Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, agosto 11, 2012
A POUCO RECOMENDÁVEL
IDADE MÈDIA…
IDADE MÈDIA…
Durante mil anos, do Século V ao XV, decorreu um período a que chamámos de Idade Média porque ocupa um grande "vazio" entra a saudosa Antiguidade Greco-Romana e os tempos modernos. A mim,
sempre me pareceu uma época tenebrosa na qual não gostaria de ter vivido:
Por um lado, a Inqui sição
da Igreja, por outro, o despotismo e prepotência dos nobres e, finalmente, a completa ausência de
direitos do povo, fazem deste período uma fase anárqui ca
e confusa da sociedade europeia e ainda mais da nossa península ibérica por causa dos mouros a Sul, onde
nasceu o nosso Portugal, no Século XII.
E foi exactamente num belo dia desse
Século XII que o fundador do nosso país e seu primeiro rei, D. Afonso Henriques,
andava em passeio pelas terras sob seu domínio, no Douro, quando resolveu
visitar um dos seus fiéis barões, D. Gonçalo de Sousa que vivia na sua quin ta em Unhão.
Claro que, D. Gonçalo, em quem Afonso Henriques
se tinha apoiado na sua luta contra o reino de Leão e Castela, recebeu o seu
senhor o melhor que pôde e deixou-o na sala a conversar com a Condessa, sua esposa, enquanto foi para cozinha dar instruções à criadagem para a preparação do
jantar… real.
Nesses tempos, o jantar, como era de
hábito, era comido a meio da tarde, algumas horas depois do almoço que era
servido por volta das 10 ou 11 da manhã.
Não havia uma grande variedade de comida:
a alimentação constava, sobretudo de carne assada de animais caçados na coutada
do conde, acompanhada de pão, couves e talvez puré de castanhas, tudo regado
com vinho que D. Gonçalo guardava em grandes barris na sua adega.
Não havia então na Europa e na Península
conhecimento da existência de batatas, feijões, milho, alimentos que só muito
mais tarde haveriam de ser conhecidos com a descoberta da América.
A carne de veado ou cervo era muito
apreciada pela nobreza, mas o mais corrente era comer-se coelho, lebre,
galinhola ou, com alguma sorte, faisão.
Também havia ursos na coutada e nas
serranias fora dela, assustando os raros viajantes que transitavam a pé ou de
mula pelos carreiros ou pelos troços que sobreviveram das antigas estradas
romanas, mas os caçadores só os afrontavam, tal como aos lobos, quando isso era
necessário à sua própria sobrevivência.
Caçar era o grande passatempo desta
nobreza turbulenta, quando não andava metida em guerras entre si, desafiando
reinos vizinhos ou contra os mouros do sul. Um plebeu que fosse apanhado a pôr
armadilhas para coelhos ou a atirar fisgadas a perdizes, o mais provável era não
escapar com vida.
Amor Sobre a Pele de Urso
D. Gonçalo, vestindo quase de certeza
uma túnica pouco limpa e bastante remendada cingida na cintura por um largo
cinto de cabedal, lá andava pela cozinha a dar ordens aos servos (alguns dos
quais, percebia-se pela pele bronzeada e barba preta, serem escravos mouros)
entre as panelas e os tachos de barro e de cobre inevitavelmente sobrevoados
por esquadrilhas de moscas e varejeiras, enquanto a condessa num banco dos que
se fecham em tesoura, conversava com o rei.
(Amanhã terminaremos a história -
muito reveladora - da visita do Rei Afonso Henriques, o Conquistador, ao Conde, seu fiel amigo, D. Gonçalo)
GABRIELA
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 164
Na sala, a mulher o
esperava, encolhida de medo. Parecia a imagem de santa macerada, o negro
Fagundes tinha razão.
- Onde ela está?
- Subiu para o quarto.
- Mande descer.
Esperou na sala, a bater o
rebenque contra a bota. Malvina entrou, a mãe ficou na porta de comunicação. De
pé ante ele, a cabeça erguida, tensa, orgulhosa, decidida, Malvina aguardou. A
mãe aguardava também, os olhos de medo, Melk andou na sala.:
- Que tem a dizer?
- A respeito de quê?
- Respeito me tenha! – gritou – Sou seu pai,
baixe a cabeça. Sabe do que falo. Como me explica esse namoro? Ilhéus não trata
de outra coisa, até na roça chegou. Não me venha dizer que não sabia que era
homem casado, ele não escondeu. Que tem a dizer?
