Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, julho 23, 2011
JORGE FERNANDO - A CHUVA
Jorge Fernando é um músico e produtor português, um dos compositores mais cantados. Aos 4 anos já acompanhava o avô a cantar o fado e aos 16 teve de escolher entre uma carreira futebolística e a música... esta falou mais alto. Este vídeo é muito bonito e a canção uma das que mais gosto.
DIÁLOGO ENTRE COLBERT E MAZARINO DURANTE O REINADO DE LUíS XIV
Colbert foi ministro de Estado e da Economia do rei Luiz XIV e Mazarino era cardeal e estadista italiano que serviu como primeiro ministro na França. Notável coleccionador de arte e jóias, particularmente diamantes, deixou por herança os "diamantes Mazarino" para Luís XIV em 1661, alguns dos quais permanecem na colecção do museu do Louvre em Paris.
O Diálogo:
Colbert - Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar (o contribuinte) já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino - Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert - Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino - Criam-se outros.
Colbert - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino - Sim, é impossível.
Colbert - E então os ricos?
Mazarino - Sobre os ricos também não. Eles deixariam de gastar. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert - Então como havemos de fazer?
Mazarino - Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável.
Mazarino - Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert - Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino - Criam-se outros.
Colbert - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino - Sim, é impossível.
Colbert - E então os ricos?
Mazarino - Sobre os ricos também não. Eles deixariam de gastar. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert - Então como havemos de fazer?
Mazarino - Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente situada entre os ricos e os pobres: São os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tiramos. É um reservatório inesgotável.
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 160
A NOITE EM QUE TEREZA BATISTA DORMIU COM A MORTE
1
Ai Tereza, geme o doutor Emiliano Guedes desprendendo-se do beijo, e a cabeça de prata tomba no ombro da amásia. Ainda a se expandir em gozo, Tereza percebe nos lábios o gosto de sangue e no braço o aperto de uma garra, a testa caída a lhe tocar o ombro, na boca entreaberta a baba vermelha, sente o peso da morte sobre o corpo nu. Tereza Batista abraçada com a morte, tendo-a sobre o peito e o ventre, por entre as coxas a penetrá-la, com ela fazendo amor. Tereza Batista na cama com a morte.
2
Então não é? É o torto falando do aleijado e o nu do esfarrapado. Criticar é fácil, nada mais simples e agradável do que botar defeito no alheio, meu jovem. Dizer que Tereza Batista não cumpriu a palavra e deixou todo o mundo no ora veja, com a festa pronta, a pitança na mesa, aquele mundo de garrafas de pinga, não custa esforço; buscar os porquês de tal procedimento, isso sim que dá trabalho, não é para qualquer borra-botas.
Meu jovem, debaixo de angu tem sempre carne, quem mexe e remexe encontra os bons bocados. Quem deseja saber como deveras se passou um acontecido de tal porte, com todos os etecéteras, tem de bancar o intrometido, o bisbilhoteiro, sair perguntando a todo o mundo como, aliás, o jovem está fazendo.
Não se importe se algum mal-educado lhe virar as costas e não prestar atenção ao seu pedido, dê o desprezo. Vá remexendo o angu, pondo a mão no bonito e no feio, no limpo e no sujo, vá fuçando em toda a parte. Se tocar em bosta ou em pus, não se aflija, acontece com frequência. Mas não acredite em tudo o que lhe contarem, atente a quem responde, não saia por aí dando crédito barato, muita gente gosta de falar do que não sabe, de inventar o que não houve. Ninguém quer confessar ignorância, considerando uma vergonha não conhecer todas as passagens da vida de Tereza. Tenha cuidado sendo o senhor moço moderno, é fácil ser enganado e enganar-se.
De mim, meu jovem, lhe digo: do sucedido desse porto da Bahia, cais onde nasci e me fiz gente ouvindo e entendendo, posso algumas regras lhe fornecer sobre Tereza e seus enredos, a ordem de despejo, a greve, a ignorância da polícia, a cadeia, o casamento e o mar sem cancela e sem fronteira, atropelos de luta e de amor. Sou velho mas ainda faço filho, já fiz mais de cinquenta em minha vida torta, já fui rico, tive dezenas de alvarengas a singrar o golfo, hoje sou pobre de marre-marré mas quando entro no terreiro de Xangô, todos se levantam e me pedem a bênção, sou Miguel Santana Obá Aré e por Tereza ponho a mão no fogo sem o menor receio.
Tereza nunca abrigou no peito a traição nem usou de falsidade. Com ela, sim, usaram e abusaram. Nem por isso se dobrou à sina má, não inventou urucubaca dando-se por vítima de ebó ou coisa-feita, perdida a esperança, entregue. Nunca? Não posso garantir, meu jovem, veja como é difícil dar informação certeira. Pensando bem, acho ter ela chegado, após o rolo da greve e as funestas notícias do mar distante, ao cansaço e à indiferença, portos ruins de arribação onde apodrecem os barcos abandonados como as minhas alvarengas. (clik na imagem e aumente)
1
Ai Tereza, geme o doutor Emiliano Guedes desprendendo-se do beijo, e a cabeça de prata tomba no ombro da amásia. Ainda a se expandir em gozo, Tereza percebe nos lábios o gosto de sangue e no braço o aperto de uma garra, a testa caída a lhe tocar o ombro, na boca entreaberta a baba vermelha, sente o peso da morte sobre o corpo nu. Tereza Batista abraçada com a morte, tendo-a sobre o peito e o ventre, por entre as coxas a penetrá-la, com ela fazendo amor. Tereza Batista na cama com a morte.
2
Então não é? É o torto falando do aleijado e o nu do esfarrapado. Criticar é fácil, nada mais simples e agradável do que botar defeito no alheio, meu jovem. Dizer que Tereza Batista não cumpriu a palavra e deixou todo o mundo no ora veja, com a festa pronta, a pitança na mesa, aquele mundo de garrafas de pinga, não custa esforço; buscar os porquês de tal procedimento, isso sim que dá trabalho, não é para qualquer borra-botas.
Meu jovem, debaixo de angu tem sempre carne, quem mexe e remexe encontra os bons bocados. Quem deseja saber como deveras se passou um acontecido de tal porte, com todos os etecéteras, tem de bancar o intrometido, o bisbilhoteiro, sair perguntando a todo o mundo como, aliás, o jovem está fazendo.
Não se importe se algum mal-educado lhe virar as costas e não prestar atenção ao seu pedido, dê o desprezo. Vá remexendo o angu, pondo a mão no bonito e no feio, no limpo e no sujo, vá fuçando em toda a parte. Se tocar em bosta ou em pus, não se aflija, acontece com frequência. Mas não acredite em tudo o que lhe contarem, atente a quem responde, não saia por aí dando crédito barato, muita gente gosta de falar do que não sabe, de inventar o que não houve. Ninguém quer confessar ignorância, considerando uma vergonha não conhecer todas as passagens da vida de Tereza. Tenha cuidado sendo o senhor moço moderno, é fácil ser enganado e enganar-se.
De mim, meu jovem, lhe digo: do sucedido desse porto da Bahia, cais onde nasci e me fiz gente ouvindo e entendendo, posso algumas regras lhe fornecer sobre Tereza e seus enredos, a ordem de despejo, a greve, a ignorância da polícia, a cadeia, o casamento e o mar sem cancela e sem fronteira, atropelos de luta e de amor. Sou velho mas ainda faço filho, já fiz mais de cinquenta em minha vida torta, já fui rico, tive dezenas de alvarengas a singrar o golfo, hoje sou pobre de marre-marré mas quando entro no terreiro de Xangô, todos se levantam e me pedem a bênção, sou Miguel Santana Obá Aré e por Tereza ponho a mão no fogo sem o menor receio.
Tereza nunca abrigou no peito a traição nem usou de falsidade. Com ela, sim, usaram e abusaram. Nem por isso se dobrou à sina má, não inventou urucubaca dando-se por vítima de ebó ou coisa-feita, perdida a esperança, entregue. Nunca? Não posso garantir, meu jovem, veja como é difícil dar informação certeira. Pensando bem, acho ter ela chegado, após o rolo da greve e as funestas notícias do mar distante, ao cansaço e à indiferença, portos ruins de arribação onde apodrecem os barcos abandonados como as minhas alvarengas. (clik na imagem e aumente)
HISTÓRIAS
DE HODJA
Hodja senta-se à beira do lago Aksehir e despeja iogurte dentro do lago para que se transformasse, todo ele, em iogurte. Uma pessoa que passa perto pergunta:
- "O que fazes, Hodja?"
- "Estou a transformar este lago num iogurte gigante."
O homem fica preplexo e diz: "Como é que um lago se pode transformar em iogurt?"
- "Eu sei isso" disse o Hodja, "não é possível... mas se der?"
