sábado, dezembro 08, 2012

REFORMAS NA SUIÇA
Isto implica uma outra atitude dos legisladores, uma preocupação genuína com questões de igualdade e equidade. O poder político percebeu que a paz social tem a ver com níveis de vida em que as necessidades básicas estejam asseguradas a todas as pessoas. Só assim se pode viver com dignidade.

TOM JONS
Nos seus bons tempos e numa das suas mais bonitas canções

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Nenhuma das estações dos C.F. modernas e lindas, exercem sobre mim o efeito poderoso destes monstros metálicos da minha meninice, fumando, bufando e guinchando por todo o lado...



As secretárias de alguns médicos devem pensar que são doutoras...


Isto, porque perguntam, quase sempre, quando se chega a uma consulta, a razão da visita. E o paciente, por delicadeza, tem que responder, diante de todos, às perguntas que lhe fazem, o que se torna muito desagradável.
Não há nada pior que uma recepcionista perguntar o motivo da consulta, diante de uma sala de espera cheia de pacientes.
Uma vez entrei para uma consulta, aproximei-me da recepcionista, com um ar de pouco simpática.
- Bom dia, minha senhora!
Ao que a recepcionista respondeu:
- Bom dia, quais são as suas queixas? Porque veio à consulta?
- Tenho um problema com o meu pénis, respondi.
Como alguns dos presentes riram, a recepcionista alterou-se e disse-me:
- O senhor não deveria dizer coisas como estas diante das pessoas.
- Porque não? ... a senhora perguntou-me a razão da consulta e eu respondi.
A recepcionista disse-me, então:
- Poderia ter sido mais dissimulado e dizer, por exemplo, que teria uma irritação no ouvido e discutir o real problema com o Doutor, já dentro do gabinete médico.
Ao que eu respondi:
- E a senhora não deveria fazer perguntas diante de estranhos, se a resposta pode incomodar.
Então sorri, saí e voltei a entrar:
-  Bom dia, minha senhora!
A recepcionista sorriu, meio sem jeito, e perguntou:
-  Sim???
- Tenho um problema com o meu ouvido.
A recepcionista assentiu e sorriu, vendo que havia seguido o seu conselho e voltou a perguntar-me:
- E... o que acontece com o seu ouvido?

- Arde-me quando eu mijo...
As risadas na sala de espera foram incontroláveis...



AFONSO HENRIQUES
Rei Fundador (VI)



- Esse que vós dizeis que tendes nunca mais porá os pés neste claustro. Agora, se não me quereis dar um, desaparecei-me da vista que eu me encarrego de fazê-lo.

Desvaneceram-se os cónegos nas sombras do claustro, mais fugitivos uns que outros. Entretanto viu D. Afonso Henriques avançar para ele um negro de sotaina.

 - Pst, pst, olha cá, és clérigo? Como te chamas?

 - Çuleima.

Sabes celebrar os ofícios? Lês o latinório?

 - Como água. Não há dois em Espanha que me vençam…

 - Pois serás Bispo, D. Çuleima. Vai-te paramentar para me dizeres missa!...

 - Falta-me a coroa, senhor, isto é, ordens de presbítero…

 - Eu dou-tas. Eu te ordeno padre, e pois que padre estás, eu te ordeno bispo. Agora anda-me depressinha se não queres que te arranque a pele. De hoje em diante, és o prelado desta diocese.

E assim foi. Encolhidos como láparos que sentem o podengo, os frades, cónegos e mais eclesiásticos seculares dobraram a cerviz ao jugo do preto, produto híbrido mosárabe, provavelmente.

Há que estranhar? Não há. Naqueles tempos, do homem leigo ao ordinando não havia mais que um escalão. Subia-se com um pé. Não era precisa nenhuma preparação especial. Bastava a ciência infundida por Deus. Se cortava letra redonda, então improvisava-se um padre, um arcipreste, um príncipe da Igreja em três tempos. Çuleima, pois, não significa nenhum atentado à lógica e muito menos ao bom senso.

Quando em Roma se soube do expediente fantástico de D. Afonso Henriques, rompeu um coro de invectivas: - Que bárbaro! Que hereje! Que alarve!

Despacharam-lhe um cardeal, entendido na catequese, com imunidades de  legado e grande plenipotenciário, a ensinar ao ignorantão os artigos fundamentais da fé cristã. Junto com a cartilha levava o temeroso azorrague do interdito.

Soube-se em Coimbra da missão evangélica do cardeal-legado, porquanto vinha pela corte dos reis cristãos e notícias destas correm como o vento. Foram dizê-lo a D. Afonso Henriques.

 - Senhor, por toda a parte onde passa, dá beija-mão e enchem-no de honras…

 - Que venha. O que fiz, fiz. Não me arrependo. Lá quanto a eu beijar-lhe a mão em minha casa, seja ele cardeal ou papa, que tente, e nem Deus nem Santa Maria o livram de apanhar uma espadeirada que lhe corto o braço pelo cotovelo.

Advertido das intenções de el-rei quando chegou a Coimbra, e tanto mais que ele não viera recebê-lo, o cardeal-legado cobrou grande susto.