- Que adianta dizer? O senhor não vai
compreender. Aqui ninguém pode
compreender. Já lhe disse, meu pai, mais de uma vez: não me vou sujeitar a
casamento escolhido por parente, não vou me enterrar na cozinha de nenhum
fazendeiro, ser criada de nenhum doutor de Ilhéus. Quero viver a meu modo.
Quando sair, no fim do ano, do colégio, quero trabalhar, entrar num escritório.
- Tu não tem querer. Tu há-de fazer o que eu
ordenar.
- Eu só vou fazer o que eu desejar…
- Cale a boca, desgraçada!
- Não grite comigo, sou sua filha, não sou sua
escrava.
- Malvina! – exclamou a mãe – Não responda
assim a meu pai. Malvina rugiu:
- Pois vou embora com ele, fique sabendo.
- Ai meu Deus!... – A mãe cobriu o rosto com
as mãos.
- Cachorra! – Levantou o rebenque, nem reparava
onde batia.
Foi nas pernas, nas nádegas,
nos braços, no rosto, no peito. Do lábio partido o sangue escorreu, Malvina
gritou:
- Pode bater. Vou embora com ele!
- Nem que te mate…
Num repelão, atirou-a para
cima do sofá. Ela caiu de bruços, novamente ele levantou o braço, o rebenque
subia e descia, silvava no ar. Os gritos de Malvina ecoavam na praça.
A mãe suplicava em choro, a
voz medrosa:
- Basta, Melk, basta…
Depois, de repente, se
atirou da porta, agarrou-lhe a mão:
- Não mate a minha filha!
Parou, arquejante, Malvina
agora apenas soluçava no sofá.
- Pró quarto! Até segunda ordem não pode sair.
No bar, Josué apertava as mãos,
mordia os lábios. Nacib sentia-se acabrunhado, João Fulgêncio abanava a cabeça.
Na sua janela, Glória sorriu
tristemente.
Alguém disse:
- Parou de bater.
Da virgem no rochedo
Negros rochedos crescendo do
mar, contra seu flanco de pedra as ondas rebentavam em espuma branca. Caranguejos
de assustadoras garras surgiram de recônditas cavidades.
De manhã e de tarde,
moleques escalavam ágeis a penedia, brincando de jagunços e coronéis. De noite
ouvia-se o barulho da água mordendo a pedra, infatigável. Por vezes uma luz
estranha nascia na praia, subia pela rocha, perdia-se nos desvãos, reaparecia
nas grimpas.
Os negros diziam ser
bruxaria das sereias, das aflitas mães-d’água, Dª Janaína em fogo verde
transformada. Suspiros rolavam, ais de amor no escuro da noite. Os mais pobres
casais, mendigos, malandros, prostitutas sem pouso, faziam sua cama de amor na
praia escondida entre os rochedos, embolavam na areia. Rugia em frente o mar
bravio, dormia atrás a bravia cidade.
(Há sempre uma luz que representa a esperança num futuro melhor...)
sexta-feira, agosto 10, 2012
CARLOS RAMOS - NÃO VENHAS TARDE
Quem gosta de fado, especialmente de fado castiço, tem que eleger Carlos Ramos e o "Não Venhas Tarde" como algo que, quantos mais anos passam, mais saudades nos despertam. Esta voz e a qualidade desta letra... são de excepção. Já aqui o disse: Carlos Ramos (nascido em 1907 faleceu em 1969) era o fadista mais querido da minha mãe e de milhares de mães dessa época, especialmente lisboetas. Recordê-mo-lo mais uma vez...
da minha mãe
Ele fora sempre um homem profunda e sinceramente
religioso, cumpridor dos seus deveres, chefe de família e cristão exemplar. Ao
longo da vida nunca tinha falhado uma missa e a sua relação com Deus era coloqui al.
Ultimamente, no fim das suas orações,
pedia insistentemente:
-
Oh, Deus, quando decidires levar-me avisa-me com antecedência, a máxima que te
for possível. Sabes, tenho muitos amigos de quem me quero despedir e há sempre
umas coisas de que a gente gostava de fazer por último.
E sempre que ia à Igreja repetia a Deus,
empenhadamente, este pedido.
Um dia, de repente, morreu.
Católico impoluto, subiu ao céu e São
Pedro o foi receber pessoalmente às portas do paraíso.
-
Venho muito zangado, diz ele. Pede a Deus para me receber: quero falar com ele.
-
Vou ver se ele te pode atender… e deixou-o só.
-
De regresso diz-lhe: Anda comigo, ele vai falar contigo.
