sábado, junho 14, 2014

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Pai por um fim-de-semana



ADAMO - TOMBE LA NEIGE

Saudades...

Camada de Nervos - Trazer trabalho para casa.


Preocupê-mo-nos com a vida.
PORQUÊ 

O DRAMA

DA MORTE










Era inevitável que sendo o homem um ser intelectualmente tão evoluído e sensível no mínimo não fizesse da morte um drama, compreende-se…

Conciliar o pensamento e a reflexão sobre a vida com um simples ponto final ao qual nada mais se segue parece-nos algo tão brutal e falho de lógica que a reacção, em termos de desespero, é sempre a mesma:

-“Tem de haver mais qualquer coisa”…

Alguns vivem fascinados e frustrados perante a morte porque não conseguem vislumbrar o que está para além dela e esta é a diferença entre os homens bem pensantes que ainda cogitam sobre a morte e aqueles que, hoje em dia, se limitam a viver preocupados em resolver os problemas do dia a dia continuando a pensar sobre a morte aquilo que os seus pais e avós sempre pensaram, “soprado” pelas religiões que também herdaram e que é uma forma de não pensarem.

A morte não é um desafio fácil de aceitar e abordá-lo é sempre um acto de coragem porque, diga-se sobre ela o que dissermos, a sensação que no fundo, lá bem no fundo nos fica, é que tudo quanto sobre ela se diga é pura especulação tendo mais a ver com a vida do que com a morte, a vida que desejaríamos nunca acabasse mesmo que, para isso, tenhamos que “criar” outros mundos e outras formas de vida.

Como se todos os seres vivos fossem dignos de morrer excepto o homem por não fazer sentido que a natureza o tenha feito evoluir para uma forma qualitativamente tão diferente e perfeita e reservar-lhe, no fim, exactamente o mesmo destino!

Esta necessidade de prolongarmos a vida para além da morte, porque é desta necessidade que se trata, foi ao longo da história da humanidade o factor mais determinante e influente da própria vida.

Vivemos sempre condicionados por aquilo que esperávamos que nos acontecesse após a morte e as religiões, lembre-mo-nos dos egípcios, mas também as monoteístas, mais organizadas e influentes, todas elas, souberam muito bem tirar partido desses condicionalismos.

Quando deixarmos de amar a Deus e em vez dele amarmos, no sentido de respeitar, a natureza, os outros homens e os restantes seres vivos que connosco partilham a vida na Terra, talvez então aceitemos melhor o nosso fim em pé de igualdade com as restantes formas de vida.

Somos, de facto, especiais, tivemos que o ser para sobreviver na luta que travámos para termos direito a um lugar ao sol mas continuamos sujeitos às leis fundamentais do Universo e desaparecer para sempre sem outras consequências que não sejam as transformações químicas que se operam a partir do momento da última batida do coração, é uma dessas leis.

Outra atitude que não seja esta, para além de representar uma veleidade que não nos fica bem, constitui, igualmente, uma enorme contradição para a nossa mente dada a dificuldade em conciliar o racional com as expectativas da fé.

Por isso, a Filosofia que alguns afirmam, entre outras coisas, ser um curso geral para a morte, talvez pudesse com mais vantagem, constituir um curso geral para a vida que nos ensinasse que todas as nossas energias devem ser canalizadas para a satisfação da responsabilidade do que significa estar vivo.

Responsabilidade connosco próprios, com o nosso semelhante e para com o planeta que é a casa onde vivemos, não em nome de, ou para agradar ou recear a um deus qualquer que nos espera após a morte para nos castigar ou premiar mas porque, neste momento, está já suficientemente instalada uma espécie de moral universal que aponta no sentido de que a nossa própria sobrevivência como espécie não é possível salvaguardar se não olharmos a vida como a nossa oportunidade de manter os equilíbrios entre nós, homens, e a natureza que nos suporta.

E para isso não é a nossa morte que nos deve preocupar mas antes as gerações vindouras que reivindicam, também elas, o direito à vida para poderem morrer como nós.

Sinceramente, julgo que estamos, neste aspecto, numa encruzilhada terrível porque temos a consciência de que a estamos a viver mas não temos a certeza de qual o caminho que vai ser percorrido.