Recalcando suas apreensões, dirigiu-se a Alcáçova onde o rei pousava.

 - Então a que vindes, cardeal amigo? Trazeis-me dinheiro para custear a guerra que, noite e dia, ando há tantos anos ando a fazer aos mouros? Se trazeis, desatai a bolsa, se não tratai de rodar e volver por onde viestes.

 - Venho de mando do Santo Padre ensinar-vos a fé de Cristo…

 - Ensinar-me a mim a fé de Cristo…? Então o Credo que cá se usa não é o mesmo que em Roma? Ouvide lá…

E D. Afonso Henriques recitou-lhe tim-tim por tim-tim o símbolo dos apóstolos tal como vigorava por toda a cristandade.
(continua)

Jóias de ferro, cinzentas e frias...

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 159

Até o Dr. Victor Melo, apavorado com as notícias chegadas do Rio apontando a sua reeleição como improvável, embarcara num Ita para Ilhéus, a renegar essa insubmissa gente do cacau.

Abandonando o consultório ele, elegante, onde tratava dos nervos das senhoras blasés, deixando saudosas as francesas do Assírio, as coristas da companhia de revista, não sem antes reclamar, na Câmara, a Emílio Mendes Falcão, seu colega de Partido Republicano, deputado por São Paulo:

- Quem é esse seu parente que resolveu disputar minha cadeira em Ilhéus? Um tal de Mundinho, você conhece?

 - É meu irmão, o mais moço. Também já soube.

Alarmou-se então o deputado pela zona do cacau. Se era irmão de Emílio e Lourival, sua eleição e – pior! – seu reconhecimento corriam realmente perigo. Emílio informava:

 - É um maluco, largou tudo aqui, foi-se meter naquele fim do mundo. De repente, aparece candidato. Anda dizendo que virá para a Câmara com o único fim de apartear meus discursos… - Riu e perguntou: - Porque você não muda de Distrito Eleitoral? Mundinho é um menino terrível. Capaz de se eleger.

Como ia mudar? Era protegido de um senador, seu tio por parte da mãe, abocanhara aquela vaga no 7º distrito eleitoral da Baía. As outras estavam todas ocupadas. E quem queria ir trocar com ele, concorrer com um irmão de Lourival Mendes Falcão, grão – senhor do Café a mandar no Presidente da República? Embarcou às pressas para Ilhéus.

João Fulgêncio concordava com Nhô –Galo: o maior benefício que o deputado Victor Melo poderia fazer à sua candidatura era não ter vindo a Ilhéus. Tratava-se do tipo mais antipático do mundo.

É um vomitório… - dizia Nhô Galo.

Falando difícil, discursos pontilhados de termos médicos (os discursos dele fedem a formol) explicava João Fulgêncio, com uma voz de enjoo, adamado, uns paletós esquisitos, com cintura, teria gozado fama de invertido não fosse tão atirado às mulheres.

É Tonico Bastos elevado ao cubo – definia Nhô-Galo.

Tonico andava com a esposa pela Baía, a passeio. Esperando que a cidade esquecesse por completo sua triste aventura. Não queria envolver-se na campanha eleitoral. Os adversários podiam explorar o seu caso com Nacib.

Não haviam pregado na parede da sua casa em desenho a lápis de cor onde ele era visto a correr em cuecas – infâmia, saíra de calças! - a gritar socorro? Com versos sujos, de pé quebrado, em baixo:
... ... ... ... ... ... ...
… … … … … …

- Tu és bem casada?
- Eu sou é amigada
  E levou bofetada
 O Tonico Pinico

Quem esteve também para levar bofetadas, se não um tiro, foi o deputado Dr. Victor Melo. Com seu ar de galã, seu torcido nariz, sua experiência das senhoras do Rio, nervosas clientes curadas no divã do consultório, apenas via mulher bonita começava a fazer-lhe propostas.

sexta-feira, dezembro 07, 2012


Frases Muito…



O amor é como a gripe…
Apanha-se na rua e cura-se na cama.

Os autarcas são as pessoas mais católicas do mundo…
Nunca assinam nada sem levarem um terço.

Os mamilos das mulheres são como o Playstations II…
São feitos para crianças e quem brinca são os pais.

Pior que não ter nada para vestir…
É não ter ninguém para despir.

Não procures o Príncipe Encantado…
Procura antes o Lobo Mau…
Ele ouve-te melhor e ainda te pode comer.

As vegetarianas não gemem nem gritam
Quando atingem um orgasmo…
Porque não querem admitir que um bocado de carne lhes possa dar prazer.

Os homens têm a consciência limpa…porque nunca a usam.

O membro mais leve do corpo é o pénis…
Basta um pensamento para o levantar.

O beijo é uma forma de cultura…através dele conhecemos várias línguas.

Uma mulher feia é como uma pantufa…em casa ainda vai, mas não se pode levar para a rua.

Os ex-namorados são como os hambúrgueres…sabemos que não devemos, mas sempre acabamos por comer de vez em quando.

Depois de fazerem amor:
10% dos homens viram-se para a esquerda.
10% dos homens viram-se para a direita.
80% dos homens vão para casa.