Frente a frente, o bom homem desabafa:
-
Em vida, tinha-te feito um pedido com toda a insistência para que me avisasses
com antecedência da minha morte e, afinal, de repente, sem mais nem menos, levaste-me sem nenhum
aviso. Fui sempre um servo teu, fiel e respeitador, não merecia que me fizesses
isto…
Responde Deus:
-
Mas, estás a ser muito injusto:
-
Lembras-te de quando te apareceram os teus primeiros cabelos brancos?
-
Sim, lembro.
-
Lembras-te quando puseste a primeira prótese para substituir os dentes que,
entretanto, tiveste que arrancar?
-
Sim, lembro.
-
Lembras-te dos óculos que tiveste de comprar para poderes continuar a ler o teu
jornal com o cafezinho da manhã que não dispensavas?
-
Sim, lembro.
-
Lembras-te das tuas dificuldades de audição de que a tua mulher reclamava por
ter de repetir tudo até ouvires?
-
Sim, lembro.
-
Lembras-te das palavras que a tua memória começou a recusar-te e te levava a
dizer que ficavam debaixo da língua?
-
Sim, lembro.
- Lembras-te das dores e achaques que
começaste a sentir um pouco por todo o corpo?
-
Sim, lembro.
-
E lembras-te das referências subtis que a tua mulher te fazia por espaçares
cada vez mais as relações sexuais?
-
Sim, lembro.
-
E acusas-me de que não te avisei???
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 163
Retirou o rebenque, levantando-o; a
ponta roçou de leve o rosto de Rómulo. – Depois de amanhã, é o prazo que lhe
dou.
Voltou-lhe as costas, voltado agora para
o bar como a indagar do motivo da pequena aglomeração do lado de fora. Marchou
para lá, os curiosos foram-se sentando, estabelecendo conversas rápidas,
olhando de soslaio. Melk chegou batendo nas costas de Nacib:
-
Como vai essa vida, me serve um conhaque.
Viu João Fulgêncio, sentou-se a seu
lado:
-
Boa tarde, seu João. Me disseram que o senhor andou vendendo uns livros ruins
pra minha menina. Vou lhe pedir um favor: não venda mais nenhum. Livro só de
Colégio, os outros não prestam para nada, só servem para desencaminhar.
Muito calmo, João Fulgêncio respondeu:
-
Tenho livros para vender. Se o freguês quer comprar, não deixo de vender. Livro
ruim, o que é que o senhor entende por isso? Sua filha só comprou livros bons,
dos melhores autores. Aproveito para lhe dizer que é moça inteligente, muito
capaz. É preciso compreendê-la, não deve ser tratada como uma qualquer.
-
A filha é minha, deixe comigo o tratamento. Para certas doenças conheço os
remédios. Quanto aos livros, bons ou ruins, ela não comprará mais.
-
Isso é com ela.
-
Comigo também.
João Fulgêncio levantava os ombros como
se lavasse as mãos das consequências. Bico Fino chegava com o conhaque, Melk
bebia-o de um trago, ia levantar-se, João Fulgêncio segurava-lhe o braço:
-
Ouça, coronel Melk. Fale com sua filha com calma, ela talvez o ouça. Se usar de
violência poderá vir a arrepender-se depois.
Melk parecia fazer um esforço para
conter-se:
-
Se não conhecesse o senhor, não tivesse sido amigo de seu pai, eu nem lhe
escutava. Deixe a menina comigo. Não costumo me arrepender. De toda a forma lhe
agradeço a intenção.
Batendo o rebenque na bota, atravessou a
praça. Josué o olhava de uma das mesas, veio sentar-se na cadeira que ele
deixara, ao lado de João Fulgêncio.
-
Que irá fazer?
-
Possivelmente uma burrice – Pousou seus olhos bondosos no professor – O que não
admira, você também não anda fazendo tantas? – É uma moça de carácter,
diferente. E a tratam como se fosse uma tola…
Melk transpunha o portão da casa de
estilo moderno. No bar as conversas retornavam a Altino Brandão, às agitações
políticas.
O engenheiro sumira do banco da avenida.
Só mesmo João Fulgêncio, Josué e Nacib, esse parado na calçada na calçada,
continuavam atentos aos passos do fazendeiro.
(Click na imagem da Gabriela: perdição dos coronéis, cobiça dos homens, ciumeira de Nacib)
COM JESUS CRISTO Nº 57
SOBRE O TEMA:
“ASCENSÃO OU ASSUNÇÃO?”
