Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, fevereiro 02, 2013
APRENDI...
Aprendi....que ninguém
é perfeito enquanto não se apaixona.
Aprendi....que a vida é dura
mas eu sou mais que ela!!
Aprendi que... as oportunidades nunca se perdem aquelas que desperdiças... alguém as aproveita.
Aprendi que... quando te importas com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.
Aprendi que... devemos sempre dar palavras boas... porque amanhã nunca se sabe as que temos que ouvir.
Aprendi que...um sorriso é uma maneira económica de melhorar teu aspecto.
Aprendi que... não posso escolher como me sinto... mas posso sempre fazer alguma coisa.
Aprendi que...quando o teu filho recém-nascido
segura o teu dedo na sua mão tenta prende-lo para toda a vida.
Aprendi que...todos, todos querem viver no topo da montanha... mas toda a felicidade está durante a subida.
Aprendi que... temos que aproveitar da viagem
e não apenas pensar na chegada.
Aprendi que...o melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias... quando são pedidos e quando deles depende a vida.
Aprendi que...quanto menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.
é perfeito enquanto não se apaixona.
Aprendi....que a vida é dura
mas eu sou mais que ela!!
Aprendi que... as oportunidades nunca se perdem aquelas que desperdiças... alguém as aproveita.
Aprendi que... quando te importas com rancores e amarguras a felicidade vai para outra parte.
Aprendi que... devemos sempre dar palavras boas... porque amanhã nunca se sabe as que temos que ouvir.
Aprendi que...um sorriso é uma maneira económica de melhorar teu aspecto.
Aprendi que... não posso escolher como me sinto... mas posso sempre fazer alguma coisa.
Aprendi que...quando o teu filho recém-nascido
segura o teu dedo na sua mão tenta prende-lo para toda a vida.
Aprendi que...todos, todos querem viver no topo da montanha... mas toda a felicidade está durante a subida.
Aprendi que... temos que aproveitar da viagem
e não apenas pensar na chegada.
Aprendi que...o melhor é dar conselhos só em duas circunstâncias... quando são pedidos e quando deles depende a vida.
Aprendi que...quanto menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.
Poema Do Fecho Éclair
Filipe II tinha um colar de oiro,
tinha um colar de oiro com pedras rubis.
Cingia a cintura com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz.
Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.
Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
Combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.
Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco,
e a tíbia de um santo
guardada num frasco.
.
Foi dono da Terra
foi senhor do Mundo,
nada lhe faltava
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safiras, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo,
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
(António Gedeão - Poeta português - 1906-1997)
Filipe II tinha um colar de oiro,
tinha um colar de oiro com pedras rubis.
Cingia a cintura com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz.
Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.
Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
Combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.
Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco,
e a tíbia de um santo
guardada num frasco.
.
Foi dono da Terra
foi senhor do Mundo,
nada lhe faltava
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safiras, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo,
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
(António Gedeão - Poeta português - 1906-1997)
Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente.
A Quanto obrigas…curiosidade!
Não se sabe como, mas um turco conseguiu pegar dinheiro emprestado de um Judeu. Acontece que o Turco nunca pagava nenhuma de suas dívidas e o judeu nunca deixava de receber o que lhe deviam.
O tempo passa, o turco enrolando e o Judeu atrás dele. Até que um dia eles se cruzaram no café de um alentejano e começaram uma discussão.
O turco encurralado não encontrou outra saída, pegou um revólver encostou na própria cabeça e disse:
O judeu não quis deixar por menos, pegou o revólver do chão, encostou a sua cabeça e disse:
- Eu vou receber esta dívida, nem que seja no inferno! E puxou o gatilho, caindo morto no chão.
O alentejano, que observava tudo, pegou o revólver do chão, encostou na cabeça e disse:
- Pois eu não perco esta briga por nada!
Não se sabe como, mas um turco conseguiu pegar dinheiro emprestado de um Judeu. Acontece que o Turco nunca pagava nenhuma de suas dívidas e o judeu nunca deixava de receber o que lhe deviam.
O tempo passa, o turco enrolando e o Judeu atrás dele. Até que um dia eles se cruzaram no café de um alentejano e começaram uma discussão.
O turco encurralado não encontrou outra saída, pegou um revólver encostou na própria cabeça e disse:
- Eu posso ir para o inferno, mas não pago esta dívida! E puxou o gatilho, caindo morto no chão.