As mulheres são como o Circo…
Debaixo dos panos é que está o espectáculo.

A diferença entre uma pilha e um homem…
É que a pilha tem sempre um lado positivo.

O homem é como a vassoura…
Sem o pau não serve para nada.

Vale mais ser um alcoólico anónimo…
Do que um bêbado conhecido.

A educação sexual…consiste em dizer obrigado no fim.

Nunca alguém vencerá a guerra dos sexos…
Há demasiada confraternização entre os inimigos.

O melhor negócio do mundo é abrir um bordel…
Em caso de falência ainda se pode comer o stock.

Quando um homem abre a porta do carro a uma mulher…
Um ou outro são novos.

Se os homens são todos iguais…
Por que é que as mulheres escolhem tanto?

Enquanto o meu Chefe disser que me paga muito…
Eu faço de conta que trabalho muito.

O corno é como a árvore das patacas…
Quando menos se espera somos contemplados.

Se o porco tem 4 pernas…
De onde vem o “Fiambre da Perna Extra”?

Depois de tanto esforço...


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 O AZARADO


Um sujeito encontra um amigo que não via há muito tempo e inicia a conversa:
 - Fonseca!!! Há quanto tempo! Tudo bem?
 - Péssimo... - responde o outro.
 - Mas como péssimo? Com aquele Ferrari que tu tens?
 - Virou sucata num acidente... E o pior é que o seguro tinha acabado de vencer.
 - Bem, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. E o teu filho? Inteligente, o rapaz! Já está formado?
 - Estava ao volante do Ferrari... Morreu.
O amigo tenta fugir daquele assunto tão trágico.
 - E a tua filha, que mais parecia um modelo?
 - Pois é! Estava junto com o irmão. Só a minha mulher não estava no carro.
 - Graças a Deus! Como vai ela?
 - Fugiu com o meu sócio.
 - Bem... Pelo menos a empresa ficou só para ti.
 - Ela fugiu com ele porque me roubaram tudo. Deixaram a firma falida. Estou devendo milhões!
 - Puuuxa! Então vamos mudar de assunto. A tua equipa?
 - Oh, não! Tu não me perguntes pelo Sporting!
 - Pelo amor de Deus, Fonseca! Não tens nada de positivo???
 - Sim, tenho... HIV.


À Procura de Jesus Escondido na História

Há que distinguir entre o Jesus da Nazaré e Jesus Cristo, ou seja, entre o Jesus histórico, judeu, nascido em Nazaré, na Galileia, já então debaixo do poder do Império Romano, ao qual tinha sido anexado pelo general Pompeu, 63 anos antes de Jesus nascer, e Jesus Cristo encarnado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem.

Por este mês, milhões de pessoas em todo o mundo vão celebrar, no dia de Natal, o nascimento daquele que teve tanto impacto na vida da humanidade que até a história foi dividida em duas: Antes, e Depois de Cristo. (a.C. e d.C).

Coordenado pelo Padre Anselmo Borges foi agora publicado mais um livro:

 “JESUS CRISTO – Quem Foi e Quem É?”

Este livro, que reúne textos de historiadores e biblistas, entre outros, procura recuperar o Jesus da Nazaré, o homem normal, figura histórica, numa linha de tendência do mundo neste último século.

Ed Parish Sanders, escritor norte-americano, foi considerado, com o seu livro “A Verdadeira História”, um dos mais importantes autores a fazer esta abordagem sobre Jesus.

A Igreja, essa, tem-se preocupado sempre com o Jesus Cristo, filho de Deus, que morreu na cruz para nos salvar. A própria oração do Credo, declaração de fé dos católicos, diz que ele encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, se fez homem, padeceu e por nós foi crucificado.

E, entretanto? – Não cresceu? - Não aprendeu? - Não trabalhou? - O que disse? - Porque é que outros homens o seguiram? - Qual foi a sua relação com Deus? - E com o dinheiro? - E com as mulheres? - E com a política?

Como foi o percurso de Jesus de Nazaré até ao Cristo Messias?

Embora Jesus seja, de longe, a figura histórica mais investigada -  há bibliotecas só com livros onde ele é o tema -  o que nós recebemos, por força da doutrina da igreja católica, foi a tradição de que Jesus é divino e, por isso, esta necessidade de recuperar agora a sua humanidade superando clichés que toldam a visão.

O Memórias Futuras, insistindo nas "Entrevistas Ficcionadas com Jesus na sua segunda vinda à Terra", conduzidas pela jornalista Raquel Perez, que questiona Jesus por temas diferentes em cada entrvista procura, exactamente, o Jesus histórico, o judeu, o homem que viveu e morreu num período muito difícil, numa Palestina ocupada e dominada pelas forças do Império Romano.

Os autores destas entrevistas são os irmãos Lopez Vigil que se tornaram muito conhecidos nos países da América do Sul através de um programa radiofónico denominado: “Um Tal Jesus”.

Ela, Maria Lopez Vigil, é jornalista, escritora, vive em Manágua e o seu sonho era, um dia, entrevistar Jesus.

