sábado, abril 03, 2010

VÍDEO

A paciencia do cão...

GREASE - YOU'RE THE ONE THAT ONE I WANT


LUIZ AYRÃO - OS AMANTES


CANÇÕES ITALIANAS

ADRIANO CELENTANO - E VOI BALLATE (1965)



DONA


FLOR


E SEUS


DOIS


MARIDOS

EPISÓDIO nº 84

Felizmente prevaleceu a alta civilidade do noivo sobre sua momentânea vicissitude, contornou a situação com jeito e diplomacia, não ia perder, por mero preconceito, aquela boca rica, aquele baú de ouro. Não bastara, porém, sua boa vontade, sua compreensiva colaboração, pois a dita cuja não queria dar por terminada a “inconsequente aventura”, considerando-se bem servida em matéria de cama. Que se danassem noivo e família, Noémia queria era fugir com Vadinho, arribar com ele. Vadinho é que não quis. Quando a gangorra caiu e a pagodeira se tornou assunto de maledicência pública, quando dona Flor, num daqueles seus arranques violentos e raros, exigiu uma decisão imediata, ou ela ou a outra, ele restituiu a moça ao noivo, esteta agora ainda mais esnobe e atraente, pois ao talento e à erudição somara os cornos, um noivo supimpa, outro assim era difícil de obter.

“Tudo xixica para passar o tempo”, lhe dissera Vadinho, quando, no extremo da aflição, dona Flor o enfrentou e exigiu se definisse de uma vez por todas.

Nunca pensara em ir-se com a tal Noémia, pura pabulagem da sapeca; além de puta, mentirosa de marca.

Que mais queriam as comadres? Dona Rozilda, dona Dinorá, aquela dona Enaide a sair dos seus cómodos do Xame- Xame, todas as demais, dezenas, centenas, e milhares de comadres no coro infame das lamentações e dos libelos, que mais queriam?

Por que recordar esse incidente como prova da infelicidade conjugal de dona Flor, prova que Vadinho era o pior dos maridos? Ao contrário, eis a prova mais completa do seu amor, de como ele a preferia a qualquer outra.

Não tinha a tal Noémia riqueza e elegância, palacete na Graça, talão de cheques, conta aberta no banco – Vadinho jogara alto naquele interregno – automóveis com chofer, curso de ginásio e rudimentos de francês, toda nos trinques e perfumes, sapatos e vestidos vindos do Rio? Com quem ficara ele, a quem preferira quando obrigado a escolher? De nada valera o talão de cheques nem o conforto do automóvel a levá-lo e a trazê-lo para cima e para baixo, nem os vestidos do Rio, os perfumes de Paris, o requinte das expressões: “mon cheri, mon petit cocô, merde, quelle merde, à locê de parler…” como se diz no francês da Bahia.

Vadinho não levara em conta nem o cabaço comido, nem as súplicas: “você me deve minha honra, nem as ameaças: “você vai ver, meu pai vai-lhe perseguir, lhe meter na cadeia”, nada o fizera sequer vacilar na hora da escolha. “Como tu pôde pensar num absurdo desses, que eu havia de te largar para ir viver com aquela porqueira…?” Pendurou a gabola nos chifres do noivo, foi para a cama com dona Flor, ah! que noite de pazes e perdão! “Tudo xixica para passar o tempo, permanente só tu, Flor, minha Flor de manjericão…”

Para as comadres, Vadinho fora o pior de quantos maridos ruins existiram no mundo, dona Flor a mais infeliz das esposas. Não lhe cabia direito a chorar, a lastimar-se, devia estar dando graças a Deus que a livrara em tempo de tamanha provação. Sem dúvida, dona Flor era a bondade em pessoa, e só mesmo dona Rozilda podia querer que ela se alegrasse, desse festa pela morte súbita de Vadinho.

