Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, janeiro 04, 2014
A Península nos tempos do Imperador Adriano 117-138 |
Era assim a Península
Ibérica no tempo dos Romanos
Quando os Romanos decidiram ocupar com os seus exércitos a
península ibérica, duzentos e tal anos A.C. e instalar a Pax Romana de Augusto
sob o comando do Cônsul Cipião, fê-lo no contexto da 2ª Guerra Púnica, com o
objectivo de atacar pela retaguarda os interesses que Cartago, seu verdadeiro
inimigo, tinha nesta região.
De facto, a influência cartaginesa na península ibérica, permitia-lhe um
expressivo reforço, tanto de suprimentos quanto de homens. A estratégia do Senado Romano visava, assim, enfraquecer as forças
cartaginesas, afastando os seus exércitos da península ibérica.
Apesar de derrotarem os
cartagineses, no entanto, os romanos não garantiram a ocupação pacífica da
península.
A partir de 194 A.C., registaram-se choques com
tribos de nativos, denominados genericamente por
Lusitanos, conflitos que se estenderam até 138 A.C. e que alguns autores
denominaram “Guerra Lusitana”. A disputa foi mais acesa pelos territórios mais
prósperos, especialmente na região da actual Andaluzia.
As legiões ocuparam a
região norte peninsular, mais inóspita, ocupada e iniciou-se a Pax Romana de Augusto.
Com esta ocupação,
asseguravam-se as fronteiras e pacificava-se a região, de modo a que não
constituísse ameaça para as populações do vale do Rio Ebro, o mais importante de Espanha que desagua no
Mediterrâneo e era fundamental para o processo de romanização
A partir de então, iniciou-se a
administração romana da península, inicialmente com o carácter de ocupação militar,
com o fim de manter a ordem e permitir a exploração dos recursos naturais das
regiões ocupadas, que foram integradas no território controlado pelo Império
Romano.
Assim, a porção ocupada ficava
desde já dividida em duas províncias: a Citerior, a Norte, e Ulterior, a Sul, com capital em Córdova.
A Administração ficava a cargo de dois Pretores, bianuais, que nem sempre se
cumpria.
Nesse contexto,
destaca-se um grupo de Lusitanos liderados por Viriato, eleito por aclamação. Esse grupo
infligiu duras derrotas às tropas romanas na região da periferia de Andaluz, tornando Viriato um mito da
resistência peninsular.
Em 150 a .C., o Pretor Sérvio Galba aceitou um acordo de paz com a
condição de entregarem as armas, aproveitando-se depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos os romanos sofreram pesadas
baixas, culminando no assassínio de Viriato por três traidores comprados pelo
ouro romano.
Mas a
luta não parou e Roma enviou à península o cônsul Décimo Júnio
Bruto Galaico, que pactuou e fortificou Olisipo, (Lisboa), estabeleceu a base de
operações em Móron,
próximo de Santarém, e marchou
para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do rio Lima.
Mas nem assim Roma
conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido
com a tomada e destruição de Numância, nas margens do Rio Douro, que
apoiava os castros de noroeste.
Fundada no início do Século III A.C. e habitada pelos aravecos,
um povo Celtibero,
foi destruída pelas tropas romanas de Cipião Emiliano em 133 A. C. após um cerco de onze meses que pôs fim a uma feroz
resistência de vinte anos aos invasores.
Emiliano, para quebrar a tenaz resistência de Numância,
utilizou uma técnica de cruel paciência, construindo um cerco amuralhado em
torno da colina de Numância, levando os seus habitantes à inanição e ao desespero.
Ao fim de onze meses, os numantinos decidiram pôr cobro à sua vida
suicidando-se em massa.
Conta-se que, ao entrar na cidade, Cipião encontrou corpos
de mães segurando os corpos de seus filhos mastigados, supondo-se que durante o
cerco certa parte da população recorreu ao canibalismo.
A povoação tornou-se então um símbolo da luta contra os
romanos e hoje em dia é um monumento nacional espanhol.
Em 60 a .C.,
Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos quando é pacificada toda a
região entre o Tejo e o Douro.
Nascem cidades criadas pelos romanos e expandem-se outras
que já existiam. À sua volta instalam-se as populações para os servirem,
inicialmente em regime colonial, mais tarde como cidadãos romanos, como
aconteceu no resto das cidades da península ibérica.