Ele, José Inácio Lopez Vigil, é comunicador radiofónico, ex- sacerdote Jesuíta e estudante de Teologia Bíblica.

Nessas entrevistas, é desmistificada a versão do Jesus Cristo da doutrina oficial da Igreja, quando, entre muitas outras declarações, Jesus afirma que não queria morrer e que a sua morte não foi nenhuma congeminação para salvar os homens. Apenas mais uma vítima do poder tirânico e cruel das forças que ocuparam e oprimiram o seu povo ou seja, dos Romanos, com a cumplicidade de elementos do topo da estrutura da Igreja do seu tempo da qual foi um severo crítico.

Para os crentes, Jesus não pode ser apenas o herói, o homem bom, que se bateu pela liberdade e pela justiça, tem que ser também santo, filho de Deus, sentado no céu à sua direita.

Para os não crentes, entre os quais me incluo, basta-me, como se isso fosse pouco, ainda para mais considerando que as coisas se passaram há dois mil anos, o homem portador de uma mensagem de amor e de respeito por todos os outros homens, seus irmãos no seio da humanidade, e que, por coerência com as suas ideias, foi sentenciado à morte.

Oxalá não caia...

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 158


Nos bares, na papelaria, na Papelaria Modelo, Nas conversas na banca do peixe, dividiam-se as posições. Alguns afirmavam que o governo continuaria a prestigiar Ramiro Bastos, só reconheceria os seus candidatos, mesmo se eles fossem derrotados.

Não era o velho coronel um dos sustentáculos da situação estadual, não a apoiara em momentos difíceis? Outros achavam que o Governo ficaria com quem vencesse na boca das urnas. Estava o governador no fim do período. O novo mandatário precisaria de apoio para administrar.

Se Mundinho ganhasse, diziam eles, o novo Governador os reconheceria, assim contaria com Ilhéus e Itabuna. Os Bastos já não valiam mais nada, eram um bagaço, só serviam para jogar fora.

Terceiros pensavam que o Governo trataria de agradar às duas partes. Não reconheceria Mundinho, deixando que o médico do Rio continuasse a mamar o subsídio de deputado federal. Na Câmara Estadual manteria Alfredo Bastos. Em troca reconheceria o Capitão, de cuja vitória ninguém duvidava.

O Intendente de Itabuna seria, é claro, o candidato de Aristóteles, um seu compadre, pra que ele continuasse a administrar. Por outro lado, previam, o Governo ofereceria a Mundinho a vaga de senador estadual a abrir-se quando Ramiro morresse. Afinal, o velho, já festejara oitenta anos e três anos.

 - Esse vai aos cem…

 - Vai mesmo. Essa vaga de senador, Mundinho vai ter de esperar muito tempo…

Assim, o Governo ficaria bem com uns e com outros, reforçaria no Sul do Estado.

 - Vai é ficar mal com os dois lados…

Enquanto a população conjecturava e discutia, os candidatos das duas facções se desdobravam. Visitas, viagens, baptizados em profusão, presentes, comícios, discursos. Não se passava Domingo sem comício em Ilhéus, em Ilhéus, em Itabuna, aos povoados.

O Capitão já pronunciara mais de cinquenta discursos. Andava de garganta rebentada, afónico, a repetir tiradas retumbantes. A prometer mundos e fundos, grandes reformas em Ilhéus, estradas, melhoramentos, para completar a obra iniciada por seu pai, o inesquecível Cazuza de Oliveira.

O Dr. Maurício não o fazia por menos. Enquanto o Capitão falava na Praça Seabra, ele citava a Bíblia na Praça Rui Barbosa. João Fulgêncio afirmava:

 - Já sei todo o Velho Testamento de cor. De tanto ouvir discursos de Maurício. Se ele ganhar, filhos meus, tornará a leitura da Bíblia obrigatória, em coro, diariamente em Praça Pública, puxada pelo padre Cecílio.

Quem vai sofrer mais é o padre Basílio. Tudo o que ele sabe da Bíblia é que o Senhor disse: «Crescei e multiplicai-vos»

Mas enquanto o Capitão e o Dr. Maurício Caíres, rediziam-se à cidade e aos povoados e vilas do município, Mundinho, Alfredo e Ezequiel viajavam para Itabuna, Ferradas, Macuco, correndo a zona do cacau, pois dependiam dos votos de toda a região.