RAQUEL -
Emissoras Latinas continuam em Nazaré. Nos porões da igreja da Sagrada Família
conserva-se um cemitério dos tempos de Jesus. Até aqui
chegamos na companhia do próprio Jesus Cristo. Estarão aqui
os restos de seus familiares?
JESUS - Quando meu pai José morreu o enterramos onde
sepultavam a todos os nazarenos. Mas isto mudou muito…
RAQUEL - Foi duro para o senhor?
JESUS - Sim, minha
mãe ficou viúva com vários filhos. Tudo mudou na família quando faltou meu pai.
RAQUEL - E como pai morreu seu pai?
JESUS - Não de doença nem do peso dos anos. Os homens
adiantaram sua hora. Eram tempos difíceis na Galiléia. Os soldados romanos
cometiam muitos abusos. E meu pai era um homem justo. Por esconder a uns
rapazes que fugiam de uma matança, os soldados lhe deram uma surra, o deixaram
gravemente ferido e já não levantou mais.
RAQUEL - Sinto ter lhe recordado essa dor. E sua mãe?
Onde ela morreu?
JESUS - Acho que em Jerusalém. Mas ouvi
dizer que não, que foi em Éfeso, que João a levou para essa cidade longínqua.
Como eu lhe pedi que cuidasse dela… Mas, diga-me, por que quer falar disto,
Raquel?
RAQUEL - Porque nossos ouvintes querem saber se é certo
o que se diz do final da vida de sua mãe.
JESUS - E o que se diz?
RAQUEL - Que ela não morreu, porque… porque não podia
morrer.
JESUS - Não pode ser. Todos morremos. Do pó viemos e
ao pó voltaremos.
RAQUEL - Dizem também que o corpo de sua mãe era tão
imaculado que a terra não poderia tragá-lo.
JESUS - Quando o grão de trigo cai na terra, apodrece,
mas não morre. Continua vivendo na nova espiga.
RAQUEL - Bom, o que dizem é que ela não morreu, mas que
dormiu. Essa história do sonho é realidade ou lenda?
JESUS
- É uma bela parábola. Porque ao morrer
despertaremos em Deus. Uma
porta se fecha e outra se abre.
RAQUEL
- Mas não falam de porta, mas de escada. Afirmam
que Maria subiu ao céu. Diferente do seu caso porque o senhor, como sabemos, se
elevou por si só e a ela foi carregada pelos anjos.
JESUS
- É o que dizem?
RAQUEL
- Tal como ouve.
JESUS
- Creio que aí já começaram a
inventar.
RAQUEL
- Não, é um dogma de fé. A palavra
oficial que usam em seu caso é ascensão. No dela, assunção. Em linguagem actual,
diríamos que o senhor se propulsou até as alturas. E ela foi como que sugada.
JESUS
- Que disparates, Raquel! Ninguém tem que subir
a nenhuma parte porque Deus não está em cima. Está aqui ,
dentro de mim, dentro de ti. Deus é o coração de todas suas criaturas.
RAQUEL
- E o céu, então? Nos programas
anteriores, o senhor nos disse que não há inferno. Também não há céu? O que
acontece depois da morte?
JESUS
- O céu é a obra de suas mãos. Nas
mãos de Deus vivemos. E ao morrer, continuamos em suas mãos.
RAQUEL
- Mas, se não é pedir demais, como o
senhor vem de “lá”… poderia nos adiantar algo?
JESUS
- Se a um menino antes de nascer
lhe contassem o que irá ver fora do ventre de sua mãe, ele não acreditaria.
Também não o entenderia. Asseguro-te que nenhum olho viu, nenhum ouvido
escutou, nenhuma mente pode imaginar o que Deus tem preparado para os que amam
de verdade.
RAQUEL
- Então, ficamos entre o céu e a terra. Nem
ascensões nem assunções, mas sim uma grande esperança.
De
Nazaré, Emissoras Latinas..
quinta-feira, agosto 09, 2012
AS BONECAS DE CROCHÉ...
Um homem e uma mulher estavam casados por mais de 60
anos.
Eles tinham compartilhado tudo um com o outro e conversado sobre tudo.
Não havia segredos entre eles, com excepção de uma caixa de sapatos que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado o marido que nunca a abrisse nem perguntasse o que havia nela.
Por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapatos.
Um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria.
Sendo assim, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou para perto da cama da mulher.
Ela concordou que era a hora dele saber o que havia naquela caixa.
Quando ele abriu a tal caixa, viu 2 bonecas de croché e um pacote de
dinheiro que totalizava 95 mil Euros.
