Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, dezembro 27, 2014
MINEIRIM NO RIDIJANEIRO
(Habitante do interior de Minas Gerais- é assim que eles falam)
Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismado cas
praia, pé discarço, sem camisa, caquele carção samba canção, sem cueca pur
dibacho. Alheio a tudo, o mineirim olhou pro marzão e num se guentô: correu a
toda velocidade e deu um mergúio, deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais.
Quando
saiu, o carção de ticido finim tava transparente e grudadim na pele. Tudu mundo
na praia tava oiano pro tamanho do 'amigão' que o mineirim tinha.
O bicho ia
até pertim do juêio...A turma nunca tinha visto coisa igual.. As muié cum
sorrisão, os homi roxo dinveja, só tinham olhos pro bicho.
- Qui qui foi,
uai? Seus bobãum... vão dizê qui quando oceis pula na agua fria, o pintim doceis
num incói tamém...?
Criacionismo e Evolucionismo |
O Criacionismo
e o
Evolucionismo
Este tema foi-me sugerido pela candidata Sarah Palin à Vice-Presidência dos EUA nas eleições de 2008,na sua qualidade de adepta confessa do criacionismo para atrair o voto do sector da população americana mais reaccionário e religioso radical e fundamentalista e já fez campanha pelo movimento conservador Tea Party.
O título, aparentemente, presta-se à
ideia de que são dois conceitos ou teorias que se opõem e que entre ambas há
que escolher uma, sendo que, a Srª Palin, escolheu a primeira.
Aparentemente será isso ou pelo menos
aqui lo que algumas pessoas gostariam
que fosse mas, na verdade, o criacionismo não passa de uma visão do mundo
partilhada por cada vez menos pessoas enquanto que o Evolucionismo é hoje uma verdade
científica afirmada por todos os sectores do conhecimento.
27- Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher.
28- Deus os abençoou: “Frutificai, disse
ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a
terra”.
32- Ao 7º dia descansou.
É este o documento básico do Criacionismo que nos dá uma visão do mundo que bem poderia servir de enredo a um imponente espectáculo de magia mas se considerarmos que este texto, delirante, maçudo, repetitivo, que intencionalmente se alonga numa tentativa de vincar bem o aspecto essencial da história, tem mais de 3.000 anos, e que o conhecimento então existente era apenas o que resultava da observação da natureza, transmitido de geração em geração… partindo da ideia de um Deus Todo Poderoso, ele respondia às perguntas essenciais sobre as nossas origens e, ao mesmo tempo, conferia um enorme poder a todos aqueles que falavam aos restantes homens em nome desse Deus.
Com base neste pensamento e nestas crenças Sara Pallin afirmou, relativamente à invasão do Iraque, que essa guerra aconteceu porque Deus quis...
O Evolucionismo afirma que as espécies vegetais e animais existentes
na terra não são imutáveis.
Em 1859 Charles Darwin publicou A
Origem das Espécies que pôs em evidência o papel da "selecção natural” no
mecanismo da evolução, partindo da observação segundo a qual, dentro de uma
espécie os indivíduos diferem uns dos outros e os que estão melhor adaptados
deixarão maior número de descendentes.
Apesar de alguns cientistas
defenderem o criacionismo não significa que existam argumentos científicos a
seu favor nem contra as evidências e provas que o combatem, simplesmente,
durante mais de três mil anos a crença criacionista perdurou como uma verdade
absoluta em diversas partes do mundo, interpretada literalmente da forma como
está escrita nos textos sagrados das diversas literaturas religiosas não
havendo qualquer oportunidade de formular opinião diferente.
Da mesma forma como chegara iria embora. |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 133
O que veio com ocês.
-
Com nós? Com nós não veio nenhum cachorro, tu tá vendo assombração.
Se não viera com a tropa de Lázaro, com
quem então? O dono há de aparecer, pensou o ferreiro. Na intenção de tirar o
caso a limpo sentou-se na cadeira de Xangô: assim denominara um pedregulho quadrado,
trazido da mata, colocado ao lado do peji.