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À 5ª ENTREVISTA COM JESUS
SOB O TEMA: “25 DE DEZEMBRO?” (2)
Nívio LópezNívio López Vigil é um arqueólogo e um destacado ilustrador de livros infantis. Amplo conhecedor das culturas do Mundo Antigo e um apaixonado das celebrações do Natal. Por isso, participa no programa, explicando brevemente a origem histórica desta data. É autor do livro "Vinte e cinco 25 de Dezembro", que traça as tradições da celebração do Natal em 25 países em todo o mundo.
O Culto ao Sol
A escolha de 25 de Dezembro como data do Natal está ligada às celebrações no Império Romano dedicadas a Sol Invicti (Sol Invencível). Esse culto foi originalmente Sírio e mais tarde foi imposto pelos imperadores romanos aos seus súbitos com a declaração pelo Imperador Constantino do cristianismo como religião oficial.
Sendo tradicionalmente um feriado cristão o Natal é amplamente comemorado por muitos não cristãos pois alguns dos seus costumes e temas comemorativos têm origens pré cristãs ou seculares.
Apesar de conter elementos do culto a Baal e Astarté, adoração do sol era essencialmente monoteísta: no deus do Sol sintetizavam-se todos os deuses conhecidos e adorados no mundo antigo. O culto do Sol Invicti não contradizia o culto antigo do misterioso Mitra, o Senhor da Luz, uma religião de origem Medo-Persa, que já estava estabelecida há muito tempo em Roma. E como o culto de Mitra também incluía a adoração do Sol, a crença na imortalidade da alma, a ressurreição dos mortos, um julgamento final e até celebrações onde os fiéis comiam pão e vinho, tudo encaixou nas novas crenças Cristãs que se estenderam pelo Império Romano ao longo do qual, em tempos, dominavam cultos solares.
O Culto ao Sol
A escolha de 25 de Dezembro como data do Natal está ligada às celebrações no Império Romano dedicadas a Sol Invicti (Sol Invencível). Esse culto foi originalmente Sírio e mais tarde foi imposto pelos imperadores romanos aos seus súbitos com a declaração pelo Imperador Constantino do cristianismo como religião oficial.
Sendo tradicionalmente um feriado cristão o Natal é amplamente comemorado por muitos não cristãos pois alguns dos seus costumes e temas comemorativos têm origens pré cristãs ou seculares.
Apesar de conter elementos do culto a Baal e Astarté, adoração do sol era essencialmente monoteísta: no deus do Sol sintetizavam-se todos os deuses conhecidos e adorados no mundo antigo. O culto do Sol Invicti não contradizia o culto antigo do misterioso Mitra, o Senhor da Luz, uma religião de origem Medo-Persa, que já estava estabelecida há muito tempo em Roma. E como o culto de Mitra também incluía a adoração do Sol, a crença na imortalidade da alma, a ressurreição dos mortos, um julgamento final e até celebrações onde os fiéis comiam pão e vinho, tudo encaixou nas novas crenças Cristãs que se estenderam pelo Império Romano ao longo do qual, em tempos, dominavam cultos solares.
sexta-feira, julho 22, 2011
EVALDO BRAGA - EU NÃO SOU LIXO
Evaldo Braga poderia estar aqui a responder, em nome dos portugueses, às Agências de Notação, Moody's e Cª. mas não está... eles não mereciam esta bela voz. Evaldo não conheceu os pais, foi largado por sua mãe, prostituta na cidade de Campos, junto de um caixote de lixo tendo sido criado num orfanato. Ele assumiu o seu nascimento e respondeu com esta canção que foi um enorme êxito. Infelizmente, a sua vida acabou muito cedo e de forma trágica num acidente de viação no automóvel em que seguia guiado pelo seu motorista. Tinha 25 anos e o mundo a seus pés. Hoje, no dia de Finados, a sua campa é das mais visitadas no cemitério de Caju, trinta e três anos após a sua morte.
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 159
Voltou o povo às suas casas, novamente viram-se crianças e cachorros futucando nas montanhas de lixo de Muricapeba à procura de comida. Os urubus esparsos pelo campo, de vez em quando desencavam um corpo enterrado quase à flor da terra, nele matando a fome.
Duas comemorações religiosas realizaram-se em agradecimento e júbilo.
No terreiro de Agnelo, em Muricapeba, Omolu teve festa e dançou no meio do povo no ritmo apanigé. Dançou primeiro Ajexé, empesteado Omolu, morrendo e renascendo na bexiga, na mão o xaxará, coberto com o filá o rosto em pústulas; depois dançou Jagun, Obaluaiê guerreiro, o filá e o azê de cor marron como a bexiga negra; por fim juntos dançaram e o povo saudou o Velho erguendo a mão e repetindo: atotô, meu pai! Vieram os dois Omolus e abraçaram Tereza, gente sua, limparam-lhe o corpo e o fecharam a toda e qualquer peste para a vida inteira.
A procissão saiu da Matriz, na frente o vigário e o prefeito interino, nas mãos dos notáveis os andores com as imagens de São Roque e de São Lázaro – Obaluaiê, Omolu dos brancos – e grande acompanhamento popular. Foguetes, rezas, cantorias, sinos repicando alegremente.
Para ir-se embora de Buquim, onde nada mais tinha a fazer, Tereza Batista teve de vender alguns balangandãs ao turco Squeff, candidato a com ela se amigar se fosse o caso, mas não era. Nunca mais amásia nem sequer companheira de aventura em busca de prazer ou tranquilidade, nunca mais.
Tereza, a quem a morte não quisera, enjeitada da bexiga, ah! por dentro consumida em febre, no peito um punhal cravado fundo, vai partir no rumo do mar onde afogar-se.
Ai, Januário Gereba, pássaro gigante, onde andarás? Nem a morte me quis quando em desespero fui buscá-la no meio da bexiga negra – sem ti, Janu do bem-querer, de que me serve a vida? Quero ao menos estar onde tu estejas, escondida seguir teu rasto, olhar de longe teu perfil de barco, padecer tua ausência de navegação, ai, em que horário passa o trem para a Bahia? Também Tereza quer fugir; da saudade atroz, do desespero.
Do átrio da igreja as beatas viram Tereza Batista andando para a estação, sozinha. Uma delas disse – e todas concordaram:
- Vaso ruim não quebra mesmo. Morreu tanta gente direita e nessa vagabunda, que até no lazareto se meteu de intrometida, nada lhe pegou; bem podia ao menos a bexiga ter-lhe comido a cara.
Z
Zacarias se curou, tinha apego à vida, e até hoje não sabe como foi parar ao lazareto. A não ser que tenha lido em alguma brochura de cordel, pois sobre a praga da bexiga muitas histórias se espalharam e correm mundo, falados contadores dela se ocuparam pondo em trova e em rima o triste enredo de choro, pus e morte. Vários folhetos foram assim escritos e são vendidos nas feiras do Nordeste – nenhum mais verdadeiro do que este abecê que agora aqui se acaba por já não haver o que contar.
Antes de acabar, porém, repito e acreditem se quiserem: quem deu jeito à bexiga negra nas ruas de Buquim foram as putas de Muricapeba, com Tereza à frente. Com os dentes limados e o dente de ouro Tereza Batista mastigou a bexiga e a cuspiu no mato; a bexiga saiu voando para o trem, em desabalada fuga para o rio São Francisco, uma das suas moradas preferidas, enquanto vinha o povo de regresso às ermas casas. Numa lapa escondida, a bexiga aguarda nova vez.
Ah, se não tomarem tento, um dia há-de voltar para acabar com o resto, e ai do povo! Onde encontrar para o comando da peleja outra Tereza da Bexiga Negra? (clik na imagem e aumente)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À 5ª ENTREVISTA COM JESUS
SOB O TEMA: “25 DE DEZEMBRO?”
Sem Data de Aniversário
A data do nascimento de Jesus é desconhecida e não podemos conhecê-la com exactidão. A referência de Lucas a um censo ordenado por Roma diz-nos o ano em que aconteceu. O mês e o dia permanecerão para sempre no escuro. Parece que Jesus veio à Terra nos anos imediatamente anteriores à anexação da Palestina ao Império Romano ou um pouco depois: Ano 4 A.C.? Durante esses anos foi quando Roma ordenou um censo na Palestina, embora ninguém saiba com certeza o tempo que ele durou nem as datas exactas.
"É Melhor Não Saber a Idade"
Pode parecer estranho que Jesus não soubesse a sua idade. No entanto, essa ignorância é comum na cultura rural, mesmo em tempos recentes. No singular texto "Los Papalagi", que recolhem os discursos de Tuiavii Tiavea (Samoa), ao seu povo polinésia, depois da viagem que fez à Europa no início do século XX, o chefe de Samoa reflecte sobre as vantagens de não saber sua idade:
Entre os papalagi (homens brancos), não só os homens mas também as mulheres e até crianças pequenas, todo o mundo sabe exactamente quantas vezes o sol e a lua têm subido e descido desde o dia em que viram a grande luz pela primeira vez. Isto é tão importante nas suas vidas que celebram a intervalos regulares com flores e festas. Eu percebi com frequência que as pessoas se envergonhavam de mim porque quando me perguntavam a idade eu começava a rir e não sabia responder. "Mas tu tens que saber a tua própria idade." diziam.
