Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, março 16, 2013
Um casal passa a lua de
mel numa linda cidade.
Numa dos seus passeios passam perto de uma casa de espectáculos porno
onde o letreiro anuncia:
HOJE, O FABULOSO PAULINHO!
Entram e o show começa com PAULINHO, 44 anos, numa cama com uma
louraça, uma morenaça e uma ruivaça, que ele traça uma a uma...... e depois
repete.
As três mulheres, exaustas, deixam o palco, enquanto PAULINHO agradece
ao público, que aplaude efusivamente, de pé.
Sob o rufar de tambores, uma mesinha com 3 nozes
é colocada bem no centro do cenário.
PAULINHO quebra as 3 nozes com
o pénis, com pancadas precisas.
O público vai à loucura e ele
é ovacionado por vários minutos!
Passados 25 anos, para
recordar os velhos tempos, o casal decide comemorar as bodas de prata na mesma
cidade.
Passeiam pelos mesmos lugares
e, diante da mesma casa vêem,surpresos, o cartaz:
HOJE, O FABULOSO PAULINHO!
Entram e, no palco, quem está
lá?
O PAULINHO, agora com 69 anos,
enrugadinho, cabelos brancos, traçando 3 mulheraças com o mesmo pique.
Não dá para acreditar!
Quando os tambores começam a
rufar, é colocada no centro do palco a mesma mesinha, agora com 3 cocos, e ele
os quebra com o pénis com a mesma precisão.
Boqui aberto,
o casal vai ao camarim para cumprimentar pessoalmente o fabuloso PAULINHO e,
curiosos, perguntam-lhe o motivo da mudança das nozes para cocos.
Meio sem graça, ele responde:
- A VELHICE É UMA MERDA! A
VISTA ESTÁ FRACA E JÁ NÃO CONSIGO VER AS NOZES.
O MEDO CAUSADO
PELA INTELIGÊNCIA
Quando Winston
Churchil, ainda jovem, acabou de pronunciar o seu primeiro discurso na Câmara
dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha
achado do seu desempenho naquela assembleia de vedetas políticas.
O velho pôs a mão no ombro de
Churchil e disse-lhe em tom paternal:
- “Meu jovem, você cometeu um grande
erro. Foi demasiado brilhante neste seu primeiro discurso. Isso é imperdoável!
Devia ter começado um pouco mais na
sombra. Devia ter gaguejado um pouco.
Com a inteligência que demonstrou
hoje, deve ter conqui stado, no
mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta”.
É verdade, a inteligência assusta,
especialmente os oportunistas e medíocres ambicioso que se encastelaram em
posições políticas e se comportam como num grupo de senhoras burguesas, bem
casadas, que boicotam, automaticamente, a entrada de uma jovem bonita no seu
círculo.
Têm medo que ela lhes roube os
maridos… os outros, que um jovem talentoso lhes roube o poder.
Falta apenas acrescentar que, quando
o talento transborda torna-se imparável e Churchil, com inimigos ou sem eles,
foi o político europeu mais importante do século XX.
Com um discurso em idênticas
circunstâncias, Obama foi catapultado para Presidente dos EUA.
DO
CARNAVAL
Episódio Nº 48
- Não é isso. O senhor não conhece as virtudes
do povo brasileiro. O nosso povo só aplaude os que estão na oposição. Nunca
apoiou, por melhor que ele fosse, um governo.
- Virtude, não é? Um povo carnavalesco…
- Sabe, Dr. Rigger, quem parte hoje para o
exílio?
- Não.
- Aquele ex-deputado baiano que eu lhe
apresentei. O Dr. António Ramos.
- Ah, sim! O burríssimo…
- Sim, aquele mesmo… Mas tem uma mulher, o
peste!
- Ela vai para a Europa também, com certeza…
- Não, ela fica.
- Mas parece-me que ela adorava Paris. Porque
não aproveita a ocasião?
- Porque o Rio de Janeiro, sem o marido, é um
paraíso… melhor do que Paris.
O ónibus de José Augusto
vinha lá em
baixo. Combinaram-se encontrar à noite. E o diplomata entrou
no ónibus, a cumprimentar um e outro, mansamente, com a calma de quem fez a
hipocrisia a profissão.