O planeta como que estremece e agita, também ele parece inquieto quando o forçam a uma evolução mais rápida do que aquela que, naturalmente, se processaria.

Para ele, planeta, é indiferente mas para as formas de vida que suporta pode ser um abreviar das suas existências e por isso ele manda os seus avisos, alerta os homens, os únicos que os sabem interpretar e… aguarda.

Os fenómenos da natureza são o resultado de múltiplos equilíbrios que se estabelecem e restabelecem continua, lenta mas inexoravelmente.

A velocidade a que esses equilíbrios e reequilíbrios acontecem é a chave que facilita, dificulta ou impossibilita mesmo a sobrevivência das espécies através dos fenómenos de adaptação já explicados por Charles Darwin na sua Teoria da Evolução.

E é aqui que há verdadeiras razões para falar da morte que dizima e pode levar ao desaparecimento das espécies e não a morte natural dos indivíduos dentro de cada espécie indispensável, de resto, para a própria sobrevivência da espécie.

Será que a velocidade a que desaparece a massa de gelo do pólo Norte vai dar alguma hipótese de sobrevivência ao urso polar?

E o que irá acontecer aos milhões e milhões de pessoas que vivem à beira mar se a água dos Oceanos começar a subir a um ritmo que não permita a sua reinstalação noutras áreas com tempo para se adaptarem e aprenderem a fazer outras coisas?

E se alterações do clima, de repente, puserem em causa a produção de arroz no continente asiático como vão sobreviver os biliões de pessoas que dependem dele para se alimentarem?

E agora, sim, uma palavra para a fé, não em Deus ou em deuses mas a fé nos homens, de preferência em todos os homens, esclarecidos, responsáveis, capazes de pensar e decidir para o futuro, exactamente aquele futuro que neste momento parece tão ameaçado pelo egoísmo das actuais gerações.

Mais uma vez, como sempre, é nos homens que está, ou não, o futuro da humanidade.

E o impossível aconteceu...











A equipa espanhola desmoronou-se como um castelo de cartas apanhada por um “pé de vento” e eu obtive uma secreta vingança, não sobre os “nuestros hermanos” que nos trataram melhor durante o domínio dos Filipes do que a Srª Merkel durante o domínio da troyka, mas sobre uma forma de jogar futebol em que exímios jogadores, Iniesta e companhia, levam para o campo uma teia de linhas invisíveis para o adversário e espectadores, já se vê, ou melhor não se vê, e o jogo transforma-se num processo humilhante para os jogadores da outra equipa com percentagens de posse de bola à volta dos 70%.

Eu deixei de ver o Barcelona exactamente quando ela foi considerada a melhor equipa de futebol de sempre o que parece uma contradição mas não é.

No fundo, nos jogos do Barcelona não havia jogo, tudo aquilo parecia um treino em que jogadores industriados como nunca houve outros, trocam a bola entre si em vez de a jogarem contra os adversários numa frustração total para estes que dificilmente resistem às caneladas e como eu os compreendo...

Aquilo é anti-desportivo, humilhante e para os espectadores um tédio.

Ontem, em 45 minutos tudo se desmoronou, a teia rompeu-se, abriram-se buracos e os jogadores holandeses pareciam tiros certeiros directos ao desamparado, triste e apático Casillas que estivera quase a bater um record de minutos sem sofrer golos.

Para os jogadores de Espanha o jogo acabou com estupefacção e lágrimas nos rostos... mas o próximo jogo com o Chile é outro jogo e o grande teste far-se-á então.

 Afinal, aquilo não podia ter acontecido...!                                            

É um triste galanteio
OS VELHOS
MARINHEIROS

(Jorge Amado)

Episódio Nº 106









 - O marido está muito doente. Os médicos no Rio não lhe deram esperanças. E ele próprio, sendo médico, não tem ilusões.

- Deixemos a pobre senhora em paz, tão digna de pena. Vamos à teoria, Dr. Morais, o senhor me mata de curiosidade - interveio dona Domingas.

- Pois bem: hoje diz-se balzaquiana para uma senhora de seus quarenta anos, não é, dona Domingas? Quando está em pleno... - parecia procurar a palavra exacta, ajudando-se com a mão levantada - ... em plena exigência. A idade do vulcão...