Muitos das cidades são de origem pré-romana, tratando-se de
povoações fundadas antes da romanização, como por exemplo, Conímbriga, cujo
sufixo "briga" é de origem celta ou Olisipo, Lisboa, em que
"ipo" será de origem fenícia ou ibérica.
Como curiosidade, reparem no nome que os Romanos deram então a várias cidades
do nosso país:
-Braga – Brácara Augusta
- Coimbra – Aeminium
- Chaves – Aquae Flaviae
- Aveiro – Alavarium
- Setúbal – Caetobriga
- Évora – Ebora,
Ebora Cerealis, Liberalitas Júlia
- Leiria – Colipo
- Elvas – Dipo
- Barreiro, Coina –
Aquabona
- Lisboa – Olissipo Felicitas
Iulia
- Santarém – Scalabis
- Viseu – Verurium
- Portimão – Portus Hannibalis
(nome associado ao general Aníbal Barca que atravessou os Alpes e os Pirineus
com um exército que incluía elefantes de guerra.
Fernando Pessoa um
dia…
"Um dia a
maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as
amizades continuassem para sempre.
Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai
para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao
telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos
filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram
nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!
A saudade vai apertar
bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo
estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas,
abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no
tempo...
Por isso, fica a
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...
Eu poderia suportar,
embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"
Fernando Pessoa
O valor das
coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade
com que acontecem
Por isso existem
momentos inesquecíveis,
coisas
inexplicáveis e pessoas incomparáveis"
|
Admirou-se de ele não estender a mão libertina... |
A MORTE E
A MORTE DE
QUINCAS
BERRO
DÁGUA
Episódio Nº 3
O santeiro, velho magro, de carapinha branca,
estendia-se em detalhes: uma negra, vendedora de mingau, acarajé, abará e
outras comilanças, tinha um importante assunto a tratar com Quincas naquela manhã.
Ele havia-lhe prometido arranjar certas ervas difíceis
de encontrar, imprescindíveis para obrigações de candomblé. A negra viera pelas
ervas, urgia recebe-las, estavam na época das festas sagradas de Xangô.
Como sempre, a porta do quarto, no alto da íngreme
escada, encontrava-se aberta. De há muito perdera Quincas a grande chave
centenária. Aliás, constava que ele a vendera a uns turistas, em dia magro de
má sorte no jogo, ajustando-lhe uma história com datas e detalhes, promovendo-a
a chave benta de Igreja.
A negra chamou, não obteve resposta, pensou-o ainda
adormecido, empurrou a porta. Quincas sorria deitado no catre – o lençol negro
de sujo, uma rasgada colcha sobre as pernas – era seu habitual sorriso
acolhedor, ela nem se deu conta de nada.
Perguntou-lhe pelas prometidas ervas, ele sorria sem
responder. O dedão do pé direito saia por um buraco da meia, os sapatos rotos
estavam no chão.
A negra, íntima, acostumada às brincadeiras de
Quincas, sentou-se na cama, disse-lhe estar com pressa. Admirou-se de ele não
estender a mão libertina, viciada nos beliscões e apalpadelas.
Fitou mais uma vez o dedo grande do pé direito, achou
esqui sito. Tocou o corpo de Quincas.
Levantou-se alarmada, tomou a mão fria. Desceu as escadas correndo, espalhou a
notícia.
Filha e genro ouviram sem prazer aqueles detalhes com
negra e ervas, apalpadelas e candomblé. Balançavam a cabeça, quase apressavam o
santeiro, homem calmo, amigo de narrar uma história com todos os detalhes.
Só ele sabia dos parentes de Quincas, revelados em
noite de grande bebedeira, e por isso viera. Adoptava uma fisionomia compungida
para apresentar «seus sentidos pêsames».
Estava na hora de Leonardo ir para a Repartição. Disse
à esposa:
- Vai na
frente, eu passo na Repartição e não demoro a chegar. Tenho de assinar o ponto.
Falo com o chefe…
Mandaram o santeiro entrar, ofereceram-lhe uma cadeira
na sala. Vanda foi mudar a roupa. O santeiro contava de Quincas a Leonardo, não
havia quem não gostasse dele na Ladeira do Tabuão.
Porque se entregara ele - homem de boa família e de
posses, como o santeiro podia constatar ao ter o prazer de travar conhecimento
com sua filha e genro – àquela vida de vagabundo?