O judeu não quis deixar por menos, pegou o revólver do chão, encostou a sua cabeça e disse:
- Eu vou receber esta dívida, nem que seja no inferno! E puxou o gatilho, caindo morto no chão.
O alentejano, que observava tudo, pegou o revólver do chão, encostou na cabeça e disse:
- Pois eu não perco esta briga por nada!
DO
CARNAVAL
Episódio Nº 12
Aquela amizade chegara a
ser uma grande consolação para as suas vidas. Sentiam-se amparados uns pelos
outros. Ajudavam-se e juntos procuravam a fidelidade das suas existências.
Depois de ter aprendido, com Pedro Ticiano, todas as atitudes cépticas, eles
diziam, havia um “fim” na vida.
Pedro Ticiano ria:
- Há, sim. O fim é a morte…
Reuniam-se em torno de
Pedro Ticiano cujo espírito os encantava. E fizeram-se uma força. Temidos
tinham a coragem de dizer todas as verdades. Diferentes uns dos outros, tinham,
entretanto, grandes afinidades que os uniam.
Ricardo Braz nascera no
Piauí. Rapaz, teve que emigrar para tentar a vida na Bahia. Conseguira entrar para
a Escola Agrícola para abandoná-la logo de seguida por falta de recursos. Por
fim, arranjara um emprego público e estava a se formar na Faculdade de Direito.
Poeta, publicara um livro
de versos. E como os versos fizeram sucesso, começou a odiá-los. Necessitado de
carinho, era um peregrino do sentimento. Tinha uma grande sede de amor.
E quando pensava na
finalidade da vida, idealizava sempre uma moça de grandes olhos triste que
fosse o tipo da esposa ideal.
O Gomes, A. Gomes,
director da Bahia-Nova como diziam os seus inseparáveis cartões de visita,
possuía uma inteligência agudíssima ao serviço do mais completo analfabetismo.
Tentara já umas cinquentas
profissões. Desde empregado de venda a cobrador de contas consideradas insaldáveis.
Por fim, resolvera ser
jornalista. Metera-se pelos sertões em busca de coronéis-prefeitos de municípios
que lhe dessem notas sobre as suas cidades, fotografias e dinheiro.
A revista saíra. E, coisa
até então considerada impossível na Bahia, já estava no 25º número (dos quais só
apareceram 14) e o Gomes, cônscio da sua nova posição de jornalista, não
largava um charuto e uma pasta que tinha pretensões a histórica.
Ricardo costumava dizer:
- Você, Gomes, é um canalha, mas você vence. Tem
alma de chantagista. Não tem moral alguma…
O Gomes protestava,
vermelho.
E Ticiano acalmava:
- Esse negócio de moral é uma tolice. O homem
de talento não tem moral. E você, Gomes, tem talento. É quanto basta. Só um
defeito não é perdoável no homem: a burrice.
Gomes, sorria feliz. E quando
a conversa girava sobre insatisfação e finalidade da vida, recostava-se na
cadeira e ficava a ver, na fumaça do charuto, um palacete, auto-carros,
mulheres e coronéis, muitos coronéis a carregarem sacos de dinheiro…
O mais apagado deles
chamava-se Jerónimo Soares. Mulato claro, bom rapaz, ingénuo, sem pretensões,
sem vaidades, lugar-comum humano, que Ticiano vivia, entretanto, a fazer “à sua
imagem e semelhança.”
Estes animais com os seus comportamentos paternais, as suas poses, a doçura das crias, são um convite irresistível à fotografia... mesmo quando tem que se ir de helicóptero.
