Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, novembro 29, 2014
Fascinação - Elis Regina
Para mim, a mais poderosa canção de amor cantada pela mais poderosa cantora brasileira.
(Pede-se experiência)
Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.
Já
qui s ser astronauta, violinista,
mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos
os pés de fora.
Já
roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo
caminhando pelo desconhecido.
Já
raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao barbear-me
muito apressado e chorei ao escutar determinada música no auto - carro.
Já
tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de
esquecer. Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a
uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.
Já
fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de
banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e voltei no
instante seguinte.
Já
corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas,
sentindo a falta de uma única.
Já
vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na piscina e não qui s sair mais, já tomei whisky até sentir os lábios
dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.
Já
senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci
novamente para ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e
senti medo de me levantar.
Já
apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num
enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um 'para
sempre' pela metade.
Já
me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por
ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um
ir e vir permanente.
Foram
tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção
e guardados nesse baú chamado coração...
Agora,
um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel:
- Qual é a sua experiência?
Essa
pergunta fez eco no meu cérebro.
Experiência....
Experiência... Será que cultivar sorrisos é experiência?
Agora...
agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:
- Experiência?! Quem a tem, se a cada momento
tudo se renova???
NOTA - Esta redacção foi escrita por um
candidato numa selecção de Pessoal na Volkswagen. A pessoa foi aceite e o seu
texto está a fazer furor na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.
Idalina trabalhava na casa de um médico em Lisboa. Durante anos foi o anjo da guarda da família. Cuidava da limpeza, da cozinha e da roupa, ajudou a criar os filhos que a adoravam.
Um dia, muito nervosa e com os olhos cheios de lágrimas, Idalina anunciou que
se ia embora. O médico, a mulher e os filhos ficaram em pânico:
- O que é que aconteceu, Idalina? Algum problema? Salário pequeno? Vamos conversar. Quem sabe a gente aumenta seu ordenado?
- Não é nada disso não, doutor. É a igreja. Nós somos da IURD, a
nossa igreja transferiu meu marido para o Paraná e eu tenho que ir com
ele.
- Seu marido é pastor?
- Não, doutor. O pastor é que nos vai levar com ele.
- Se seu marido não é pastor, pode muito bem ser substituído por outro.
- Não pode não, doutor. O pastor só confia
em meu marido.
- O que é que ele faz?
- Ele é o paralítico que se levanta e
anda...
Tu tá maluco Zé Pedro? |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 111
No silêncio, deu um passo em frente,
cuspiu no chão:
- Nove homens se borrando de medo.
- Vagabunda nenhuma me chama de
medroso... - Ofendeu-se o outro cabra até então calado.
Andou para Bernarda disposto a meter-lhe
a mão no pé do ouvido, para lhe ensinar respeito e consideração mas desistiu ao
escutar a advertência do velho Gerino:
-
Tu tá maluco, Zé Pedro?
Os jogadores de ronda que haviam
suspendido as apostas voltaram aliviados a traçar as cartas sebentas do
baralho. O velho abrandou a voz para dirigir-se a Bernarda.
Chefe dos cabras designados para montar
guarda ao barracão, não demonstrou ter-se ofendido com a acusação da rapariga:
ninguém que o conhecesse poderia acoimá-lo de covarde.
Não se esquecia ademais de que a falastrona
era pessoa do capitão Natário: se o cabra tivesse ousado, nem Deus o salvaria.
Gerino considerava-se responsável pelo cacau
e também pelos homens às suas ordens.
-
Fazer o que, Bernarda? Me diga que eu não sei. Nós não tem nada a ver com esse
embeleco. Nós é pago pra guardar o cacau do Coronel, se eles vier pra cá vão
comer fogo, é pra isso que nós ganha. Só pra isso.
-
Mas tão roubando a venda e diz que vão agarrar as mulher a pulso e passar a
geral em nós, uma por uma.
-
Nós não tá aqui pra garantir
mercadoria de turco nem boceta de mulher-dama. O que é que tu pensa? Que isso aqui é uma cidade? Isso aqui
é uma tapera com uma bodega, quatro putas e com nós no barracão do Coronel: é
cada um por si e Deus por todos.