No hotel, Paulo Rigger
encontrou duas cartas. Uma de sua mãe. Recebera o telegrama que lhe passara
dizendo da viagem e reclamava cartas. A outra assinava-a Ricardo Braz. Pedido
de conselhos.
O político da sua terra,
agora no poder com a vitória da revolução, oferecera-lhe uma promotoria numa
cidade do interior do Piauí. Ordenado regular. Mas a vida lá baratíssima.
Viveria perfeitamente com a mulher. (Sim, porque só aceitaria esse emprego para
casar.) E, mesmo, poderia fazer nome como advogado, a promotoria não impedia de
advogar no cível, e ganhar dinheiro.
Com Ruth, a Felicidade
enfim. Que achava Rigger? Só José Lopes e Ticiano não queriam que ele casasse.
“Que seria infeliz… que seria infeliz.”
Depois um Post scriptum:
“Venha embora, Paulo. As coisas aqui
estão cada vez piores. Inevitável um rompimento entre Ticiano e o gomes. José
Lopes já desistiu de evitar. Só mesmo você…”
E Paulo Rigger respondeu à
carta:
…………………………. e, se acha que
isso trará a Felicidade à sua vida, não vacile: case-se. Eu não lhe aconselho o
casamento como meio de resolver o problema da vida. Não o tentei. Sinto, no
entanto, se o tentasse seria infeliz. Tão infeliz como o sou hoje. O meu génio…
os meus ciúmes… A vida passaria a ser um inferno. Para mim e para Ela. Mas se
você tem a certeza que encontrará no amor, no casamento, a finalidade da sua
vida, não ouça conselhos, não dê ouvidos a ninguém. Case-se e vá viver. E se
for infeliz? Uma bala resolve tudo. Resolve todos os problemas da vida.
José Lopes, quando você
lhe mostrar esta carta, dirá que eu lhe ensino um remédio que não qui s tomar. Ticiano sorrirá afirmando que eu estou
vagamente imbecil.
sexta-feira, março 15, 2013
DANNY KAYE
O que talvez muitos não saibam é que este homem, que ganhou milhões com
os seus dotes de actor e cantor, morreu sem um tostão porque tudo quanto
recebia dava aos mais necessitados, ajudou muitos colegas que ficaram na
miséria e distribuía o resto por instituições de Assistência. Morreu em Los Angeles , em 1987 e
a UNESCO considerou-o Cidadão Mundial - mais uma vez foi preciso morrer…
Para além de actor e cantor era
também um excelente intérprete de Jazz e clarinetista embora quase só tocasse
para os amigos.
O vídeo que se segue em que ele canta
com Louis Armstrong, é um exemplo do seu grande virtuosismo. Pela segunda vez o trago ao Memórias Futuras com agradecimento e aplauso por aqui lo
que foi como actor e como homem bom.
O seu jogo fisionómico, a espontaneidade, o seu poder de comicidade eram imbatíveis. Em jovem, aluno em Tomar, tive que ver duas vezes o seu filme. No primeiro passei-o a chorar a rir.
Afinal, foi um grande artista no palco, no ecrã... e na vida!
É Preciso perceber os problemas da velhice…
Um tipo levou o seu pai, velhinho, para um asilo de idosos. Quando lá chegou, sentou o velhinho num sofá, na sala de espera, e
foi à recepção falar com os médicos. De repente, o velhinho
começou a pender vagarosamente para a esquerda.
Um médico passou por perto, disse:
- Deixe-me ajudá-lo!
O médico empilhou várias almofadas no lado esquerdo do velhinho
para ajudá-lo a manter-se direito. Então o velhinho começou a pender vagarosamente para a
direita.
Um funcionário percebeu e empilhou mais umas quantas almofadas no
lado direito dele. Então o velhinho começou a pender para frente.
Então, passou por ali uma enfermeira que empilhou várias almofadas
na frente dele, ao seu colo.
Por essa altura, o filho voltou da recepção.
- E então, pai, este lugar parece ser agradável, não acha ?
O velhinho respondeu:
- Não sei, filho, eles nem me deixam dar um peido!