Então, eu guardava silêncio e pensava; "é melhor para mim não saber".
A data do nascimento de Jesus é desconhecida e não podemos conhecê-la com exactidão. A referência de Lucas a um censo ordenado por Roma diz-nos o ano em que aconteceu. O mês e o dia permanecerão para sempre no escuro. Parece que Jesus veio à Terra nos anos imediatamente anteriores à anexação da Palestina ao Império Romano ou um pouco depois: Ano 4 A.C.? Durante esses anos foi quando Roma ordenou um censo na Palestina, embora ninguém saiba com certeza o tempo que ele durou nem as datas exactas.
"É Melhor Não Saber a Idade"
Pode parecer estranho que Jesus não soubesse a sua idade. No entanto, essa ignorância é comum na cultura rural, mesmo em tempos recentes. No singular texto "Los Papalagi", que recolhem os discursos de Tuiavii Tiavea (Samoa), ao seu povo polinésia, depois da viagem que fez à Europa no início do século XX, o chefe de Samoa reflecte sobre as vantagens de não saber sua idade:
Entre os papalagi (homens brancos), não só os homens mas também as mulheres e até crianças pequenas, todo o mundo sabe exactamente quantas vezes o sol e a lua têm subido e descido desde o dia em que viram a grande luz pela primeira vez. Isto é tão importante nas suas vidas que celebram a intervalos regulares com flores e festas. Eu percebi com frequência que as pessoas se envergonhavam de mim porque quando me perguntavam a idade eu começava a rir e não sabia responder. "Mas tu tens que saber a tua própria idade." diziam.
Então, eu guardava silêncio e pensava; "é melhor para mim não saber".
"Quantos anos tens?" significa quantas luas já viveste. Examinar e contar deste modo está cheio de perigos porque assim ficam a saber quantas luas as pessoas costumam viver. Portanto, sabendo isso, quando eles já passaram por muitas luas dizem: "Agora eu já vou morrer próximo", tornam-se parados e tristes e, de facto, morrem após um curto período.
quinta-feira, julho 21, 2011
ROBERTO CARLOS - DEBAIXO DOS CARACOIS DO TEU CABELO
Esta canção foi composta para Caetano Veloso quando ele estava no exílio. Reparem na letra...é muito romântico
65 Aninhos de Casados...
Um casal de idosos resolve ir a um restaurante para comemorar os 65 anos de casamento.
Dizem ao empregado qual o tipo de comemoração que estão a fazer e ele dá-lhes um lugar romântico para aproveitarem o jantar.
O velho diz:
- Minha Rainha, onde queres sentar-te?
- Aqui, diz a senhora de idade.
- Minha princesa, queres um aperitivo para começar?
- Sim, um Porto, obrigada.
- Meu anjo, o que vais comer?
- Ela pediu a ementa e encomendou.
- Meu Doce, que vinho queres?
O empregado nem podia acreditar nos seus ouvidos.
A certa altura, a velha vai à casa de banho, e o marido diz:
- Vai, minha vida, fico à espera.
O rapaz, surpreendido, pergunta ao velho:
- Há quanto tempo você chama a patroa com palavras tão bonitas? "Minha rainha", "Meu anjo", "Minha vida", "princesa",... eu estou admirado.
O velho olha para ele e responde:
O que é que você quer? NÃO CONSIGO LEMBRAR-ME DO NOME DELA!!!
O que é que você quer? NÃO CONSIGO LEMBRAR-ME DO NOME DELA!!!
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 158
Candidatou-se ainda o coronel Lamego, habitue da amigação, e se insinuaram o turco Squeff, estabelecido com bazar de miudezas, um bode em cio, e o farmacêutico, mestre da vida alheia, médico nas horas vagas e sombrias.
Amigada? Ah! nunca mais, antes puta de porta aberta na podridão do arruado de Muricapeba, onde a epidemia não termina propriamente – transforma-se a bexiga de negra em branca, de mãe em filha, permanece alastrim benigno e velhaco, doença boba do sertão, cegando uns quantos, fazendo anjinhos, pois é óptima para matar crianças, matando adulto apenas vez ou outra para não perder o hábito, cumprindo obrigação.
Y
Ypicilone é letra fina, letra de sabidos, dos vidas tortas e dos malazartes; por metida a sebo, a rábula e mezinheira, chamaram-na Tereza do Ypicilone e Tal. Na festa da macumba aclamada Tereza de Omolu.
No tempo da bexiga, a curandeira Arduína não teve pausa nem descanso, ganhando seus tostões a rezar aflitos, livrando-os de pegar doença, curando alguns já contagiados, não todos, é claro, só lhe sendo dado salvar – conforme ela explicava, pois não era de enganar ninguém – aqueles em cujo peito não se abrigasse o medo, bem poucos, consequentemente.
Quanto ao pai-de-santo Agnelo não cessou de bater atabaques e de tirar cantigas para Obaluaiê, mesmo quando se reduziram a três as filhas-de-santo presentes no terreiro, fugitivas as demais ou bem no lazareto.
Como já se disse e soube, o Velho não lhe faltou na emergência: montado em Tereza Batista, Omolu expulsara a bexiga de Buquim, vencera a peste negra.
Assim, quando afinal chegou de Aracaju equipe composta de dois médicos e seis enfermeiros diplomados para debelar o surto de varíola, encontraram-no completamente debelado. Embora no lazareto ainda gemessem dois enfermos, há mais de uma semana não se registavam novos casos nem defuntos a enterrar. Circunstância casual não impediu fossem os componentes da equipe elogiados como devido, em comunicado oficial e entusiástico da directoria da saúde Pública, pela coragem e pelo devotamento demonstrados na (mais uma vez) definitiva erradicação da varíola em terras do estado de Sergipe.
Fez-se justiça igualmente ao jovem doutor Oto espinheira, a quem coubera tomar na direcção do posto de saúde de Buquim as providências iniciais e decisivas para barrar caminho à epidemia, devendo-se à sua competente dedicação, por todos comprovada, a organização da luta e o incansável combate do mal.
- Só quero ver se o doutorzinho Week-End tem coragem de voltar aqui… - fuxicou o farmacêutico Camilo tesoura, mas, sendo má-língua contumaz não lhe deram ouvidos e o director do posto (em férias na Bahia) ganhou a prometida promoção. Prometida e justa.
Tendo o pai da apressada Juraci aderido ao novo Governo, foi a filha igualmente promovida, passando a enfermeira de primeira classe pelos relevantes serviços prestados à colectividade durante o surto de varíola em Buquim, e logo se casou, mas não viveu feliz, a natureza agre não lhe consentindo convivência e alegria. Só Maxi das Negras não obteve promoção, continuou simples vigia, feliz de escapar com vida, com história para contar e uma recordação. (clik na imagem e aumente)
Amigada? Ah! nunca mais, antes puta de porta aberta na podridão do arruado de Muricapeba, onde a epidemia não termina propriamente – transforma-se a bexiga de negra em branca, de mãe em filha, permanece alastrim benigno e velhaco, doença boba do sertão, cegando uns quantos, fazendo anjinhos, pois é óptima para matar crianças, matando adulto apenas vez ou outra para não perder o hábito, cumprindo obrigação.
Y
Ypicilone é letra fina, letra de sabidos, dos vidas tortas e dos malazartes; por metida a sebo, a rábula e mezinheira, chamaram-na Tereza do Ypicilone e Tal. Na festa da macumba aclamada Tereza de Omolu.
No tempo da bexiga, a curandeira Arduína não teve pausa nem descanso, ganhando seus tostões a rezar aflitos, livrando-os de pegar doença, curando alguns já contagiados, não todos, é claro, só lhe sendo dado salvar – conforme ela explicava, pois não era de enganar ninguém – aqueles em cujo peito não se abrigasse o medo, bem poucos, consequentemente.
Quanto ao pai-de-santo Agnelo não cessou de bater atabaques e de tirar cantigas para Obaluaiê, mesmo quando se reduziram a três as filhas-de-santo presentes no terreiro, fugitivas as demais ou bem no lazareto.
Como já se disse e soube, o Velho não lhe faltou na emergência: montado em Tereza Batista, Omolu expulsara a bexiga de Buquim, vencera a peste negra.
Assim, quando afinal chegou de Aracaju equipe composta de dois médicos e seis enfermeiros diplomados para debelar o surto de varíola, encontraram-no completamente debelado. Embora no lazareto ainda gemessem dois enfermos, há mais de uma semana não se registavam novos casos nem defuntos a enterrar. Circunstância casual não impediu fossem os componentes da equipe elogiados como devido, em comunicado oficial e entusiástico da directoria da saúde Pública, pela coragem e pelo devotamento demonstrados na (mais uma vez) definitiva erradicação da varíola em terras do estado de Sergipe.