quinta-feira, dezembro 06, 2012


Espírito, MER-A (Mars Exploration Rover - A), é um veículo robótico em Marte, ativo de 2004 a 2010. Foi uma das duas sondas de Marte da NASA Exploration Rover Mission em curso. Ele aterrissou com sucesso em Marte em 04:35 UTC Terra em 4 de janeiro de 2004, três semanas antes de seu Opportunity, twin (MER-B), aterrissou no outro lado do planeta. Seu nome foi escolhido através de um concurso de redação patrocinada pela NASA estudante. O rover ficou preso no final de 2009, e sua última comunicação com a Terra foi enviado em 22 de março de 2010. 
O rover completou a sua missão de 90 sol planejada. Ajudado por limpeza eventos que resultaram em maior poder de seus painéis solares, Espírito passou a funcionar efetivamente mais de vinte vezes mais do que os planejadores da NASA espera após a conclusão da missão. Espírito também logado 7,73 km (4,8 milhas) de dirigir em vez do planejado 600 m (0,4 milhas), permitindo mais extensa análise geológica de rochas marcianas e as características de superfície planetárias. Científica inicial dos resultados da primeira fase da missão (o 90-sol nobre missão) foram publicados em uma edição especial da revista Science. 
1 de maio de 2009 (5 anos, 3 meses, 27 dias após o desembarque da Terra; 21,6 vezes os duração missão planejada), Espírito Santo ficou preso no solo macio. Este não foi o primeiro de "eventos" de incorporação da missão e para os oito meses seguintes NASA analisou cuidadosamente a situação, correndo baseados na Terra simulações teóricas e práticas, e, finalmente, a programação do robô para fazer discos de desencarceramento em uma tentativa de libertar-se. Estes esforços continuaram até 26 de janeiro de 2010, quando os oficiais da NASA anunciou que o robô foi provavelmente irremediavelmente obstruída por sua localização em solo macio, apesar de continuar a realizar pesquisas científicas a partir de sua localização atual. 
O rover continuou em um papel fixo ciência plataforma até a comunicação com Espírito parou no sol 2210 (22 de março de 2010). JPL continuou a tentar recuperar o contato até 24 de maio de 2011, quando a Nasa anunciou que os esforços para se comunicar com o veículo sem resposta tinha terminado. Uma despedida formal foi planejado na sede da NASA, após o feriado do Memorial Day e foi televisionado pela NASA TV. O clipe é retirado do filme IMAX "Roving Mars" de 2006. Esta é uma versão editada curto.Obrigado por assistir e por favor tomar o seu tempo para avaliar.









Como Chegar a Marte

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Estátua- Dourada na Rua Augusta em Lisboa



O QUE PODE OBRIGAR UM HOMEM A USAR BRINCO?

Um dia, no escritório de advocacia, um dos advogados reparou que um seu colega, homem muito conservador, reconhecidamente muito sério, usava um brinco.
- Não sabia que você gostava desse tipo de coisas - comentou.
- Não é nada de especial, é só um brinco.
- Há quanto tempo você o usa?
- Desde que a minha mulher o encontrou, no meu carro, e eu disse que era meu...
 

Zeca Afonso - Adeus ó Serra da Lapa
Um génio musical no delicioso Reino da Utopia. Por tudo, será sempre o "nosso" Zeca.


AFONSO HENRIQUES
 - REI FUNDADOR (V)



Não havia língua que melhor soubesse prometer, cantar uma fábula que a musicalíssima língua de Petrarca. Todavia era a filha primogénita da latina, que não contava no seu léxico, aliás sóbrio no essencial, o termo sim.

Pois D. Afonso Henriques não ligava grande importância ao prometer e ao faltar frente a frente a outros príncipes, no que provou ter em si o germe do prefeito homem das chancelarias.

Desmentindo-se, e não há que apontar no rol das prendas do primeiro rei faculdade tão lucilante como essa do ludíbrio verbal.

De resto, não está provado que não fosse João Peculiar ou o chanceler Julião que por ele fizessem esse jogo com pau de dois bicos em que os políticos modernos atingiram a subtileza máxima, aprendida nos mistifórios de Aristóteles e no ilusionismo dos prestidigitadores. Mas se não fosse assim – com papas e bolos se apanham os tolos – era possível que ele, apenas pelo vigor do braço, virasse amanhasse tão grande geira?

D. Afonso Henriques era religioso, tão maciçamente religioso como o exigia a política de resistência ao muçulmano, que ameaçava subverter o mundo ocidental, e com a Roma pontifícia a cabeça da liga neo-visigótica.

Para ele, e de modo geral, para todo o europeu, a religião tinha-se tornado uma espécie de epitélio da natureza da natureza humana.

Fazia assim parte da vida fisiológica dos indivíduos. Todos os actos vinham tocados de determinação eclesiástica. Daí a estreita e prosaica inteligência que tinha de haver, e de facto havia tanto entre o espírito e Deus, ou entre o homem e o sacerdote, como entre o Príncipe e a santa Sé.

Por isso mesmo o desrespeito ficava na mesma escala da familiaridade. A cada passo os reinantes infringiam pactos e concordatas celebradas com Roma, e o Papa, a cada passo, erguia o látego excomunicatório e fustigava os relapsos e perjuros.

Mas o Santo Padre tanto excomungava como desexcomungava. Da mesma maneira, os príncipes sabiam que a todo o tempo era hora de comprar o indulto, ou mesmo a salvação a poder de dinheiro.

O braço pontifício levantava-se como batuta e acudiam solícitas as pragas do Egipto, os gafanhotos, as lagartas, os ventos ruins e os ares pestilenciais.

Em Portugal, durante a primeira dinastia não houve monarca que não tivesse os seus problemas com a Cúria. Roma era susceptível e ciosa das suas prerrogativas. Compreendia-se. Roma fora a mãe chocadeira da pintainhada latina. Furtarem-se ao cumprimento das obrigações contraídas era negra e intolerável ingratidão. Mas pagavam-no com língua de palmo, bastava o Sumo Pontífice alçar o breve da maldição.