Ele perguntou a ela o que aqui lo
significava, ela explicou:
- Quando nós nos casamos minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficassequi eta e fizesse
uma boneca de croché.
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava:
- Somente duas bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente duas vezes por todos esses anos de vida e amor.
- Querida!!! - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo, de onde veio?
- Ah !!! - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas, só
sobraram duas.
ORAÇÃO :
Senhor, dai-me sabedoria para entender os homens, amor para perdoá-los e paciência para aturá-los, porque se eu pedir força, eu bato neles até matar pois… EU NÃO SEI FAZER CROCHÉ ...
Amem!
Eles tinham compartilhado tudo um com o outro e conversado sobre tudo.
Não havia segredos entre eles, com excepção de uma caixa de sapatos que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado o marido que nunca a abrisse nem perguntasse o que havia nela.
Por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapatos.
Um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria.
Sendo assim, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou para perto da cama da mulher.
Ela concordou que era a hora dele saber o que havia naquela caixa.
Quando ele abriu a tal caixa, viu 2 bonecas de croché e um pacote de
dinheiro que totalizava 95 mil Euros.
Ele perguntou a ela o que a
- Quando nós nos casamos minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficasse
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava:
- Somente duas bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente duas vezes por todos esses anos de vida e amor.
- Querida!!! - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo, de onde veio?
- Ah !!! - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas, só
sobraram duas.
ORAÇÃO :
Senhor, dai-me sabedoria para entender os homens, amor para perdoá-los e paciência para aturá-los, porque se eu pedir força, eu bato neles até matar pois… EU NÃO SEI FAZER CROCHÉ ...
Amem!
GABRIELA
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 163
Retirou o rebenque, levantando-o; a
ponta roçou de leve o rosto de Rómulo. – Depois de amanhã, é o prazo que lhe
dou.
Voltou-lhe as costas, voltado agora para
o bar como a indagar do motivo da pequena aglomeração do lado de fora. Marchou
para lá, os curiosos foram-se sentando, estabelecendo conversas rápidas,
olhando de soslaio. Melk chegou batendo nas costas de Nacib:
-
Como vai essa vida, me serve um conhaque.
Viu João Fulgêncio, sentou-se a seu
lado:
-
Boa tarde, seu João. Me disseram que o senhor andou vendendo uns livros ruins
pra minha menina. Vou lhe pedir um favor: não venda mais nenhum. Livro só de
Colégio, os outros não prestam para nada, só servem para desencaminhar.
Muito calmo, João Fulgêncio respondeu:
-
Tenho livros para vender. Se o freguês quer comprar, não deixo de vender. Livro
ruim, o que é que o senhor entende por isso? Sua filha só comprou livros bons,
dos melhores autores. Aproveito para lhe dizer que é moça inteligente, muito
capaz. É preciso compreendê-la, não deve ser tratada como uma qualquer.
-
A filha é minha, deixe comigo o tratamento. Para certas doenças conheço os
remédios. Quanto aos livros, bons ou ruins, ela não comprará mais.
-
Isso é com ela.
-
Comigo também.
João Fulgêncio levantava os ombros como
se lavasse as mãos das consequências. Bico Fino chegava com o conhaque, Melk
bebia-o de um trago, ia levantar-se, João Fulgêncio segurava-lhe o braço:
-
Ouça, coronel Melk. Fale com sua filha com calma, ela talvez o ouça. Se usar de
violência poderá vir a arrepender-se depois.
Melk parecia fazer um esforço para
conter-se:
-
Se não conhecesse o senhor, não tivesse sido amigo de seu pai, eu nem lhe
escutava. Deixe a menina comigo. Não costumo me arrepender. De toda a forma lhe
agradeço a intenção.
Batendo o rebenque na bota, atravessou a
praça. Josué o olhava de uma das mesas, veio sentar-se na cadeira que ele
deixara, ao lado de João Fulgêncio.
-
Que irá fazer?
-
Possivelmente uma burrice – Pousou seus olhos bondosos no professor – O que não
admira, você também não anda fazendo tantas? – É uma moça de carácter,
diferente. E a tratam como se fosse uma tola…
Melk transpunha o portão da casa de
estilo moderno. No bar as conversas retornavam a Altino Brandão, às agitações
políticas.
O engenheiro sumira do banco da avenida.
Só mesmo João Fulgêncio, Josué e Nacib, esse parado na calçada na calçada,
continuavam atentos aos passos do fazendeiro.