Entenda a Vida a que pertence como último elo
Como tudo Começou…
Ao princípio, os mares de há 3.000 ou 4.000
milhões de anos não passavam de um «caldo primitivo» onde boiavam substâncias
orgânicas idênticas àquelas que hoje já se conseguem obter em laboratório
simulando as condições químicas da Terra existentes antes do aparecimento da
vida.
Essas substâncias, a que chamamos de
«blocos construtores», talvez se concentrassem na espuma que secava nas margens
desses mares e que, posteriormente, sob a influência da luz ultravioleta se
combinaram em moléculas maiores que continuariam boiando por ausência de
qualquer outra forma de vida que as molestasse.
Milhões de anos mais tarde, por
acidente, formou-se uma molécula particularmente notável que não era,
necessariamente, nem maior ou mais complexa do que as outras mas que tinha a
propriedade extraordinária de criar cópias de si mesma e que foi denominada de
Replicador. (Esta célula tão especial foi o euro milhões da vida e saiu porque o planeta terra tinha tempo para esperar... eu não tenho e por isso nem sequer jogo)
Não é difícil imaginar que outros
“blocos construtores» ao aderirem ao “Replicador” dispunham-se,
automaticamente, numa sequência idêntica à do próprio Replicador formando uma
cadeia estável, processo este que poderia continuar num empilhamento
progressivo, camada sobre camada.
Este processo de replicação original
foi o precursor da replicação das modernas moléculas do nosso ADN mas, à data,
constituíram, uma nova forma de «estabilidade» que sucedeu à primitiva
associação de blocos construtores apenas em função de afinidades para com os
seus iguais.
Progressivamente, todos os “blocos
construtores” estavam associados a moléculas reprodutoras sendo, portanto,
todos eles Reprodutores e é neste processo, ainda algo primitivo e não muito
perfeito, que ocorrem “erros de cópia” e, consequentemente, aparecem variedades
de Replicadores.
Essas variedades de Replicadores não
sabiam que estavam a lutar entre si mas lutavam no sentido em que qualquer
cópia imprecisa que resultasse num novo nível de maior estabilidade era
preservada e multiplicava-se automaticamente.
O processo de melhoria era cumulativo
e por isso as formas de aumentar a estabilidade própria e diminuir a dos rivais
foram-se tornando mais elaboradas e eficientes.
Alguns dos Replicadores devem mesmo
ter “descoberto”como quebrar qui micamente
moléculas de variedades rivais e como usar os blocos construtores assim
libertos para produzir as suas próprias cópias.
Outros Replicadores talvez tenham
“descoberto” como se protegerem a si próprios quer qui micamente,
quer erguendo uma barreira física de proteína à sua volta e foi talvez, desta
forma, que surgiram as primeiras células vivas.
Os Replicadores começaram não só a
existir, mas também a construírem invólucros, veículos para a preservação da
sua existência e aqueles que sobreviverem foram os que construíram “máqui nas de sobreviverem” dentro das quais pudessem
viver.
No entanto, sobreviver tornou-se cada
vez mais difícil, à medida que apareciam novos rivais com máqui nas de sobrevivência melhores e mais eficientes.
Teria de haver algum fim para o
aperfeiçoamento gradual das técnicas e dos artifícios usados pelos replicadores
para assegurarem a sua própria continuidade no mundo?
Haveria tempo de sobra para
aperfeiçoamentos.
Que máqui nas
bizarras de auto preservação trariam consigo os milhões de anos seguintes?
Como tudo continuou…
Qual seria o destino dos primeiros replicadores
4.000 milhões de anos mais tarde?
Não se extinguiram, pois são mestres
das artes de sobrevivência mas também não se espere encontrá-los a flutuarem
livremente no mar.
Há muito tempo que abandonaram a sua
liberdade de cavaleiros andantes, agora agrupam-se em colónias imensas no
interior de gigantescos robots desajeitados afastados do mundo exterior,
comunicando com ele através de vias indirectas e tortuosas manipulando-o por
controlo remoto.
Percorreram um longo caminho, agora
estão dentro de nós, respondem pelo nome de genes e continuam a produzir cópias
de si mesmas, a tal característica extraordinária que “herdaram” dos
Replicadores, e embora muito mais eficientes e perfeitas continuaram, de forma
aleatória, a cometerem erros de cópia embora em menor número.