Ruim como tudo, ele fora, no entanto, seu marido. Mas esse exagero de sentimentos, esse luto fechado, esse nojo mais além de toda a aparência, mais além de todo o cerimonial obrigatório nos ritos da viuvez, essa face parada e perdida, esses olhos voltados para dentro de si ou a fitarem
para
além do horizonte, a fitarem o infinito, o nada, tudo isso era inaceitável para as comadres.

sexta-feira, abril 02, 2010



A Maria adoece e o Manel diz-lhe para ir ao doutor.

O médico receitou-lhe uns supositórios...

A Maria chega a casa e pergunta ao Manel:- Onde fica o ânus?E o Manel responde:- Ê sê lá mulher... porque nâo perguntaste ao Sr. Doutor?

No dia seguinte, a mulher volta ao médico e pergunta-lhe onde colocar aquilo.

- Ponha no recto!!! - respondeu o médico.
Maria chega a casa e desconhecendo onde era o recto, pergunta ao Manel.

Ele responde:

- Ê sê lá mulher!!!... Porque não perguntaste ao doutor?

A Maria volta então ao consultório médico e volta a fazer a mesma pergunta ao doutor.

Ao chegar a casa diz ao Manel:

- Sabes o que o Sr. Doutor me disse? ... Que o metesse no cú.

- Atâo, o que esperavas mulher? ... Depois de teres ido lá chatear o home três vezes?!!!



A Língua Portuguesa é
complicada até na hora de fazer
amor!!! (Amá-la ou Amar-te?)




Amar é....


O marido, ao chegar a casa, no final da noite, diz à mulher que já estava deitada:


- Querida, eu quero amá-la.


A mulher, que estava quase a dormir, com a voz embolada, responde:


- A mala... ah não sei onde está! Usa a mochila que está no roupeiro do quarto de visitas.


- Não é isso querida, hoje vou amar-te.


- Por mim, podes ir até Júpiter, até Saturno e até à puta que te pariu, desde que me deixes dormir em paz...

VÍDEO

E nós a pensarmos que sabíamos guiar...

GAL COSTA - ENSAIO "FOLHETIM"



ALAIN BARRIERE - E PIU TI AMO


CANÇÕES ITALIANAS

ADRIANO CELANTANO - CIAU RAGAZZI



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


EPISÓDIO Nº 83




Nos primeiros tempos de viuvez, tempos de nojo, de luto fechado, permaneceu dona Flor em preto e em silêncio, numa espécie de devaneio, nem sonho nem pesadelo, entre o crescente murmúrio das comadres e as memórias dos sete anos de casamento. As comadres eram dez, eram cem, eram mil, numa solidariedade ruidosa e constante; lá vinham elas no rastro de dona Rozilda a cercá-la numa corte de mexericos, as vozes erguidas num coral de acusações a Vadinho, dona Rozilda de solista, tendo como sua imediata dona Dinorá, idênticas na língua de vitupérios.

Dona Flor trancada em sua aflição e anseio, fluía em meio àquele mundo de lembranças, recordando os momentos de riso e as horas de amargura, querendo reter a imagem de Vadinho, sua sombra ainda esparsa na casa, densa no quarto de dormir e vadiar.

Finalmente, que desejavam todas elas, as inúmeras comadres? As vizinhas, as conhecidas, as alunas, as amigas, sua mãe viajando de Nazareth para fazer-lhe companhia naquele transe, e até pessoas estranhas, como uma circunspecta dona Enaide, relação de dona Norma? Essa digna senhora se abalara do Xame-Xame, onde morava – como se não tivesse marido e filhos, obrigações domésticas – para vir, toda gentil, expor malfeitos de Vadinho, a pretexto de visita de pêsames. Que desejavam elas? Que pretendiam, ao reavivar cicatrizadas feridas, ao reacender essas extintas fogueiras de sofrimento? Por que lhe confidenciava dona Enaide, como se lhe emprestasse solidariedade, conhecer de perto aquela fatal Noémia, hoje senhora gorda e casada (o marido escrevia aos jornais) mas conservando ainda entre os seus papéis um retrato de Vadinho?