D. Afonso Henriques sentiu várias vezes sobre si o pesado braço do pescador. Por ventura as circunstâncias em que o facto se deu, cobertas hoje com o leve verdete do mito, mas sem que por isso tenham perdido a verdade local, constituem o episódio mais pitoresco e porventura shakspereano da sua existência agitada.

Lá porque as vozes de Dª Teresa, entre ferros, chegassem a Roma, ou o que é mais verosímil, os maravadis de oiro, que o infante ficara de contar para a burra de S. Pedro na qualidade de vassalo e obsequioso cristão, deixassem de tilintar a caminho da Cidade Eterna, o facto é que o bispo de Coimbra, de regresso a Portugal, recebeu o encargo de admoestar o rei. Admoestar e, se tanto se impusesse, lançar o interdito sobre o Reino.

D. Afonso Henriques recebeu com ânimo insofrido a reprimenda – que tinha o Santo Padre que meter o nariz onde não era chamado? – e o prelado tratou de cumprir o mandato que trazia, pelo que excomungou toda a terra, abalando para Roma como uma seta.

Sentiu-se muito o rei quando foi informado e, indo-se logo nessa manhã à Sé e mandado tocar para o Capítulo, disse aos cónegos:

 - Dai-me um Bispo…

 - Bispo temos, como havemos de vos dar outro? Respondeu um menos cobarde.
(continua)

Um momento de descontracção...

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA
 Episódio Nº 157

 

O silêncio de Clemente era uma resposta. As sombras cresciam não iria tardar, e a mula-de-padre, vinda do inferno, solta na mata, passaria a correr, os cascos batendo nas pedras, em lugar da cabeça um fogo saindo do pescoço cortado.

 - Que tu vai ganhar, que serventia vai ter tu ver ela outra vez? Tá uma dona casada, mais bonita que nunca, não mudou a natureza com o casório, fala com a gente da mesma maneira. Pra que tu quer ver? Num adianta.

 - Só pra ver. Pra ver uma vez, espiar a cara dela, sentir seu cheiro. Pra ver ela rir, aprender outra vez.

 - Tu tem ela plantada no teu pensar. Tu só pensa nela. Eu já arreparei, tu agora só fala em pedaço de terra por falar. Depois que tu veio saber do casamento. Pra que tu quer ver?

Uma cobra-de-vidro saíu do mato, correu na estrada. Na sombra difusa seu corpo brilhava, era bela de ver-se, parecia um milagre na noite da roça.

Avançou Clemente, baixou a enxada, em três pedaços partiu-se a cobra-de-vidro. Com outra pancada esmagou-lhe a cabeça.

 - Porque tu fez isso? Não é venenosa… Não faz mal a ninguém.

 É bonita de mais, só com isso faz mal. Andaram em silêncio um pedaço da estrada. O negro Fagundes disse:

 - Mulher a gente não deve matar. Mesmo que a desgraçada desgrace a vida da gente.

 - Quem falou em matar?

Jamais o faria, não tinha coragem, forças não tinha. Mas era capaz de dar dez anos de vida, a esperança de um pedaço de terra, para vê-la mais uma vez, uma só, seu riso escutar. Era uma cobra-de-vidro, não tinha veneno mas semeava aflições, só de passar entre os homens como um mistério, um milagre. Nos tocos de pau, no fundo da mata, o pio das corujas a chamar Gabriela.

Dos Sinos a Dobrar Finados

Os jagunços não chegaram a descer das roças. Nem os de Melk, de Jesuíno, de Coriolano, de Amâncio Leal. Não foi necessário.

Também aquela campanha eleitoral tomara aspectos novos, inéditos para Ihéus, Itabuna, Pirangi, Água Preta, para a região cacaueira. Antes, os candidatos, certos da vitória, nem apareciam. Quando muito visitavam os coronéis mais poderosos, donos de maior extensão de terra e de maior número de pés de cacau.

Desta vez era diferente. Ninguém tinha a certeza de ser eleito, era preciso disputar os votos. Antes os coronéis decidiam, sob as ordens de Ramiro Bastos. Agora estava tudo atrapalhado, se Ramiro ainda mandava em Ilhéus, dava ordens ao Intendente, em Itabuna mandava Aristóteles, seu inimigo.

Um e outro apoiavam o Governo do Estado. E o Governo a quem apoiaria depois das eleições? Mundinho não permitia que Aristóteles rompesse com o Governador.
                                                               

quarta-feira, dezembro 05, 2012

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Está tudo explicado na fotografia abaixo...



Na Tailândia, a jovem cantora Bell Nuntrita surpreendeu espectadores e jurados de um reality show durante uma apresentação, ao mudar o tom da voz com muita naturalidade durante a música, passando de um tom feminino a um masculino.

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Novo modelo de cinto...



O burro e a vaca

 "O Papa reafirma virgindade de Maria e diz que o burro e a vaca não estavam no presépio"

 A vaca não sei, mas Maria e o burro continuam em Belém


Era um homem violento...
AFONSO HENRIQUES
 - Rei Fundador(IV)



Era um homem violento, feito do mesmo pau de todos os guerreiros da Idade-Média, egoísta, sensualão e déspota. Se não fosse assim não teria fundado um reino.