- Gozado... - disse o estudante, evidentemente pouco oportuno.

- Aos quarenta? - o senador considerava a questão com o mesmo grave ar de entendedor com que votava de cabresto todos os projectos governamentais.

- Ora, as balzaquianas têm duas formas, dois meios, duas maneiras de sair de sua condição quando o tempo é chegado. A primeira é a maneira “vovó”, essa que a senhora usa como ninguém, dona Domingas. Dando à sua beleza a dignidade devida aos cabelos brancos...

- É um triste galanteio...

- As outras, a grande maioria aliás, passam do estado de balzaquiana para o estado de baqueana. E assim chegamos à definição clássica, estabelecida por um sábio vienense, das baqueanas.

 A baqueana, dona Domingas, é a balzaquiana quando baqueia, a balzaquiana baqueada. Ou seja, quando avançada na casa dos quarenta, aproximando-se dos cinquenta, já o continente não corresponde ao conteúdo...

- Que história é essa? - quis saber a mameluca, muito parada e silenciosa em sua cadeira, os olhos no advogado.

- Quando o exterior já não corresponde às necessidades interiores...

- Quando as rugas começam a virar pelanca. O pior é que a maioria das baqueanas não se dá conta de seu estado, agem como mocinhas ou como balzaquianas.

Por exemplo, a menina Clotilde... Conheço muito a sua família, sou amigo de seu irmão.

- Mas o senhor é injusto com ela - comentou dona Domingas. Não está ainda nesse estado. Balzaquiana, sim, mas não baqueana. O senhor, tão entendido no assunto, cometeu um erro.

- Erro, e grave, quem cometeu foi a senhora, minha cara amiga. Mal está se informando dos rudimentos de uma ciência e já tenta dar quinau no professor...

 É que ainda não desenvolvi completamente toda a teoria das baqueanas. Nenhuma solteirona, dona Domingas, em nenhum momento, pertence à classe das balzaquianas. Passa directamente de mocinha para baqueana.

sexta-feira, junho 13, 2014

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Fotografia Surrealista



Ricardo Araújo - O Futebol é para meninas


ALCEU  VALENÇA - LA BELLE DU JOUR


O Brasil não é um país, é um continente. Podemos visitá-lo várias vezes e encontraremos sempre paisagens diferentes, umas delicadas outras poderosas. Em 1995 visitei o Brasil e na noite da passagem do ano para 1996 eu estava na praia de Copacabana aos abraços com mais não sei quantos milhões de brasileiros num espectáculo humano único no mundo só possível naquelas terras e com aquelas gentes.  Estive em Pernambuco, no Recife, em Olinda e, naturalmente, na praia de Porto de Galinhas nas suas águas cálidas e absolutamente transparentes...lindo! Parabéns ao autor deste vídeo pelo seu bom gosto.


TRRIIIMM. TRRIIIMM... TRRIIIMM...


Responde o atendedor de chamadas:






"Obrigado por ter ligado para o (Hospital) Júlio de Matos, a companhia 
mais adequada aos seus momentos de maior loucura."

* Se é obsessivo-compulsivo, marque repetidamente o 1;

* Se é codependente, peça a alguém que marque o 2 por si;

* Se tem múltipla personalidade, marque o 3, 4, 5 e 6;

* Se é paranóico, nós sabemos quem é você, o que você faz e o que quer.
Aguarde em linha enquanto localizamos a sua chamada;

* Se sofre de alucinações, marque o 7 nesse telefone colorido gigante
que você, e só você, vê à sua direita;

* Se é esquizofrénico, oiça com atenção, e uma voz interior indicará o
número a marcar;

* Se é depressivo, não interessa que número marque. Nada o vai tirar
dessa sua lamentável situação;

Começou o Mundial
de Futebol no Brasil










Depois de uma cerimónia de abertura constituída por um espectáculo de cor, música, dança e belos trajes que nos falavam da natureza e dos povos desse imenso país que é o Brasil, e que foi um regalo para a vista, seguiu-se o jogo Brasil - Croácia.

A vitória do Brasil por 3 a 1 acabou por assentar bem aos brasileiros que tiveram a seu favor o momento mágico do jogo na apitadela do árbitro a assinalar um penalti que, de facto, não existiu.