Dona Flor vivia com as boas e as más recordações, todas elas a ajudavam a carregar o nojo, a transpor aquele tempo gris de desespero e ausência, um deserto de cinzas. Mesmo ao rever lembranças e imagens tão detestáveis como a da ex-aluna com seu riso zombeteiro e sua cínica impudência, mesmo ao ferir-se novamente em tais espinhos, ao rememorar aquelas humilhações sentia uma espécie de agre consolo, como se lembranças e imagens, espinhos e humilhações, tudo quanto vivera com ele fosse lenitivo para esse sofrimento, esse de agora, sem medida e sem jeito. Porque afinal, quem saíra vitoriosa, quem vencera a parada, quem ficara com ele? Por quem se decidira Vadinho, quando dona Flor um dia, tendo chegado ao derradeiro limite, lhe dera um ultimato: ou ela ou a outra? As duas, não; fosse embora com a tipa se quisesse (a imunda espalhava aos quatro cantos a notícia do seu próximo acasalamento com Vadinho) mas fosse quanto antes, decidisse logo… E o que acontecera, que decisão ele tomara?

Noémia viera aprender arte culinária, estava às vésperas de casar-se e o noivo exigia esposa com teoria e prática de temperos. Era um esnobe esse noivo, um janota metido a entendedor de cinema e literatura, todo cheio de si e de pretensa erudição, citando autores e arrotando críticas, um jovem génio brilhando ao sol da glória em porta de livraria. Porque lhe parecia bem, quisera Noémia senhora da arte do vatapá e do caruru, “quero vê-la proletarizada, essa burguesa…” Ela achou a ideia divertida e inscreveu-se na Escola Sabor e Arte.

Filha de tradicional família da Graça, rica, elegante, achava batuta ser noiva de intelectual tão rafinê, mais batuta ainda lhe parecia Vadinho com seu ar cafageste e seus olhos sonolentos. Quando se deram conta – a família ilustre e o talentoso pretendente – Noémia estava aprendendo era descaração, e da grande, com Vadinho, no castelo de Amarildes. Foi um fusué dos diabos, ameaçando transformar-se em magnífico escândalo.







Numa escola de Lisboa, onde há alunos de vários estratos sociais, durante uma aula de Português, a professora perguntou:


- Qual o significado da palavra ÓBVIO?

Cátia Vanessa, uma das alunas mais aplicadas da turma, sempre muito bem vestida, ar de menina bem, respondeu:


- Senhora professora, hoje acordei bem cedo, ao nascer do sol, depois de uma óptima noite de sono no conforto do meu quarto. Desci a enorme escadaria da minha vivenda e fui à copa onde tomei o pequeno-almoço. Depois de me deliciar com as mais apetitosas iguarias fui até a janela que dá para o jardim. Vi a porta da garagem aberta e que lá se encontrava guardado o FERRARI do meu pai. Pensei cá com os meus botões:

- É ÓBVIO que o papá foi trabalhar de Mercedes.

Luis Cláudio, aluno de família classe média, não quis ficar atrás e disse:


- Professora, hoje não dormi nada bem porque o meu colchão é um bocado duro, mas apesar disso ainda consegui dormir. Tinha ligado o despertador e por isso acordei a horas. Levantei-me cheio de sono, comi um pão torrado com manteiga e tomei café com leite. Quando sai para a escola vi o Fiat UNO do meu pai parado na garagem. Disse cá pra comigo:
- É ÓBVIO que o pai não devia ter gasolina e foi trabalhar de autocarro'.

Embalado na conversa, o pretinho lá da turma, também quis responder:


- Féssora, hoje eu quasi num dormiu porqui houve cunfusão lá nos meu rua, com tiro e tudo. Só acordei di manha porque estava a esmorrer di fome, mas num havia nada pra comer lá nos casa. Espreitei pela janela e vi minha vó com jornal dibaixo dus braço e aí eu espensei:
- É ÓBVIO qui vai cágá! Num sabi lê !...'.




Só mesmo vinda de uma criança...

Definição de Avó!

Artigo redigido por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal do
Cartaxo. Uma delícia!

'Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem 'Despacha-te!'. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.
As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão'.

quinta-feira, abril 01, 2010


A Senhora
D.ª Alice



A Srª Dª. Alice, mãe da minha mulher, quase quatro anos após ter sido operada a um tumor no recto, faleceu agora, aos oitenta e oito anos. E eu falo nela, não por ter morrido, o que na situação clínica em que se encontrava terá sido o desfecho mais natural, mas porque em vida foi uma pessoa de excepção.

É nossa obrigação falar das pessoas que passaram na vida de uma forma anónima, discreta, quase silenciosa e que, no entanto, foram capazes de espalhar à sua volta e envolver os que tiveram a sorte de as conhecer e com elas privarem, num suave perfume de rara beleza.

Falar da Dª Alice é também uma obrigação minha que na parte final da sua vida lhe chamava… “de minha princesa” porque, na verdade, a sua postura era de uma verdadeira aristocrata.

Devo-lhe estas palavras e só temo que elas não condigam em qualidade com a dona Alice mas eu que a conheci bem admito, desde já, que não seria fácil.

O Sr. António, seu marido, desfrutou da sua companhia durante mais de sessenta anos e reconhecia, lavado em lágrimas, que a sua Alice tinha sido a sua mulher, mãe, amiga, gestora e por falta de mais palavras rematava: “…foi tudo!”.

É verdade, a Dº. Alice é daquelas pessoas que nasce para ser tudo na vida de alguém. Tê-la a seu lado foi a tranquilidade, a paz, a garantia de que em todos os momentos ela estava lá para resolver, aconselhar ou simplesmente enviar um olhar envolto em silêncio, um esboço de sorriso de que tudo o que naquele momento era mau iria passar e que outros dias viriam melhores.

A Dª Alice era a inteligência calma que transmitia segurança, tranquilidade e confiança.

A operação que lhe concedeu mais quatro anos de vida com alguma qualidade, excepção feita aos últimos meses, permitiu-lhe conhecer, desfrutar e amar a bisneta, a Filipa, que parece ter sido feita para receber o seu património genético, tais as semelhanças. Nada mais justo do que deixar no mundo uma “pequenina Alice”, sua representante e continuadora com o significado de prémio merecido por uma vida perfeita: “a cereja em cima do bolo, do bolo que foi a sua vida”.

Nos derradeiros momentos, com as últimas palavras já segredadas, muito sumidas, veio o seu último sorriso com a recomendação de que… “sejam felizes”.

Bem-haja, Dª Alice, foi um privilégio e uma honra tê-la conhecido.




Joaquim Luís de Vasconcelos Paula de Matos




Verídico!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Retirada textualmente da prova do 6º ano

Composição do João (6º ano) - Uma obra prima!


As rãs:

Eu gosto muito de rãs. As rãs arrotam a noite toda. As rãs são mais pequenas que as vacas e mais grandes que um pintelho. As rãs não têm pintelhos.

As rãs põem ovos pela paxaxa que depois dão rãzinhas pequenas.Se as rãs tivessem pintelhos na paxaxa arranhavam os ovinhos que são muito
pequenininhos e as rãzinhas que estão lá dentro iam morrer porque entrava água pelas arranhadelas e elas morriam afogadas e porque quando são pequenas não têm patas e não sabem nadar.

Eu também ainda não tenho pintelhos mas já sei nadar. Também ainda não tenho paxaxa mas um dia vou ter muitas. As rãs são as mulheres dos sapos.

Os sapos não têm unhas por isso não podem coçar os tomates. É por isso que eles andam com as pernas abertas a arrastar os Tomates que é para os coçar.

E quando se picam nos tomates os sapos dão saltos. As rãs também dão muitos saltos, por isso têm a paxaxa sempre aos saltos.

Eu gosto muito de rãs. E gosto muito de sapos.


João, 6º ano

quarta-feira, março 31, 2010

VÍDEO

Cada um que tire as suas conclusões...

