sexta-feira, abril 17, 2015


IMAGEM

Fotografia de família.



Neil de Grasse Tyson - a Arca de Noé e os Dinossauros

Estas coisas têm que ser ditas, não é?...


Elvis Presley - My Happinesse

Elvis nasceu em 1935 e em 53, com 18 anos, como mostra nesta fotografia, dirigiu-se as Estúdios Sam Phillips Menpkis e pagou 4 dólares para lhe gravarem estas duas canções naqueles discos de vinil de tão boa memória e que os anos e as novas tecnologias teimam agora apagar. Esse disco de vinil terá ficado na posse de um rapaz seu amigo que mais tarde o terá vendido por duzentos e tal mil dólares. hoje seria por muito mais, já se vê...


Elvis Presley - That's When Your Heataches Begin


                           



Elvis Presley - My Happiness (1953)


Para aqueles, sim, abriria as pernas na hora...
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)

Episódio Nº 226


















A de Castor - Ave Maria!... uma acha de tição, daí o apelido, só podia ser. Para aqueles, sim, ela abriria as pernas na hora que quisessem. Também para o sanfoneiro, bonito como o Cão.

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O reino de Iemanjá é o oceano, são as águas salgadas e bravias, mundo sem porteiras: comparada com o mar, a terra é um pedacinho.

Castor Abduim, fugindo da morte decretada, embarcara num veleiro no porto da Bahia. Durante a noite enxergou a mão de Janaína no clarão da lua, apagando o rastro de seu passo perseguido.

 A cabeleira de espuma no vaivém das ondas, os olhos candentes no céu de estrelas e, no ventre de prata, o cortejo dos afogados. Noivos que ela elegera entre os barqueiros, os pescadores, os marinheiros mais valentes. Iam com ela para as núpcias no leito do fundo do mar, as terras de Aiocá.

Iemanjá tem dois semblantes, verso e anverso, a face do nascimento e o perfil da morte. Castor navegou para a liberdade nas águas que fluíam de seus seios: condenado a morrer, ela lhe preservou a vida: mãe e esposa.

Ao chegar a Ilhéus, pai Arolu indicou-lhe a praia onde ficava a morada de Iemanjá, uma gruta sobre as rochas, penetrada pelas ondas. Ele lhe levou um ebó de galantezas: frasco de cheiro, sabonete, um lenço azul para os cabelos.

Dona do mar, senhora das tempestades, que viera ela fazer nos estreitos limites daquele rio de águas plácidas? O negro Castor Abduim da Assunção, filho de Xangô, com uma banda de Oxalá e outra de Oxóssi, gravava a fogo no metal branco, com primitivos instrumentos de trabalho, dando forma e vida à sereia no centro do abebê.

O leque de Iemanjá é de prata, de ouro o de Oxum, não havendo prata e ouro, um é moldado em metal branco, o outro, em amarelo. As formosas os utilizam na festa dos encantados quando vêm dançar no meio do povo.

Tição queria colocar o abebê entre os fetiches do peji: quem sabe, assentada na oficina, ela abandonasse acoitamentos e desvãos para tomar na mão o leque sem igual e acender na forja a aurora e a alegria.

Vindo do rio, afluente de seu reino, ali Oxum se proclamara e fora soberana, ocupara a rede de dormir e de sonhar. Mas Oxum, como sabemos nós da seita, ekedes ou ogans, é elegância e sedução, capricho e orgulho, leviano coração.

 Não se dá de companheira e sim de amante: o tempo das amantes é tumultuado e curto. Epifânia partira levando o abebê dourado, Atina Penada a acompanhara durante um trecho do caminho. Agora o cão cercava Diva quando ela se mostrava e se escondia atrás das árvores. Fazia-lhe festas, abanando o rabo, e ela lhe dava restos de comida enrolados em folhas de mandioca.



Motivos de Orgulho...









Quatro homens católicos e uma mulher católica tomam café na Praça de São Pedro, em Roma 

O primeiro homem católico diz aos seus amigos: 

 - O meu filho é padre. Quando ele entra numa sala, toda a gente diz: -   "Reverendo!" 


 O segundo sussurra: 

 - O meu filho é bispo. Quando ele entra numa sala, as pessoas dizem: - "Excelência Reverendíssima!" 

