Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, junho 15, 2013
- Então
meu filho que me tens a dizer?
- Sabe... fui infiel à minha mulher.
Eu sou produtor de cinema e na semana passada tive relações sexuais com a Jenifer
Lopez, com
a Cindy Crawford e com a Cameron Diaz, cada uma à sua vez...
Pois é meu filho, mas não poderei absolver-te....!!!
- Mas, mas, Padre, porquê se a misericórdia de Deus é infinita?
- Não me lixes! Nem eu nem
Ele vamos acreditar que estejas arrependido...!
do Urso de Peluche
“Haverá alguma coisa que nos toque mais a alma do que espreitar uma galáxia distante por um telescópio de
(Michael Shermer)
Será que a religião preenche uma lacuna muito
necessária?
Diz-se frequentemente existir no cérebro uma lacuna
que tem a forma de Deus e que é preciso preencher.
Temos uma necessidade psicológica de Deus – amigo
imaginário, pai, big brother, confessor, confidente – e a necessidade tem de
ser satisfeita quer Deus exista de facto, quer não.
Mas não será
que Deus vem atravancar um espaço que melhor seria que preenchêssemos com outra
coisa? Talvez a ciência? A arte? A amizade humana? O humanismo? O amor por esta
vida, vivida no mundo concreto, sem dar crédito a eventuais vidas para além da
morte? Um amor pela natureza – aqui lo
a que o grande entomólogo E.O. Wilson chamou Biofilia?
Já se apontaram à religião quatro grandes funções na
vida humana: explicação, exortação, consolo e inspiração.
- Historicamente,
a religião aspirou a explicar a nossa existência e a natureza do universo em
que nos inserimos. Nesta função ela foi, entretanto, completamente ultrapassada
pela ciência.
- Por exortação
pretendo dizer a orientação moral sobre o modo como nos devemos comportar.
- Quanto ao
consolo e inspiração abordaremos de seguida mas, à laia de preâmbulo,
começaremos com o fenómeno do «amigo imaginário» da nossa infância que julgo
ter semelhanças com a crença religiosa.
Será o
fenómeno do amigo imaginário uma ilusão de tipo superior, numa categoria
diferente do comum “
faz-de-conta” da infância?
Suspeito que o fenómeno do boneco de peluche da
infância pode ser um bom modelo para compreender a crença teísta dos adultos.
Não sei se os psicólogos já estudaram a questão deste ponto de vista mas seria
digna de investigação.
Companheiro e confidente, um Peluche para a vida: esse
é, seguramente, um papel que Deus desempenha – uma lacuna que perduraria se
Deus desaparecesse.
Outra criança, uma menina, tinha um “homenzinho
púrpura” que lhe parecia uma presença real e visível e que se materializava no
ar com uma cintilação e um suave tinido.
Visitava-a com regularidade, especialmente quando se
sentia sozinha, mas com menor frequência à medida que ela foi crescendo.
Um certo dia, mesmo antes de ir para a escola, o
“homenzinho púrpura” apareceu-lhe, anunciado pelo habitual tinir das
campainhas, para lhe dizer que não voltaria a visitá-la.
Isto entristeceu a menina, mas o homenzinho púrpura disse-lhe
que ela estava a crescer e que no futuro não iria precisar mais dele. Agora
tinha de deixá-la para poder ir cuidar de outras crianças. Prometeu-lhe, no
entanto, que voltaria se ela precisasse dele a sério.
Voltou, de facto, muitos anos mais tarde, num sonho,
numa altura em que ela estava a atravessar uma crise pessoal e a tentar decidir
o que fazer à vida.
A porta do quarto abriu-se e apareceu uma carrada de
livros, empurrada, quarto dentro… pelo “homenzinho de púrpura”.
Ela interpretou isto como sendo um conselho no sentido
de ir para a universidade – conselho que ela seguiu e mais tarde considerou
bom.
É uma história enternecedora que consegue, melhor do
que qualquer outro exemplo, acercar-nos da compreensão do papel consolador e
aconselhador que os deuses imaginários têm na vida das pessoas.