Se tu qui ser,
fica aqui com nós que nada vai
assuceder.
Caminhou até junto à porta onde Bernarda
estava aflita e
tensa e lhe disse sem rancor:
-
Mas se tu não qui ser ficar, se
arresolver se matar pelo turco, pode ir. Nós não sai daqui .
Se eles vier nós ensina eles com quantos paus se faz uma cangalha. A gente só
tem uma vida e uma morte pra gastar.
7
Nem nas gavetas e prateleiras nem nas
tábuas grossas do balcão - onde diabo o turco excomungado
enfurnara a ourama?
Ali também desmontaram tudo, coisa por
coisa, trabalheira cansativa e inútil.
Há de estar em alguma parte, reafirmara
Manezinho impondo-se à pressa dos comparsas: à bebedeira de Janjão desejoso de
regalar-se com o fiofó da negra; aos temores de Chico Serra receoso de um
ataque de surpresa dos vaqueiros.
Onde diabo? Nos sacos de farinha, de
feijão, de milho?
sexta-feira, novembro 28, 2014
IMAGENS
Lumbala, Concelho de Cazombo, Distrito do Moxico, Alto Zambeze, Angola, à beira do rio Zambeze com as suas areias "cantantes" e da fronteira com a então Rodésia do Norte. Rendi estes militares e estive aqui 15 meses, os mais felizes da minha vida, na companhia do simpático povo Luena. Ao longo dos meses tive tempo, com a intervenção dos meus admiráveis soldados nortenhos de fazer novas instalações. Depois de me vir embora começou a guerra...
Trem das Onze - Demónios da Garoa
Surgiu na década de 1940 com o nome de "Grupo do Luar" fundado por Arnaldo Rosa. Em 1943, cantando pela primeira vez norádio, venceu um concurso de calouros, chamado A Hora da Bomba, da Rádio Bandeirantes. O prêmio principal era um contrato para duas apresentações semanais na rádio.
O grupo mudou de nome por iniciativa do locutor Vicente Leporace, entusiasta do grupo. Este promoveu um concurso entre os ouvintes para que fosse escolhido o nome do grupo. Dentre as sugestões, foi escolhido o nome "Demônios da Garoa" por um ouvinte da radio não identificado até hoje. Vale lembrar que Leporace ao anunciar o conjunto em seu programa costumava chamá-los de "endiabrados" do Grupo do Luar.
Em 1949, durante as gravações do filme O Cangaceiro, conheceram o compositor Adoniran Barbosa. Nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.
Em 1949, durante as gravações do filme O Cangaceiro, conheceram o compositor Adoniran Barbosa. Nasceu a parceria que rendeu os principais sucessos do grupo e seu reconhecimento nacional.
Este é o medo f instintivo, "pai" do outro, feito sentido de responsabilidade |
de
responsabilidade
no futuro
Hans Jonas é um inimigo radical das utopias, que viam o mundo em que tudo era possível e nada estava escrito. A brutal experiência da bomba atómica, da poluição do meio ambiente e do Holocausto, demonstram que, moralmente, a utopia pode acabar sendo a justificação para o assassinato em larga escala e a destruição do planeta.
A Utopia dizia aos
homens "Você pode fazê-lo e, como você pode, você deve".
A
responsabilidade requer o cálculo de risco e, na dúvida de que algo pode dar
errado, é melhor não. O imperativo ético que é proposto por Jonas arranca do
medo ou, para usar as suas palavras, a "heurística do medo", que é
uma mistura de respeito com medo.
É o medo das consequências irreversíveis do
progresso (modificação genética, a destruição do habitat), que nos obriga a
agir de forma responsável e o motor que nos impulsiona é a ameaça que paira
sobre a vida futura.
O medo é um
sentimento negativo, mas dessa negatividade pode sair algo de positivo:
constatando que o planeta está em perigo e que a causa desse perigo é o poder
do ser humano, possuidor de uma técnica que corre o risco de se tornar anónima
e autónoma, deve ser prestada mais atenção à profecia de miséria do que à
utopia da felicidade e agir em conformidade, levando a sério a ameaça que paira sobre o futuro da
humanidade e nos convida a agir responsavelmente.