O terceiro disse: 

 - O meu filho é cardeal. Quando ele entra numa sala, toda a gente diz: -  "Eminência!" 

O quarto homem disse orgulhosamente: 

 - O meu filho é o Papa. Quando ele entra numa sala, as pessoas dizem : -  "Santidade!" 

Uma mulher católica estava a tomar o seu café em silêncio. Os quatro  homens perguntaram-lhe então ironicamente: -  "E você?" 

Ela respondeu com orgulho: 

- Eu tenho uma filha, elegante, alta, 95 de peito, 60 de cintura, 90 de anca e, quando entra em algum lado as pessoas dizem:

 - "Meu Deus!..."

A Península Ibérica na Idade Média
A Idade Média

(Depois dos Romanos…)













É um período da história da Europa entre os séculos V e XV com a queda do Império Romano do Ocidente. Os ocupantes bárbaros  formam novos reinos, apoiando-se na estrutura do Império do Império Romano

No século VII, o Norte de África  e o Médio Oriente, que tinham sido parte do Império Romano, tornam-se territórios islâmicos depois da sua conquista pelos sucessores de  Maomé que expandiram a sua religião pela espada.

O cristianismo disseminou-se pela Europa Ocidental e assistiu-se a um surto de edificação de novos espaços monásticos. Durante os séculos VII e VIII, os Francos, governados pela dinastia carolíngia, estabeleceram um império que dominou grande parte da Europa ocidental até ao século IX, quando se desmoronaria perante as investidas dos Vikings pelo norte, Magiares pelo leste e Sarracenos pelo sul.

Depois do início do ano 1000, verifica-se na Europa um crescimento demográfico muito acentuado e um renascimento do comércio, à medida que inovações técnicas e agrícolas permitem uma maior produtividade de solos e colheitas.

 É durante este período que se iniciam e consolidam as duas estruturas sociais que dominam a Europa até ao Renascimento:

- O Senhorialismo – A organização de camponeses em aldeias que pagam renda e prestam vassalagem a um nobre.

- Feudalismo — Uma estrutura política em que cavaleiros e outros nobres de estatuto inferior prestam serviço militar aos seus senhores, recebendo como compensação uma propriedade senhorial e o direito a cobrar impostos em determinado território.

 As Cruzadas, anunciadas pela primeira vez em 1095, representam a tentativa da cristandade em recuperar dos muçulmanos o domínio sobre a Terra Santa tendo chegado a estabelecer alguns estados cristãos no Médio Oriente.

Os últimos séculos da Idade Média ficaram marcados por várias guerras, adversidades e catástrofes. A população foi dizimada por sucessivas fomes e pestes. Só a peste negra foi responsável pela morte de um terço da população europeia entre 1347 e 1350.

Na Península Ibérica foi um período confuso o da Idade Média. Se do lado muçulmano o poder político estava pulverizado por inúmeros estados minúsculos, da banda dos cristãos o panorama era idêntico, apenas com a diferença de que os condados dependiam nominalmente dos reis que, em teoria, estavam acima deles e os englobavam. Mas só em teoria, porque a sua independência era quase total.

Dentro destas unidades políticas quem mandava verdadeiramente eram os senhores locais – senhorialismo -  ou os municípios, inspirados estes nos antigos Municípios do Império Romano, que eram administrados por plebeus, os tais vilões ou burgueses que se especializaram na produção de artesanato ou na actividade comercial, e deram origem à classe dos artesãos e mercadores que passaram a comercializar esses produtos, ou eventuais excedentes agrícolas e que tinham sido autorizados a fazê-lo por meio de uns documentos assinados pelo Rei chamados “cartas de foral” ou, simplesmente, “forais”.

Nós agora queixamo-nos, e com toda a razão, da Brisa que nos cobra as portagens nas auto-estradas e engordam à custa de dinheiros públicos e da exploração das estradas mais transitáveis mas, no que toca a portagens, na Idade Média não era muito diferente, senão pior:

 - Para se viajar através do país era preciso ter a bolsa bem recheada. E então no que toca a mercadorias, era de arrepiar pois cada concelho, apoiado na sua “carta de foral”, tinha o direito de cobrar taxas de passagem.

Mas, se quanto aos concelhos ainda vá que não vá, pois eram uma espécie de mini-governos regionais, o pior é que não eram apenas estes que cobravam portagens, alcavalas, dízimos e outros impostos de passagem: os nobres também o faziam quando as suas terras eram atravessadas.