(Click na imagem dos coronéis. Eles eram, na sociedade do nordeste brasileiro de então, as personagens que detinham a riqueza da terra e, com ela, o poder e a autoridade despótica e prepotente)
(Click na imagem dos coronéis. Eles eram, na sociedade do nordeste brasileiro de então, as personagens que detinham a riqueza da terra e, com ela, o poder e a autoridade despótica e prepotente)
Cena dramática da Telenovela a Gabriela - 1975 - Talvez a melhor história contada em televisão, representada pelo melhor conjunto de actores de então no Brasil e escrita pelo genial escritor Jorge Amado.
quarta-feira, agosto 08, 2012
|
CRAVO
E
CANELA
CANELA
Episódio Nº 162
Não só o Diabo, o Inferno inteiro ele o
conduzia dentro de si. De nada adiantara o trato feito com Gabriela. Ela vinha
e ficava por detrás da caixa registadora. Frágil trincheira, curta distância
para o desejo dos homens.
Acotovelavam-se agora a beber de pé,
junto ao balcão, quase um comício em torno dela, uma pouca vergonha. O juiz
descarara tanto que a ele próprio, Nacib, já dissera:
-
Vá se preparando, meu caro, que vou lhe roubar Gabriela. Vá tratando de procurar
outra cozinheira.
-
Ela deu esperanças, doutor?
-
Mas dará… É questão de tempo e jeito.
Manuel das Onças, que antes não saía das
roças, parecia esquecido das suas fazendas em plena época de colheita. Até
pedaço de terra mandara oferecer a Gabriela. Quem tinha razão era a solteirona.
O Diabo se soltara em ilhéus, virava a cabeça dos homens. Terminaria virando a
de Gabriela também. Ainda há dois dias, Dª. Arminda lhe dissera:
-
Uma coincidência: sonhei que Gabriela tinha ido embora e no mesmo dia o coronel
Manuel mandou dizer que se ela qui sesse
botava no papel uma roça, em nome dela.
Cabeça de mulher é fraca, bastava olhar
a praça: lá estava Malvina sentada num banco na Avenida, a conversar com o
engenheiro. João Fulgêncio não dizia que era a mulher mais inteligente de
Ilhéus, com carácter e tudo. E não perdia a cabeça a namorar na vista de todos
um homem casado?
Nacib andara até à extremidade do largo
passeio do bar. Perdido em seus pensamentos, assustou-se quando viu o coronel
Melk Tavares sair de casa, marchar para a praia.
-
Espiem! - exclamou.
Alguns ouviram, voltaram-se para ver.
-
Vai andando para eles…
-
Vai haver alteração…
A moça também vira o pai a aproximar-se,
pusera-se de pé. Devia ter chegado da roça naquela hora, nem descalçara as
botas. No bar abandonavam as mesas de dentro para espiar.
O engenheiro empalidecera quando Malvina
lhe avisara:
-
Meu pai está vindo para cá.
-
Que vamos fazer? – A voz o traía.
Melk Tavares, a cara fechada, o rebenque
na mão, os olhos na filha, parou junto deles. Como se não visse o engenheiro,
nem o olhou. Disse a Malvina, a voz como uma chibatada:
-
Já pra casa! O rebenque estalou seco contra a bota.
Ficou parado olhando a filha andar num passo
lento. O engenheiro não se movera, um peso nas pernas, o suor na testa e nas
mãos. Quando Malvina entrou no portão e desapareceu, Melk levantou o rebenque,
encostou a ponta de couro no peito de Rómulo:
-
Soube que o senhor terminou os seus estudos da barra. Que telegrafou pedindo
para continuar, ficar dirigindo os trabalhos. Se eu fosse o senhor, não faria
isso, não. Mandava um telegrama pedindo um substituto e não esperava que ele
chegasse. Tem um navio depois de amanhã.
( Click na imagem do coronel Melk Tavares, pai de Malvina, que parece ter posto fim ao namoro da filha com o engenheiro com velada ameaça de morte)
Alexandre VI
– O Insaciável ( Foi o 214º Papa de 1492 até à sua morte em 1503)
Gostava de orgias e obrigou um jovem de 15 anos a ter sexo
com ele sete vezes no espaço de uma hora, até o rapaz morrer de cansaço. Teve
vários filhos, que nomeou cardeais. Assim que chegou ao Papado, em 1431, trocou
a amante por uma mais nova, Giulia. Ela tinha 15 anos, ele 58. Foi Alexandre VI
quem criou a célebre "Competição das Rameiras". No concurso, o Papa
oferecia um prémio em moedas de ouro ao participante que conseguisse ter o
maior número de relações sexuais com prostitutas numa só noite. Depois de
morrer, o Vaticano ordenou que o nome de Alexandre VI fosse banido da história
da Igreja e os seus aposentos no Vaticano foram selados até meados do século
XIX.