sexta-feira, fevereiro 01, 2013
A Bela do Bairro
Ela era muito bonita e benza-a Deus
muito puta que era sempre à espera
dos pagantes à janela do rés-do-chão
mas eu teso e pior que isso néscio desses amores
tenho o quê? quinze anos
tenho o quê uns olhos com que a vejo
que se debruçava mostrando os peitos
que a amei como se ama unicamente
uma vez um colo branco e até as jóias
que ela punha eram luzentes semelhando estrelas
eu bato o passeio à hora certa e amo-a
de cabelo solto e tudo não parece
senão o céu afinal um pechisbeque ainda agora as minhas narinas fremem
turva-se o coração desmantelado
amando-a amei-a tanto e sem vergonha
oh pecar assim de jaquetão sport e um cigarro
nos queixos a admiração que eu fazia
Ela era muito bonita e benza-a Deus
muito puta que era sempre à espera
dos pagantes à janela do rés-do-chão
mas eu teso e pior que isso néscio desses amores
tenho o quê? quinze anos
tenho o quê uns olhos com que a vejo
que se debruçava mostrando os peitos
que a amei como se ama unicamente
uma vez um colo branco e até as jóias
que ela punha eram luzentes semelhando estrelas
eu bato o passeio à hora certa e amo-a
de cabelo solto e tudo não parece
senão o céu afinal um pechisbeque ainda agora as minhas narinas fremem
turva-se o coração desmantelado
amando-a amei-a tanto e sem vergonha
oh pecar assim de jaquetão sport e um cigarro
nos queixos a admiração que eu fazia
entre a malta não é para esquecer nem lá ao fundo
como então puxo as abas da farpela
lentamente caminho para ela
a chuva cai miúda
e benza-a Deus que bonita e que puta
e que desvelos a gente
gastava em frente do amor
Fernando de Assis Pacheco (1937- 1995 )
Tocou com Luís Gonzaga, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e foi ele que, em 1977, escreveu a música do filme o Cangaceiro.
Depois de meio século de matrimónio ele morreu e, pouco tempo depois, também ela se foi para o céu...
No céu encontra o marido, corre rápidamente para ele e diz :
- Queriiiiiidoooooo!!! Que bom encontrar-te !!!!
Ao que ele responde :
- Não me lixes Cristina! O contrato foi muito claro :
ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
BAHIA |
O PAÍS
DO
CARNAVAL
Episódio Nº 11
Pedro Ticiano contava
então sessenta e quatro anos. Velho trabalhador da imprensa, estava na última
fase da sua vida, à margem do jornalismo, onde fizera nome.
Toda a sua existência
resumira-se em fazer frases de espírito e desagradar ao bom senso.
No Rio de Janeiro
tornou-se conhecido pelos seus epigramas e pelo seu espírito sarcástico.
Panfletário de pulso, chegara a ter um grande lugar no jornalismo da Metrópole.
Um dia deram-lhe um bom
emprego na província.
Na Bahia, que noutros
tempos fora chamada de Atenas Brasileira, florescia nesse tempo a mais completa
estupidez.
Pedro Ticiano resolveu
fazer, na “boa terra” a campanha pró inteligência. Começou a atacar o
mulatismo. Desassombrado, ficou sendo o terror dos estudantes que se fazem
poetas e dos camelos que fazem os artigos de fundo dos jornais baianos.
Porque na Bahia, boa
cidade de Todos os Santos e em particular do Senhor do Bonfim, todo o mundo é
intelectual. O bacharel é, por força escritor, o médico que escreve um trabalho
sobre sifilis passa a ser chamado de poeta e os juízes dão valiosas opiniões
literárias, das quais ninguém tem coragem de discordar.
Pedro Ticiano dizia que na
Bahia, se não publicava maus versos em revistas elegantes, tinha com certeza
algumas trovas rabiscadas no fundo da gaveta.
Começaram a odiar Ticiano.
Foram-lhe fechando aos poucos a imprensa. Certa vez que escrevera violento
artigo contra um mulato político em evidência foi demitido do emprego. Não
podia mais voltar ao Rio. E ficou então na Bahia, pobre, tendo como prémio de
uma grande vida o ódio de todos os mestiços baianos que escreviam.
Rodeavam-no alguns amigos,
poucos, os últimos e talvez os únicos verdadeiros que tivera na vida.
A sua grande satisfação
era saber-se temido. Os seus inimigos não tinham coragem de atacá-lo e eram
obrigados a reconhecer que o espírito de Pedro Ticiano continuava cada vez mais
moço.
Notavam-lhe quase sempre o
estranho paradoxo do seu nome Pedro Ticiano. Um nome burguesíssimo e um nome de
artista.
E ele explicava. Seu pai
fora um comerciante que passara a vida toda a ver se conseguia reunir uma
fortuna para lhe deixar.
Quando todos o julgavam
muito rico, faliu. Morrera de desgosto. Fizera questão que ele se chamasse
Pedro. A mãe que tinha muita sensibilidade (escrevia às irmãs cartas em verso e
tinha no quarto um retrato de Victor Hugo) achara o nome de Pedro horrível e,
para suavizá-lo, acrescentou o de Ticiano. E foi baptizado Pedro Ticiano
Tavares.