Fez-se justiça igualmente ao jovem doutor Oto espinheira, a quem coubera tomar na direcção do posto de saúde de Buquim as providências iniciais e decisivas para barrar caminho à epidemia, devendo-se à sua competente dedicação, por todos comprovada, a organização da luta e o incansável combate do mal.
- Só quero ver se o doutorzinho Week-End tem coragem de voltar aqui… - fuxicou o farmacêutico Camilo tesoura, mas, sendo má-língua contumaz não lhe deram ouvidos e o director do posto (em férias na Bahia) ganhou a prometida promoção. Prometida e justa.
Tendo o pai da apressada Juraci aderido ao novo Governo, foi a filha igualmente promovida, passando a enfermeira de primeira classe pelos relevantes serviços prestados à colectividade durante o surto de varíola em Buquim, e logo se casou, mas não viveu feliz, a natureza agre não lhe consentindo convivência e alegria. Só Maxi das Negras não obteve promoção, continuou simples vigia, feliz de escapar com vida, com história para contar e uma recordação. (clik na imagem e aumente)
HISTÓRIAS
DE HODJA
Hodja, um dia, foi apanhado a roubar cebolas. “O que estás a fazer, Hodja?” perguntou áspero o dono da plantação.
“Eu ia a passar na estrada e de repente soprou um vento muito forte que me arrastou até aqui” respondeu Hodja.
- “Ah, é? E quem arrancou as cebolas?”
- “Pois é, desculpe, mas o vento era tão forte que me agarrei a elas para ver se não saía por aí a voar pela cidade inteira” continuou Hodja, justificando-se.
- “Hum” – disse o outro. “E como foram parar dentro do teu saco?”
- “Eu estava justamente a perguntar-me isso quando o senhor chegou.”
Hodja, um dia, foi apanhado a roubar cebolas. “O que estás a fazer, Hodja?” perguntou áspero o dono da plantação.
“Eu ia a passar na estrada e de repente soprou um vento muito forte que me arrastou até aqui” respondeu Hodja.
- “Ah, é? E quem arrancou as cebolas?”
- “Pois é, desculpe, mas o vento era tão forte que me agarrei a elas para ver se não saía por aí a voar pela cidade inteira” continuou Hodja, justificando-se.
- “Hum” – disse o outro. “E como foram parar dentro do teu saco?”
- “Eu estava justamente a perguntar-me isso quando o senhor chegou.”
5ª ENTREVISTA FICCIONADA
COM JESUS SOB O TEMA:
“25 DE DEZEMBRO?”
RAQUEL - Emissoras Latinas novamente com Jesus Cristo em Belém, onde milhares de peregrinos e turistas enchem as ruas e mercados. Compre estrelas, grinaldas, luzes e nougat, figuras para o presépio, camelos de caramelo, presentes e mais presentes…
JESUS - E a que se deve tanta festa, Rachel?
RAQUEL – É que já se aproxima a Natividade.
JESUS - Qual Natividade?
RAQUEL - Qual havia de ser? A sua.
JESUS - Como a minha? De que estás falando?
RAQUEL - Não se faça desentendido... Desculpe, Jesus Cristo, eu não quis dizer isso, mas…
JESUS - Realmente não sei do que me falas.
RAQUEL - Do 25 de Dezembro. Do Natal, o aniversário de seu nascimento. O senhor já nos esclareceu que não nasceu aqui em Belém. Tudo certo. Mas não me diga agora que não nasceu em 25 de Dezembro…
JESUS - Pois digo-te que não nasci em nenhum 25 de Dezembro
RAQUEL - Como? Jesus Cristo não nasceu no dia de Natal?
JESUS – Não.
RAQUEL – Amigos e amigas o nosso entrevistado continua a surpreender-nos… Então, se não foi em 25 de Dezembro, quando foi? Diga-nos qual a data de seu aniversário.
JESUS - Bem… eu não sei, não tenho ideia.
RAQUEL - Seus pais não lhe disseram?
JESUS - Não, porque naquela época ninguém se lembrava dessas datas nem as celebravam.
RAQUEL – E o ano?
JESUS – O ano, menos. Ninguém sabia quantos anos tinha.
RAQUEL – Mas… não dizem que o senhor começou a pregar, quando completou 30 anos?
JESUS – Isso disseram, mas eu mesmo não sei quantos anos tinha quando fui ao rio para ser baptizado com o profeta João.
RAQUEL - Incrível!... Então, com sua permissão, Estações Latinas vão investigar o que pode ter estado na origem da celebração do Natal nesta data tradicional. Desculpe-me um momento… Vou entrar em contacto telefónico com Nivio Alberto Lopez, um especialista no Mundo Antigo… Está-me ouvindo, Don Nívio?
NÍVIO - Perfeitamente, Raquel, eu estou seguindo a sua entrevista. Por favor apresente os meus cumprimentos a Jesus Cristo.
RAQUEL - Dar-lhe-ei as suas saudações. Agora, explique-nos por que o nascimento de Jesus é comemorado em 25 de Dezembro?
NÍVIO - Essa data era a de uma festa pagã.
RAQUEL - Pagã?
NÍVIO - Sim, Raquel, repara que nos países do norte, em Dezembro, as noites são longas e durante o Império Romano, nas profundezas do inverno, celebravam-se festas para saudar o sol, que haveria de renascer vitorioso naqueles dias.
RAQUEL – E que tem isso a ver com Jesus Cristo?
NÍVIO - Os primeiros cristãos viram em Jesus Cristo o novo Sol que ilumina o mundo com uma mensagem de amor e justiça. Então, 300 anos depois de Cristo, um Papa chamado Libério aproveitou aquelas festividades pagãs e disse que no dia principal dessas festividades, 25 de Dezembro, tinha nascido Jesus Cristo. Assim, começou a tradição, mas é uma data arbitrária. Foi decidida pelo Papa em Roma.
RAQUEL Obrigado, Don Nívio. E voltemos a Jesus… Quer então dizer, o senhor não sabe quando nasceu ou que idade tinha.
JESUS - Não.
RAQUEL - E não acha um pouco, como direi, um pouco sem graça não saber quando veio ao mundo?
JESUS – Pelo contrário. Eu acho que assim tem mais graça. Celebras cada dia como se fosse o primeiro e sempre te sentes jovem.
RAQUEL - Em conclusão: não nasceste em Belém nem a 25 de Dezembro. O que resta, então, da Natividade?
JESUS - Resta o Sol, esse Sol que Deus faz nascer todos os dias sobre o mundo.
RAQUEL - Com repicar dos sinos de Belém atrás de mim, Raquel Perez das Emissoras Latinas.
quarta-feira, julho 20, 2011
VÍDEO
Tudo se passa com calma e um sorriso nos lábios. Para quê parar para ter depois que vencer a inércia daquela enorme composição?... Quando era jovem e vivia em Lisboa nunca apanhava o eléctrico na paragem. Eu iria lá perder o prazer de correr atrás dele e apanhá-lo em andamento com um pequeno saltinho...
ROBERTO CARLOS - CIÚME DE VOCÊ
Ora, recuemos 43 anos, precisamente a 1968, e ouçamos este êxito do Robertinho acabadinho de sair e a chegar pela 1ª vez aos nossos ouvidos sequiosos de músicas românticas, daquelas que faziam apertar ainda mais a mão da namoradinha. Não se esqueçam...recordar é viver!
QUASE AO FINAL DA PRÁTICA DOMINICAL
O SACERDOTE PERGUNTOU AOS FIEIS, NA IGREJA:
O SACERDOTE PERGUNTOU AOS FIEIS, NA IGREJA:
- "QUANTOS DE VOCÊS CONSEGUIRAM PERDOAR SEUS INIMIGOS?"
A MAIORIA LEVANTOU A MÃO.
O SACERDOTE VOLTOU A REPETIR A MESMA PERGUNTA E ENTÃO TODOS LEVANTARAM A MÃO MENOS UMA PEQUENA E FRÁGIL VELHINHA.
- "SENHORA MARIA? A SENHORA NÃO ESTÁ DISPOSTA A PERDOAR OS SEUS INIMIGOS?"
- "EU NÃO TENHO INIMIGOS!" RESPONDEU ELA, DOCEMENTE.
- "SENHORA MARIA, ISSO É MUITO RARO!" DISSE O SACERDOTE, E PERGUNTOU:
- "QUANTOS ANOS TEM A SENHORA?"
E ELA RESPONDEU: "98 ANOS!"
OS FIÉIS PRESENTES NA IGREJA LEVANTARAM-SE E APLAUDIRAM A IDOSA, ENTUSIASTICAMENTE.