Estendeu a mão, o vira-lata tentou pôr-se de
pé, mal conseguiu manter- se sobre as patas. Achegou-se a custo, descadeirado,
agitando a cauda. Observando-o mais de perto, lasso e descarnado, transido e
imundo, os ossos furando a pele, Tição concluiu tratar-se de cão sem dono,
trota-mundos, em demanda de sobejo de comida e de cadela em vício.
Da mesma maneira como chegara iria embora. De
leve o acarinhou, coçando-lhe a cabeça. Depois apalpou-o com cuidado: recebera
violenta pancada nas traseiras, ficara derreado.
Ganiu ao sentir a mão do negro tocar-lhe
os quadris caídos, latiu quando a pressão se fez mais forte, mas não tinha osso
partido.
Enquanto durou o exame não deixou de
festejar Castor, balançando a cauda enlameada, carente de pêlos, lastimosa.
Era de tamanho mediano.
2
Com os latidos, Epifânia veio curiosa lá
de dentro ver o
que estava acontecendo. Um trapo de
chita florada ao redor da cintura, os peitos à mostra, parecia imune ao frio da
madrugada.
Espantou-se ao ver o cão, sujo e
pedinchento. Perguntou, compadecida:
-
De onde saiu essa alma penada?
-
De lugar nenhum. Apareceu.
Como chegara, de onde viera, Castor não
soube responder: de repente manifestara-se ali a quentar fogo. De repente?
Epifania não costumava se espantar:
tinha decifração para as coisas mais difíceis de explicar. Nada lhe parecia
confuso, ambíguo ou obscuro; para ela tudo era claro, de fácil entender. Tudo
menos o negro Castor Abduim.
-
Reinação do Compadre. Referia-se a Exu, o traqui nas,
o pregador de peças. Assunte no que lhe digo, junte as pontas e desate o nó. Tu
não dá comida pra ele toda segunda - feira?
sexta-feira, dezembro 26, 2014
LOVE STORY
Love Story - História de Amor) é um filme americano de 1970, do género drama, dirigido por Arthur Hiller.
Um jovem de família muito rica e estudante de Direito conhece e se apaixona por uma estudante de música e acabam se casando algum tempo depois. Porém, o pai do rapaz não aceita a nora, por ela ser uma moça de família humilde, e acaba deserdando o filho. Algum tempo depois, a moça tenta engravidar e não consegue; vai então fazer exames e descobre que está gravemente doente.
A canção recebeu críticas bastante favoráveis,
além de ser um sucesso comercial, pois vendeu mais de 6,5 milhões de cópias no
mundo inteiro, além de estar na lista de singles mais vendidos de todos os
tempos. Nos Estados Unidos,
a canção chegou ao 4º lugar no Billboard Hot
100 e vendeu mais de 5
milhões de downloads digitais, além de ser um dos singles mais vendidos nos
Estados Unidos, e ter sido certificado como 5 discos de Platina nos EUA e 3 na Austrália.
A Freira e os
Rebuçadinhos
Ia
uma Freira a caminho do Convento quando uma loira lhe oferece boleia. A Freira
entra no carro e começa a reparar no seu luxuoso interior:
-
Mas que belo carro a Senhora tem! Deve ter trabalhado muito arduamente
para o conseguir comprar.
- Olhe Irmã,
por acaso não foi bem assim. Foi um industrial com quem dormi durante uns
tempos que me ofereceu.
Entretanto, a
Freira olha para o banco de trás onde estava pousado um casaco de vison e
exclama:
- Oh! O seu
casaco de peles é lindo! Deve ter custado uma fortuna.
- Não me
custou muito pois bastou-me passar umas quantas noites com um futebolista.
Após ouvir
isto, a Freira manteve-se calada durante o resto da viagem. Ao chegar ao
Convento foi para os seus aposentos tomar um revigorante banho.
Estava a
Freira na banheira quando ouve alguém a bater à porta do seu quarto:
- Quem é?
- É o Padre
António !
- Vai à
merda, mais os teus rebuçadinhos de mentol.......