ELVIS PRESLEY - STAND BY ME


LUÌS MIGUEL - CONTIGO APRENDI


CANÇÕES ITALIANAS
ALBANO CARRISI - BUONA NOTTE, AMORE MIO



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS


EPISÓDIO Nº 82

- Não sou senhora nenhuma, sou mulher-da-vida e mais nada. Mas juro pela saúde de meu filho que não sabia que ele era casado. Se soubesse não ia ter filho dele, nem pensar em me amigar com ele, em deixar a vida e botar casa e morar com ele como marido e mulher…

Acabara de vestir o menino. Dona Norma recolhia a toalha, a atmosfera fizera-se menos densa. Dona Flor murmurou:

- Juro que Vadinho é meu marido, todo o mundo sabe…

- Vadinho nunca me disse nada… - Dió recebia a camisola das mãos de dona Norma, deitava a criança na cama para vesti-la – Porque ele não me disse? Por que me enganar assim? – ficou pensativa, agora a raiva havia desaparecido e ela dirigia-se a dona Flor com toda a cortesia, quase com respeito – todo o mundo sabe do casamento, foi o que a senhora me disse… Possa ser… Mas como ninguém nunca me falou? E eu que conheço a gente dele, toda até a mãe…

- A mãe de Vadinho? A mãe dele é morta…

- Conheço a mãe, sim e a avó… Conheço o irmão, Roque, um que é carpina de profissão…

- Então não é o meu Vadinho… - riu dona Flor e ria e ria apalermada de contentamento – Oh! que maluquice, que coisa mais tola e mais linda… Norminha é outro Vadinho! Tou com vontade de chorar…

Também Dionísia de Oxóssi largara o menino em cima da cama e saiu pelo quarto a dançar, dança de iawô em roda de orixá, arrastando o negro João Alves para com ela, ante o peji, saudar e agradecer a Oxóssi – Okê meu pai, aro ôkê!

- Não é o meu Vadinho, meu Vadinho não é casado, mulher para ele só Dionísia, sua mulata Dió…

De repente parou, olhando para dona Flor (dona Norma tomara do menino e o ninava em seus braços):

- Não me diga que a senhora é a mulher do xará…

- Que xará?

- Meu Vadinho e ele só se tratam assim, de xará, pois são Vadinho os dois. Só que o meu é Vadinho de Valdemar e o dele nem sei de que é… Um que é perdido pelo… - não completou a frase.

Quem a completou foi dona Flor:

- … pelo jogo… Pois é esse mesmo, Vadinho de Waldomiro, o meu Vadinho…

- E foram lhe dizer que eu tinha tido filho dele… Que gente mais ruim…

A porta foi aberta e nela apareceu um negro magriço e jovem, um riso de dentes brancos a lhe rasgar a boca, uns olhos de domingo:

- Para todo o mundo, bom-dia…

Ainda dançando veio a mulata Dionísia de Oxóssi e nele repousou de todo aquele susto, de toda aquela raiva. Estendeu os braços, dona Norma deu-lhe a criança e ela a colocou nas mãos de seu homem, do pai.

- Esse é o meu Vadinho, chofer de caminhão, pai de meu filho – Mostrava a dona Norma e a dona Flor: - Aquela ali é comadre de seu João e a outra tu sabe quem é?

- E como haverá de saber?

- Pois é a mulher do outro Vadinho, daquele…

- Do xará?

- Dele mesmo… Ela veio aqui pensando que o menino era dele, do marido dela, veio para buscar, queria criar o nosso bichinho, ia fazer dele padre de batina… - riu seu riso desatado, concluiu com a voz ainda mais descansada:: - Como é mesmo o seu nome? Flor? Pois vai ser minha comadre, vai baptizar meu menino… Veio buscar um filho, filho não posso dar que só tenho um mas posso dar-lhe um afilhado…

- Minha comadre dona Flor… - disse o chofer do caminhão.

Tomando do menino, Dionísia o entregou a dona Flor. Pássaros cortavam o céu,
voando, iam pousar nos beirais do Arcebispado.

terça-feira, março 30, 2010


Quem manda ser antipática?