Gregório XII (Foi Papa de 715 e governou
a Igreja durante 16 anos)
Violou irmãs e 300 freiras. Não aparece na lista
oficial de Papas e acabou preso em 1415. O anti-papa conseguia dinheiro a
recomendar virgens de famílias abastadas a conventos importantes. Mas violava-as
antes de irem. Tinha um séqui to de
200 mulheres, muitas delas freiras. Criou um imposto especial para as
prostitutas de Bolonha. Tinha sexo com duas das suas irmãs. Defendia-se,
dizendo que não as penetrava na vagina e que por isso não cometia nenhum pecado. Foi julgado, acusado de 70
crimes de pirataria, assassinato, violação, sodomia e incesto. Entre outros
factos, o tribunal deu como provado que o Papa teve sexo com 300 freiras e
violou três das suas irmãs. Foi deposto do cargo e preso. Voltou ao Vaticano,
anos mais tarde, como cardeal.
Bento IX (Sobrinho do papa João XIX e de Bento VII. Foi eleito Papa em
1032 e deposto em 1044)
Sodomizava animais. Chegou a Papa em 1032 com 11 anos.
Bissexual, sodomizava animais e foi acusado de feitiçaria, satanismo e
violações. Invocava espíritos malignos e sacrificava virgens. Tinha um harém e
praticava sexo com a irmã de 15 anos. Gostava, aliás, de a ver na cama com
outros homens. "Gostava de a observar quando praticava sexo com até nove
companheiros, enquanto abençoava a união", escreve Eric Frattini.
Convidava nobres, soldados e vagabundos para orgias. Dante Alighieri considerou
que o pontificado de Bento IX foi a época em que o papado atingiu o nível mais
baixo de degradação. Bento IX cansou-se de tanta missa e renunciou ao cargo
para casar com uma prima - que o abandonaria mais tarde.
Clemente VI (Foi Papa de 1342 até à
sua morte em 1352)
Comprou um bordel. Em
1342, com Clemente VI chega também à Igreja Joana de Nápoles, a sua amante
favorita. O Papa comprou um "bordel respeitável" só para os membros
da cúria - um negócio, segundo os documentos da época, feito "por bem de
Nosso Senhor Jesus Cristo". Tornou-se proxeneta das prostitutas de Avinhão
(a quem cobrava um imposto especial) e teve a ideia de conceder, duas vezes por
semana, audiências exclusivamente a mulheres. Recebia as amantes numa sala a
poucos metros dos espaços em que os verdugos da Inqui sição
faziam o seu trabalho. No seu funeral, em Avinhão, foi distribuído um panfleto
em que o diabo em pessoa agradecia ao Papa Clemente VI porque, com o seu mau
exemplo, "povoara o inferno de almas".
Xisto III (Foi eleito Papa em 432 até
à sua morte em 440)
Violou uma freira e foi
canonizado. Obcecado por mulheres mais novas, foi acusado de violar uma freira
numa visita a um convento próximo de Roma. Enquanto orava na capela, o Papa,
eleito em 432, pediu assistência a duas noviças. Violou uma, mas a segunda
escapou e denunciou-o. Em tribunal, Xisto III defendeu-se, recordando a
história bíblica da mulher que foi apanhada em adultério. Perante
isso, os altos membros eclesiásticos reunidos para condenar o Papa-violador não
se atreveram a "atirar a primeira pedra" e o assunto foi encerrado.
Xisto III foi, aliás, canonizado depois de morrer. Seguiu-se-lhe Leão I, que
também gostava de mulheres mais novas e que mandou encarcerar uma rapariga de
14 anos num convento, depois de a engravidar.
João XII (Foi eleito em 955 até à sua morte em 964)
Morto pelo marido da
amante. Nos conventos rezava-se para que morresse. João XII era bissexual e
obrigava jovens a ter sexo à frente de toda a gente. Gozava ao ver cães e
burros atacar jovens prostitutas. Organizou um bordel e cometeu incesto com a
meia-irmã de 14 anos. Raptava peregrinas no caminho para lugares sagrados e
ordenou um bispo num estábulo. Quando um cardeal o recriminou, mandou-o
castrar. Um grupo de prelados italianos, alemães e franceses julgaram-no por
sodomia com a própria mãe e por ter um pacto com o diabo para ser seu
representante na Terra. Foi considerado culpado de incesto e adultério e
deposto do cargo, em 964. Foi assassinado - esfaqueado e à martelada - em pleno
acto sexual pelo marido de uma das suas várias amantes.
terça-feira, agosto 07, 2012
BOB MARLEY
O melhor cantor da Jamaica, defensor dos pobres e oprimidos, falecido em 1981, de cancro, sem ter tido a oportunidade de ver o seu compatriota, o supersónico Usain Bolt, ganhar o título olímpico dos 100 metros em 9,63 segundos. Parabéns à Jamaica, pelo músico e pelo atleta.