O inverno começara, chuva incessante... |
TOCAIA GRANDE
(Jorge Amado)
Episódio Nº 132
Devido ao mau estado dos caminhos - caminho
digno desse nome já não havia, trafegavam num arriscado e contínuo lamaçal - Lázaro
chegara noite velha, praguejando: no meio da jornada lenta Piaçava perdera uma
ferradura, passara a mancar aumentando o atraso.
Esteira de puta àquela hora nem a tapa. Madrugaram
na porta do ferreiro, pretendiam alcançar Taquaras antes da saída do trem.
Enquanto Cosme reforçava os nós nas
lonas colocadas sobre a carga para defendê-la da chuva fina e persistente,
Lázaro detinha-se a admirar a precisão e a destreza de Castor.
As cabeças e os ombros cobertos com sacos de
aniagem convertidos em capas e capuzes, pés descalços, calças arregaçadas, pai
e filho patinavam na lama, arrenegavam o céu encoberto, opaco e triste.
Não se tratava de nuvem repentina,
pé-d’água brusco e rápido, um daqueles aguaceiros de verão que não deixam
vestígios, não chegam a apagar o olho do sol.
O
inverno começara, chuva incessante, dias feios, noites frias, horizonte
cinzento, a lama e a morrinha.
Nos arruados e nos lugarejos, nos pontos
de pernoite, tropeiros e ajudantes buscavam o aconchego das raparigas; nas
bodegas e vendolas temperavam a garganta, esquentavam o peito com um trago de
cachaça.
Antes de ganhar a estrada, Lázaro e Cosme
matariam o bicho no cacete armado de Fadul. Na véspera, haviam chegado tarde
para as putas. Em matéria de mulher e em outras mais tinham gostos similares, é
natural; na estrada, calados, atentos aos barrancos e despenhadeiros, vinham
ambos na tenção de Bernarda.
O
devaneio aliviava a canseira, encolhia as léguas do estirão. Se não pudesse ser
Bernarda, tão cobiçada, outra qualquer remediava.
Bem calçado, Piaçava zurrou, escoiceou o
ar, juntou-se à tropa. Lázaro chalaceou ao efetuar a paga:
-
Tá contente, de borzeguim novo o fio da puta.
Cosme tangeu os burros, Castor desejou
boa travessia, entrou na oficina - mais tarde quando a chuva abrandasse iria
recolher a caça. Junto à forja, o cão levantou a cabeça, abanou o rabo.
O negro, pondo as mãos em concha em
torno à boca, gritou:
-
Lázaro! Olha o cachorro!
Lázaro suspendeu a marcha:
- Que cachorro?
e o Pai Natal vai-se embora... |
Passou o
Natal
Passado o Natal o Ano Novo é logo ali. No nosso destino colectivo é pouco a
A nossa dependência do exterior é esmagadora e
aumentou este ano porque as nacionalizações de empresas estratégicas para chineses
e angolanos retirou-nos ainda mais margem de decisões da pouca que já tínhamos
mas, como nem tudo é mau, tivemos como prenda do Menino Jesus, para o Estado e
para os portugueses, a baixa do preço dos combustíveis.
É ver os sorrisos na boca dos condutores quando são
entrevistados na hora de encher os depósitos, sem referir já as empresas de
transportes para as quais o preço do gasóleo corresponde a cerca de 30% dos
custos.
Agora, na situação de reformado utilizo pouco a
carro mas quando ontem fui à bomba da gasolina “low cost”, pela primeira vez,
deu para perceber a relação favorável entre o contador que marcava a gasolina
que entrava e o do dinheiro que saía.
O euro também perdeu valor, está mais fraco e isso
é uma bênção para os nossos exportadores que sem mexerem uma palha ficam mais
competitivos.
Nada disto, como se sabe, tem a ver connosco, não
metemos nem prego nem estopa no preço do petróleo e do euro, como também nada
fizemos para ter este clima agradável com que a natureza nos dotou e que é tão
importante para atrair os turistas que se rendem ao nosso sol, simpatia, comida
e preços acessíveis.
A indústria do turismo começou agora a ser
encarada por todo o país como uma fonte de riqueza que se vende com uma certa
facilidade mas muito mais se venderá se puxarmos por ela.