Ontem, aqui no Memórias Futuras, fiz uma alusão ao aleatório do jogo referindo-me ás bolas à trave, aos ressaltos, ás imprevistas tabelas, aos clamorosos falhanços em frente da baliza mas esqueci, imperdoavelmente, os erros de arbitragem, os grosseiros, que ditam a viragem dos jogos e os resultados finais.

Transformado o penalti em golo por Neymar, o mais influente jogador do Brasil, o destino do jogo ficou marcado e o Brasil acabou por justificar a vitória a partir do seu maior potencial futebolístico.

Luí Filipe Scolari, que nós portugueses conhecemos bem como nosso treinador no Europeu de 2004 em Portugal e Mundial de 2006 na Alemanha é, indiscutivelmente, um bom condutor de homens, um líder, um comandante, mas fraco nas tácticas.

Aquilo que se podia entender à frente da equipa portuguesa, simples aspirante a um título de campeão, não se justifica com o Brasil, grande candidato favorito a Campeão Mundial de Futebol ainda para mais a jogar em casa.

Tácticas defensivas? Porquê? Não acredita nos seus jogadores?

Na qualidade de favorita, sem favores, eu só vejo o Brasil a jogar para a frente, ao ataque, descansando depois de ter construído um resultado de vitória.

Por que não joga assim?

Tem jogadores para isso, dentro das 4 linhas e no banco.

Diga-me - Qual a diferença entre balzaquianas e baqueanas?
OS VELHOS
MARINHEIROS

(Jorge Amado)

Episódio Nº 105









- Não. Quero dizer baqueana mesmo. Uma coisa são as balzaquianas, outra, muito diferente, são as baqueanas. Clotilde Maria da Assunção Fogueira é uma baqueana...

- Nome comprido, de nobre... - disse a recém-casada.

- O pai era representante comercial, enriqueceu. O irmão ampliou a firma, está muito bem.

A senhora de cabelos brancos levantou a mão onde um anel soberbo era valorizado pela elegância de seus dedos; fez um gesto para o advogado, seu largo rosto cearense aberto num sorriso:

- Diga-me, Doutor Morais - qual a diferença entre as balzaquianas e baqueanas?

- E a senhora não conhece, por acaso, dona Domingas, a teoria das baqueanas? Uma teoria famosa, baseada em estudos de psicólogos e psiquiatras, existe toda uma biblioteca sobre o assunto. Creio que Freud até lhe dedicou um livro... - sorria o advogado, contente de brilhar.

- Baqueanas? - interrompeu o Reverendo Padre Clímaco, fechando o breviário - De Bach? - em sua distante freguesia, no interior do Amazonas, a vitrola e os discos eram o consolo e a vida, e Bach a sua paixão terrena.

O navio singrava águas verdes e tranquilas, ao longo da linha alva das praias. Temerárias jangadas entravam mar adentro, passageiros na amurada observavam as velas minúsculas na distância. O comandante parara, apontava com o dedo uma jangada, entregava a luneta a Clotilde.

- Não, meu Santo Padre. Baqueana não vem de Bach. E grande é a diferença, dona Domingas, entre elas e as balzaquianas. Pequenos detalhes estabelecem grandes diferenças - o advogado tinha fama, em Belém, de amar os paradoxos.

 Publicara, tempos atrás, um pequeno volume de Pensamentos e Máximas, muito louvado pela imprensa local, pela “originalidade dos conceitos e o castiço do estilo a recordar Herculano, Garrett e Camilo”, segundo um crítico da terra. Seu anel de grau, o rubi cercado de brilhantes, lançava fulgurações sobre a negra capa do breviário.

- Venha então essa teoria, Doutor. Não se faça difícil - exigiu dona Domingas, acomodando-se na cadeira para melhor gozar as boutades do advogado, a quem conhecia de viagem anterior.

- A teoria, altamente científica como eu disse, refere-se às mulheres já de certa idade.

- De minha idade...

- Sua beleza não tem idade, minha senhora. Quanta moça não quisera ter a graça dessa avó...  Bem: a balzaquiana era, segundo Balzac, a mulher aos trinta anos. Hoje, com o progresso e a arte da maquilagem, aos trimta anos a mulher é ainda uma jovenzimha.