NOTA - O medo como mecanismo de responsabilidade foi o instrumento que nos foi inculcado para preservarmos a nossa vida. O medo e a dor são avisadores de que há um perigo que nos ameaça.
Hoje podemos fazer demasiadas coisas, só o medo nos tem travado. Não foi pelo medo que a guerra fria acabou?
As cada vez mais acentuadas desigualdades sociais deviam fazer-nos temer confrontos graves destruidores da humanidade ou pelo menos da nossa civilização.
É preciso que o medo funcione.
Um grupo de amigos de 50
anos discutia para escolher o restaurante onde iriam jantar. Finalmente
decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque as empregadas usavam mini-saias e
blusas muito decotadas.
Dez anos mais tarde, aos
60 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o
restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque a comida era muito
boa e havia uma excelente carta de vinhos.
Dez anos mais tarde, aos
70 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o
restaurante. Decidiram-se pelo Restaurante Tropical porque lá havia uma rampa
para cadeiras de rodas e até um pequeno elevador.
Dez anos mais tarde, aos
80 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram para escolher o
restaurante. Finalmente decidiram-se pelo Restaurante Tropical. Todos acharam
que era uma grande ideia porque nunca tinham ido lá.
Que previdência se deu? |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 110
Não ouviu a resposta nem se preocupou em
receber a paga; assim mesmo como estava partiu em disparada sob o aguaceiro.
Encharcada, chegou ao toldo no
descampado: ninguém. Onde andariam?
Fugidos nos brejos que nem as mulheres?
Defendendo o armazém tampouco estavam, não vinha zoada daquelas bandas.
Dirigiu-se para o barracão: lá encontraria
ao menos os três cabras encarregados de guardar o cacau seco. Largou-se
açoitada pelo vento; tudo calmo em derredor - calmo demais, dava medo.
Uma das portas do depósito entreabriu-se
ao rumor de seus passos. Olhos acostumados a enxergar nas trevas, Bernarda
percebeu o cano do clavinote. Gritou seu nome, a porta se abriu de todo.
Dentro do barracão, os cabras e o
boiadeiro montavam guarda, armas em punho. Sentados no chão, tropeiros e ajudantes
disputavam partidas de ronda: uns apostavam, outros assistiam, desatentos todos,
o sentido posto nos jagunços.
Olharam para Bernarda mas nenhum abriu a
boca; prosseguiram o jogo. Sabiam que ela não viera em busca de frete:
requestada, nunca precisara sair à cata de freguês.
A
água escorria-lhe do corpo, fazia poças no assoalho: a combinação grudada na
pele emoldurava-lhe os seios e a barriga, as coxas e as ancas. À luz difusa dos
candeeiros parecia uma visagem do outro mundo.
-
Diz que os jagunços tão atacando a casa de seu Fadu.
Não houve resposta. O tangerino qui s falar, arrependeu-se, ficou a olhar para ela
como se estivesse com a vista encandeada: ai, nunca se deitara com Bernarda!
-
Tão ou não?
Desviando o olhar da sombra dos
pentelhos molhados
da atrevida, o vaqueiro abanou a cabeça, confirmou:
- João Fanchão, Chico Serra e Manezinho,
não podia se juntar três mais pior que esses.
-
Que providência se deu?
O cabra que lhe abrira a porta
admirou-se da pergunta; a voz neutra, explicou:
-Providência?
Eles veio na intenção da venda, depois de roubar vão embora.
Contando os cabras, o tangerino, os
tropeiros e ajudantes somavam nove homens, quatro dos quais armados com
paus-defumaça, além dos facões e punhais dos estradeiros.
- Eles não passa de três e só aqui tem nove...
(Do Blog O JUMENTO)
"Há por aí quem tenha
mais olhos do que barriga e agora estão metidos num grande buraco, cometeram um
erro estratégico muito grave ao meterem José Sócrates numa cela da prisão. E
meteram-no para recolherem provas que fazem crer existirem e ao fazê-lo não só
ficaram com o ónus da prova que já era deles, como estão obrigados a provar que
Sócrates é mesmo culpado do que fizeram crer e do que o vão acusar.
A justiça portuguesa
está muito habituada a apresentar quer os sucessos, quer os abusos e erros como
provas de que é uma justiça competente. Quando condena festeja a sua
competência, como sucedeu recentemente com o caso Sócrates na versão sucateiro.