Com o poder dos visigodos em ascensão, eles, que tinham desmantelado o Império Romano e dominado toda a Europa de Leste a Oeste com excepção de uma faixa a norte da Península ibérica dominada pelos Suevos, não era com escrúpulos, problemas de consciência e rijezas de carácter que alguém faria obra de tomo, perdurável.

Mas não tinha cabelos no coração, não era insensível e a palavra justiça para ele não era totalmente destituída de sentido. Isto viu-se na cena trágico-cómica com D. Gonçalo de Sousa:

 - Foi o caso que, sendo hóspede do bom fidalgo, seu apoiante político e leal vassalo, apanhando-o de costas a tratar com os criados das tarefas do comer, virou a mulher, Dª. Sancha Álvares em cima de uma pele de urso e satisfez a sua lascívia.

Entretanto, D. Gonçalo, entrou no salão e surpreendeu-o no acto tendo conseguido ainda articular estas misérrimas vozes:

 - Levantai-vos senhor, que a comida está na mesa…

Enquanto el-rei se banqueteava, foi-se o marido ultrajado à mulher e, tosquiando-lhe os cabelos e ajoujando-lhe às costas uma pele de cabra, com o esfolado para fora, pô-la em cima de um jerico, aparelhado de cilha e albarda e sentada ao contrário no animal.

E foi nesta pose que a mandou para casa do pai dela, não sem antes desse uma volta por onde el-rei se encontrava com os seus cavaleiros.

D. Afonso Henriques ficou em grande cólera e a soprar, jurando-lhe pela vida. Doía-lhe ter abusado da confiança do nobre servidor, mas o desforço dele tivera um repique que muito o confundia e envergonhava aos olhos dos seus.

Hesitante, porém, entre enviá-lo de presente ao diabo ou passar adiante chamou-o à sua presença e disse-lhe:

 - Por muito menos, cegou um adiantado de meu pai a sete condes…

- Cegou-os à traição, senhor, mas disso morreu.

 - E seu te mandar cortar a cabeça…?

 - Senhor, mais vale. Homem borrado, morto é.

D. Afonso Henriques ficou a meditar naquela palavra. Teria, depois de comer bem e beber melhor, filosofado com Herádio que “…se havia de correr a atalhar a ira como se fosse a apagar um incêndio…” e, montando a cavalo, despediu da Quinta do Unhão, vencido o instinto sanguinário.

Que faltou algumas vezes à palavra dada, pelo que os puritanos, ao tempo que os havia, muito o censuravam, muito o censuravam…! Sim, faltou, mas é demasiado rigor com o homem, abalizado na guerra e na conquista, relevar tal pecadilho.

O que ele quebrava com certo desembaraço era a palavra política, a de rei, que não a de homem. Há a sua diferença. Naquelas épocas recuadas, o verbo estava na infância da arte. Não se sabia falar diplomaticamente. O ditado árabe: «Alá deu ao homem a palavra para esconder o seu pensamento» passou primeiro dos filtros da Renascença para os lábios italianos, que o souberam transmitir aos ministros e homens públicos do Universo.
(continua) - Extraído da Obra de Aquilino Ribeiro: "Príncipes de Portufal - Suas Grandezas e Misérias".
  

Este, não tem nada a ver com o mundo de Gabriela...

GABRIELA
CRAVO
E
CANELA

Episódio Nº 156

Tinham depois de roçar com cuidado, por entre as moitas escondiam-se as cabeças traiçoeiras das serpentes, com o bote armado para picar. Era morte certa.

Quando estavam a começar a plantar as frágeis mudas de cacau, o coronel o mandara chamar. Batia o rebenque na bota, na varanda da casa. Com aquele rebenque a filha surrara, animando-a a partir.

Olhou o negro Fagundes com seus olhos pensativos e tristes desde a fuga de Malvina, falou com sua voz de raiva concentrada:

 - Vai te preparando, negro! Um dia desses te levo de novo para Ilhéus. Vai ser preciso homem disposto na cidade.

Seria para matar o tipo que carregara sua filha? Para atirar nele e, quem sabe, na moça? Era orgulhosa, parecia imagem de santo. Mas ele, Fagundes, não matava mulher. Ou seriam os barulhos de novo a começar? Perguntou:

 -É briga outra vez? – Riu – Dessa vez não vou errar.

 - Prós dias das eleições. Estão se aproximando. Precisamos ganhar. Nem que seja na boca da repetição.

Boa notícia depois de tanto tempo de calmaria. Retornou a plantar com novo ardor. O sol implacável era um chicote no lombo. Finalmente haviam terminado, quatro mil mudas de cacau cobriam a terra onde fora a floresta virgem, assustadora.

Voltando para casa, as enxadas ao ombro, conversavam Clemente e o negro Fagundes. O crepúsculo morria, a noite entrava por dentro das roças, trazendo consigo os lobisomens, as mulas-de-padre, a alma dos mortos nas tocaias antigas. Passavam sombras nos cacauais, as corujas abriam os olhos nocturnos.