Se não houvesse erros de cópia todos
os descendentes seriam iguais aos progenitores e a biodiversidade seria uma
miragem e o mundo de seres vivos existente nada teria a ver com aquele que
existe.
De qualquer forma, a grande maioria
dos erros de cópia dão origem a “soluções” que na verdade não o são e
dificilmente o poderiam ser como erros que são, mas os processos de selecção
natural, conceito chave da Teoria Evolutiva Darwiniana, assegura que as
variações genéticas nos indivíduos de uma dada espécie, quando favoráveis,
permitem uma melhor resistência desses indivíduos às alterações adversas do
meio, que lhes facilita a reprodução e, consequentemente, a sobrevivência.
Finalmente a cultura…
Mas, de todas as espécies que existem, de todas
as “máqui nas de sobrevivência”, uma
delas, por razões específicas, constitui uma excepção e a maior parte daqui lo que o homem tem de excepcional resume-se numa
palavra: «cultura».
A transmissão cultural é análoga à
transmissão genética, no sentido de que, embora sendo conservadora, pode dar
origem a uma forma de evolução que, relativamente à genética, se processa a uma
velocidade que é várias ordens de grandeza superior.
Por exemplo, a linguagem: provavelmente,
em 20 gerações, duas pessoas, pertencentes à mesma língua, não se conseguiriam
fazer entender.
A transmissão cultural não é um
fenómeno exclusivo do homem mas é na espécie humana que, verdadeiramente, se
mostra o que a evolução cultural pode fazer.
E não é apenas a linguagem a que já
nos referimos, a moda no vestuário e na dieta, as cerimónias e os costumes, a
arte e a arqui tectura, a engenharia
e a tecnologia, tudo isto evolui no tempo histórico de uma forma que se
assemelha à evolução genética, altamente acelerada, mas que, na realidade, não
tem nada a ver com ela.
DO
CARNAVAL
Episódio Nº 47
Que tinha ele com o
passado? E lutava. Sentia impossível, entretanto, romper com o passado,
arrancá-lo da memória. Para que lhe contara ela tudo? Porque não o deixara na
ignorância? Poderiam ser tão felizes…
No outro dia passou várias
vezes em frente da casa dela. Mas não teve coragem de entrar. Disse a José
Lopes:
- Sou um miserável! Um infeliz! Perdi a minha
Felicidade por minha culpa! Porque não consegui vencer o convencionalismo!
Estúpido, idiota eu sou…
Gomes precisava de um
deles para ir ao Rio de Janeiro entrevistar os próceres do movimento
revolucionário vitorioso. Paulo propôs-se. Iria às suas custas. Melhor ainda
para o jornal!
E Paulo Rigger viajou.
No Rio de Janeiro
frequentou todos os cabarés, viveu numa farra contínua a ver se conseguia
esquecer Maria de Lourdes. E parece que, no fundo do álcool que bebia, a sua
figura triste se foi tornando ténue, muito ténue…
Uma tarde encontrou um
velho conhecido, o diplomata José Augusto, que descia a Avenida rodando uma
bengala.
Paulo Rigger chamou-o.
Precisava exactamente de um homem daqueles, tolo e cheio de si, para conversar,
entreter-se, esquecer.
O diplomata abraçou-o
comovido.
- Por aqui ,
Dr. Rigger? Passeando?
- Não. Vim entrevistar os próceres revolucionários.
Agora o senhor está bem, não é Dr. Augusto?
- Como?
- Vencedor o movimento revolucionário, o
senhor terá a sua Legação.
Nem lhe falasse nisso. Os
seus planos tinham falhado. O ministro não era o seu amigo. E ele, com o
descalabro em que ia tudo, com os “cortes” do funcionalismo nos Ministérios,
julgava-se feliz por continuar Secretário de Embaixada. E agitava os braços,
furioso.