- "DOCE SENHORA MARIA, CONTE-NOS COMO SE VIVE 98 ANOS E NÃO SE TEM INIMIGOS?"
A DOCE E ANGELICAL VELHINHA DIRIGE - SE AO ALTAR E DIZ EM TOM SOLENE, OLHANDO PARA OS FIÉIS EMOCIONADOS:
"JÁ MORRERAM TODOS, AQUELES FILHOS DA PUTA!..."
NÃO É LINDO ??? !!!
A MAIORIA LEVANTOU A MÃO.
O SACERDOTE VOLTOU A REPETIR A MESMA PERGUNTA E ENTÃO TODOS LEVANTARAM A MÃO MENOS UMA PEQUENA E FRÁGIL VELHINHA.
- "SENHORA MARIA? A SENHORA NÃO ESTÁ DISPOSTA A PERDOAR OS SEUS INIMIGOS?"
- "EU NÃO TENHO INIMIGOS!" RESPONDEU ELA, DOCEMENTE.
- "SENHORA MARIA, ISSO É MUITO RARO!" DISSE O SACERDOTE, E PERGUNTOU:
- "QUANTOS ANOS TEM A SENHORA?"
E ELA RESPONDEU: "98 ANOS!"
OS FIÉIS PRESENTES NA IGREJA LEVANTARAM-SE E APLAUDIRAM A IDOSA, ENTUSIASTICAMENTE.
- "DOCE SENHORA MARIA, CONTE-NOS COMO SE VIVE 98 ANOS E NÃO SE TEM INIMIGOS?"
A DOCE E ANGELICAL VELHINHA DIRIGE - SE AO ALTAR E DIZ EM TOM SOLENE, OLHANDO PARA OS FIÉIS EMOCIONADOS:
"JÁ MORRERAM TODOS, AQUELES FILHOS DA PUTA!..."
NÃO É LINDO ??? !!!
HISTÓRIAS
DE HODJA
Um dos vizinhos de Hodja morreu e quando o caixão está a sair de casa a viúva não pára de chorar e gritar:
- “Oh, eu fiquei sozinha, para onde foste? Para onde vais não há luz ou água, não há fogo ou lareira…”
Quando Hodja ouve estes gritos, diz à esposa:
- “Corre e fecha a porta. Eles estão a trazer o caixão para a nossa casa.”
Um dos vizinhos de Hodja morreu e quando o caixão está a sair de casa a viúva não pára de chorar e gritar:
- “Oh, eu fiquei sozinha, para onde foste? Para onde vais não há luz ou água, não há fogo ou lareira…”
Quando Hodja ouve estes gritos, diz à esposa:
- “Corre e fecha a porta. Eles estão a trazer o caixão para a nossa casa.”
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 157
Das redondezas, das fazendas e dos estábulos, traziam montes de bosta de boi, punham no sol a secar. Distribuída depois pelas casas onde padeciam bexigosos, queimada na sala e nos quartos, a fumaça se espalhava limpando dos miasmas da varíola o pestilento ar. Naquela hora extrema, bosta de boi era perfume e medicina.
X
Xale na cabeça, rosas negras e vermelhas, oferta do doutor Emiliano Guedes num remoto tempo de paz, de casa limpa, vida alegre e mansa, lá se vai Tereza Batista pelos becos de Muricapeba. Vive num casebre com Mão de Fada, na vizinhança das demais, na zona mais pobre e infeliz do mundo, no mais sórdido puteiro. Mas na ocasião nenhuma delas exerceu o ofício – não por vaidade ou abastança nem porque tivessem fechado o balaio para pagar promessa; simplesmente os homens têm receio de tocar em tais mulheres. São elas poços de bexiga tão repletos a ponto de poderem atravessar a epidemia incólumes ao contágio apesar de enfrentá-lo em permanência, nas casas dos doentes, no horror do lazareto, no contacto com as chagas pustulentas, na recolha dos mortos, nos enterros.
Quantas sepulturas abriram essas mulheres, raramente ajudadas por algum trabalhador da terra, solidário? Na espantosa peleja, a bexiga matou com tamanha rapidez e eficiência que não houve tempo nem maneira de levar tanto defunto ao cemitério.
Para os mais despossuídos as putas cavaram covas rasas e elas próprias enterravam os corpos. Em certos casos os urubus apareceram antes e só deixaram os ossos para o funeral.
Duas contraíram a varicela, nenhuma a bexiga negra, pois Tereza as vacinara no início das operações. Com surto forte, porém não mortal. Bolo Fofo teve que ser recolhida a casa do doutorzinho, agora repleta de doentes, lazareto de luxo, na classificação sarcástica do boticário.
Tereza vinha pela manhã e pela e pela tarde cuidar da gorduchona – reduzida a pele e ossos, a carne virou pus – e de Maxi. Também Boa Bunda apareceu febril, brotejas pelo corpo, erupção fraca, coisa à toa, nem a reteve ao leito, prosseguindo a rapariga de pé a cuidar da gente de Muricapeba, onde a safra de defuntos bateu o record da cidade. Boa Bunda era uma potência de força e energia, sem igual no manejo da pá para abrir covas.
Nenhuma delas morreu, ficaram todas para contar a história, mas tiveram de ir-se de Buquim ganhar a vida noutras zonas pois ali terminara a freguesia, não havendo clientela para quem continha dentro de si tanta bexiga. Tornaram-se imundas além de prosseguirem putas. Andam por aí, no mundo.
Também Tereza Batista se mudou de Buquim ao término da epidemia, mas não por lhe faltarem propostas, muito ao contrário.
Vendo-a atravessar o centro da cidade, o xale na cabeça, sempre ocupada com medicamentos e apetrechos, permanganato, picareta, sacos de estopa, doentes e defuntos, o virtuoso Presidente da Câmara Municipal, no cargo de prefeito até às próximas eleições, dono de fazenda, loja e eleitores, com dinheiro a juros em mãos seguras, até então chefe impoluto de família única, esposa e cinco filhos, tocado por tanta graça e formosura desperdiçadas em serviço torpe, se dispôs a seguir o exemplo de muita gente boa e estabelecer manceba, casa militar, pois além de tudo um perfeito necessita de representação, automóvel, talão de cheques e concubina. (clik na imagem e aumente)
X
Xale na cabeça, rosas negras e vermelhas, oferta do doutor Emiliano Guedes num remoto tempo de paz, de casa limpa, vida alegre e mansa, lá se vai Tereza Batista pelos becos de Muricapeba. Vive num casebre com Mão de Fada, na vizinhança das demais, na zona mais pobre e infeliz do mundo, no mais sórdido puteiro. Mas na ocasião nenhuma delas exerceu o ofício – não por vaidade ou abastança nem porque tivessem fechado o balaio para pagar promessa; simplesmente os homens têm receio de tocar em tais mulheres. São elas poços de bexiga tão repletos a ponto de poderem atravessar a epidemia incólumes ao contágio apesar de enfrentá-lo em permanência, nas casas dos doentes, no horror do lazareto, no contacto com as chagas pustulentas, na recolha dos mortos, nos enterros.
Quantas sepulturas abriram essas mulheres, raramente ajudadas por algum trabalhador da terra, solidário? Na espantosa peleja, a bexiga matou com tamanha rapidez e eficiência que não houve tempo nem maneira de levar tanto defunto ao cemitério.
Para os mais despossuídos as putas cavaram covas rasas e elas próprias enterravam os corpos. Em certos casos os urubus apareceram antes e só deixaram os ossos para o funeral.
Duas contraíram a varicela, nenhuma a bexiga negra, pois Tereza as vacinara no início das operações. Com surto forte, porém não mortal. Bolo Fofo teve que ser recolhida a casa do doutorzinho, agora repleta de doentes, lazareto de luxo, na classificação sarcástica do boticário.
Tereza vinha pela manhã e pela e pela tarde cuidar da gorduchona – reduzida a pele e ossos, a carne virou pus – e de Maxi. Também Boa Bunda apareceu febril, brotejas pelo corpo, erupção fraca, coisa à toa, nem a reteve ao leito, prosseguindo a rapariga de pé a cuidar da gente de Muricapeba, onde a safra de defuntos bateu o record da cidade. Boa Bunda era uma potência de força e energia, sem igual no manejo da pá para abrir covas.
Nenhuma delas morreu, ficaram todas para contar a história, mas tiveram de ir-se de Buquim ganhar a vida noutras zonas pois ali terminara a freguesia, não havendo clientela para quem continha dentro de si tanta bexiga. Tornaram-se imundas além de prosseguirem putas. Andam por aí, no mundo.
Também Tereza Batista se mudou de Buquim ao término da epidemia, mas não por lhe faltarem propostas, muito ao contrário.