Quando os tribunais inocentam os procuradores recorrem até poderem, talvez na
esperança de o arguido já não ter mais dinheiro para se defender, para no fim
concluírem que ao ser declarada a inocência a justiça também funcionou.
Quando não conseguem
arranjar qualquer prova recusam-se a admitir a inocência e arqui vam os processos a “aguardar melhor prova”, para
a justiça os portugueses são como os bebés para a Igreja Católica, mal nascem
já são culpados e enquanto não forem ilibados por um juiz são culpados de
qualquer coisa, não se sabe bem do quê mas são certamente culpados. É como
quando a minha mãe me dava uma palmada por engano, a desculpa era sempre a
mesma, ficava por conta das situações em que não tinha sido apanhado.
Os grandes instrumentos
da justiça portuguesa parecem ser o medo e a difamação, quem cai nas malhas da
justiça é amedrontado e fica em silêncio na esperança de os magistrados o
recompensar com alguma generosidade no momento da acusação, enfim, um pequeno
desconto. Por outro lado e enquanto os arguidos são silenciados os jornais e
televisões da justiça condenam os arguidos na praça pública, destroem-nos moral
e psicologicamente e perseguem familiares, amigos e todos os que os ousem
defender.
Desta vez a justiça pode
ter cometido dois erros de cálculo, teve mais olhos do que barriga e deteve
Sócrates com muitas certezas e poucas provas, o segundo erro poderá ter sido a
sua prisão preventiva. Agora a justiça está obrigada a apresentar um caso
sólido e sem margem para qualquer dúvida, tinham a certeza, prenderam o homem e
tentaram destruí-lo, não podendo dizer que destruiu as famosas provas por estar
na prisão e porque não teve tempo de ir a casa destruir os tais documentos.
Ainda por cima o
silêncio a que pensaram ter condenado Sócrates é bem ruidoso do que imaginavam,
esqueceram-se que a prisão preventiva não é uma condenação ao silêncio e muito
menos a perda de todos os direitos. Se tivesse sido condenado ou se calava ou
ia para a solitária, mas em prisão preventiva pode receber quem bem entende,
conta com os advogados e elabora os comunicados que bem entender. Em vez de
serem os jornalistas a perseguirem-no pelas ruas de Lisboa perguntando-lhe o
que lhes mandaram perguntar, é o Sócrates a conseguir a mediatização das
suas respostas.
Das duas uma, ou a
justiça prova tudo o que disse e mandou dizer ou desta vez o caçador corre um
sério risco de ser caçado. A prisão de José Sócrates poderá ter sido um dos
maiores erros da justiça portuguesa e acabar por ter o efeito contrário ao que
era pretendido, desta vez em vez de funcionar como condenação prévia do arguido
pode ser uma espada sobre o pescoço dos que propuseram e decidiram a sua
prisão.
A justiça está habituada a errar e a beneficiar do medo colectivo que o povo português tem de uma justiça que nunca deixou de se sentir como um tribunal plenário. Por mais que erre, por mais que difame com a manipulação e a violação do segredo de justiça, por mais que considere as sentenças não condenatórias como medalhas para exibir ao peito, a justiça e os seus agentes sempre saíram impunes dos seus actos. Em Portugal a justiça nunca errou, nunca se registou um erro judiciário e nunca um magistrado pagou pelas consequências dos seus erros.
Talvez desta vez seja diferente e a justiça venha a ter de assumir a responsabilidades e consequências dos seus erros e, para já, a prisão preventiva de José Sócrates poderá ter sido o primeiro erro num processo que só agora começou, ainda que há muito que tudo tenha sido escrito, os neo-nazis já tinha falado dos dinheiros de Sócrates e há muito que estava escrito nas estrelas que ele seria preso.
A justiça está habituada a errar e a beneficiar do medo colectivo que o povo português tem de uma justiça que nunca deixou de se sentir como um tribunal plenário. Por mais que erre, por mais que difame com a manipulação e a violação do segredo de justiça, por mais que considere as sentenças não condenatórias como medalhas para exibir ao peito, a justiça e os seus agentes sempre saíram impunes dos seus actos. Em Portugal a justiça nunca errou, nunca se registou um erro judiciário e nunca um magistrado pagou pelas consequências dos seus erros.