- A revolta foi uma desilusão. Nós, os
verdadeiros patriotas, que acreditamos nela, estamos desiludidos. É necessária
outra revolta. Mas que essa outra corte a cabeça de muita gente…
E, gesticulando muito,
segredou ao ouvido de Paulo Rigger os últimos boatos. O actual estado de coisas
não se seguraria por muito tempo. O exército se levantaria, dentro em pouco…
Paulo Rigger notou que o
povo não estava satisfeito. Mas o povo não pedira a revolução? Ele mesmo, Paulo
Rigger, assistira a “meetings” em que os oradores berravam pela revolução, “que
tiraria o Brasil da beira do abismo”…
- Enterrou-o, meu amigo. Enterrou-o
Como era que, agora,
poucos meses depois, o povo já clamava contra o estado de coisas? Queriam, com
certeza, que em dois meses os governantes endireitassem o país?
quinta-feira, março 14, 2013
Não é só loiras, também há loiros!
João era louro, estúpido e muito tímido, mas arranjou
uma namorada num momento de inspiração.
Um dia saíram de carro para um passeio pela Costa da
Caparica.
Depois de andarem alguns kms, o João ganhou coragem e
pôs a mão nos joelhos dela.
"Se qui seres,
podes ir mais longe", disse ela.
Animado,
João foi até à fonte da telha…
O Relvas morreu e foi para o Céu... ( só esta já valeu a piada !!!)
Chegando lá, após breve entrevista, e já que se tratava de um ex-ministro, São Pedro recomendou que ele ficasse
dos filósofos, para aprimorar a sua cultura - coisa que não tinha
feito cá na terra ...
No dia seguinte, preocupado com a decisão que tinha tomado, São Pedro
foi até à ala dos filósofos e, pela fresta da janela surpreendeu
Confúcio conversando com Relvas.
O velho sábio estava com péssima aparência, mais amarelo que nunca e,
profundamente irritado, dedo em riste, gritava com o burro do Relvas:
- Olha Relvas, é a última vez que repito:
- Platão não é aumentativo de prato;
- Epístola não é a mulher do apóstolo;
- Eucaristia não é o aumento do custo de vida na Zona Euro;
- Cristão, não é um Cristo muita grande;
- Encíclica não é bicicleta de uma roda só;
- Quem tem pacto com o diabo não é diabético;
- Quem trabalha na Nasa não é nazi;
- Annus Domini, nada tem a ver com o cu do Papa;
- E o meu nome é Confúcio... Pafúncio é a p......que te pariu!
DO
CARNAVAL
CARNAVAL
Episódio Nº 46
Andaram muito tempo na rua
sem pronunciarem uma palavra. Ele temia a revelação que Maria de Lourdes
prometera fazer. Ela não se sentia com coragem para lhe contar tudo. Ele criou
ânimo:
- Conte, noivinha…
Soluçando baixinho, ela
contou. Não era mais moça. Disse-lhe do seu amor por Osvaldo e, como ingénua,
se lhe entregara sem saber o que fazia. Digna de perdão. Mas não lhe contara
ainda porque tinha medo de que ele não a perdoasse. Perdoaria?
Ele, numa monstruosa
volúpia de sofrer, fê-la narrar tudo nos mínimos detalhes.
Sentiu que as luzes da
cidade se apagavam aos poucos. E aos poucos, na sua alma ia vencendo a treva. A
Felicidade fugia. Estava toda escura a cidade.
Maria de Lourdes
dependurou-se-lhe no pescoço, mordendo-lhe nos lábios. A luz voltou
violentamente para as lâmpadas eléctricas. Mas a alma de Paulo Rigger
continuava em trevas.
Disse como um ébrio:
- Vamos…
Acompanhou-a até casa.
Deixou-a no patamar da escada, chorando.
E saíu aspirando o ar com
força, numa vontade doida de esmurrar os transeuntes, de cuspir na cara das
mulheres, de dizer palavras feias…
Os amigos estranharam-lhe
o rosto.
Perguntaram-lhe o que
tinha. “Nada, nada. Que o deixassem, pelo amor de Deus.” Pediu cachaça à
garçonete. Bebeu muito. E pelo fim da noite, chorando de raiva, contou a sua
infelicidade aos amigos.
- E agora, o que você vai
fazer? – perguntou Jerónimo.
- Sei lá! Sei lá! Tenho
cabeça para pensar?... Nem quero pensar o que farei!
Ricardo achava que o
melhor que ele fazia era casar. A melhor resolução. Maria de Lourdes devia ser
sincera. Ele casasse. Não era tão anti-convencional?