Vendo-a atravessar o centro da cidade, o xale na cabeça, sempre ocupada com medicamentos e apetrechos, permanganato, picareta, sacos de estopa, doentes e defuntos, o virtuoso Presidente da Câmara Municipal, no cargo de prefeito até às próximas eleições, dono de fazenda, loja e eleitores, com dinheiro a juros em mãos seguras, até então chefe impoluto de família única, esposa e cinco filhos, tocado por tanta graça e formosura desperdiçadas em serviço torpe, se dispôs a seguir o exemplo de muita gente boa e estabelecer manceba, casa militar, pois além de tudo um perfeito necessita de representação, automóvel, talão de cheques e concubina. (clik na imagem e aumente)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
`4 ENTREVISTA COM JESUS SOB O TEMA:
“O SEWNHOR NASCEU EM BELÉM?” (3 e último)
Belém, "o Berço do Ocidente"
Belém era uma grande cidade quando Jesus nasceu. Está localizado cerca de 10 quilómetros ao sul de Jerusalém e hoje é uma cidade pertencente à Autoridade Palestiniana, onde convivem cristãos e muçulmanos. Na cidade fica a Basílica da Natividade, construída há 1.500 anos e que ainda está de pé. É um dos mais antigos templos cristãos no mundo.
Embora Jesus não tenha nascido em Belém, o nome desta cidade será para sempre ligado a ele e àquilo que Jesus significou para a cultura de toda a humanidade. Nas celebrações do Ano 2000, a Autoridade da Palestina expressou essa ideia lindamente colocando nos Cartazes Comemorativos a frase: “Belém: Berço do Ocidente”.
Belém era uma grande cidade quando Jesus nasceu. Está localizado cerca de 10 quilómetros ao sul de Jerusalém e hoje é uma cidade pertencente à Autoridade Palestiniana, onde convivem cristãos e muçulmanos. Na cidade fica a Basílica da Natividade, construída há 1.500 anos e que ainda está de pé. É um dos mais antigos templos cristãos no mundo.
Embora Jesus não tenha nascido em Belém, o nome desta cidade será para sempre ligado a ele e àquilo que Jesus significou para a cultura de toda a humanidade. Nas celebrações do Ano 2000, a Autoridade da Palestina expressou essa ideia lindamente colocando nos Cartazes Comemorativos a frase: “Belém: Berço do Ocidente”.
terça-feira, julho 19, 2011
CLARA NUNES - ALVORADA NO MORRO
Nasceu em 1942 e faleceu em 1983 na sequência de uma operação às varizes. Tinha uma voz adorável para boleros e sambas-canção. Em Dezembro de 1997 a gravadora EMI reditou toda a sua obra de artista em 16 CDs.
DO JUMENTO
Berluscconi caiu durante o banho
«O presidente do governo italiano, Silvio Berlusconi, submeteu-se a exames médicos depois de ter caído ao tomar banho tendo-se ferido na cabeça, informaram este sábado os media italianos.» [JN]
Parecer:
Para quem dá tantas por semana parece ter dificuldades em manter-se erecto enquanto toma banho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e deseje-se que o primeiro-ministro italiano tenha ficado bem da "cornadura".»
Parecer:
Para quem dá tantas por semana parece ter dificuldades em manter-se erecto enquanto toma banho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e deseje-se que o primeiro-ministro italiano tenha ficado bem da "cornadura".»
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 156
Quando Zacarias e Tapioca caíram com bexiga, o coronel estava de viagem, por isso ali permaneceram os dois, sendo que Tapioca logo morreu, não sem contagiar mais três. Com a chegada do patrão acabou-se a pagodeira, o capataz recebeu ordens terminantes e os quatro enfermos sob ameaça de revólver, arrastaram-se para longe da porteira. Três se internaram mata a dentro, morrendo onde morrer em paz, mas Zacarias tinha apego à vida. Nu, as chagas expostas, o rosto numa postema só, bexiga de canudo, visão do Inferno, por onde ia passando punha o povo em fuga. Sem forças foi cair na praça em frente à igreja.
Tereza veio e com a ajuda de duas putas – pois nenhum homem da localidade, nem sequer Maxi das Negras, teve ânimo de tocar o corpo podre do trabalhador – como um embrulho o enfiou no saco e o pôs ao ombro, carregando-o para o lazareto, onde já estavam, tendo ido pelos próprios pés, duas mulheres e um rapaz do campo, além de quatro outros procedentes de Muricapeba. Atravessando a aniagem, pus de Zacarias vinha grudar-se no vestido de Tereza, escorria-lhe viscoso pelo corpo.
W
WEEK – END, foi passar o week-end na capital… - Ria-se, gozador, o farmacêutico Camilo Tesoura a comentar a partida do doutorzinho; tesourando a vida alheia em plena epidemia. Agora o director do posto de saúde é Maxi das Negras e as enfermeiras são as quengas da zona.
Até mesmo o linguarudo farmacêutico terminou por meter a viola no saco quando Maximiano lhe apareceu com a cara pipocada de bexiga.
Apesar de revacinado logo no início do surto terminou pagando sua cota. Tereza Batista assumiu então o comando exclusivo da peleja, instalou Maxi na residência e no leito do doutorzinho, estando desabitada a casa, pois Tereza fora morar em Muricapeba, com as raparigas.
Sob as ordens de Tereza elas vacinaram a maioria dos habitantes da cidade e parte da população do campo. Conhecidas todas no lugar onde viviam e exerciam, puderam, com relativa facilidade, convencer os renitentes e os obtusos. No campo Tereza Batista enfrentou o coronel Simão Lamego, em cuja propriedade estava proibida a entrada de vacinadores – atrás da vacina vem a bexiga, acreditava e repetia o fazendeiro.
Tereza não fez caso da proibição, entrando cancela adentro sem pedir licença seguida de Maricota e Boa Bunda. Depois de muito bate-boca, de feio arranca-rabo, terminou por vacinar o próprio coronel. Não era ele de mandar bater em mulher e a possessa, bonita como todos os diabos, não arredava passo, resolvida a não ir embora sem antes vacinar os agregados. O coronel já ouvira falar nela, soubera de bexigosos carregados às costas para o lazareto, e, ao vê-la disposta a tudo, enfrentando-o na maior tranquilidade como se não estivesse na frente do façanhudo coronel Lamego, compreendeu não passar de mofina vaidade tanta teimosia se comparada à coragem da cabocla.
Moça, vosmicê é o cão, ganhou de mim.
Vacinar não foi nada: uma dificuldade aqui, outra acolá, ameaças de pancada, insolências de parte a parte, uns poucos incidentes; brigas de verdade, com mão na cara, três ou quatro, não passou disso. Duro mesmo era cuidar dos doentes nas casas e no lazareto, o farmacêutico fazendo as vezes de médico, elas fazendo todo o resto: aplicando permanganato e álcool canforado, furando as pústulas com espinhos de laranjeira, limpando o pus, trocando as folhas de bananeira colocadas em cima e em baixo do corpo, na cama, pois coberta e lençol não davam jeito, grudavam na pele, concorrendo para a ruptura e ligação das bolhas, para a formação dos canais da bexiga-de-canudo. (clik na imagem e aumente)
Tereza veio e com a ajuda de duas putas – pois nenhum homem da localidade, nem sequer Maxi das Negras, teve ânimo de tocar o corpo podre do trabalhador – como um embrulho o enfiou no saco e o pôs ao ombro, carregando-o para o lazareto, onde já estavam, tendo ido pelos próprios pés, duas mulheres e um rapaz do campo, além de quatro outros procedentes de Muricapeba. Atravessando a aniagem, pus de Zacarias vinha grudar-se no vestido de Tereza, escorria-lhe viscoso pelo corpo.
W
WEEK – END, foi passar o week-end na capital… - Ria-se, gozador, o farmacêutico Camilo Tesoura a comentar a partida do doutorzinho; tesourando a vida alheia em plena epidemia. Agora o director do posto de saúde é Maxi das Negras e as enfermeiras são as quengas da zona.
Até mesmo o linguarudo farmacêutico terminou por meter a viola no saco quando Maximiano lhe apareceu com a cara pipocada de bexiga.
Apesar de revacinado logo no início do surto terminou pagando sua cota. Tereza Batista assumiu então o comando exclusivo da peleja, instalou Maxi na residência e no leito do doutorzinho, estando desabitada a casa, pois Tereza fora morar em Muricapeba, com as raparigas.
Sob as ordens de Tereza elas vacinaram a maioria dos habitantes da cidade e parte da população do campo. Conhecidas todas no lugar onde viviam e exerciam, puderam, com relativa facilidade, convencer os renitentes e os obtusos. No campo Tereza Batista enfrentou o coronel Simão Lamego, em cuja propriedade estava proibida a entrada de vacinadores – atrás da vacina vem a bexiga, acreditava e repetia o fazendeiro.