E o problema de mudar de terra não se ficava por aqui. É que cada região, cada cidade e às vezes cada aldeia, adoptava os seus pesos e medidas próprios.

Aquilo que hoje denominamos por Estado – que seria a Coroa, nessa altura – tinha uma reduzida interferência do dia-a-dia da vida das pessoas e não regulamentava coisas de “pequena importância” como estas em que os viajantes estavam sujeitos a toda a espécie de extorsões.

Para além de tudo isto, viajar era muito difícil porque… não havia estradas praticamente a não ser aquelas que ainda sobravam das antigas “vias romanas”.

Os rios eram, por isso, a alternativa, largamente utilizados como vias de comunicação e no nosso país os rios Tejo e Douro eram navegáveis por barcos relativamente grandes ao longo de todo o seu curso.

Recordo ainda o que restava das ruínas do que seriam armazéns nas areias do rio Tejo, junto à aldeia dos meus avós, onde em miúdo ia tomar banho. Era o antigo porto da Concavada, concelho de Abrantes, comprovando a importância do rio no transporte de pessoas e mercadorias para Lisboa para contornar as dificuldades e perigos das viagens por terra.

 Parece que o célebre Zé do Telhado operava ali para os lados do Pinhal da Azambuja.

Acabou preso e deportado para Angola onde morreu. Visitei a sua campa aquando da visita de estudo que fiz àquele território em 1960.

No século XIII, quando Portugal atingiu as suas fronteiras definitivas, Leiria, Mértola, Odemira e Silves possuíam portos de mar.

Viajar por mar ou rio era sempre preferível do que fazê-lo por terra. Por exemplo, para ir de Lisboa a Barcelona ou a Valência, ninguém pensava em atravessar a península – era preferível contorná-la.

Na segunda metade do século XV, na sua viagem à corte de Luís XI de França, o nosso rei D. Afonso V, navegou pelo estreito de Gibraltar e mar Mediterrâneo até um porto vizinho de Marselha e daí seguiu numa longa viagem por terra até Blois e Paris.

Mas, de uma forma geral, pura e simplesmente, não se viajava. Apenas os nobres e os guerreiros que os acompanhavam se deslocavam por razões militares ou diplomáticas.

A gente do povo nascia e morria no mesmo sítio ou num raio de poucos quilómetros em redor, para irem à feira.

No nosso Portugal, do tempo de Salazar, por todo o interior do país era ainda precisamente assim.

Foi a guerra do Ultramar e a “fuga” para o Brasil e depois a França -  para sobreviverem à fome nas suas aldeias -  tudo já em tempos recentes, que puseram as pessoas, finalmente, a viajar. Antes, muito antes, alguns tinham estado envolvidos nas viagens marítimas a darem “novos mundos ao mundo”.

Mas a mim, o que mais me incomoda nesta Idade Média eram os costumes bárbaros, a morte corriqueira pelos motivos mais fúteis, o desprezo pela vida e a impunidade para os cruéis:

 - Um tal Fernando Mendes, alcunhado do Bravo, que era filho do alferes-mor de D. Afonso Henriques que mandou cozer a própria mãe dentro de uma pele de urso e deu-a a comer aos cães porque a senhora se sentia incomodada por uma certa mulher por quem o filho se tinha tomado de amores:

 - Ou de um outro, um tal D. Gonçalo Henriques, antepassado de D. Nuno Álvares Pereira, que informado de que a mulher, que ficara no castelo de Lanhoso enquanto ele combatia nas expedições contra os mouros, o atraiçoava com um frade, possivelmente seu confessor, regressou ao castelo, fechou-lhe as portas, pegou-lhe fogo, matando a mulher, o frade e todos os que lá estavam dentro, criados, cães, gatos e aves de capoeira. 