Ticiano, quando cresceu
arrancou o Tavares. O pai o perseguia muito por causa das suas tendências
jornalísticas. O velho embirrava com literatos. Versos não sustentavam ninguém,
costumava dizer. E Ticiano que nessa época tinha veleidades, tirou o Tavares do
nome, dizendo que a família não havia de gozar da sua glória. Ficou sendo
apenas Pedro Ticiano. Hoje, pensava que o velho tinha muita razão. Versos não dão
comer a ninguém… Nem versos, nem prosa…
O JUSTICEIRO
Pelos vistos, não sabia ler nem escrever
para além de que era gago, como já se disse. Contracenava com o seu primo de
Castela, D. Pedro, o Cruel, com quem se parecia tanto como dois ovos de serpente
se parecem.
Só fazia três coisas que eram o seu
regalo: caçar aves e animais de pêlo, folgar, comer e beber e fazer justiça –
mais exercícios de maldade que outra coisa – o que revela bem o estado de barbárie crassa e
o baixo nível da sociedade portuguesa. Não se andaria muito longe da verdade se
a comparássemos a um sobado africano com a diferença da nossa vida eclesiástica
e mesmo essa muito primária com os curas não sabendo ler nem escrever e os
próprios bispos a assinar de cruz.
E como diziam missa, perguntar-se-á?
- Conheciam de ouvido os passos
litúrgicos com o respectivo latim-latão, pronunciando os dizeres com voz
automática, tal como agora nas macumbas e práticas supersticiosas para emitir
esconjuros e enguiços.
Para onde o rei ia exigia mesa posta,
franca e farta e nisso era muito gabado porque gastava bastante, ao contrário
de seu pai que era sovina, unhas-de-fome.
A
guerra fazia-se com mesnadas ou seja, mercenários, oriundos de servos da gleba,
que eram sustentados, pagos e armados pelos ricos-homens. Quando era na hora crítica
punham de banda o arado e a charrua e empunhavam a lança, o arco e mesmo a
funda e saíam em campo em defesa do seu príncipe.
A caça era hábito de todos os reis e
gente de prol, mas já a dança àquela altura aparece como um passatempo
esporádico e por parte de um rei, algo de anormal inspirado, talvez, na velha
Jerusalém com o rei David que ia bailar diante da Arca mas, para o nosso rei D.
Pedro, a dança era uma bambochata, saricoté de escravos.
Das vezes que atravessava o Tejo, vindo
de Almada, os pirangas do cais, que já lhe conheciam o fraco, esperavam-no com
os seus momos, danças e brincadeiras e vá de armara a contradança para, entre
batuques e moirisca, o conduzirem ao Paço.
Acontecia a altas horas da noite o rei,
porque estivesse com espertina, debaixo da influência de espíritos libidinosos
ou por comportamentos próprios de pessoa atreita a epilepsia, saltava da cama,
chamava pelos dois camareiros, João Mateus e Lourenço Paios e mandava aparelhar
a serenata.
Vinham tocadores, acendiam-se archotes e
lá ia ruas fora, sapateando, com os dedos tocando castanholas. Os vizinhos
acordavam estremunhados e vinham às janelas. Gritavam-lhes:
-
Vinde daí. É el-rei…
E lá vinham eles, uns em pelota ou mal
envoltos num saio ou capote com capuz e lá iam todos ao som da fandangada
acordar os mortos debaixo do lajedo das igrejas.
Ao cabo destas festanças picadas e repicadas
no terreiro, o rei chegava ao paço meio derreado e cheio de fome. Mandava vir
vinho e fruta e tudo comia à barba longa. No fim, o rei atirava-se para cima da
cama dois dias e duas noites a sono solto.
Era, pois, um rei do mais ramboieiro e
em festas e comezainas consumia os maravedis que lhes chegavam à mão.
Um dos festivais, falados pela
sumptuosidade e rasgo especial de que se revestiu foi aquele em que um tal João
Afonso Telo recebeu o título de conde.
Quem era este fulano para receber tais
honras de el’rei?