Algum desgosto? Devia ser, com certeza. Talvez a
esposa o houvesse carregado de chifres, muitas vezes sucedia. E o santeiro
punha os indicadores na testa, numa interrogação frascaria: tinha adivinhado?
- Dª.
Octacília, minha sogra, era uma santa mulher!
sexta-feira, janeiro 03, 2014
Não era isso que todos gostaríamos e sermos felizes para sempre... Dana Winner e a sua Conquista do Paraíso.
Para os meus compatriotas que têm saudades de Portugal vou proporcionar-lhes uma aterragem em Lisboa no voo da TAP pilotado pelo Comandante António Escarduça que faz, ele próprio, a filmagem da operação. Dizem os aviadores que aterrar em Lisboa é uma das mais bonitas aproximações ao mundo. Nem todos os países se podem gabar de terem o aeroporto da sua capital no centro da cidade.
Qual é a única comida que liga e desliga?
- O Strog-On-Off.
O que é que um tubarão diz para o outro?
- O Strog-On-Off.
O que é que um tubarão diz para o outro?
- Tubaralhas -me.
O que é que uma impressora diz para a outra?
- Essa folha é tua ou é impressão minha?
O que é que uma impressora diz para a outra?
- Essa folha é tua ou é impressão minha?
Diz a massa para o
queijo:
- Que maçada!
- Que maçada!
Responde o queijo:
- E eu ralado!
Sabem quando é que os americanos comeram carne pela primeira vez?
- Foi quando lá chegou o Cristovão co-lombo.
- O que vai fazer a galinha à Igreja?
- Assistir à missa do galo.
Sabem quando é que os americanos comeram carne pela primeira vez?
- Foi quando lá chegou o Cristovão co-lombo.
- O que vai fazer a galinha à Igreja?
- Assistir à missa do galo.
O sábio distraído, vai à rua comprar cigarros e deixa um papel na porta: “Saí por instantes. Volto já.”
Regressa, sobe a escada, lê o papel, senta-se no patamar e diz: - Bem, espero um pouco. Oxalá que não demore...
O
pescador:
— Há três horas que o senhor está aí a observar-me. Porque é que não pega numa cana e não vem também pescar?
— Não tenho paciência.
LOJA DOS MARIDOS
Foi
inaugurada em New York ,
The Husband Store, uma nova e incrível loja, onde as damas vão escolher um
marido.
Na entrada, as clientes recebem
instruções de como a loja funciona:
Você pode visitar a loja APENAS UMA
VEZ!
São seis andares e os atributos dos
maridos à venda melhoram à medida que você sobe os andares.
Mas há uma restrição - pode comprar o
marido de sua escolha em um andar ou subir mais um.
MAS NÃO PODE DESCER, a não ser para
sair da loja, directamente para a rua.
No primeiro andar, um cartaz na porta:
Andar 1 - A
Não se contentando, subiu mais um andar....
No segundo andar, o cartaz dizia:
Andar 2 - A
No terceiro andar, o aviso dizia:
Andar 3 - A
'Uau!,' ela disse, mas foi tentada e subiu mais um andar.
No andar seguinte, o aviso:
oAndar 4 - A
'Ai, meu Deus', disse a mulher, mas continuou subindo.
No andar seguinte, o aviso:
Andar 5 - A
Ela insistiu, e subiu até o sexto andar e encontrou o seguinte aviso:
Andar 6 - Você é a visitante número 31.456.012 neste andar.
Não existem homens à venda a
Obrigado por visitar a Loja de
Maridos.
LOJA
DAS ESPOSAS
Andar 1, - Mulheres que adoram fazer
sexo.
Andar 2, - Mulheres que adoram fazer
sexo e são muito bonitas.
Os Andares 3, 4, 5 e 6 nunca foram
visitados.
Os Homens são menos ambiciosos e sabem melhor o que querem, quando encontram não perdem tempo a subir mais andares!
MORTE DE
QUINCAS
BERRO
BERRO
DÁGUA
Episódio Nº 2
Não sei se esse mistério da morte (ou
das sucessivas mortes) de Quincas Berro Dágua pode ser completamente decifrado.
Mas eu o tentarei, como ele próprio aconselhava, pois o importante é tentar, mesmo
o impossível.