Reparem, por exemplo, na esposa do Dr. Hélio, aquele médico de Natal. Tem trinta e cinco anos, o marido me disse. Parece, no entanto, uma adolescente.

- É uma bonita senhora - apoiou o senador. - E distinta...

- Mal empregada, o marido é um caco velho... - comentou um dos estudantes.

O reverendo o interrompeu:

- Olhe a caridade cristã, meu filho ...

- E lembre-se daquele mandamento: “Não cobiçarás a mulher alheia” - completou o advogado.

- Senhora honestíssima! - o senador fitava reprovativo o estudante encabulado.

quinta-feira, junho 12, 2014

Fotos Surrealistas




Depois de alguma pesquisa, cheguei à conclusão que é um festival de dança e canto na Letónia. Um povo que sabe cantar nesta harmonia de tantos milhares de pessoas tem que ter futuro. 


Alunos do 1º ciclo 

respondem

a perguntas diversas...







 - O Papa vive no Vácuo. 
(?!?!?!?!)


- Antigamente na França os criminosos eram executados com a Gelatina. 
(Provavelmente para não doer tanto...)


- Em Portugal os homens e as mulheres podem casar. A isto chama-se monotonia. 
(É frustrante que até na 2ª classe já pensem assim...)

- Em nossa casa cada um tem o seu quarto. Só o papá é que tem de dormir sempre com a mamã. 
(Um destino terrível...)


- Os homens não podem casar com homens porque então ninguém podia usar o vestido de noiva. 
(A ver vamos...)


- Os meus pais só compram papel higiénico cinzento, porque já foi utilizado e é bom para o ambiente. 
(Que bom!)
 

- Adoptar uma criança é melhor! Assim os pais podem escolher os filhos e não têm de ficar com os que lhe saem. 
(Pois é, com os animais de estimação também funciona assim!) 

- Adão e Eva viviam em Paris. 
(Sim, sim, lá também é paradisíaco!)
 

- O hemisfério Norte gira no sentido contrário do hemisfério Sul. 
(Viver ao longo do Equador deve ser muito divertido!)
 

As vacas não podem correr para não verterem o leite. 
(Que bom saber isso.)
 

- Um pêssego é como uma maçã só que com um tapete por cima. 
(Nunca tinha pensado nisto!)


- Os douradinhos já estão mortos há muito tempo. Já não conseguem nadar! 
(Conseguem sim! No óleo da frigideira!)
 

- Eu não sou baptizado, mas estou vacinado. 
(Tenho de ensinar esta aos meus filhos!)

- Depois do homem deixar de ser macaco passou a ser Egípcio. 
(Mmm... isto ainda não sabia!)


- A Primavera é a primeira estação do ano. É na primavera que as galinhas põem os ovos e os agricultores põem as batatas. 
(Nunca mais como batatas...)

- O meu tio levou o porco para a casota e lá foi morto juntamente com o meu avô. 
(Bem, se o avô já lá estava...)

- Quando o nosso cão ladrou de noite a minha mãe foi lá fora amamentá-lo. Se não os vizinhos ficavam chateados. 
(E assim, como terão ficado?)

- A minha tia tem tantas dores nos braços que mal consegue erguê-los por cima da cabeça e com as pernas é a mesma coisa. 
(Acho que a mim aconteceria o mesmo às  pernas.)


- Um círculo é um quadrado redondo. 
(Esta é absolutamente fantástica!)

- A terra gira 365 dias todos os anos, mas a cada 4 anos precisa de mais um dia e é sempre em Fevereiro. Não sei porquê. Talvez por estar muito frio. 
(Um génio!)

- A minha irmã está muito doente. Todos os dias toma uma pílula, mas às escondidas para os meus pais não ficarem preocupados. 
(Sem comentários.) 

Mixórdia de Temáticas

Ricardo Araújo Pereira - Principado da Fuzeta


Hoje começa

 no Brasil

o Mundial

 de Futebol









Aí está! - Começa hoje, no Brasil, mais um campeonato mundial daquele desporto que começa a ser praticado ainda antes do nascimento dos meninos quando pontapeiam a barriga da progenitora num treino sem bola e que os pais gostam de acompanhar colocando, babosos, a mão sobre o ventre da esposa sonhando com outro Ronaldo ou Messi.