Não o diz o cronista do reino, Fernão
Lopes, como não diz também outras coisas movido pela descrição na qualidade de
escrivão da pureza que devia guardar segredo, mas tudo deixa antever nas
entrelinhas que andava por ali homossexualidade.
Quando Telo saíu da residência régia
para o mosteiro de S. Domingos, o rei preparou-lhe uma festa com seiscentas
arroubas de cera que fizeram cinco mil círios e tochas que milhares de homens
seguravam nas mãos, não deixando dúvidas de que era o seu favorito.
Telo passou no meio daquele rio de
luzes, entre fidalgos e ricos-homens e o rei, à frente, batendo a mais
desenfreada dança.
No Rossio, armaram tendas improvisadas
com fornos de cozinhar onde assavam vacas inteiras que eram postas à disposição
do bom povo de Lisboa, bem como montes de trigo e talhas cheias de vinho e tudo
à saúde daquele garboso D. João Afonso Telo, miminho de el’-rei.
(continua)
De há muito que aprecio António Costa, actual Presidente da Câmara de Lisboa e candidato a um novo mandato. Tal como António Vitorino, que voltou as costas à política partidária sem praticamente dar o seu contributo ao partido e ao país com um argumento de somenos, abandonando o cargo de Vice- Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1995, no XIII Governo Constitucional. Seguiu então para Bruxelas como Comissário Europeu responsável pelos Assuntos Internos e a Justiça que desempenhou com um mérito indiscutível reconhecido por toda a Europa.
Foi-se embora, abandonou a política activa, regressou à privada...
Eles são, indiscutivelmente, os políticos
de melhor qualidade do Partido Socialista Português e do país e foi com uma
certa tristeza que assisti às cenas a que Costa se sujeitou na noite de
ante-ontem com o seu colega António José Seguro, Secretário-Geral do Partido.
Seguro é um político formatado na escola
do Partido onde sempre viveu mais ou menos na sombra e silencioso, cultivando
afectos na estrutura do aparelho, Concelhias e Distritais, com um discurso de
cassete, à espera do seu momento que surgiu com a derrota de Sócrates e a sua
vitória sobre Francisco Assis nas eleições para Secretário Geral.
Os portugueses, cada vez mais em
dificuldades, desesperados com a crise, olhavam para António Costa com
esperança de que talvez ele se atrevesse a desafiar Seguro e viesse a liderar o
Partido e o país como a mais válida alternativa ao governo de direita de Passos
Coelho.
António Costa é um político experiente,
com muitas provas dadas no Governo e fora dele, nomeadamente como Presidente da
Câmara de Lisboa. O seu discurso tem substância, pensado, bem pensado, sem
recurso a cassetes, lugares comuns, a promessas demagógicas e, no entanto… fazendo uma avaliação
defeituosa da situação partidária e das suas possibilidades de vencer Seguro,
entrou no Largo do Rato como adversário de José Seguro e saiu, horas depois,
aos apertos de mão, esquecido o desafio, para grande desespero dos seus
apoiantes que o tinham incentivado à luta.
Desafiar, neste momento, José Seguro era
arriscar uma derrota quase certa e comprometer a reeleição a Presidente da Câmara
de Lisboa.
Ficou um combate adiado dependente de um
unir de Partido, dentro de dez dias, por parte do Secretário-Geral que saiu
reforçado deste encontro frustrante.
Como é que António Costa não percebeu
que não era este o momento e que os muitos e bons apoiantes não se podem
substituir aos militantes do Partido, aqueles que votam e que há ano e meio
deram uma vitória conclusiva a José Seguro sobre Francisco Assis?
O que é que Seguro fez de decepcionante
na oposição para perder todos os apoios que os militantes, acarinhados durante
anos por ele, lhe deram?
Todos esses apoios vão ser cobrados
quando Seguro for o próximo Chefe de Governo e os militantes que o apoiam, que
são o seu suporte, não esquecem que são credores de um lugarzinho e vão apostar
nele até ao fim, aguardando…
Têm que acontecer coisas mais graves na
situação política actual para alterar esta correlação de forças, sem esquecer
que Seguro é perito em tácticas defensivas.
…E o país precisava de um António Costa…
da sua capacidade de gestão, da sua sensibilidade social, da sua experiência,
conhecimentos, do seu jeito e competência quase ilimitada de negociação, tudo o que faz dele um político credível.