Um ser pode existir apenas na imaginação e, ainda
assim, parecer completamente real à criança, dando-lhe verdadeiro consolo e
bons conselhos.
Mas melhor ainda, é que os amigos – e os deuses
imaginários - têm tempo e paciência para dedicar toda a atenção a quem sofre. E
são muito mais baratos do que os psiqui atras
ou os conselheiros profissionais.
Terão os deuses, nesse seu papel de consoladores e
conselheiros evoluído a partir dos bonecos de peluche por meio de uma espécie
de “pedomorfose” psicológica.
A “pedomorfose” é a
manutenção na idade adulta, de características da infância.
Terão as religiões, originariamente evoluído, ao longo
de gerações, através de um adiamento gradual do momento da vida em que as
crianças põem de parte os bonecos de peluche, do mesmo modo que fomos
abrandando, ao longo da evolução, o achatamento da testa e a protrusão (projecção
para a frente) dos maxilares?
Para completar o quadro, consideremos a possibilidade
inversa. Em vez de serem os deuses a evoluir a partir de bonecos ancestrais,
será possível que esses bonecos terem evoluído de deuses antigos?
Esta ideia parece menos provável.
O psicólogo norte-americano Julien Jaynes observou que
muitas pessoas têm a percepção que os seus próprios processos de pensamento são
como uma espécie de diálogo entre o “eu” e outro protagonista interno, situado
dentro da cabeça.
Hoje em dia compreendemos que ambas as vozes são
nossas e senão o compreendermos somos tratados como doentes mentais.
Foi o que aconteceu, durante um breve período, com
Evelyn Waugh, escritor inglês de personalidade difícil.
Sem papas na língua, como era seu timbre, comentou com
um amigo: «Não te vejo há muito tempo, mas também tenho visto tão pouca gente
porque – não sei se sabias – enlouqueci.»
Depois de recuperar, Evelyn escreveu um romance, “As
Desventuras do Senhor Pinfold”, em que descreve o seu período alucinatório e as
vozes que então ouvia.
O que Jaynes sugere é que antes do ano 1.000 a .c. a generalidade
das pessoas desconhecia que a segunda voz – a que o Sr. Pinfold ouvia – vinha
de dentro de si.
Julgavam-na a voz de um deus.
Jaynes vai mesmo ao ponto de localizar a “voz” dos
deuses no hemisfério do cérebro oposto ao que controla a linguagem.
Terá sido o momento em que as pessoas se deram conta
de que as vozes exteriores que lhes parecia ouvir vinham, efectivamente, de
dentro de si mesmas.
Jaynes considera esta transição histórica como o alvor
da consciência humana.
Os deuses seriam, então, vozes alucinadas que falavam
dentro das cabeças das pessoas.
Assim, e numa espécie de inversão da hipótese da
pedomorfose, os deuses alucinados começaram, primeiro, por desaparecer das
mentes adultas e foram, depois, puxados para trás, para fases cada vez mais
recuadas da infância, até às suas actuais sobrevivências sob a forma de
fenómenos como o boneco de peluche ou o “homenzinho púrpura”. O problema desta
versão é que não explica a persistência dos deuses, hoje, na idade adulta.
Talvez seja melhor não tratar os deuses como
antepassados dos bonecos de peluche ou vice-versa, mas antes encarar ambos como
sub-produtos da mesma predisposição psicológica que têm em comum o poder de
confortar.
Richard Dawkins
(continua: Será Deus um consolo...)
(continua: Será Deus um consolo...)
António Balduíno era perito na arte da capoeira... |
JUBIABÁ
Episódio Nº 43
- Vou mandar o Gordo lá…
O Sem Dentes se afrontou:
- Mandar outro? Pra quê? A
gente deve é ir logo rebentando a cara deles… Dá uma lição… Eles vem tirar
nossos pão e você ainda quer fazer paz…Nem devia ter mandado o Belo… A gente
passou vergonha… Vamos logo lá…
- Os outros apoiavam:
- O Sem Dentes falou direito… Vamos lá…
Mas António Balduíno
atalhou:
- Nada disso… Vou mandar o Gordo lá… Quem sabe
se eles não tão passando fome… Se eles qui ser
ficar só com o pedaço da Baixa dos Sapateiros, eu deixo eles em paz…
O Sem Dentes riu:
- Parece que você tá com medo, Baldo…
- Você nem se lembra mais, Sem Dentes, do dia
que a gente pegou você e Cici morrendo de fome na Cidade de Palha… Se a gente qui sesse podia também acabar com vocês… Mas a gente
não qui s…
O Sem Dentes baixou a
cabeça e ficou assobiando baixinho. Não pensava mais nos negros que estavam no
Terreiro, e agora pouco lhe importava que António Balduíno acabasse com eles ou
os deixasse em paz.