Não admira, pois, que se vejam crianças aos pontapés a uma bola em tudo quanto é rua, largo ou descampado por esse mundo fora.

Falo por mim. Nada me dava mais prazer que dar pontapés a um bola no largo da Chã-da-Eira, na aldeia dos meus avós, contra a parede da Igreja nas minhas férias grandes.

O meu pai, impressionado com tanta aplicação costumava-me dizer em termos acusatórios: - “...até ficas cego quando vês uma bola!”.

Provavelmente também devo ter dado pontapés na barriga da minha mãe que me recebeu de braços abertos, como todas as mães, para se livrarem da “pancadaria”.

Voltando ao Brasil, compreendo perfeitamente a reacção desfavorável de grande parte do povo brasileiro aos gastos do governo com os estádios de futebol face às carências em matéria de Serviços de Saúde, Educação e Transportes.

Basta olhar para aquilo que se passou por cá quando organizámos o Campeonato Europeu de Futebol, em 2004 e se gastaram milhões em estádios que satisfizeram egos e vaidades de governantes que se reviram nessas obras como se elas fossem o corolário de uma carreira política de sucesso e hoje lá estão, alguns quase sem préstimo, a sugarem o dinheiro dos contribuintes na sua manutenção.

É claro que o futebol não tem nada a ver com isto mas o seu impacto é tão grande que perdura pela vida das pessoas e transforma-se em paixão, delírio, doença, aquilo que começou por ser uma inofensiva e saudável correria atrás de uma bola...

Os Presidentes recebem votos se a equipa do seu país ganha no confronto com os outros e os jogadores campeões transformam-se em estrelas mediáticas seguidas apaixonadamente pelos seus fãs por tudo quanto é mundo.

Eu acho, que com o ser humano que conhecemos era muito difícil que não fosse assim... O que surpreende, para quem como eu acompanho o futebol há mais de 50 anos, é aquilo que os “mídia”, jornais e televisão fizeram apossando-se dele como lobos famintos transformando-o em carniça que regateiam e repartem entre eles.

Está à mostra, nem vale a pena acrescentar mais. Eu, simplesmente, recuso-me a ver, reservo-me para os jogos e as opiniões que se lhes seguem vivendo na intimidade as alegrias e tristezas que eles me provocam.

E a propósito de equipas favoritas tenho para mim, sem arriscar grande coisa, que a Alemanha e a Espanha na Europa, o Brasil e a Argentina na América do Sul, uma delas, vai com certeza ganhar o Mundial.

Mas, atenção, não esqueçamos as bolas à trave, os ricochetes, as tabelas, os ressaltos imprevistos, os falhanços clamorosos à frente da baliza porque nada daquilo é científico, preciso, matemático, por muito que o queiram fazer os “donos” das tácticas. Aquilo é apenas um jogo... de futebol.

Pessoalmente, como não tenho quaisquer ilusões sobre Portugal, apenas uma boa equipa com jogadores, um deles craque, outros mais ou menos habilidosos, o que não chega para ganhar o Mundial, gostaria que o Brasil fosse o campeão para baixar as tensões sociais na terra de Jorge Amado, o meu Ronaldo da língua portuguesa.  

Lá vai o comandante comboiando a sua  baqueana...
OS VELHOS
MARINHEIROS

(Jorge Amado)

Episódio Nº 104










“Deixa passar uns dias”, é fácil de dizer- Pedro Torresmo, quando me encontra na rua, olha-me atravessado e ameaçador. A mãe anunciou aos vizinhos sua decisão de correr-me a vassouradas se eu puser os pés no Beco das Três Borboletas. Como voltar a vê-la?

Aqui estou sem mulher, as noites longas de passar, nunca tanto desejei e quis a alguém como a essa doirada mulata de lábios gulosos. Meu tempo nunca foi tão livre, disponho até das horas dedicadas à prosa com o juiz, pois o Meritíssimo reduziu a simples aceno de cabeça as relações com esse seu incondicional admirador.

No entanto, o trabalho marcha lento e difícil, saem trôpegas as frases, embrulham-se os acontecimentos em minha cabeça, não consigo fixar-me no comandante e em sua madura bem-amada, a solteirona Clotilde.