Ele justificou-se, mais tarde, dizendo que eram todos cúmplices da mulher uma vez que não o avisaram…

Terá sido, pois, um período muito pouco recomendável para se viver…

quinta-feira, abril 16, 2015


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O ocaso de uma bicicleta a preto e branco



Camada de Nervos - A Linhagem


Ângela Maria - A Noite da Despedida

Continua de saúde aos 85 anos.  Viajou pelo mundo com canções belíssimas na sua voz considerada muito harmónica. Além de cantora, fez cursos de teatro, e actuou no cinema,  na longa-metragem Portugal, Minha Saudade em 1973.
Ângela Maria consagrou-se como uma das grandes intérpretes do género samba-canção (surgido na década de 1930), ao lado de MaysaNora Ney e Dolores Duran.
Gravou dezenas de sucessos como Não Tenho VocêBabaluCinderelaMoça BonitaVá, mas VolteGarota SolitáriaFalhaste coraçãoCanto paraguaioA noite e a despedidaGente humildeLábios de mel, etc.


Neil de Grasse - As origens da Vida

A pergunta desafiadora...

Qual deles o afortunado?
TOCAIA GRANDE
 (Jorge Amado)

Episódio Nº 225


















Sendo ele próprio candidato, nas encolhas mas nem por isso menos atuante, preferia não abordar o assunto. Nesse arriscado assunto de mulher, deixava espalhafato e bolodório para os demais, os que se compraziam em contar vantagem.

No seu calado, sem arrotar serviços, ia traçando as putas mais conceituadas, hoje uma, amanhã outra. No caso de Ção, donzela e lesa, sobravam concorrentes, fogosos e exibidos. Na moita, Durvalino.

Não levava em conta Edu e Nando, ainda menos Peba, faltava-lhes competência. No cansaço das correrias, não iam além de apertos, apalpadelas, corpos encostados: quando queriam suspender-lhe a saia, Ção escapava.

O fato de agirem juntos tomava impossível maiores conseqüências e os moleques, no fundo da alma, preferiam as éguas e as mulas, as viciadas: habituais na maioria das tropas que pernoitavam em Tocaia Grande.

 Edu e Nando conheciam todas elas e se sobrevinha um comboio novo, logo descobriam as afeitas ao trato dos homens. Tinham faro, jamais se enganavam.

Os verdadeiros concorrentes eram outros, rapazes que estavam atingindo a idade adulta, já frequentavam raparigas e só recorriam às mulas em caso extremo.

Dois deles, sobretudo, preocupavam Durvalino e interessavam a Ção, que os incentivava tanto quanto ao caixeiro, o sergipano Aurélio, alta estatura, estabanado, últimamente entregue ao aprendizado do cavaquinho, Zinho, antigo no lugar, sempre limpo e arrumado, maneiroso, discreto, pouco dado a estripulias.

-  Qual deles, o afortunado?

Somente Deus que a fizera assim, doidinha, poderia dizer se Ção sentia realmente atracção por qualquer deles. Por certo não desdenhava de nenhum, nem mesmo dos meninos. Tolos, ignorantes, mal-servidos - só conseguiam vencê-la na corrida quando ela permitia - os meninos, apesar de tudo, ajudavam a passar o tempo e lhe acendiam o fogo.

Quanto aos três chibantes que a pastoreavam e buscavam derrubá-la nas sombras das matas ou nos esconsos do rio, Zinho, Aurélio e Durvalino, ela os mantinha na agonia, com água na boca e o pau na mão.

 Deixava-se tocar ora por um ora por outro, permitindo-lhes colocar-lhe a rola nas coxas ou no vão da bunda, descer a mão do peito para o pentelho crespo, mas quando tentavam abrir-lhe as pernas, sempre encontrava jeito de fugir.

Se fosse dado a alguém adivinhar seu pensamento, ficaria sabendo que atracção, desejo veemente e sôfrego, ela sentia não por um único varão, mas pela singular espécie dos pais-d’égua.

Nem meninos, nem frangotes: homens maduros, machos, garanhões.

Escondida atrás das árvores acontecia-lhe ver Fadul e Castor mijando, apreciar as estrovengas. Numa das vezes pôde compará-las: os dois estavam juntos e conversavam. A de seu Fadu - ai Jesus! - um espanto, parecia de jumento.

O Relógio de Cuco









Na noite passada, fui convidado para um Jantar com "A MALTA DOS VELHOS  TEMPOS".

Jurei á minha mulher que estaria de volta pela meia-noite.

Ela não acreditou e eu soltei um: - "Eu prometo!".

Mas as horas passaram rápido, o sangue já escasseava no meio do álcool e depressa fiquei com a focagem meio ás voltas

... Por volta de 3 da manhã, bêbado que nem um cacho, fui para casa.