Talvez desta vez seja diferente e a justiça venha a ter de assumir a responsabilidades e consequências dos seus erros e, para já, a prisão preventiva de José Sócrates poderá ter sido o primeiro erro num processo que só agora começou, ainda que há muito que tudo tenha sido escrito, os neo-nazis já tinha falado dos dinheiros de Sócrates e há muito que estava escrito nas estrelas que ele seria preso.
NOTA
Terá a justiça dado um passo maior do que a perna ao decretar a prisão preventiva de Sócrates para poder conduzir melhor a investigação?
Sócrates governou este pais durante mais de seis anos e nessa qualidade ficou conhecido no mundo inteiro. Prendê-lo preventivamente no aeroporto à saída do avião apenas para investigá-lo é pôr Portugal nas bocas do mundo e, para já, assassinar politicamente um ex-1º Ministro.
Podem os juízes dizer que perante a lei somos todos iguais. Pelas más razões sabemos que não é verdade. Neste caso, a realidade e o bom senso também nos dizem que não.
A justiça não deve deixar dúvidas em caso algum, neste muito menos.
quinta-feira, novembro 27, 2014
OSWALDO MONTENEGRO - METADE DE MIM
Nasceu no Rio de Janeiro em 1956 e é músico, cantor, poeta, compondo trilhas sonoras para peças teatrais, cinema e televisão. Tem uma das parcerias mais sólidas ao lado de Madalena Salles que o acompanha com as suas flautas. Oswaldo foi um caso excepcional de precocidade talvez porque nasceu numa família de músicos: seu pai, por quem foi influenciado musicalmente, mas também a sua mãe e os avós maternos.
Um casal recém casado chega ao hotel e a inocente
rapariga diz ao marido:
- Amor, eu não sei nada destas coisas, então vais ter que me ensinar.
Compreensivo o marido responde: - Minha vida, a partir deste momento, à tua"coisita" vamos chamar-lhe a prisão e a "este" vamos chamar
o prisioneiro. Vamos então meter o prisioneiro na prisão...
Depois do primeiro
"round", o tipo atira-se de barriga para cima na cama, mas a rapariga entusiasmada diz ao marido:
- Amor, o prisioneiro está fora da prisão. O esposo não muito entusiasmado diz:
- Vamos metê-lo na prisão outra vez. E seguem com a segunda....
Mas a rapariga diz-lhe: - Amooooooooor, o prisioneiro está fora outra vez!
Levanta-se o tipo como pode, com as pernas tremendo como um recém nascido, e vai para a terceira.....
Ao terminar atira-se na cama, exausto. Mas a rapariga volta a dizer:
- Querido, o prisioneiro voltou a sair!
Responde-lhe o esposo, desesperado:
- Não me chateies porra!... O prisioneiro não foi condenado a prisão perpétua...
Richard Dawkins |
Porque Existem
as Pessoas?
as Pessoas?
É
com esta pergunta que Richard Dawkiins inicia o seu livro “O Gene Egoísta” cujo
argumento é de que nós, e todos os restantes animais, somos máqui nas criadas pelos nossos genes sendo que, cada
gene, constitui a unidade fundamental da hereditariedade.
Os milhares de gerações que nos
precederam deixaram como herança o resultado das suas acções e a sua
constituição biológica, às quais devemos a nossa própria existência.
Nota - A nossa biologia pode não nos ajudar mas a inteligência pode salvar -nos levando-nos a perceber que a cooperação e o bem estar comum constituem a salvação da humanidade. O EI (estado Islâmico) e as suas práticas de morte indiscriminadas mostram ao mundo, pela negativa, qual o caminho certo.
Nos dias de hoje, este era um exemplo impensável do caminho para um suicídio colectivo e aprova de que a loucura humana continua a existir e organizada pode tornar-se temível mas é má de mais para poder triunfar.
Não serve a ninguém com o mínimo de legitimidade, está condenada ao fracasso e a fazer vítimas. Em termos civilizacionais é um retrocesso e uma aberração. A humanidade já foi longe de mais para a poder tolerar.