Uma mulher mal-encarada, antipática e muito, muito feia entra nas Lojas Americanas com duas crianças.

O gerente da loja, querendo ser gentil, pergunta-lhe:
- São gémeos?
A mulher, fazendo uma careta, que faz com que fique ainda mais feia, diz:
- Não, paspalho! O mais velho tem 9 e o mais novo tem 7 anos. Por quê? Você, realmente, acha eles parecidos, seu idiota?
- Não... - diz o gerente - Eu só me custou acreditar que a senhora fosse comida duas vezes!!!



Linguística


O marido ao chegar a casa diz à mulher:
- Querida hoje vou amar-te...!!!!
Responde a mulher:
- Quero lá saber, até podes ir a Júpiter, desde que me deixes dormir...



O melhor e mais pequeno conto
de fadas do mundo.



Era uma vez um rapaz que pediu uma linda rapariga em casamento:
- Tu queres casar comigo?
E ela respondeu:
- Não!!!
E o rapaz viveu feliz para sempre... foi à pesca, jogou futebol, conheceu muitas outras miúdas, comeu-as todas, visitou muitos lugares, estava sempre a sorrir e de bom humor, nunca lhe faltava caroço, não discutia nem nunca brigava, bebia cerveja com os amigos sempre que estava com vontade e ninguém mandava nele...
A rapariga teve celulite, varizes, engordou, os peitos caíram, fodeu-se e ficou sozinha.....


Jamais leve trabalho para casa!


Um funcionário da agência funerária está trabalhando à noite, para examinar corpos antes destes serem sepultados ou cremados.

Examina um corpo, identificado como José Chagas, que está pronto para ser cremado, e descobre que o defunto tem o maior pênis que ele já viu na vida.

- 'Desculpe, Sr. Chagas....' Pensa o funcionário. '... Mas não posso mandá-lo para o crematório com essa coisa enorme. Ela tem que ser conservada para a posteridade! '

Com um bisturi, remove o pênis do morto, guarda-o num frasco e vai para casa.

A primeira pessoa a quem ele mostra a monstruosidade é sua mulher.

- 'Tenho algo incrível para te mostrar, querida. Nem vais acreditar! '

Depois, abre o frasco e.... Ao ver o conteúdo, a sua mulher grita, estarrecida:

- 'Oh, meu Deus !!!!!O Chagas morreu ?!?!?'


A ORIGEM
DA MULHER








Ora, admirem-se!!!!!



Existem várias lendas sobre a origem da Mulher…



Uma diz que Deus pôs o primeiro homem para dormir, inaugurando assim a anestesia geral . Tirou uma das suas costelas e com ela fez a primeira mulher. E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e aguentar o seu mau humor enquanto ele convalescia da operação.



Uma variante desta lenda diz que Deus, com o seu prazo para a Criação expirado, fez o homem às pressas, pensando "Depois eu melhoro" e mais tarde, com o tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é "melhor" em Aramaico (tribos semíticas, que habitavam as regiões das embocaduras do Tigre e Eufrates).



Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro e caprichou nas suas formas, aparou aqui e tirou dali e com o que sobrou fez o homem só para não atirar fora o barro que sobrou.



Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir o seu mestre de todas as maneiras foi-se transformando até adquirir a sua forma atual.



No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono. E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher compra-se através dos classificados, podendo-se escolher a idade, cor da pele e tipo de massagem.



Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica. Hoje sabe-se que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar e é descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual - e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.



É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não! Mas de onde veio a primeira mulher? Inclino-me para a tese da origem extra-terrestre.



A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta. Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo.



Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar. Elas têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular a sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe dos outros que passa no carro ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar as nossas diferenças, que já estavam começando a dar nas vistas.



Quando comentamos o fato, acusam-nos de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer os seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como "ioink, ioink" que nos deixam arrepiados e sem argumentos. Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra.



É o que fazem quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir. Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.



E têm os seus golpes baixos. Os seus truques covardes. Os seus olhos a "laser", claros ou profundamente escuros, e as suas bocas, humm! Algumas, meu Deus, até com sardas no nariz. Os seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa quando está a chegar no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!!!