Pensava naqueles dias de
fome, seu pai desempregado, bebendo nos botequi ns
o dinheiro que a mãe arranjava lavando roupa.
Se recordava da surra que
levara no dia em que se metera entre a velha e o pai quando este queria tomar o
dinheirinho a pulso. E o choro de sua mãe… O pai que repetia. Merda… merda…
Depois a fuga. Os dias com
fome na cidade. O encontro com António Balduíno e o grupo. E a vida de depois…
Onde andaria sua mãe? E seu pai já teria arranjado trabalho?
Quando ele estava
trabalhando não bebia nem batia na mãe. Era carinhoso e trazia presentes… Mas
havia pouco trabalho e, desempregado, o velho matava as mágoas na garrafa de
cachaça.
O Sem Dentes pensava nisso
tudo. E sentia um nó na garganta e um ódio terrível do mundo e dos homens.
O Gordo foi em comissão
debaixo dos sorrisos de Felipe, o Belo.
- Se eu não arranjei nada quanto mais você…
Viriato, o Anão, murmurou:
- Fale direito, Gordo. A gente não quer brigar…
Quer é cada um viver pra seu lado…
Ficaram esperando na rua
do Tesouro. O Gordo se benzeu e se dirigiu para o Terreiro.
Demorou a voltar. Viriato,
o Anão, disse:
- Não estou gostando…
O Belo riu:
- Ele está numa igreja rezando…
Cici achava que ele estava
acertando as coisas, mas todos estavam desconfiados que algo acontecera ao
embaixador. E acontecera mesmo.
Quando o Gordo voltou
chorava.
- Me pegaram e me deram uma surra… E jogaram
fora o santo que estava no meu pescoço…
sexta-feira, junho 14, 2013
Golda Meir |
O Governo de Golda Meir
(continuação)
Golda Meir tornou - se a quarta primeira-ministra
de Israel. Ela havia sido Ministra das Relações Exteriores de Levi Eshkol e no
momento da morte do Primeiro-Ministro não exercia nenhuma pasta, embora ainda
fosse parlamentar.
A eleição de Golda Meir foi uma surpresa, que logo seria
guindada pela folgada margem que o Partido Trabalhista obteve na sexta
legislatura da Knesset.
Entretanto, a Primeira-Ministra preferiu construir um gabinete de coligação,
convidando os partidos de direita para ajudarem a compor o governo.
Foi durante seu período que ocorreram
alguns dos acontecimentos mais tristemente célebres da existência de Israel. No
ano de 1972 terroristas palestinos seqüestraram o
avião Sabena (9 de maio),
o Exército Vermelho Japonês (grupo terrorista de inspiração
marxista) massacrou 25 cidadãos israelenses no aeroporto de Tóqui o (30 de maio)
e militantes da Fatah assassinaram 11 atletas israelenses
durante os Jogos Olímpicos de Munique (5 de setembro).
Em reacção, Golda Meir ordenou ao Serviço Secreto (Mossad) que
empreendessem uma operação de caça aos responsáveis pelo atentado de Munique,
que foi apelidado de "Operação Cólera Divina" e que eliminou quase
todos os responsáveis pelo massacre.
O perfil simpático da Primeira-Minista
atraiu simpatia internacional para Israel. Tratada como a Idishe Mame (a mãe judia) do país, Golda costumava
realizar reuniões políticas enquanto cozinhava em seu pequeno apartamento.
Entretanto, setores mais à esquerda a acusavam de ser refratária às tentativas
de paz com os árabes.