Este país está com azar!
quinta-feira, janeiro 31, 2013
Luis María Aguilera Picca (24 de Fevereiro de 1936, Buenos Aires , Argentina - 10 de Outubro de 2009, Madrid , Espanha ) foi um argentino cantor, compositor e ator, mais conhecido por hit mundial "Cuando Sali de Cuba" ("Quando eu saí de Cuba "). [ 1 ] Esta canção tornou o hino não-oficial de exilados cubanos. Ele também é o autor e cantor original da canção de Natal "Ven a mi casa ESTA Navidad" ("Venha a minha casa neste Natal"), posteriormente gravada por artistas como Lucero e Verónica Castro .
Atenção, os ovos são postos pela fêmea e o macho guarda-os na bolsa que tem junto à cauda expelindo-os quando eles nascem com violentas contorções... e com que competência. Cerca de 400 de cada vez.
GERIR A RAIVA...
Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém, não o faça em alguém seu conhecido.
Descarregue em alguém que NÃO conheça.
Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer.
Encontrei o número e marquei-o.
Respondeu um homem que disse: -"Está?"
Educadamente respondi-lhe: -"Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques, por favor?"
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos: - Vê lá se arranjas a merda do número certo, ó filho da puta!" e desligou o telefone.
Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas. Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos.
Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe: "És um grande paneleiro!" e desliguei. Escrevi o número dele juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.
De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe: - és um grande paneleiro!" - Isso animava-me!
Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu
terapêutico telefonema do "paneleiro" iria acabar. Por isso,
liguei-lhe e disse: - "Boa tarde. Daqui fala da PT.
Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de
identificação de chamadas.
Ele disse -"NÃO" -e bateu o telefone.
De seguida liguei-lhe, e disse: "Não sabes, porque és um grande paneleiro!"
Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.
Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me.
Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá estava.
Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era melhor telefonar também para o paneleiro do BMW.
Perguntei-lhe: "É o senhor que tem um BMW preto à venda?"
"Sim", disse ele.
"E onde é que o posso ver?", perguntei.
"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
"E o senhor chama-se?." perguntei.
"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"
"Estou em casa todos os dias depois das cinco."
"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"
"Diga!"
"És um grande paneleiro!", e desliguei o telefone. Agora, sempre que tinha um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.
Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.
"Está?"
"És um paneleiro!" (mas não desliguei)
"Ainda estás aí?" ele perguntou.
"Sim", disse-lhe.
"Deixa de me telefonar!" gritou.
"Impede-me", disse eu.
"Quem és tu?" perguntou.
"Chamo-me Alberto Palma", respondi.
"Ah sim? E onde é que moras?"
"Moro na Rua da Descobertas, 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó paneleiro. Porquê?
"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.
"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro!" e desliguei.
A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.
"Está?"
"Olá, paneleiro!", disse eu.
Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és..."
"Fazes o quê?" perguntei-lhe.
"Parto-te a tromba!" disse ele.
E eu disse-lhe: "Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa, e já vais ver."
Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da
Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.
Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo de ver os dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas de polícia e uma série de repórteres de TV.
Já me sinto muito melhor.
Gerir a raiva sempre funciona!!
Um abraço e... prometo que não telefono!..
DO
CARNAVAL
Episódio Nº 10
Na mesa do bar, alguns
rapazes conversavam. A luz das lâmpadas eléctricas, na rua, dava chibatadas na
escuridão envolvente. Pretas gordas, nas esqui nas,
vendiam acarajé e mingau. E nas sombras da noite a Bahia parecia uma grande ruína
de uma civilização que apenas começara a florescer.
Ricardo Vaz pôs o chapéu
na cabeça e convidou:
- Pessoal, vamos dar um fora?
- Não, temos de esperar Ticiano – protestou Jerónimo
Soares.
- Mas já são nove horas. É capaz de Pedro
Ticiano não vir. Ele já está ficando cansado…
- Mas, pelos amigos ainda se faz um
sacrifício! – disse uma voz atrás de Ricardo.
- Oh! Ticiano! Você… Veio somente me
desmentir.
Jerónimo bateu na mesa
chamando a garçonete.
- Traz café, meu amor…
- E água. Um copo d’água… - pediu o Gomes,
director de uma revista de cavação.
Pedro Ticiano tomou um
livro que Jerónimo segurava.
- Ó rapaz! Agora é que você está lendo José
Alencar?