Madura, bem madura, há uma veranista na praia cujos olhos me perseguem. Viúva, veio pela primeira vez passar aqui os meses de verão com umas sobrinhas. Não pode me ver sem ficar inquieta, puxa conversa, dá-me entrada, só falta me agarrar.

Mas quem teve em seus braços os pequenos seios rijos de Dondoca, suas modeladas ancas, quem tocou seu ventre de fagulha, como poderia sentir, sequer por explicável curiosidade, o menor desejo por essa ruína a reclamar urgente meia sola, operação de cirurgia plástica?

Como pesquisar a verdade sobre o comandante e suas aventuras, se, neste momento, o que desejo descobrir, tirar a limpo, pôr completamente a claro, é como veio o Meritíssimo a saber de minhas nocturnas visitas ao Beco das Três Borboletas?

Desconfio ter sido carta anónima. Um desses mexeriqueiros suburbanos, um Telémaco Dórea, um Otonlel Mendonça, invejoso de meus sucessos nas letras históricas e de meu lugar no leito de Dondoca.

A raça de Chico Pacheco não se extinguiu em Periperi. Ah! mas se eu descobrir a verdade, não convidarei o canalha para um duelo como fez o comandante. Parto-lhe a cara na primeira esquina.


Da científica teoria das baqueanas


- Lá vai o comandante comboiando a sua baqueana... - disse o advogado paraense Dr. Firmino Morais, com fumaças de literato, e vasto prestígio social.

Regressava de viagem ao Rio, onde defendera, ante o Supremo Tribunal Federal, recurso de uma firma exportadora de borracha. Rendera-lhe o passeio mais de cem contos de réis.

Era grande a roda no salão, centralizada pelo senador, por um padre, o Reverendo Clímaco, e por uma senhora idosa, de brancos cabelos anelados, amável porte, cuja beleza devera ter sido estonteante e que sabia envelhecer com dignidade e classe.

Os netos, de quando em vez, vinham encostar-se em seus joelhos, receber uma carícia, uma palavra, um beijo. Os recém-casados estavam no grupo, além dos dois estudantes de Fortaleza, e da mameluca, sentada ao lado da simpática velha que, por vezes, sorria para a moça admirando-lhe a agreste beleza.

Ainda outras senhoras e outros homens ali reunidos, nas cadeiras estofadas, contentes de privar com personalidades ilustres como o senador, o grande advogado, o reverendo e aquela anciã, cuja família, filhos e genros, era conhecida no país inteiro.

 Olhavam o comandante passar ao lado de Clotilde, no tombadilho.

- Balzaquiana, quer o senhor dizer... - corrigiu um estudante com a natural suficiência da idade.

 - A mulher de Balzac... - completou o senador com seus laivos de literatura (clássica, bem entendido).

quarta-feira, junho 11, 2014

Fotografia Surrealista



Camada de Nervos

Os bolinhos da minha mulher


Ella Fitzgerald - Summertime (1958)

"Summertime" é uma ária do compositor americano George Gershwin, de sua ópera Porgy and Bess, de 1935. A letra é de DuBose Heyward, autor do romance Porgy no qual a ópera se baseou, embora a canção também seja co-creditada a Ira Gershwin pela ASCAP.
A obra logo se tornou um jazz standard muito popular e gravado com muita frequência, descrito como "sem dúvida... uma das melhores canções que o autor já fez... a composição altamente evocativa de Gershwin mistura elementos de jazz e os estilos das canções afro-americanas do sudeste dos Estados Unidos do início do século XX." O compositor e letrista americano Stephen Sondheim descreveu as letras de Heyward para "Summertime" e "My Man's Gone Now" como "as melhores do teatro musical". A canção foi reconhecida como uma das canções com mais versões na história da música gravada, com mais de 38.100 versões gravadas por grupos e artistas solo.
Gershwin declarou que essa música foi baseada em uma canção ucraniana de ninar, Oi Khodyt Son Kolo Vikon (Um Sonho Passa Pela Janela), que ele teria ouvido numa apresentação na cidade de Nova Iorque de Oleksander Koshetz, no Coral Nacional Ucraniano.

                   

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