Desgastes com a Guerra
A invasão de Israel pelos
exércitos sírio-egípcios em pleno dia de Yom Kippur evidenciou o despreparo do
governo em prevenir o ataque. De fato, poucos meses antes do ataque, Golda
recebeu a visita do rei Hussein da Jordânia, que
lhe preveniu sobre as intenções dos egípcios e sírios. Golda, entretanto,
desprezou a informação.
A campanha militar foi dramática, com
várias dificuldades nos primeiros dias da guerra. Mas as Forças de Defesa de Israel conseguiram rechaçar a invasão e
chegar às portas do Cairo e deDamasco,
vencendo a guerra e mantendo o poder sobre os territórios ocupados.
Após a vitória, foi estabelecida a Comissão Agranat, que
investigou a suposta omissão dos fatores que poderiam ter prevenido o ataque. A
Comissão acabou por inocentar a Primeira-Ministra, o Ministro da Defesa Moshe Dayan e o Comandante-em-chefe Chaim Bar-Lev e Golda Meir foi reeleita em 1974. Mas a impopularidade
gerada pela guerra levou à sua renúncia em 11 de abril,
pouco depois de sua reeleição. Golda Meir retirou-se da vida pública e foi
substituída por Yitzhak Rabin.
A Seguir o Governo de Rabin e O resgate de Entebe
A Seguir o Governo de Rabin e O resgate de Entebe
... ele olha sempre o mar como um caminho de casa. |
JUBIABÁ
Episódio Nº 42
O homem que estava em cima
do caixão e que pelo jeito era espanhol, jogou um punhado de papéis que foram
disputados.
António Balduíno pegou num
que deu ao estivador António caroço que era seu amigo. Foi quando alguém
gritou:
- Vem lá a polícia…
A polícia veio e agarrou o
homem que discursava. Ele falava de miséria em que o povo vivia e prometia uma
pátria nova em que todos tivessem pão e trabalho.
Por isso foi preso e como
os outros não compreendessem que fosse preso só por dizer isso, protestaram:
- Não pode! Não pode!
António Balduíno também
gritava “não pode”. E esta era mesmo a coisa que ele mais gostava. Afinal,
levaram o homenzinho mas os outros guardaram os papéis jogados e aqueles que
não tinham conseguido pegar um, tomavam o do companheiro emprestado.
Era um grupo de mãos
estendidas contra os soldados que levavam o orador. Um grupo de caras negras e
fortes e as mãos estendidas lembravam um gesto de rebentar grilhetas.
Vinham cantigas escravas
da “Lanterna dos Afogados”. O apito tocava inutilmente. Um homem gordo, de
guarda-chuva e rosto rosado dizia:
- Canalhas…
Quem sabe se não será pelo
corpo de um suicida que o mar indicará a António Balduíno o caminho de casa? Ou
pela prisão de um homem que fala em pão e o gesto de outros que protestam’
Foram anos bons, anos
livres, aqueles em que ele e o seu grupo dominaram a cidade mendigando nas
ruas, brigando nos becos, dormindo no cais.
O grupo era unido e os
moleques se estimavam talvez. Apenas só sabiam mostrar essa estima dando socos
nas costas dos outros e dizendo nomes feios. Xingar com voz doce a mãe do
companheiro era o maior carinho que qualquer daqueles negros sabia fazer.
Eram unidos, sim. Quando
um brigava, todos brigavam. E tudo quanto ganhavam era fraternalmente dividido
entre todos. Tinham o seu amor próprio e amavam a fama do grupo.
Um dia esfacelaram outro
bloco de moleques que pedia esmolas na cidade.
Quando este bloco apareceu
chefiado por um negrinho de seus doze anos, António Balduíno procurou entrar em
relações.
Mandou ao Terreiro onde
eles estavam, um emissário. Foi Filipe o Belo, que tinha lábia. Porém o menino
nem se pôde aproximar. Foi escorraçado miseravelmente, vaiado, e voltou com os
olhos cheios de lágrimas de raiva.
Contou tudo a António
Balduíno:
- Isso não foi porque você não foi para lá
contar vantagem, Belo?