E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos instintos contra os seus exércitos de encantos? Em breve dominarão o mundo. Em breve saberemos o que elas querem. Se depois de sair este artigo eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, com um sorriso,… a minha tese está certa!

(Luís Fernando Veríssimo)

VÍDEO

Para ver e reflectir...

BONNIE TYLER - IT' A HEARTACHE


SIMONE - FACE A FACE


CANÇÕES ITALIANAS

ADRIANO CELENTANO - CHI NON LAVORA NON FA L'AMORE (1970)


DONA

FLOR

E SEUS

DOIS
MARIDOS



EPISÓDIO Nº 81


- Tu tá vendo, seu João, como é que tratam os pobres? Essa que está aí – com o lábio apontava dona Flor – não sendo mulher para parir menino e querendo pagar promessa, procurou saber onde tinha nascido algum por derradeiro e soube que Dionísia Oxóssi, quenga de muita saúde e de mais pobreza, tinha tido um. Aí disse para a amiga: vamos lá buscar… ela até vai agradecer, a peste ruim…

Dona Norma tentou interromper:

- Não seja injusta… Não…

Implacável, a voz descansada da mulata, amarga de calor e gelo:

- Mas nem teve coragem de falar ela mesmo, pediu aqui para a dona sua comadre dar o recado, vir de advogada. “Vamos lá buscar o menino da Dió, é um bitelo de grande e de bonito, vai dar um padre de categoria. A mãe está morrendo à míngua e dá dado para toda a vida, de papel passado, e ainda fica contente de se ver livre do encargo. E se não quiser dar é porque não presta, é um traste ruim, só serve mesmo é para meretriz.”

Foi assim que ela falou, seu João, vosmicê ouviu. Porque ela pensa que pobre não tem sentimentos, pensa que a gente, porque é rapariga e vive nessa vida atroz, perdeu até o direito de criar os filhos…

Dona Norma ainda buscava esclarecer:

- Não diga isso…

O menino terminou de mamar, arrotava farto, Dionísio punha-se de pé com seu filho ao braço. Erguida em toda a sua beleza e em fúria, rainha em toda a sua majestade. Enquanto falava, movia-se a cuidar da criança, a limpá-la na bacia de esmalte, mudando-lhe a fralda, pondo-lhe talco e vestindo-a com a camisola perfumada de alfazema.

- Mas erraram o endereço, sou muito mulher para criar meu filho, fazer dele homem de respeito, não preciso de esmola de ninguém. Pode não vir a ser padre de batina, pode dar até para ladrão, tudo pode suceder. Mas quem vai criar ele sou eu e como bem entender. Vai ser o bamba da zona, com ele ninguém vai tirar cantiga de sotaque, e não vou dar ele para ricaça nenhuma que não quis ter o trabalho de parir…

Riu para a criança e lhe falou docemente:

- Sem esquecer que oçê tem pai pra cuidar de oçê…

Foi aí que dona Flor explodiu, quase gritando, inesperada e disposta, com a força do desespero:

- Só que o pai dele é meu marido… Não quero seu filho, quero o filho do meu marido… Você não tinha direito de ter filho com ele, se meteu com ele porque quis, direito a filho dele só quem tem sou eu…

Dionísia vacilou como se tivesse levado uma tapa na cara:

- Quer dizer que é casada com ele…? Casada mesmo?

Tendo explodido e aliviado seu coração repleto de mágoa, dona Flor retornava à sua timidez, explicando em voz baixa e sem esperança:

- Casada há três anos… Desculpe foi só por isso que pensei criar o menino como se fosse meu filho, já que eu não pude dar um filho a ele… Mas agora eu vi que a senhora tem razão, quem deve criar o menino é a senhora, que é a mãe dele… Depois, o que é que adiantava? Vim porque gosto demais do meu marido e tive medo dele se ir embora por via do menino. Por isso vim. O resto é tudo mentira. Mas depois de lhe ver me
dei conta que, com filho ou sem filho, ele não vai
nunca largar a senhora…

segunda-feira, março 29, 2010

VÍDEOS

Acidentes que se trasformam em espetáculo...