Um dia destes estou voltando para Ilhéus. Lá vale a pena. Tem tanta mulher no Bate-Fundo, cada uma mais linda de ver. Vou tomar um fartão – batia na barriga negra de umbigo saltado. – essa barriga vai clarear de tanto roçar barriga de branca.

 - Tu vai para Ilhéus?

 - Falei para tu outro dia. Que o coronel me avisou. Vai ter eleição, nós vamos ganhar à custa de bala. Já tou avisado, só falta a ordem para embarcar.

Clemente ia meditativo, como a ruminar uma ideia. Fagundes dizia:

 - Dessa vez vou voltar com dinheiro. Não há negócio melhor do que garantir eleição. Tem comes e bebes, festa para festejar ter ganhado. E corre dinheiro prós bolsos da gente. Tu pode contar. Dessa vez vou trazer os mil-réis pra gente meter no pedaço de terra.

Parando na sombra, o rosto no escuro, Clemente pedia:

 - Tu podia falar com o coronel para levar eu também.

 - Porque tu quer ir? Tu não é homem de briga… O que tu saber fazer é lavrar terra, é plantar, é colher. Tu quer ir pra quê?
Voltou a andar Clemente, não respondeu. Fagundes repetiu:

 - Pra quê? – E se lembrou – Pra ver Gabriela? 

terça-feira, dezembro 04, 2012

É notável... Também me emocionei até às lágrimas!

IMAGEM
Não,ele não está de férias em cima da árvore. Está a tratar da vidinha...


Subsídios...



Afinal, quem manda?


ENTREVISTA FICCIONADA
 COM JESUS Nº 89 SOBRE O TEMA:
"JUÍZO FINAL"


RAQUEL -  Continuamos no vale do Cedrom falando com Jesus Cristo sobre temas que os especialistas qualificam de “escatológicos”. Nosso entrevistado disse-nos ontem que não sabia a data do juízo final, mas sim as perguntas do juiz. Hoje queremos indagar sobre o que acontecerá depois desse juízo.

JESUS - E o que esperas tu que ocorra, Raquel?

RAQUEL -  O senhor o sabe melhor que ninguém. Depois do juízo final, soa a última trombeta, se fecha a cortina e…

JESUS – E…?

RAQUEL - E apaga e vamos. Falemos claramente. Quando acabará o mundo, Jesus Cristo?

JESUS -  Eu pensei que acabaria logo. Que a minha geração veria o fim dos tempos, que eu mesmo o veria. E equivoquei-me. A chama ainda estava acesa e eu achei que se apagava.

RAQUEL -  Senhor Jesus Cristo, se o senhor se equivocou há mais de dois mil anos, agora já deve ter mais informação, novas datas, já deve saber.

JESUS -  Pois sim, agora sim, e acho que agora não me equivoco.

RAQUEL -  E nos revelará a data do cataclismo final? Apocalipse now?

JESUS -  Sim, dir-te-ei quando será o fim do mundo. Agora mesmo vou te dizer.

RAQUEL -  Espere, espere! Cabine… cabine… Põe uma música especial que Jesus Cristo vai nos anunciar a data do fim do mundo. Temos a exclusiva… Sim, um fundo de impacto… Não, homem, essa não, fica melhor com a Guerra nas Estrelas… Sim, essa está boa… Prontos? Diga-nos, Senhor Jesus Cristo, o ouvimos. Audiência das Emissoras Latinas, atenção. Neste momento, Jesus Cristo nos revelará quando acabará o mundo.

JESUS -  Em verdade, em verdade lhes digo que o fim vem logo.

RAQUEL - Logo, logo… Poderia nos dizer a data exacta ou quer só nos assustar?

JESUS - Depois do que vi nestes dias, quem está assustado sou eu. Tantos rios mortos, secas no tempo e a destempo, tantas colinas sem árvores, a terra coberta de cinzas, e as criaturas de Deus morrendo por falta de alimento. E o que tu mesma me tens contado: o céu abrindo por onde o sol queima, as geleiras derretendo, furacões que devoram como feras, doenças sem cura, guerras por água…

RAQUEL -  Sim, sim, continue com esse fundo musical… Esse fica bom…

JESUS - A avareza acabará com as árvores da terra e o mar tragará as cidades, as águas ficarão amargas como absinto e ninguém poderá bebê-las e a fumaceira fará o dia perder seu brilho. E a cobiça que envenenou o ar roubará como um ladrão a vida de todas as criaturas de Deus…E então, será o fim…

RAQUEL -  Mas… quando, quando será? Nossa audiência está apreensiva, aguardando suas palavras. Diga-nos a data que Deus colocou para o fim.

JESUS -  Deus não vai colocar, Raquel. São vocês que estão acabando com o mundo. Se não mudarem, se por servir ao deus dinheiro continuarem arrancando uma a uma as páginas do Livro da Vida, o fim chegará logo. E serão vocês que colocarão a data.

RAQUEL - Com esta advertência apocalíptica… ou ecológica, nos despedimos hoje do programa. Raquel Pérez, de Jerusalém.

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