- Eu nem cheguei perto… eles foram logo
xingando minha mãe… Mas eu pego um cara daqueles e rebento…
António Balduíno ficou
pensativo…
quinta-feira, junho 13, 2013
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CHEIAS NA EUROPA
Há 500 anos (não sei como conseguiram recuar tantos anos...) que não se tinha visto nada disto. Num outro continente, uma cheia destas em zonas fortemente habitadas, teria provocado milhares de mortos. Os prejuízos irão ultrapassar mais de 11.000 mil milhões de euros mas, como se percebe, as pessoas mantêm o controle e aguardam... As águas baixarão, regressam aos leitos, e tudo voltará à normalidade com a actividade económica "aquecida" com a entrada de tantos milhares de milhões...
A
Guerra dos Seis Dias foi uma derrota para os Estados Árabes, que perderam mais
de metade do seu equi pamento
militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes
sofreram 18.000 baixas, enquanto do lado de Israel houve 766.
No
dia seguinte à conqui sta da
Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egipto resignou do cargo, por causa
da derrota (embora depois voltasse atrás na sua decisão). Contudo, esta derrota
não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel.
Em Agosto de 1967, líderes árabes reuniram-se
em Cartum e
anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: não às negociações
diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um
grande prejuízo. Tal guerra amplificou muito a aversão do mundo islâmico ao
estado israelita, até em países que nunca tiveram atritos com ele e que
acabaram por cortar relações em definitivo tal como, praticamente, todos os países árabes (tal como
Irão e Iraque), além do uso da religião islâmica na luta contra Israel.
Quanto
a Israel, teve resultados consideráveis em consequência da guerra. As
fronteiras sob controle eram agora maiores e incluíam as Colinas de Golã
(controle dividido com os sírios), a Cisjordânia ("Margem
Ocidental") e a Península do Sinai com controle dividido com os egípcios.
O
controle de Jerusalém foi
de considerável importância para o povo judeu por causa do valor histórico e
religioso, já que a cidade foi judaica até a quase 2000 anos atrás, quando os romanos expulsaram os judeus.
Depois,
com o passar dos séculos, Jerusalém esteve quase sempre sob o controle de grandes
Impérios, como o Bizantino, o Otomano e
o Britânico,
sendo que, apenas após a Guerra, voltaria totalmente ao controle de um Estado
judeu.
Por
causa da guerra iniciou-se a fuga dos palestinianos das suas casas aumentando o
número de refugiados na
Jordânia, Emiratos
Árabes Unidos e demais
países fronteiriços, principalmente o Líbano.
O conflito criou 350 000 refugiados, que
foram rejeitados por alguns estados árabes vizinhos. Tais refugiados têm
constantemente atacado isoladamente e de forma localizada o Estado de Israel,
desde a Cisjordânia, Faixa de Gaza e até do sul do Líbano com o apoio bélico de
alguns países muçulmanos como do Iraque e do Irão entre outros.
E
principalmente as consequências reflectem-se nos ataques a países que deram
apoio táctico, bélico e financeiro ao Estado de Israel, tal como os ataques
terroristas pelo mundo com o apoio da OLP, a Estados como o americano, espanhol
e inglês entre outros, além de inúmeros atentados terroristas em cidades
israelitas.
Em
Novembro de 1967, as Nações Unidas aprovaram a Resolução 242, que determina a retirada de
Israel de territórios
ocupados e a resolução
do problema dos refugiados.
Israel não cumpriu a Resolução, alegando que
só negoceia a desocupação dos territórios se os Estados árabes reconhecerem o Estado
de Israel, apesar de dividir controles com esses países vizinhos.
Os
líderes árabes em Cartum afirmam
que a Resolução 242 não é mais do que uma lista de desejos internacionais. Uma
crítica contra essa posição dos países árabes, no entanto, reside no fato de os
próprios usarem a Resolução 242 como "arma legal" contra o Estado de
Israel, sendo que nem mesmo eles a aceitaram por muitas décadas.
A seguir, O Governo de Golda Maier
A seguir, O Governo de Golda Maier
NEIL LESLIE DIAMOND
Admirador de sempre da sua voz única, inimitável e das canções de extraordinária linha melódica que compôs, ficaria em dívida para com ele sem referir uma pequena biografia da sua vida.