Mal entrei e fechei a porta, o cuco no hall disparou e "cantou" 3 vezes. Rapidamente, percebendo que a minha mulher podia acordar, eu fiz "cu-cu" mais 9 vezes.

Fiquei realmente orgulhoso de mim mesmo por ter uma ideia tão brilhante e rápida, mesmo com uma bebedeira de caixão à cova, para evitar um possível conflito com ela.

Na manhã seguinte, a minha mulher perguntou a que horas eu tinha chegado e eu disse-lhe que pela meia-noite.


Ela não pareceu nem um pouquinho desconfiada. Ufa ! Daquela eu já me tinha escapado!

Então, ela disse:

- Amor! Nós precisamos de um cuco novo .

Quando eu perguntei porquê, ela respondeu:


 - Bom, esta noite o nosso relógio fez "cu-cu" 3 vezes e depois disse alto "daassssse! estou fodido!"... Fez "cu-cu" mais 4 vezes, resmungou e arrotou, cantou "cu-cu" mais 3 vezes e peidou-se, mandou uma grande gargalhada e cantou mais 2 vezes... Depois bateu com os cornos na porta do corredor que deixei entreaberta e mandou um "Puta que pariu".

Entrou no quarto, tropeçou no gato, disse "Merda!", e só se deitou depois de cair duas vezes ao despir-se…

Cuidado com os relógios de cuco...

Se conseguirmos governar sozinhos ainda melhor...
Passos Coelho








Disse Passos Coelho: “Se conseguirmos governar sozinhos ainda melhor” e o CDS, seu parceiro de coligação, despeitado, responde: “Se calhar também podíamos dizer o mesmo”.
Estas frases, de uma pobreza franciscana, traduzem bem o nível dos nossos políticos e nós, cidadãos, só temos que recear que sejam os mesmos que continuem a mandar.
Se os políticos que nos governam tornam públicos desabafos deste jaez como podemos esperar melhorias do nosso futuro colectivo?
E como é que, com este tipo de “picardias” para o outro partido que, bem ou mal, foi parceiro de governo durante 4 anos, espera o PSD constituir com ele uma nova equipa porque frases destas só têm uma tradução:
- “Lá temos nós que ir outra vez a eleições coligados com eles para arranjar mais uns votozitos...”
Claro que os cidadãos não são parvos e percebem todas estas maningâncias verbais. Até mesmo os coreanos do Norte sujeitos a uma propaganda doentia e esquizofrénica sobre histórias mirabolantes do “grande líder”, podem fingir acreditar, chorar e bater palmas mas no fundo só acreditam porque não têm outro remédio...
Não me parece que Passos Coelho, que agora anda “inchado” por ter os cofres cheios de dinheiro de empréstimos contraídos a juros baixíssimos por causa das decisões do BCE, que pode contar com o petróleo 50 dólares mais barato por barril sem que nada tenha feito para isso, e que no passado recente fez toda a espécie de “maldades” e mais não fez porque os cidadãos não deixaram, caso da TSU (Taxa Social Única) que passava para os trabalhadores a totalidade dos descontos das empresas para a Segurança Social, ou de cortes em salários e pensões porque o Tribunal Constitucional não permitiu, venha agora disposto a prometer mares de rosas como fez na última campanha eleitoral em que conseguiu chegar ao poder.
Reviravoltas desta dimensão não são possíveis.

Como pode, durante 4 anos, apostar em medidas restritivas que retiraram poder de compra aos trabalhadores e pensionistas e apoiou com toda a alma e coração as políticas da Alemanha de Merkel, “perseguiu” os signatários do documento que preconizava uma revisão do Tratado Orçamental, e agora afirmar que já está tudo bem e que são eles a esperança do povo?...

quarta-feira, abril 15, 2015

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É o que faz o desemprego. Para ajudar o dono trabalha de baby-sister de pintos...



Mixórdia de Temáticas - Hipótese de fim do mundo


Neil de Grasse Tyson - Islamismo e Ciência

Nunca perco uma lição das que devo escutar.

Frases Muito…













O amor é como a gripe…
Apanha-se na rua e cura-se na cama.

Os autarcas são as pessoas mais católicas do mundo… Nunca assinam nada sem levarem um terço.

Os mamilos das mulheres são como o Playstations II… São feitos para crianças e quem brinca são os pais.