II
Os patifes que contavam, pelas ruas e
ladeiras, em frente ao mercado e na Feira de Água dos Meninos, os momentos
finais de Quincas (até um folheto com versos de pé quebrado foi composto pelo
repentista Cuica de Santo Amaro e vendido largamente), desrespeitavam assim a
memória do morto, segundo a família.
E memória de morto, como se sabe, é
coisa sagrada, não é para estar na boca pouco limpa de cachaceiros, jogadores e
contrabandistas de maconha.
Nem para servir de rima pobre a cantadores
populares na estrada do Elevador Lacerda, por onde passa tanta gente de bem,
inclusive colegas de repartição de Leonardo Barreto, humilhado genro de
Quincas.
Quando um homem morre, ele se reintegra
em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua
vida.
A morte apaga com a sua mão de ausência,
as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante. Essa, a tese da
família, aplaudida por vizinhos e amigos.
Segundo eles, Quincas Berro Dágua, ao morrer, voltara a ser aquele
antigo e respeitável Joaqui m Soares,
da Cunha, de boa família, exemplar funcionário da Mesa de Rendas Estadual, de
passo medido, barba escanhoada, paletó negro de alpaca, pasta sob o braço,
ouvido com respeito pelos vizinhos, opinando sobre o tempo e a política, jamais
visto em botequi m, de cachaça
caseira e comedida.
Em realidade, num esforço digno de todos
os aplausos, a família conseguira que assim brilhasse, sem jaca, a memória de
Quincas desde alguns anos, ao decretá-lo morto para a sociedade.
Dele, falavam do passado se, obrigados
pelas circunstâncias, a ele se referiam.
Infelizmente, porém, algum vizinho, um
colega qualquer de Leonardo, amiga faladeira de Vanda (a filha envergonhada),
encontrava Quincas ou dele sabia por intermédio de terceiros.
Era como se um morto se levantasse do
túmulo para macular a própria memória: estendido bêbedo, ao sol, em plena manhã
alta, nas imediações da rampa do Mercado ou sujo e maltrapilho, curvado sobre
cartas sebentas no Átrio da Igreja do Pilar ou ainda cantando com voz rouquenta
na Ladeira de São Miguel, abraçado a negras e mulatas de má vida. Um horror!
Quando, finalmente, naquela manhã, um
santeiro estabelecido na Ladeira do Tabuão chegou aflito à pequena porém bem
arrumada casa da família Barreto e comunicou à filha Vanda e ao genro Leonardo
estar Quincas definitivamente espichado, morto em sua pocilga miserável, foi um
suspiro de alívio que se elevou uníssono dos peitos dos esposos.
De agora em diante já não seria a
memória do aposentado funcionário da Mesa de Rendas Estadual perturbada e
arrastada na lama pelos actos inconsequentes do vagabundo em que ele se
transformara no fim da vida.
Chegara o tempo do merecido descanso. Já
poderiam falar livremente de Joaqui m
Soares da Cunha, louvar-lhe a conduta de funcionário, de esposo e pai, de
cidadão, apontar suas virtudes às crianças como exemplo, ensiná-las a amar a
memória do avô, sem receio de qualquer perturbação.
quinta-feira, janeiro 02, 2014
BERTRAND RUSSEL FALA SOBRE DEUS
A crença instalou-se no cérebro humano, tem aí o seu espaço porque em tempos remotos, acreditar e obedecer revelaram-se importantes para a sobrevivência da espécie. Os que não acreditaram nos conselhos e avisos dos pais e dos mais velhos corriam maiores riscos, tinham a vida mais curta, menores probabilidades em chegar à idade de procriação e isto correspondeu, na realidade, a um longo processo de selecção em que, por fim, só nasciam crentes.
Continuar a acreditar nos pais e nos mais velhos nos dias de hoje é importante mas em termos de educação, transmissão de valores mas já não estará ligado à sobrevivência da espécie e daí que o homem não tem mais vantagem nessa tendência natural para a crença cega que, de certa forma, se opõe ao espírito crítico e racional, esses, sim, cada vez mais decisivos para a nossa sobrevivência. Os cientistas e pensadores, mais dotados intelectualmente, estão na vanguarda na expressão de um pensamento livre de crenças mas não é fácil quando a uma propensão natural para acreditar se junta o peso da herança de uma cultura histórica e de interesses poderosíssimos que ao longo de séculos se instalaram transformando as questões da fé num grande e enorme negócio.