Ainda me lembro nos anos sessenta os franceses a
descobrirem a Nazaré e as nazarenas das sete saias e a perscrutarem o nosso
litoral à procura de lugares onde os portugueses nunca punham os pés.
- Mas vocês
têm sítios tão belos e não gozam deles?
Sim, foram, eles que chamaram a atenção para a
beleza que era o nosso país.
Eu acho que para admirar a beleza da natureza são
precisos olhos especiais. Esse sentimento de admiração na contemplação de um
mar que se espraia suavemente ao longo de qui lómetros
de praias de areis douradas, tem mais a ver com o espírito do que com a vista e
os portugueses não tinham condições de vida para admirar a terra em que
nasceram porque se ela, por uma lado, era bela, por outro recusava-lhe o ganha-pão,
o futuro, uma vida possível.
E assim continuamos. Centenas de milhar de
portugueses, especialmente jovens, tiveram que emigrar nos últimos anos para
terras onde não faz sol e há frio e chuva, deixando para trás o “bem-bom”
do seu país que não lhes concedeu o direito de viver nele.
Estranha sorte a nossa...
quinta-feira, dezembro 25, 2014
quarta-feira, dezembro 24, 2014
O Natal, para mim, foi uma festa de família da minha infância com
luzes e bolinhas de cor numa árvore e... muitas prendas.
E digo foi, porque com o divórcio dos meus pais, era eu ainda muito
jovem, e mais tarde com o meu próprio, o Natal passou a ter um sabor amargo.
É o que acontece com as festas de família, se estas entram em ruptura
pela morte ou separação, o que era festa passa a ser também um momento de recordações
sofridas.
Hoje, talvez a separação dos pais tenha entrado quase na rotina social
mas não para os filhos, mesmo que eles silenciem, mesmo que finjam que está
tudo bem.
O meu Natal era na casa do Poço do Bispo, em Lisboa, onde nasci e
começava com a entrada porta dentro de um enorme pinheiro, talvez não tão
grande como me parecia aos meus olhos de criança.
Depois da árvore entrava o peru, preto, enorme que ficava numa casa de
arrumos até o embebedarem com aguardente e lhe cortarem o pescoço, operação que
a minha mãe não nos deixava assistir.
Finalmente, o momento mágico, o do sapatinho na chaminé, do meu e o
do meu irmão, alinhados ao lado um do outro sem esquecer um pratinho com bolos e
um cálice de vinho do Porto para o Pai Natal em agradecimento e atenção pelas
prendas que ele ia deixar.
Era uma noite de grande inqui etação
e mistério, longa que nunca mais acabava até ao momento da viagem à cozinha e
do deslumbramento do espectáculo da chaminé repleta de embrulhos que eram carregados
para o quarto e abertos nervosamente em cima das camas.
Do jantar de Natal lembro-me do peru, enorme, assado no forno de lenha
lá de casa e que dominava no centro da mesa.
Estes foram os Natais que eu gosto de recordar porque todos os outros, a
partir daí, tiveram o travo amargo da separação da família.
A todos vós que me acompanham diariamente ao longo do ano aqui no Memórias Futuras, desejo-vos uma boa Noite de
Natal repleta de tudo o que pertence de acordo com os hábitos de cada terra e
que a vivam com ternura no coração junto das vossas famílias.
Bom Natal!
terça-feira, dezembro 23, 2014
comadres alentejanas |
COMADRES
ALENTEJANAS
ALENTEJANAS
Sabe, comadre, ontem à noite estive a ver um programa sobre
sexo, mas houve lá algumas palavras que eu não entendi...
- Então diga lá quais foram as suas dúvidas,
pode ser que eu a possa ajudar.
- Olhe, não sei o que é Sexo Oral !?!
- Isso tá-se mesmo a ver o que é Sexo de hora a hora...
- Então e Sexo Anal ?
- Isso é sexo de ano a ano.
- E Homossexual ?
- Oh comadre !!! Vossemecê não percebe mesmo nada disto. Tá-se mesmo a ver que
é um detergente para lavar os tomates!!!.