo são a disciplina e o trabalhado, o seu grande defeito é o excesso de orgulho em ser alemão.

Foram contrariados para este projecto europeu pensado e delineado por pessoas com uma perspectiva de que para haver paz e progresso na Europa as fronteiras não podiam ser mais a dos países que a constituem mas sim a dos seus limites naturais, o que correspondia a uma evolução natural na organização das sociedades com problemas cada vez mais complexos a exigirem para a sua resolução uma escala maior naquele longo percurso iniciado à milhares de anos, do clã e da tribo… até á globalização.

Cada país europeu não pode estar sozinho, isolado, sem dimensão – Portugal é 2% da economia europeia, repito, 2% - para poder resolver os seus problemas e entrar no diálogo com os outros grandes espaços económicos e populacionais como a China, Brasil, Índia, Estados Unidos.

O projecto de uma Europa unida era a solução quase óbvia mas no fundo a Alemanha sempre pensou em si e os restantes países aceitaram segui-la sem força e discernimento para se oporem a um projecto de “serviços mínimos” que estava condenado ao fracasso.

O projecto europeu era de tal forma difícil de pôr em prática que só numa solução integral seria viável. Limitado a pouco mais de que uma moeda única era fácil antever que, mais cedo ou mais tarde, por isto ou por aquilo, a diferente capacidade, dimensão, estado de desenvolvimento económico dos países que a compunham, teria que levar a bloqueios.

A moeda única, só por si, mais agravou a situação porque sendo a moeda o “espelho das economias”( assim me ensinou o meu falecido professor Alfredo de Sousa), com economias diferentes, ainda por cima com taxas de juro baixas e acesso fácil ao crédito, tinha que dar asneira.

Era preciso ter sido ambicioso e ter tido a coragem, como sempre defendeu Mário Soares, de avançar para um governo europeu, um exército europeu, uma única política externa e uma legislação no domínio fiscal e do trabalho que nos aspectos essenciais fosse comum.

O que se fez foi um esboço. Desmantelámos a nossa agricultura e pescas no que seria bom para a europa… Em troca recebemos dinheiro que acabou em grande parte em meia dúzia de bolsos e serviu para alimentar vícios.

Em desabafo, este projecto envergonhado de uma Europa Unida, já reconhecido como tal pelo Presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, um pró-europeu, que adverte para o facto de que “estamos a brincar com o fogo” referindo-se ao presidente do Banco Central Europeu Jean-Claude Trichete que pretende fazer participar os credores privados no salvamento da Grécia.

Diz ele que, ao se enveredar por esse caminho “podemos levar, no pior dos casos, a que as Agências de Notação coloquem Atenas na categoria de “insolvência” com consequências catastróficas para a moeda única”.

A falência da Grécia arrasta Portugal, Irlanda e, em virtude do seu endividamento, a Bélgica e a Itália ainda antes da Espanha.

Será que ainda vão a tempo? A palavra à senhora Merkel e aos alemães. Já não teremos de esperar muito.

Os alemães denunciaram publicamente os pepinos espanhóis como sendo os transmissores da bactéria e. coli, responsável pela morte de 38 alemães e um sueco. Mais tarde, há duas semanas, o Ministério da Saúde da Baixa Saxónia afirmava que a origem do surto eram rebentos de soja e agora detectaram a presença da bactéria numa ribeira nos arredores de Frankfurt que servia para regar alfaces…

Das desculpas públicas aos agricultores e ao povo espanhol ainda estamos todos à espera de as ouvir da boca da senhora Merkel, oriunda da Alemanha de Leste. Continua a prevalecer a desconsideração e a sobranceria pelos latinos do sul da europa.

Estranhos, estes líderes da “família” europeia…

Bom Domingo a todos.

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