Pior que tudo, foram as roturas, as paredes, os muros que as religiões levantaram entre os homens e os dividiram irremediavelmente transformando em ódio o que bem poderia ser amor e entendimento porque, para "zaragatas", bem chegariam só as questões materiais...
Bertrand Russell, um dos maiores filósofos e matemáticos do século XX, expõe suas opiniões sobre Deus em uma entrevista concedida à CBC em 1959.
Para testar a personalidade do
empregado, o dono da empresa mandou pagar 500€ a mais no salário dele.
Os dias passam, e o funcionário não
diz nada.
No mês seguinte, o patrão faz o inverso: manda tirar 500€.
Nesse mesmo dia, o funcionário entra na sala para falar com ele:
Nesse mesmo dia, o funcionário entra na sala para falar com ele:
- Engenheiro, acho que houve um
engano e tiraram-me 500€ do meu salário.
- Ah é?! Curioso porque no mês
passado eu paguei-lhe 500€ a mais e você não comentou nada!
- Pois, mas é que um erro eu ainda
tolero; agora dois acho que é um abuso!!
OS VELHOS MARINHEIROS
A Morte e a Morte
de Quincas Berro Dágua
Episódio Nº 1
Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro Dágua. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas.
Não há clareza sobre a hora, local e
frase derradeira. A família apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se
intransigente na versão da tranqui la
morte matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte
horas antes daquela outra propalada e comentada morte na agonia da noite,
quando a lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da
Baía.
Presenciada, no entanto, por testemunhas
idóneas, largamente falada na ladeira e becos escusos, a frase final repetida
de boca em boca, representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples
despedida do mundo, um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo
(como escreveria um jovem autor do nosso tempo).
Tantas testemunhas idóneas, entre as
quais Mestre Manuel e Quitéria do Olho Arregalado, mulher de uma só palavra, e,
apesar disso, há quem negue toda e qualquer autenticidade não só à admirada
frase mas a todos os acontecimentos daquela noite memorável, quando, em hora
duvidosa e em condições discutíveis, Quincas Berro Dágua mergulhou no mar da
Baía e viajou para sempre, para nunca mais voltar.
Assim é o mundo, povoado de cépticos e
negativistas, amarrados, como bois na canga, à ordem e à lei, aos procedimentos
habituais, ao papel selado.
Exibem eles, vitoriosamente, o atestado
de óbito assinado pelo médico quase ao meio – dia e com esse simples papel – só
porque contem letras impressas e estampilhas – tentam apagar as horas
intensamente vividas por Quincas Berro Dágua até à sua partida, por livre e
espontânea vontade, como declarou em alto e bom som, aos amigos e outras
pessoas presentes.
A família do morto – sua respeitável
filha e seu formalizado genro, funcionário público de promissora carreira; tia
Marocas e seu irmão mais moço, comerciante com modesto crédito num banco –
afirma não passar toda a história de grossa intrujice, invenção de bêbedos
inveterados, patifes à margem da lei e da sociedade, velhacos cuja paisagem
devia ser as grades da cadeia e não a liberdade das ruas, o porto da Baía, as
praias de areia branca, a noite imensa.
Cometendo uma injustiça, atribuem a
esses amigos de Quincas toda a responsabilidade da malfadada existência por ele
vivida nos últimos anos, quando se tornara desgosto e vergonha para a família.
A ponto do seu nome não ser pronunciado e seus feitos não serem comentados na
presença inocente das crianças, para as quais o avô Joaqui m,
de saudosa memória, morrera há muito, decentemente, cercado da estima e do
respeito de todos.
O que nos leva a constatar ter havido
uma primeira morte, senão física pelo menos moral, datada de anos antes,
somando um total de três, fazendo de Quincas um recordista da morte, um campeão
do falecimento, dando-nos o direito de pensar terem sido os acontecimentos
posteriores – a partir do atestado de óbito até seu mergulho no mar – uma farsa
montada por ele com o intuito de mais uma vez atazanar a vida dos parentes,
desgostar-lhes a existência, mergulhando-os na vergonha e nas murmurações da
rua.
Não era ele homem de respeito e de
conveniência, apesar do respeito dedicado por esses parceiros de jogo a jogador
de tão invejada sorte, a bebedor de cachaça tão longa e conversada.
quarta-feira, janeiro 01, 2014
Pronto, já cá estamos! Sempre com a
mesma alegria, os mesmos abraços, as mesmas festas.