- A gente não pode vencer
a convenção assim tão facilmente – objectou José Lopes. – Ela trás a força de
dezanove séculos de vida!
É uma herança terrível…
- Você tem razão, José. Eu não posso vencer a
convenção. Sinto que ela é digna do meu amor, mas sou incapaz de casar com ela.
Animal que sou, deixo fugir a minha Felicidade…
Acompanharam-no a casa.
Ricardo Braz ficou para dormir com ele. Podia querer fazer uma loucura à noite…
Conversaram todo o resto
da noite. Paulo Rigger decidira-se a procurar no outro dia Maria de Lourdes e
casar-se. Por que não?
Vídeo constrangedor - Papa Bento
XVI
Qual teria sido o motivo ?
Veja que constrangimento.
Como é que isto não passou na imprensa internacional na
época?
Apesar de os fiéis mais fervorosos não
questionarem, um vídeo de 2011 está intrigando até os mais
apaixonados.
Na ocasião de um evento em Berlim, o Papa Bento
XVI cumprimentou todos os representantes e cardeais que ali
estavam.
Para surpresa do público, poucos cardeais
estenderam a mão ao Papa.
A maioria, ao perceber que era para o cumprimentar retirou a mão deixando-o no vácuo.
Depois desta cena, alguém tem dúvidas de que ele não
era bem-vindo na cúpula do Vaticano?
Veja o vídeo e tire suas próprias
conclusões.
Neste dia nasceu no espírito de Ratzinger a ideia de renunciar... realmente é constrangedor!
quarta-feira, março 13, 2013
“Habemus Papa”
Hoje, quarta-feira, quando escrevo,
ainda não há Papa mas não tardará muito. Aquela situação, ali fechados, sabendo
que todo o mundo ou uma parte dele, com os grandes líderes mundiais de agendas
suspensas, anseia um desfecho - o já badalado “fumo branco” - deve provocar um
acentuado stress a que pessoas de idade, todos já com as suas mazelas, não
obstante a ajuda do “espírito santo” de que se dizem, inspiradas, têm necessariamente que sentir.
A Igreja de Roma não tem tido vida fácil
nestes últimos tempos. Não, porque ela se tenha portado pior que em anos
anteriores mas apenas porque o que era possível silenciar ontem já não pode calar
hoje… e o estrépito foi enorme!
A doutrina forçou a natureza humana
obrigando a um celibato com raízes históricas, muito antigas, para defender o
património dos representantes de Deus das inevitáveis heranças, e se havia que
herdar nos primeiros tempos das grandes doações...
A doutrina também excluiu a mulher do
sacerdócio em pé de igualdade com os homens porque preferiu ver nelas a “fonte
do pecado”, a perdição dos homens.
A riqueza, opulência, sinais exteriores
de ostentação herdados do Imperador Constantino de Roma que depois de perseguir
os cristãos, sobreviventes de Jesus, decidiu, numa jogada política de mestre,
converter-se e criar uma Igreja a partir dos seus seguidores e de uma mensagem
tão sedutora e, acima de tudo, capaz de mobilizar as pessoas até ao sacrifício
das suas próprias vidas.
Que melhor poderia haver para dar
cimento a um Império que se desagregava?
Jesus, não criou nenhuma Igreja. Foi
Constantino, negociando com os representantes mais evidentes dos seguidores de Jesus que aceitaram as propostas do Imperador desejosos de passarem de perseguidos a perseguidores.
Escamoteia-se este nascimento mas nem os sinais exteriores de riqueza herdados directamente do Imperador: o seu palácio, o seu cadeirão, as suas vestes, não tiveram coragem de fazer desaparecer ao longo dos tempos.
Escamoteia-se este nascimento mas nem os sinais exteriores de riqueza herdados directamente do Imperador: o seu palácio, o seu cadeirão, as suas vestes, não tiveram coragem de fazer desaparecer ao longo dos tempos.
A Igreja de Roma, nos últimos mil anos,
dizem alguns teólogos especialistas, foi a Igreja do Poder e só a força da fé
que não se explica, não se justifica e se respeita de uma forma irracional, tem
permitido, embora com muitas perdas na sua inserção no tecido social onde
nasceu, a sobrevivência. Não por mérito dela quando os exemplos dados são
idênticos aos de um outro qualquer “aparelho” de poder.