Pior que não ter nada para vestir… É não ter ninguém para despir.

Não procures o Príncipe Encantado… Procura antes o Lobo Mau… Ele ouve-te melhor e ainda te pode comer.

As vegetarianas não gemem nem gritam quando atingem um orgasmo… Porque não querem admitir que um bocado de carne lhes possa dar prazer.

Os homens têm a consciência limpa…porque nunca a usam.

O membro mais leve do corpo é o pénis… Basta um pensamento para o levantar.

O beijo é uma forma de cultura…através dele conhecemos várias línguas.

Uma mulher feia é como uma pantufa…em casa ainda vai, mas não se pode levar para a rua.

Os ex-namorados são como os hambúrgueres sabemos que não devemos, mas sempre acabamos por comer de vez em quando.

Depois de fazerem amor:
- 10% dos homens viram-se para a esquerda.
- 10% dos homens viram-se para a direita.
-80% dos homens vão para casa.

As mulheres são como o Circo… debaixo dos panos é que está o espectáculo.

A diferença entre uma pilha e um homem… É que a pilha tem sempre um lado positivo.

O homem é como a vassoura… Sem o pau não serve para nada.

Vale mais ser um alcoólico anónimo… do que um bêbado conhecido.

A educação sexual… consiste em dizer obrigado no fim.

Nunca alguém vencerá a guerra dos sexos… Há demasiada confraternização entre os inimigos.

O melhor negócio do mundo é abrir um bordel… em caso de falência ainda se pode comer o stock.

Quando um homem abre a porta do carro a uma mulher… Um ou outro são novos.

Se os homens são todos iguais… Por que é que as mulheres escolhem tanto?

Enquanto o meu Chefe disser que me paga muito… Eu faço de conta que trabalho muito.

O corno é como a árvore das patacas… Quando menos se espera somos contemplados.

Se o porco tem 4 pernas… De onde vem então o “Fiambre da Perna Extra”?

Percy Sledge - Take Time To Know  Her

Pressentimentos ou simples coincidência. Ontem, da parte da tarde, seleccionei esta canção para voltar a ela no meu Blog porque Percy Sledge tem uma voz única e a música é linda. À noite, ouvindo as notícias na TV, deparei-me com a sua morte. Esta não é portanto uma canção de homenagem pela morte deste grande cantor. Estes grandes cantores, pelo menos para os da minha geração, nunca morrem. 

O Amor Romântico

e a Religião













Helen Fisher, uma das mais reputadas antropólogas norte-americanas, Profª. na Rutgers University, chama a atenção para uma evidência que é a desproporcionada dimensão dos nossos sentimentos amorosos comparado com o que seria o estritamente necessário.

Vejamos, do ponto de vista de um homem, por exemplo, é pouco provável que uma mulher sua conhecida seja cem vezes mais encantadora do que a sua concorrente mais próxima e, no entanto, é assim que ele provavelmente a descreve quando está apaixonado por ela.

Seria mais racional uma qualquer espécie de “poliamor” do que esta devoção fanaticamente monógama a que somos tão susceptíveis.

Aceitamos perfeita e alegremente amar mais que um filho, gostar de mais que um vinho, uma música, um livro ou um desporto, etc., mas não achamos estranho a total exclusividade que esperamos do amor conjugal.

Porquê? Tem de haver uma razão.

Hellen Fisher e outros demonstraram que o estar apaixonado se faz acompanhar de estranhos e invulgares estados cerebrais que incluem a presença de químicos que actuam no sistema neurológico, verdadeiras drogas naturais características desse estado.

Os psicólogos da evolução concordam que este comportamento irracional pode ser um mecanismo que assegura a fidelidade de um co-progenitor o tempo suficiente para criarem juntos a criança.

Do ponto de vista darwiniano, é importante escolher um bom parceiro mas depois da escolha estar feita, mesmo que ela seja má, é mais importante assumir a escolha e arrostar com todas as adversidades, pelo menos até a criança estar desmamada.

Será a religião irracional um subproduto dos mecanismos de irracionalidade, que por via da selecção, foram originariamente incorporados no cérebro com vista ao enamoramento?

É verdade que a fé religiosa tem aspectos em comum com o enamoramento e ambas têm muitas das características da euforia induzida por uma droga viciante, no entanto, o neuropsiquiatra John Smythies adverte que existem diferenças significativas entre as áreas do cérebro activada pela religião e o enamoramento, mas também observa algumas semelhanças.