- Relendo, Ticiano. Eu gosto muito de Alencar…
- É bom poeta… Bom poeta…
- Poeta?...
- Sim, poeta. Iracema é um poema de grande
sonoridade. Mas Alencar é um mau romancista…
Ricardo Braz discordou. Achava
que Alencar tinha qualidades. Não era, talvez grande romancista, mas lia-se.
Romancista de garoto de
Colégio interno e de imbecis que se honram de ter sangue índio…
Nesse momento, entrou José
Lopes, acompanhado por dois homens.
Ticiano, quero
apresentar-lhe o dr. José Augusto, primeiro Secretário da Embaixada em Paris. Este é que é o
Pedro Ticiano.
- Prazer…
- Conhecia-o de nome… O Sr. deixou nome no Rio…
- Bondade…
Ticiano detestava as
apresentações. Dizia não saber de coisa mais hipócrita.
- O Dr. Rigger, advogado.
- Pedro Ticiano, jornalista à margem da
imprensa…
Apertaram-se as mãos.
quarta-feira, janeiro 30, 2013
DESEJO
SEXUAL
Nunca entendi o
porque das necessidades sexuais dos homens e das mulheres serem tão diferentes.
Nunca entendi todas
essas baboseiras que dizem, entre as quais que a mulher vem de Vénus e os
homens de Marte.
E também nunca entendi porque é que
os homens pensam com a cabeça e as mulheres com o coração.
No entanto, uma noite eu e a minha
gaja fomos para a cama.
Claro... começamos a acariciarmo-nos,
o agarranço do costume, apalpão nos traseiros, etc...
O problema é que já tava eu bem na
vertical, quando ela me diz: Oh amor!.. agora não tenho vontade. Por favor
abraça-me somente. E a gaja diz-me isto com uma cara de cínica do caraças!... E
eu:
QUEEEEEE??????
E então virou-se para mim com aquelas
palavras femininas mágicas que todas têm na ponta da língua:
'Vocês são todos iguais!!! Não sabem
entender as necessidades sentimentais de uma mulher'.
ORA FOOOOOODAAAAA-SEEEEE!!!
No final de contas,
não ia haver nada nessa noite. Fodido, guardei os óleos afrodisíacos, apaguei
as velas, tirei o CD do Alejandro Sanz (nestes momento funciona quase sempre),
tomei um duche de água gelada para acalmar a besta, e deitei-me a ver o
'Discovery' bem alto, para a velha da sogra não dormir.
Após alguns tempo, adormeci.....
No dia seguinte fomos às compras ao
Corte Inglês; entrámos numa loja, eu tava a ver relógios enquanto ela
experimentava 3 modelos caríssimos da Cartier.
Como mulher que é, não conseguia
decidir-se por nenhum e então, farto de estar ali, disse-lhe: Leva os 3 amor.
Então, disse-me olhando para uns sapatos de 290€, que estava mesmo a precisar
de calçado. Eu respondi que me parecia bem.
Fomos de seguida à
secção de roupa, de onde saímos com 2 modelos Channel, uma encharpe de plumas
Fátima Lopes e mais uma mala Luis Vuiton .
Ela estava tão emocionada.
Eu penso que ela achava que eu tinha
enlouquecido, mas lá ia trazendo as compras todas atrás dela.
Penso também que me
estava a pôr à prova quando me pediu uma saia curtíssima para jogar ténis...
(nem correr sabe... quanto mais jogar ténis)
Entrou em choque
quando lhe disse: compra tudo o que qui seres,
meu amor.
Eu acho que ela estava quase
sexualmente excitada depois de tudo isto.
E virou-se para mim: vem carinho, vem
meu doce, meu sol, minha vida (e outras lamechices mágicas de todas as
mulheres): Vamos à caixa pagar.
Foi aí que, estando
apenas uma pessoa à nossa frente para pagar, lhe disse:
Oh amor!.. agora não tenho vontade de
comprar tudo isto...
Bem, a cara dela só visto. Ficou
pálida então quando lhe disse:
- Abraça-me somente!
Ficou como quem ia desmaiar a
qualquer momento. Ficou com a parte esquerda do corpo e o tique da sobrancelha
direita a vir ao de cima.
Balbuciou:
QUEEEEE??????
Respondi-lhe, magoado:
-''Vocês são todas
iguais!! Não sabem entender as necessidades financeiras de um homem''…