O Parto da Prostituta.
Um tipo está preso na esquadra, todo partido... O advogado comparece para libertá-lo, e pergunta o que havia acontecido.
O
cliente começa a explicar:
-
Bem, eu estava a passar na rua e de repente, vi um monte de gente a
correr. Estavam a ajudar uma prostituta que
acabava de dar à luz a um lindo menino em plena rua. Solidário, comprei um
pacote de fraldas para presentear a
prostituta. Ao aproximar-me, um polícia com 2 metros de altura e 3 de
largura, viu o pacote de fraldas nas minhas
mãos e perguntou:
- Para onde vai isso?
E eu respondi:
- Vai pra puta... que
pariu...
Depois
disso não me lembro de mais nada, mas já consigo abrir um olho.
João Paulo II
Acusado de ter uma
filha secreta. Em 1995, o
norte-americano Leon Hayblum escrevia um livro polémico, em que dizia ser pai
da neta de João Paulo II. Durante a ocupação nazi da Polónia, Wojtyla terá
casado, secretamente, com uma judia. Do
enlace nasceu uma rapariga, que o próprio pai entregou, com seis semanas, a um
convento local. No seu pontificado especulou-se muito sobre as namoradas que
teve antes do sacerdócio. O Papa admitiu algumas, mas garantiu nunca ter tido
sexo. No Vaticano, fazia-se acompanhar por uma filósofa norte-americana, Anna
Teresa Tymieniecka, com quem escreveu a sua maior obra filósofica. Acabaram
zangados, supostamente por ciúmes.
Paulo VI
Homossexual? Assim que chegou
ao Vaticano, Paulo VI mostrou-se muito conservador em relação às matérias
ligadas à sexualidade. Em 1976, indignado com as declarações homofóbicas de
Paulo VI, um historiador e diplomata francês, Roger Peyrefitte, contou ao mundo
que, afinal, o Papa era homossexual e manteve uma relação com um actor
conhecido. O escândalo foi tremendo: Paulo VI negou tudo e o Vaticano chegou a
pedir orações ao fiéis do mundo inteiro pelas injúrias proferidas contra o
Papa. Paulo VI morreu em 1978, aos 81 anos, depois de 15 pontificado, vítima de
um edema pulmonar causado, em boa parte parte, pelos dois maços de cigarros que
fumava por dia.
Inocêncio X
Amante da cunhada. Eleito no conclave
de 1644, Inocêncio X manteve uma relação com Olímpia Maidalchini, viúva do seu
irmão mais velho - facto que lhe rendeu o escárnio das cortes da Europa.
Inocêncio X não era, aliás, grande defensor do celibato. Olímpia exercia grande
influência na Santa Sé e chegou a assinar decretos papais. A dada altura, o
Papa apaixonou-se por outra nobre, Cornélia, o que enfureceu Olímpia. Mesmo
assim, foi a cunhada quem lhe valeu na hora da morte e quem assegurou o
funcionamento do Vaticano quando Inocêncio estava moribundo. Quando morreu, em
1655, Olímpia levou tudo o que pôde da Santa Sé para o seu palácio em Roma, com
medo de que o novo Papa não a deixasse ficar com nada.
Leão X
Morreu de sífilis. Foi de maca para a
própria coroação, por causa dos seus excessos sexuais. Depois de Júlio II ter
morrido de sífilis, em 1513 chega a Papa Leão X, que gostava de organizar
bailes, onde os convidados eram somente cardeais e onde jovens de ambos os
sexos apareciam com a cara coberta e o corpo despido. O Papa gostava de rapazes
novos, às vezes vestia-se de mulher e adorava álcool. "Quando foi eleito
tinha dificuldade em sentar-se no trono, devido às graves úlceras anais de que
sofria, após longos anos de sodomia", escreve Frattini. Estes e outros
excessos levaram Lutero a afixar as suas 95 teses - que lhe garantiram a
excomunhão em 1521. Leão X morreu com sífilis aos 46 anos.
(Click na imagem do Papa Leão X - 1513/1521)