Tereza não fez caso da proibição, entrando cancela adentro sem pedir licença seguida de Maricota e Boa Bunda. Depois de muito bate-boca, de feio arranca-rabo, terminou por vacinar o próprio coronel. Não era ele de mandar bater em mulher e a possessa, bonita como todos os diabos, não arredava passo, resolvida a não ir embora sem antes vacinar os agregados. O coronel já ouvira falar nela, soubera de bexigosos carregados às costas para o lazareto, e, ao vê-la disposta a tudo, enfrentando-o na maior tranquilidade como se não estivesse na frente do façanhudo coronel Lamego, compreendeu não passar de mofina vaidade tanta teimosia se comparada à coragem da cabocla.
Moça, vosmicê é o cão, ganhou de mim.
Vacinar não foi nada: uma dificuldade aqui, outra acolá, ameaças de pancada, insolências de parte a parte, uns poucos incidentes; brigas de verdade, com mão na cara, três ou quatro, não passou disso. Duro mesmo era cuidar dos doentes nas casas e no lazareto, o farmacêutico fazendo as vezes de médico, elas fazendo todo o resto: aplicando permanganato e álcool canforado, furando as pústulas com espinhos de laranjeira, limpando o pus, trocando as folhas de bananeira colocadas em cima e em baixo do corpo, na cama, pois coberta e lençol não davam jeito, grudavam na pele, concorrendo para a ruptura e ligação das bolhas, para a formação dos canais da bexiga-de-canudo. (clik na imagem e aumente)
HISTÓRIAS
DE HODJA
Hodja e os seus amigos estão a fazer um piquenique à beira do lago Akshehir num dia de verão. Estão muito divertidos quando, de repente, vêm um homem cair no lago e que está prestes a afogar-se e que grita: “Salvem-me”! Depressa!”
Os homens que estão perto da margem gritam: “Dê-me a sua mão!” “Dê a sua mão!”
Mas o homem não lhes dá a mão. Quase a afogar-se, Hodja grita-lhe: “Pegue na minha mão!” “Venha, pegue a minha mão!”
E o homem, que estava prestes a afogar-se, pegou na mão do Hodja e salvou-se.
Todos estão curiosos: “Hodja, por que é que ele não agarrou as nossas mãos e agarrou na tua?”
Hodja explica: “Este homem é um agiota. Ele nunca dá, apenas leva. Ele nunca daria a sua mão porque nunca deu nada na vida. Mas quando eu lhe disse para agarrar a minha mão, então ele imediatamente o fez.”
Os homens que estão perto da margem gritam: “Dê-me a sua mão!” “Dê a sua mão!”
Mas o homem não lhes dá a mão. Quase a afogar-se, Hodja grita-lhe: “Pegue na minha mão!” “Venha, pegue a minha mão!”
E o homem, que estava prestes a afogar-se, pegou na mão do Hodja e salvou-se.
Todos estão curiosos: “Hodja, por que é que ele não agarrou as nossas mãos e agarrou na tua?”
Hodja explica: “Este homem é um agiota. Ele nunca dá, apenas leva. Ele nunca daria a sua mão porque nunca deu nada na vida. Mas quando eu lhe disse para agarrar a minha mão, então ele imediatamente o fez.”
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À 4ª ENTREVISTA COM JESUS SOB O TEMA:
“O SENHOR NASCEU EM BELÉM?” (2)
JESUS “de NAZARÉ”
Somente Lucas e Mateus colocam Jesus a nascer em Belém. Nem Marcos nem João o afirmam ou sequer referem uma única história da infância de Jesus no seu evangelho e sempre se referem a ele como Jesus "de Nazaré", dando assim a entender ter sido ali o seu nascimento e isto, porque, no tempo em que não havia apelidos ou sobrenomes o hábito era acrescentar ao nome da pessoa o da terra onde ele nascera, neste caso, Jesus “da Nazaré”. Há outros exemplos no Novo Testamento, Saulo “de Tarso” (Atos 9.1), José “de Arimatéia” (Mc 15,43), Lázaro “de Betânia” (João 11.1). O primeiro evangelho a ser escrito, o de Marcos, refere-se explicitamente a Nazaré como a "pátria" de Jesus (Mc 6.1). O próprio Jesus diz que Nazaré é a "sua terra" (Mc 6,4). Para todos, Jesus era "o Nazareno", outra maneira de dizer que ele tinha nascido em Nazaré.
A Linhagem de David
Fazendo Jesus nascer em Belém, a cidade de David, o rei dos israelitas mais amado, Lucas quis estabelecer entre ele e o grande rei de Israel, um relacionamento não só simbólico mas também familiar. Lucas e Mateus queriam apresentar Jesus como o herdeiro de uma linhagem de David. E Mateus, que escreveu para as comunidades judaicas escolheu Belém para apresentar Jesus como o Messias esperado. O seu nascimento em Belém, mostrava que Jesus cumpria a profecia de Miquéias (Mq 5,1-3). Os autores dos Evangelhos faziam teologia a partir da história e história a partir da teologia que lhes interessava compartilhar com as comunidades para as quais escreviam.
Somente Lucas e Mateus colocam Jesus a nascer em Belém. Nem Marcos nem João o afirmam ou sequer referem uma única história da infância de Jesus no seu evangelho e sempre se referem a ele como Jesus "de Nazaré", dando assim a entender ter sido ali o seu nascimento e isto, porque, no tempo em que não havia apelidos ou sobrenomes o hábito era acrescentar ao nome da pessoa o da terra onde ele nascera, neste caso, Jesus “da Nazaré”. Há outros exemplos no Novo Testamento, Saulo “de Tarso” (Atos 9.1), José “de Arimatéia” (Mc 15,43), Lázaro “de Betânia” (João 11.1). O primeiro evangelho a ser escrito, o de Marcos, refere-se explicitamente a Nazaré como a "pátria" de Jesus (Mc 6.1). O próprio Jesus diz que Nazaré é a "sua terra" (Mc 6,4). Para todos, Jesus era "o Nazareno", outra maneira de dizer que ele tinha nascido em Nazaré.
A Linhagem de David
Fazendo Jesus nascer em Belém, a cidade de David, o rei dos israelitas mais amado, Lucas quis estabelecer entre ele e o grande rei de Israel, um relacionamento não só simbólico mas também familiar. Lucas e Mateus queriam apresentar Jesus como o herdeiro de uma linhagem de David. E Mateus, que escreveu para as comunidades judaicas escolheu Belém para apresentar Jesus como o Messias esperado. O seu nascimento em Belém, mostrava que Jesus cumpria a profecia de Miquéias (Mq 5,1-3). Os autores dos Evangelhos faziam teologia a partir da história e história a partir da teologia que lhes interessava compartilhar com as comunidades para as quais escreviam.
segunda-feira, julho 18, 2011
FILME DA CANÇÃO DE LISBOA - O EXAME DE MEDICINA
É uma cena histórica do cinema português e do nosso grande Vasco Santana. O filme é de 1933, realizado por José Cottinelli Telmo e foi o primeiro filme sonoro que inaugura o género da Comédia Portuguesa. Foi um êxito não só em Portugal mas também no Brasil. Exprime o carácter tipicamente português e por isso ele ficou como um clássico que se vê e revê ao longo dos tempos até aos dias de hoje.
MARIA CAVACO - QUANDO O PEITO TEM SAUDADE
Nenhuma outra forma musical exprime melhor o sentimento da saudade do que o nosso fado.
TEREZA
BATISTA
CANSADA
DE
GUERRA
Episódio Nº 155
V
Viu o povo de Buquim coisas de assombrar naqueles dias de bexiga negra. Viu o director do posto de saúde, jovem doutor de Faculdade, fugir em tão desabalada fuga a ponto de tomar o trem errado, fazendo o trajecto para Aracaju via Bahia, pela bexiga expulso da cidade. A correria do fujão, descrita em detalhes pelo farmacêutico na noticiosa porta da botica, causou risos no meio do choro pelos mortos. Onde vai assim com tanta pressa, o doutorzinho? Vou a Aracaju pelas vacinas. Mas esse trem não vai, ele vem de Aracaju, vai para a Bahia. Me serve qualquer trem, qualquer caminho, o tempo urge. Mas as vacinas eu as trouxe, estão aqui comigo, estoque suficiente para vacinar de cabo a rabo o estado de Sergipe e ainda sobra. Pois que lhe façam bom proveito, fique também com os eleitores de Buquim e, se tem dinheiro e competência, com a rapariga, é de chupeta.
Viu o povo de Buquim coisas de assombrar naqueles dias da bexiga-de-canudo. Viu as putas de Muricapeba, singular e diminuto batalhão, sob o comando de Tereza Batista, espalhando-se pela cidade e pelas roças a aplicar vacinas.
Boa Bunda, de colossal traseiro; a magra Maricota para apreciadores do género esqueleto, muito em moda; Mão de Fada, nos tempos de donzela assim apelidada pelos namorados, até que um deles foi para além da mão e lhe fez a caridade. Bolo Fofo, balofa, gordalhona, para os apreciadores do género jaca-mole ou colchão de carnes, há quem goste; a velha Gregória, com cinquenta anos de labuta, contemporânea do doutor Evaldo, pois chegaram os dois a Buquim na mesma data; a menina Cabrita, com catorze anos de idade e dois de ofício, um riso arisco.