No fundo, no fundo, estamos apreensivos,
mas não é verdade que essa sensação de receio e apreensão se vem a repetir nos últimos
anos?...
E como poderia ser de outra maneira se
ao longo do último ano, todos os dias, os noticiários nos encheram de notícias
tristes, como diz a minha neta Filipa, de oito anos?
Em 2014 vamos ter dois acontecimentos
que se repetem espaçadamente: as eleições para o Parlamento europeu e a Copa do
Mundo de Futebol no Brasil.
Na europa, irá haver uma ligeira alteração
nas regras da eleição do Presidente do Parlamento tornando-a um pouco mais
aberta mas no fundo, o que vai estar em causa face às consequências,
especialmente nas sociedades dos países do Sul da Europa, das políticas de
austeridade impostas pela Alemanha personificadas pela Srª Merkel, é escolher
alguém que a possa contrariar.
Jean Claud Junquer, luxemburguês, e o
socialista alemão Martins Shultz , este com a desvantagem de ser compatriota da
Srª Merkel, parecem ser os mais fortes candidatos mas qual irá ser o voto dos
partidos da extrema direita?
É fácil capitalizar o descontentamento e
mal - estar mas nunca a favor de soluções viáveis e construtivas. E diga-se o
que disser, o futuro dos europeus passa pelo aprofundamento e aperfeiçoamento
da Comunidade Europeia porque aventuras isoladas de qualquer país europeu, num
mundo globalizado, não conduz a lado nenhum.
A Copa do mundo de Futebol no Brasil, em
Maio, levanta uma considerável incógnita ou pelo menos um enorme desafio.
Quarenta
e oito jogos num mês com os problemas e dificuldades que isso implica numa sociedade
em que os brasileiros, especialmente os das grandes cidades, estão preocupados
com problemas de transporte, saúde, educação e segurança é, com certeza, grande
motivo de preocupação para a Srª Dilma Russeff, outra senhora… aos comandos de
um enorme espaço político com a vantagem de que este só fala uma língua e não
tem atrás de si uma história de guerras, divisões e nacionalismos com centenas
de anos…
Bem, daqui
a um ano, se formos vivos, já saberemos quem foi o campeão, mas para mim o mais
importante é que tudo corra bem termos organizativos e desportivos. Se assim for, a vitória do Brasil poderá ser a “cereja no topo do bolo”…
Desejo que sim pois a equipa portuguesa, com sorte, pode chegar longe mas nunca ganhar.
Desejo que sim pois a equipa portuguesa, com sorte, pode chegar longe mas nunca ganhar.
terça-feira, dezembro 31, 2013
Foi no Natal de 1995, lembram-se, já lá vão 18 anos... é um prodígio de comicidade com aquele telemóvel que mais parece um tijolo com antena...
As anedotas de portugueses
fazendo figura de “parvinhos” e “pacóvios” estão a mudar, os tempos são outros:
- Um português, um inglês, um
francês e um espanhol viajam de avião cujos motores entram em colapso.
O Piloto avisa da cabine:
- Srs. Passageiros, o avião tem carga a mais e
corre o risco de cair e morrermos todos. Alguém tem de atirar-se do avião.
O inglês chega ao pé da porta
e grita: - Não esqueçam a Rainha e zás, lá vai ele…
O piloto avisa da cabine:
- Srs passageiros, ainda temos carga a mais
O francês chega ao pé da
porta e grita: Não esqueçam Joana D’Arque e pumba, lá vai ele…
Avisa o piloto:
- Srs passageiros, ainda temos carga a mais.
O português chega ao pé da
porta e grita: - Viva Aljubarrota ... e empurra o espanhol para fora do avião.
XXXXX
Apesar de desaconselhados, um
inglês, um francês e um português decidem passar uma noite num castelo
assombrado.
A meio da noite aparece uma
alma penada que grita ao francês: - Eu sou o fantasma das cuecas rotas! … e o
francês, apavorado, fugiu a bom fugir.
Passado um bocado a
alma penada aparece ao inglês e grita-lhe: - Eu sou o fantasma das cuecas rotas!... e
nunca mais viram o inglês.
Pouco tempo depois, a alma penada aparece junto do português e grita-lhe: - Eu sou o fantasma das
cuecas rotas!...
- É pá, toma lá 5 euros e vai
comprar umas cuecas novas.