Nasceu numa família judaica no Brooklyn, Nova York, em 1941.
Aprendeu a tocar guitarra após lhe oferecerem uma por ocasião do 16º
aniversário.
Estudou com Bárbara Streisand na
Escola Secundária Abraham Lincoln e chegou a cantar com ela no coro.
Começou a sua carreira compondo
canções por encomenda como: “I Am a Believer” (1966) e “A Little Bit Me, a
Litle Bit You” (1967), para o Grupo “The Monkees”.
- “Cracklin Rosie”, “Sweet Caroline”, “I
Am I Said”, “Don’t Bring Me Flowers” (c/ Barbara Striesand), “Song Sung Blue”,
“September Morning”, “Girl, you’ll Be A Woman Soon” e muitas outras canções
suas constituíram enormes e merecidos sucessos musicais.
Muitos dos seus discos ganharam certificados de ouro e platina e
recebeu diversos Grammys ao longo da carreira.
A crítica americana considerou-o um
dos dez maiores cantores e compositores de todos os tempos.
Do primeiro casamento com a sua
professora Jay Posner teve duas filhas. Do segundo casamento, também já
terminado, teve mais dois filhos.
O seu CD mais recente foi lançado em
2008, intitulado Home Before Dark.
António Balduíno |
JUBIABÁ
Episódio Nº 41
Do mar, ele tem a certeza
que lhe virá um dia qualquer coisa que ele não sabe o que é, mas que espera.
O que faltará ao negrinho
António Balduíno que tem apenas qui nze
anos e já é o imperador da cidade negra da Baía? Ele não sabe nem ninguém sabe.
Mas falta alguma coisa, que para ele achar terá que ou cruzar o mar, ou esperar
que o mar lhe traga no bojo de um transatlântico ou no porão de um navio, ou
mesmo preso ao corpo de um náufrago.
Certa noite, no cais, os
homens pararam de repente o trabalho e correram para a borda onde o mar batia.
Havia uma lua clara e estrelas tão brilhantes que se via a luz de um botequi m que se chamava “Lanterna dos Afogados”.
Os homens encontraram um
paletó velho e um chapéu furado. Alguns negros caíram na água. Voltaram com um
corpo. Fora um preto velho, um daqueles raros pretos de carapinha branca, que
se jogara ao mar.
António Balduíno ficou
pensando que ele entrara pelo caminho de casa, que ele também vinha ao cais
todas as noites. Porém, um estivador explicou.
- É o velho Salustiano, coitado… Tava sem
trabalho desde que saíu aqui das
docas…
Olhou prós lados, cuspiu
com raiva:
- Disseram que ele já não dava conta do
serviço… já não tinha força… Andava agora passando fome, cortando uma dureta. Coitado…
Outro ajuntou:
- É sempre assim… Matam a gente de trabalho e
depois mandam embora. Quando a gente já não pode fazer outra coisa senão se
jogar ao mar…
Era um mulato magro. Um
negro forte disse.
- Comem nossa carne e depois não querem roer
os ossos…
Soou um apito e eles foram
voltando aos fardos e aos guindastes.
Mas antes, alguém cobriu o
rosto do velho com o velho paletó.
E depois vieram mulheres e
soluçaram.
Os homens negros do cais
do porto pararam o trabalho em outra ocasião. Desta vez a noite era sem
estrelas e sem lua. Do violão de um cego da “Lanterna dos Afogados” vinham
cantigas de escravo.
Foi quando um homem trepou
num caixão e começou a falar. Os outros cercaram-no, foram chegando todos para
perto. Quando António Balduíno e o seu grupo chegaram, já o homem gritava
apenas vivas a que a massa correspondia:
- Viva!
António Balduíno e os do
seu grupo gritavam com força.
- Viva!
Ele não sabia o que estava
vivando, mas gostava de vivar. E ria porque também gostava de rir.
quarta-feira, junho 12, 2013
(continuação)
Com as pressões se avolumando, a Grã-Bretanha decide abrir
mão da administração da Palestina e entrega a administração da região à Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes
forçou a reunião da Assembleia Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha a decidir pela divisão da Palestina
Britânica em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma
união económica e aduaneira.