Neste momento, repousa, fechado numa
gaveta, um Relatório elaborado por três Bispos escolhidos pelo Papa que
resignou e que constitui uma espécie de herança maldita do novo Papa.
E, nessas trezentas páginas, divididas
por dois volumes, lêem-se palavras tais como sexo, corrupção e tráfico de
influências, uma trilogia que tem pouco de santo e onde se fala até de uma rede
transversal unida pela orientação sexual.
Um lobby gay, dizem os jornais (La República ), que se move
no Vaticano e que é o mais influente e ramificado de quantos existem na Cúria
Romana.
Um grupo de bispos e religiosos
pertencentes à rede de que se fala terá criado uma espécie de rede de
prostituição de seminaristas e até de imigrantes para servir o alto escalão da
igreja. Os encontros ilícitos aconteciam em Roma numa sauna de um bairro dos
subúrbios, numa vila privada dos arredores, num salão de beleza e ainda num
edifício que foi residência universitária…
Neste momento, em que ainda não houve
fumo branco, seja qual for o cardeal que saia Papa, se a Igreja não se abrir às
mulheres e ao matrimónio dos sacerdotes que possam escolher o casamento como
opção de vida, estes problemas continuarão inevitavelmente.
O mundo está entregue ao capital
financeiro especulativo que despreza as pessoas numa oposição total à mensagem
de Jesus que a Igreja Católica prega há séculos sem a praticar.
Se alguém tem obrigação de lutar contra esse
mundo obscuro de interesses é a Igreja Católica. Em vez disso, enreda-se nestes
escândalos que lhe retiram credibilidade e a fragilizam.
Espere-se pelo próximo Papa… e que ele
se alie, com todo o peso da instituição da sua Igreja, às forças do bem e da
justiça… com determinação, coragem, dando o exemplo.
PS - Chegou da Argentina... é bom augúrio!
Num tom triste, que esconde uma revolta interior, a Joana faz-nos um relato da situação a que nós chegamos...
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O País dos Ininputáveis
Em 14 de Janeiro de 2005, os CTT, Empresa Pública, pagou
19.000 euros a Scolari por uma palestra de 45 minutos subordinada ao tema “Como
fortalecer o espírito de Grupo” que teve lugar no Pavilhão Atlântico.
Esta palestra integrou-se no “Encontro de Gestão Global” dos Correios de
Portugal cujos custos totais, relativos a esse Encontro, ascenderam a perto de
1 milhão de euros.
Isto, num país de responsáveis decentes, teria seria um caso de polícia. Então, os
responsáveis da Administração da empresa consideram-no… “um momento alto na vida dos CTT.”
Timidamente, a Inspecção-Geral de Obras
Públicas, considerou no seu Relatório… “haver indícios de má gestão” e por aqui
nos vamos ficar porque qualquer juízo condenatório irá esbarrar num outro
conceito que é o da inimputabilidade.
Para estes senhores, que ao longo dos últimos anos geriram ou melhor, têm-se
servido das nossas empresas com toda esta sem vergonha, basta que as suas
“consciências” estejam descansadas da mesma forma que estão descansadas todas
as consciências dos inimputáveis.
E assim, o Zé Povinho do Bordalo Pinheiro do último quartel do Sec.XIX, teima
em manter-se vivo não tanto por força dos políticos mas de uma outra casta mais
recente, discreta, mas muito mais eficiente nos seus desígnios de
enriquecimento à custa dos nossos dinheiros, que têm sido “os Homens dos
Conselhos de Administração das Empresas Públicas”.
Procedimentos deste tipo, que têm por base um desprezo e egoísmo total pelos
dinheiros públicos, sejam eles de Empresas, Autarqui as
ou do Estado, explicam muito da existência de uma dívida monstruosa que hoje
nos aniqui la o futuro.
A impunidade destes senhores ao longo dos anos foi total
a ponto de só haver uma explicação: Eles eram os Inimputáveis da Nação.
Nota - Uma pequena história já quase perdida nos anos, apenas uma, mais uma... Quando os governantes se "estão nas tintas" para o povo, este, "está-se nas tintas" para o país...