Uma das muitas facetas da religião é o amor intenso centrado numa pessoa sobrenatural, ou seja, em Deus, acompanhado pela veneração de ícones (palavra que vem do grego “eikon” e significa imagem) dessa pessoa.

A vida humana é, em grande parte, impelida pelos nossos genes egoístas e por processos de reforço e este é grande no caso da religião: sentimentos reconfortantes e calorosos por sermos amados e protegidos num mundo perigoso, pela perda do medo da morte, auxílio vindo não se sabe de onde em resposta a preces em tempos difíceis, etc.

Da mesma maneira, também o amor romântico por outra pessoa apresenta a mesma concentração intensa no outro e reforços positivos correlacionados.

Também estes sentimentos podem ser desencadeados por íconos da pessoa amada: cartas, fotografias, madeixas de cabelo para além de se fazer acompanhar de manifestações fisiológicas como, por exemplo, suspirar longa e repetidamente.

Esta semelhança numa relação de amor por outra pessoa e por Deus está bem patente no relato de um padre católico sobre os seus primeiros tempos de sacerdócio em que recorda a exaltação dos primeiros meses em que teve o poder de rezar missa:

-“ Normalmente lento e preguiçoso a levantar-me de manhã, agora saltava cedo da cama bem desperto e muito entusiasmado só de pensar no momentoso acto em que tinha o privilégio de desempenhar…”

- “ O tocar o corpo de Cristo, a proximidade entre o padre e Jesus, era o que mais me fascinava. Olhava fixamente para a hóstia, depois das palavras da consagração, de olhar lânguido como um amante que mira os olhos da sua amada…”

- “ Esses primeiros tempos de padre permanecem na minha memória como dias de realização e de fremente felicidade; algo de precioso e ao mesmo tempo demasiado frágil para durar, como um caso amoroso cedo interrompido pela realidade de um casamento incompatível.”

É conhecida a famosa visão orgástica/mística de Santa Teresa de Ávila representada numa bela escultura em mármore de Bernini, para a Capela do Cardeal Frederico Cornaro e que encima, à direita, este texto.

É uma escultura da arte barroca que representa Santa Teresa, plena de sensualidade e movimento, ferida por uma seta de amor divino disparada por um anjo que bem nos lembra Cupido.

O biólogo Lewis Wolpert adianta uma sugestão que pode ser vista como uma generalização da ideia de “irracionalidade construtiva”.

Sustenta ele que para um espírito inconstante, uma convicção irracionalmente poderosa funciona como protecção:

- “Se as crenças capazes de salvar vidas não fossem fortes, isso teria sido desvantajoso nos primórdios da evolução humana. Teria sido uma séria desvantagem, por exemplo, ao caçar ou ao fabricar ferramentas, estar sempre a mudar de ideias”.

Por outras palavras, em determinadas circunstâncias é preferível insistir numa crença irracional do que hesitar, mesmo que nova evidência ou o raciocínio aconselhem a mudança.

No seu livro Social Evolution, Robert Trivers, desenvolveu a sua teoria de auto-ilusão que consiste em:

- “Esconder a verdade do plano consciente a fim de melhor a ocultar dos outros. Dentro da nossa espécie reconhecemos que olhos esquivos, mãos transpiradas e voz rouca podem ser sinal da tensão própria de quem conscientemente sabe que está a tentar enganar alguém. Ao tornar-se inconsciente da sua mentira, aquele que engana esconde do observador estes sinais. Ele ou ela podem mentir sem o nervosismo que acompanha o engano.”

O antropólogo Lionel Tiger diz algo parecido sobre este tipo de “irracionalidade construtiva”sobre a qual temos vindo a reflectir:

-“ Os humanos têm uma tendência consciente para verem aquilo que querem ver e, literalmente, dificuldade em ver coisas que tenham conotações negativas, ao passo que vêm com muita facilidade as positivas.”

A pertinência que isto tem para a religião é óbvia, nomeadamente no que tem a ver com tomar os desejos pela realidade.

Richard Dawkins defende a teoria geral de que a religião é um subproduto acidental, um tiro falhado de algo útil mas, sobre esta teoria, continuaremos no próximo texto uma vez que já não se enquadra no título que demos a este.

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