A decisão foi bem recebida pela maioria das lideranças
sionistas, embora tenha recebido críticas de outras organizações, por não
permitir o estabelecimento do estado judeu em toda a Palestina. Mas a Liga Árabe não aceitou o plano de
partilha. Deflagra-se, então, uma guerra entre judeus e árabes.
Na sexta-feira, 14 de Maio de 1948, algumas horas antes
do término do mandato britânico sobre a Palestina (o horário do término do
mandato foi determinado pela ONU para as 12:00 do dia 15 de Maio)
- David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência
do Estado de Israel.
.
Em Janeiro de 1949, Israel realiza suas
primeiras eleições parlamentares e aprova leis para assegurar o controle
educacional, além do direito de retorno ao país para todos os judeus. A
economia floresce com o apoio estrangeiro e remessas particulares.
No período entre a Declaração de Independência e a Guerra de Independência, Israel
recebeu cerca de 850 mil imigrantes, em especial sobreviventes de guerra e
judeus oriundos dos países árabes (sefaraditas e Mizrahim).
Ainda no período da Independência foi executada a Operação Tapete Mágico, para
resgatar os judeus do Iémen.
Até o fim de 1951 desembarcaram em Israel 37 mil judeus
da Bulgária,
30 mil da Líbia e 118.940 da Roménia, 121.512 judeus iraqui anos
foram resgatados pela Operação
Esdras e Nehemias.
No total, o número de judeus resgatados nos primeiros
anos de existência de Israel foi de 684.201, mais do que toda a população
judaica de Israel em 1948. Dois terços destes imigrantes foram instalados em
pequenos núcleos urbanos no interior. 35.700 em moshavim recentemente criados e 16.000 emkibbutzim.
Entre 1952 e 1954, o número total de
imigrantes foi de 51.463. Em 1955, iniciou-se uma nova
onda de imigração. Até 1957 chegariam ao país 162.308 novos
moradores, em sua maioria do Marrocos, da Tunísia e da Polónia.
Os movimentos nacionalistas nos países do Norte da África
empurraram os judeus destes países à aliá.
Entre 1955 e 1957 mais 55 mil judeus marroqui nos e 15 mil tunisinos deixaram seus países de
origem. A revolução na Hungria,
em 1956 e a repressão comunista na Polónia geraram mais ondas migratórias: 8.682
judeus húngaros e outros milhares de polacos chegaram a Israel até o final da
década.
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes: Egipto, Jordânia e Síria,
apoiados pelo, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel,
em meados de 1967, levou ambos os lados
a mobilizarem as suas tropas. A Força
Aérea israelita lançou um ataque
preventivo e arrasador à Força Aérea Egípcia.
Segundo Menahem Begin:
- "em Junho de 1967,
tivemos novamente uma alternativa. As concentrações do exército egípcio nas
proximidades do Sinai não provam que Nasser estivesse
realmente a ponto de nos atacar. Temos que ser honestos. Nós é que decidimos
atacá-los."
Yitzhak Rabin, chefe do Estado Maior de Israel
em 1967, declarou:
- "Não
penso que Nasser buscasse uma guerra. As duas divisões que enviou ao Sinai não
seriam suficientes para lançar uma guerra ofensiva. Ele sabia e nós o sabíamos
também”.
O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em
prática às 7h e 45min da manhã do dia 5 de Junho de 1967, quando caças israelitas
atacaram nove aeroportos militares, aniqui lando
a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas
de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as
reparações.
Ao mesmo tempo,
forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza,
o sul da Síria, as Colinas de Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu
fogo em Jerusalém,
e a Síria interveio no conflito depois de ser atacada.
No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel.
Nas 72 horas seguintes, Israel impôs sua superioridade militar, ocupando também
a Cisjordânia,
o sector oriental de Jerusalém e as Colinas de Golâ, na Síria.
Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egipto, A Síria e Egipto
estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu
arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis,
mais perto do Canal de Suez.
(continua
com as Consequências da Guerra dos Seis Dias)