QUEENS - WE ARE THE CHAMPIONS


CHICO BUARQUE Y MILTON NASCIMENTO - CÁLICE


CANÇÕES ITALIANAS

ALAIN BARRIERE - VIVRÓ



DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
AMORES

EPISÓDIO Nº 80



-Pois minha amiga veio aqui lhe conversar… Não vê que ela fez uma promessa quando esteve à morte; seu primeiro filho seria padre, se Senhor do Bonfim ajudasse e ela ficasse boa – Dona Norma ia devagar, aquela história armada na véspera, nunca lhe agradara inteiramente – pois Deus atendeu e ela sarou, coisa de milagre.

A mulata ouvia curiosa de descobrir o elo a ligar a doença da moça e o milagre do Senhor do Bonfim ao seu menino. Dona Norma apressou o recado, tarefa mais incómoda:

- Mas não tendo tido filho, que fazer para cumprir a promessa? Só adoptando uma criança, criando como filho para botar depois no Seminário a estudar.

Dionísia sorriu mansamente, não era um elogio ao seu filho? Dona Norma tornou o sorriso por acordo, esclareceu:

- Ela quer adoptar o menino mas adoptar mesmo, com papel passado no cartório, tudo legal e para sempre. Para levá-lo e criá-lo como filho.

Ficou Dionísia parada, em silêncio, olhos semicerrados. Teria entendido as palavras de dona Norma ou escutava apenas a canção distante?

Quisera
Em teus braços morrer,
Antes morrer
Do que viver assim

“Antes morrer”, murmurou para si mesma e quando reabriu os olhos a cordialidade anterior tinha desaparecido, uma nova atmosfera nascia de seu olhar de vidro, da linha cavada em sua boca.

- E por quê – perguntou sem levantar a voz – Por que escolheu o meu menino? Por que logo o meu?

Devia ser implacável, desumano sofrimento, pensou dona Norma. Que mãe deseja separar-se de seu filho? Mesmo pobre, sem recursos, vivendo na miséria, mesmo assim era como rasgar o coração.

- Alguém falou de seu menino, que era forte e bonito… E que você não tinha meios para educá-lo…

Não fosse para o bem da criança, não se tratasse do filho de Vadinho com todas as implicações que isso significava e dona Norma não estaria ali, de intermediária para tal proposta, arrancando as palavras da garganta. Mas seria mesmo filho de Vadinho? Mulher de barriga suja, essa Dionísia. O menino saíra ainda mais escuro do que ela, onde os cabelos loiros de Vadinho? Dona Norma fazia novo esforço: para o menino era melhor, teria o futuro assegurado:

- O Terreiro está cheio de meninos, as ruas por aqui, e meu compadre João Alves cheio de netos inventados, eu mesma sou madrinha de um. Tudo passando fome, tudo na imundície, pedindo esmola, até roubando… Minha amiga não é nenhuma milionária, mas tem de que viver e pode dar ao pobrezinho outro conforto, outra vida. Ele não vai passar fome nem terminar na cadeia, vai estudar para padre e celebrar missa…

Como se ouvisse e entendesse o sermão de dona Norma, a criancinha acordara choramingando. Dionísia abriu a bata, libertou o seio e, acomodando o infante, deu-lhe de mamar. Escutava a visita em silêncio, como se pesasse cada um dos seus argumentos. Dona Norma traçava-lhe o quadro do futuro do filho cercado de conforto e de carinho, nada lhe faltando. Para a mãe era um sacrifício, é certo, mas só uma egoísta condenaria o filho à fome, a uma vida miserável, quando uma pessoa bondosa se dispunha… dona Flor era boníssima, impossível encontrar criatura melhor…

Dionísia ajeitou o seio na boca do menino quase saciado. Ao responder voltava-se para a janela onde ficara o negro João Alves, a ele se dirigia
como se as duas mulheres não merecessem
diálogo:

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