Quando Tereza as convidou, a velha disse não, quem é doida de se meter no meio da bexiga? Mas Cabrita disse sim, eu vou. Foi braba a discussão, além da vida que tinham elas a perder? E a vida de uma puta de sertão, morta de fome, que merda vale? Nem a bexiga quer vida tão barata, até a morte a enjeita. Gregória ainda não está farta de miséria? Foram as seis e aprenderam com Tereza, Maxi e com o farmacêutico a vacinar, rápido aprenderam – para quem trabalha de rameira nada é difícil, acreditem.
Recolheram bosta seca nos currais, lavaram a roupa empesteada, lavaram enfermos com permanganato, furaram pústulas, cavaram covas, enterraram gente. As putas, elas sozinhas.
Viu o povo de Buquim coisas de assombrar naqueles dias da bexiga-mãe. Viu os bexiguentos andar nas estradas e nas ruas, postos fora das fazendas, buscando o lazareto, morrendo nos caminhos. Viu o povo fugindo, abandonando as casas no medo do contágio, sem rumo, sem destino – quase deserto ficou o arruado de Muricapeba. Dois fugitivos foram pedir pouso no sítio de Clodô, este os recebeu de clavinote em punho, caiam fora, vão para os Infernos. Insistiram, choveu bala, um morreu logo, o outro penou, não sabia Clodô já estar contaminado; ele, a mulher, dois filhos e mais um de criação, não sobrou nenhum, todos no papo da bexiga.
Viu por fim o povo, num assombro a citada Tereza Batista levantar na rua um bexiguento, com a ajuda de Gregória e de Cabrita metê-lo num saco de estopa e pô-lo ao ombro. Era Zacarias, mas nem a velha nem a menina reconheceu o frustrado freguês da outra noite – expulsos da propriedade do coronel Simão Lamego, ele e mais três variolosos.
Não queria o coronel contaminação em terras suas, fossem morrer na puta que os pariu e não ali ameaçando os demais trabalhadores e membros da família ilustre. (clik na imagem e aumente)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À 4ª ENTREVISTA COM JESUS SOB O TEMA:
“O SENHOR NASCEU EM BELÉM?” (1)
O Censo Romano na Palestina
Jesus sabia do censo na época em que nasceu. O censo foi uma ferramenta de controle utilizada Roma nos seus domínios. O que feito em Israel, segundo Lucas, foi ordenado por Públio Sulpício Quirino, legado de Roma na província da Síria. A pesquisa compreendeu duas fases: a inscrição e cobrança. O primeiro passo foi um inventário ou cadastro de pessoas e bens em todo o país. Na segunda etapa, assinalavam a cada pessoa os impostos correspondentes a pagar e começava-se a cobrar. Esta segunda fase, que alguns pesquisadores chamam simplesmente de "censo" parece ter ocorrido por volta do Ano 6 após o nascimento de Jesus.
Com base nestes dados, o nascimento de Jesus teria ocorrido durante a primeira fase, do registo. Este Censo consagrou formalmente o domínio de Israel pelo Império Romano.
Segundo o censo, a Palestina era uma província de Roma. Ao escrever seu evangelho, Lucas está particularmente interessado neste facto histórico e político, já que as viagens de uma região a outra que o censo originou em todo o país, justificou a deslocação de José e Maria para a Belém e lhe permitiu este recurso literário para a sua narrativa teológica.
Jesus sabia do censo na época em que nasceu. O censo foi uma ferramenta de controle utilizada Roma nos seus domínios. O que feito em Israel, segundo Lucas, foi ordenado por Públio Sulpício Quirino, legado de Roma na província da Síria. A pesquisa compreendeu duas fases: a inscrição e cobrança. O primeiro passo foi um inventário ou cadastro de pessoas e bens em todo o país. Na segunda etapa, assinalavam a cada pessoa os impostos correspondentes a pagar e começava-se a cobrar. Esta segunda fase, que alguns pesquisadores chamam simplesmente de "censo" parece ter ocorrido por volta do Ano 6 após o nascimento de Jesus.
Com base nestes dados, o nascimento de Jesus teria ocorrido durante a primeira fase, do registo. Este Censo consagrou formalmente o domínio de Israel pelo Império Romano.
Segundo o censo, a Palestina era uma província de Roma. Ao escrever seu evangelho, Lucas está particularmente interessado neste facto histórico e político, já que as viagens de uma região a outra que o censo originou em todo o país, justificou a deslocação de José e Maria para a Belém e lhe permitiu este recurso literário para a sua narrativa teológica.
domingo, julho 17, 2011
HOJE È
DOMINGO
(Da minha Cidade de Santarém)
(Da minha Cidade de Santarém)
Do meu Café, na minha cidade de Santarém, em mais esta manhã de Domingo, sinto que pairam sobre o mundo ameaças sinistras que vêm aumentando de há meses para cá embora nada de verdadeiramente novo tenha acontecido para além do deslizar incessante das dívidas e o aproveitamento que daí fazem os especuladores escondidos atrás dos muito respeitosos mercados.
Não consigo entender onde é que essa gente tenciona viver num mundo virado do avesso… E.U.A. e Europa navegam em barcos que estão em risco de soçobrar sem que apareça o bom senso e a coragem política capazes de segurar o leme e dar-lhes um novo rumo senão mesmo salvá-los do naufrágio. A isto, chama-se viver no fio da navalha!
Ainda não há muitos anos vimos soçobrar os países do mundo comunista… um dia acordaram com uma mão cheia de nada, o regime implodiu, morreu pobre e triste, sem esperança ou vontade de continuar a viver.
Marx tinha afirmado que o capitalismo continha em si o “gérmen da sua própria destruição” e ao dizê-lo pensava, naturalmente, na voracidade dos patrões incapazes de controlarem a sua fome de lucros à custa de tudo e de todos e por isso lançou as bases do comunismo: fim da livre iniciativa, apropriação pelos estados dos factores de produção, economias planeadas, fim das liberdades… deu no que deu!
O capitalismo saiu vitorioso e durante décadas fez a felicidade dos países que o adoptaram potenciando a criação da riqueza num quadro de liberdade.
Mas Marx tinha razão: o capitalismo encerra em si o gérmen da sua própria destruição tal como o comunismo também o encerrou. Estou a referir-me ao homem. O “Homem Lobo do Homem” de que falou o filósofo inglês Thomas Hobbes e nenhum regime pode esquecer-se disso.
A natureza auto regula-se senão interferirem mas o homem desregula-se se os regimes não se precaverem, depois … depois, restam como saída, as guerras e as revoluções como sempre se viu.
Estamos a assistir a essa desregulação e a ser vítimas dela: a corrupção, os paraísos fiscais, a especulação dos preços, principalmente em bens alimentares por fundos de investimento de risco sem alma nem rosto, a evasão fiscal, tudo isto conduzindo a uma flagrante violação dos direitos humanos.
Os chamados “motins da fome” em 2007/8 no Haiti, Egipto e mais 30 países foram o resultado de especulação financeira.
Um por cento da população mundial detém 57% da propriedade do globo e 50% do comércio mundial passa pelos paraísos fiscais responsáveis pela perda de 1 bilião de dólares ( cem mil milhões vezes dez) da receita fiscal.
85% dos bens consumidos mundialmente são-no pelos 20% da população mais rica. Os fluxos financeiros ilícitos são calculados entre 1 e 1,6 biliões de dólares por ano, estimativa que é aceite pelo Banco Mundial e na sua maior parte “voam” dos países em desenvolvimento para o chamado “primeiro mundo”. Nas ilhas Caimão, Gibraltar e Seychelles quase não se pagam impostos.
Se os paraísos fiscais não existissem haveria verbas mais que suficientes para atingir os objectivos do milénio da ONU em 2015: erradicação da pobreza extrema e da fome, redução da taxa de mortalidade infantil e a educação primária universal.
Alguma coisa se está a fazer ao nível da luta contra a corrupção que para além de ser conhecida, detectada e denunciada, tem que ser combatida de forma decisiva e à escala mundial.
Os países têm que prosseguir, dentro de si e nas suas relações uns com os outros, preceitos de ética e de moral. O homem não pode ser deixado livre sem uma eficaz regulação porque é ele que é o gérmen da sua própria destruição.
Bom Domingo a todos.
(Em cima e à direita a velha Ponte D. Luís que liga Santarém à margem sul do rio Tejo em momento de cheia. Inaugurada em 1881, considerada então a maior da península, a 3ª da europa e a 6ª do mundo, ficando como um dos grandes exemplares da arquitectura do ferro. Hoje, um pouco mais a baixo, temos também a nova ponte Salgueiro Maia.)