PRECISAREMOS DE DEUS PARA SERMOS BONS OU MAUS?
Será
que existe uma consciência moral embutida nos nossos cérebros tal como temos o
instinto sexual ou o medo das alturas?
Sobre esta questão o biólogo Marc
Hauser, biólogo da Universidade de Harvard, realizou estudos estatísticos e
experiências do domínio psicológico recorrendo a questionários colocados na
Internet para investigar a consciência moral de pessoas reais.
A forma como as pessoas reagiram a
estes testes de moral e a sua incapacidade para expressarem as razões que as
levaram a reagir dessa forma parecem ser, em grande medida, independentes das
crenças religiosas ou da falta delas.
Mas vejamos, textualmente, o que nos
diz o autor destes estudos, Marc Hauser:
“Por detrás dos nossos juízos morais
há uma gramática moral universal, uma faculdade da mente que foi evoluindo ao
longo de milhões de anos de maneira a incluir um conjunto de princípios que
construísse um leque de sistemas.”
Eis o dilema que foi colocado:
- Uma pessoa tem ao seu alcance o
comando das agulhas que pode desviar o carro eléctrico para uma via de
resguardo de forma a salvar 5 pessoas que estão presas na via principal, um
pouco mais à frente.
Infelizmente há um homem preso na via
de resguardo mas, como é só um a maior parte das pessoas concorda que é
moralmente admissível senão mesmo obrigatório a mudança de agulha matando uma
mas salvando cinco.
Mas, numa outra variante da situação,
o carro eléctrico só pode ser parado pondo-lhe no caminho um peso grande
largado de uma ponte situada por cima da via. É obvio que temos de largar o
peso mas, se o único peso disponível for um homem muito gordo sentado na ponte
a admirar o pôr-do-sol?
Quase toda a gente concorda que,
neste caso, é imoral empurrar o homem gordo da ponte, embora de um certo ponto
de vista, o dilema possa parecer semelhante ao anterior no qual se mata uma
pessoa para salvar cinco.
A maior parte das pessoas tem uma
forte intuição que existe uma diferença crucial nos dois casos, embora não consiga
exprimi-la.
Vejamos um caso idêntico:
- Num Hospital há cinco doentes a
morrerem cada um por falha de um órgão diferente e todos eles seriam salvos se
fosse encontrado dador disponível para cada um deles.
- O cirurgião repara que na sala de
espera está um homem saudável cujos cinco órgãos em questão se encontram em
boas condições de funcionamento e são adequados para transplante.
Neste caso não há quase ninguém capaz
de dizer que a acção moralmente indicada seria matar esse homem para salvar os
outros cinco.
Tal como no caso do homem gordo
sentado na ponte a ver o pôr-do-sol, a intuição que a maior parte de nós
partilha é que um espectador inocente não deve ser arrastado para uma situação
problemática e usado para salvar outras pessoas sem o seu consentimento.
Immanuel Kant, filósofo alemão,
expressou de forma admirável o princípio segundo o qual um ser racional que não
haja dado o respectivo consentimento nunca deverá ser usado como simples meio
para atingir um fim, mesmo que esse fim seja o benefício de outras pessoas.
A pessoa que se encontrava presa na
via de resguardo do carro eléctrico não estava a ser usada para salvar a vida
das cinco pessoas presas na linha principal, é a via de resguardo que,
propriamente, está em causa, sucedendo apenas que o homem tem o azar de se
encontrar nessa via.
Enquanto isto, o homem gordo sentado
na ponte e o homem saudável na sala de espera do hospital estavam nitidamente a
serem utilizados e isso é que viola o princípio de Kant, para quem, não fazer
esta distinção seria um absurdo moral. Para Hauser essa distinção foi-nos
embutida ao longo da nossa evolução.
Numa sugestiva aventura no domínio da
Antropologia, o Dr. Hauser e colegas seus adaptaram as suas
experiências morais aos Kunas, uma tribo da América Central que tem poucos
contactos com os ocidentais e não possuem uma religião formal.
Os investigadores fizeram as
respectivas adaptações à realidade local com crocodilos a nadarem na direcção
de canoas e os Kunas, mostraram ter, com pequenas diferenças, juízos morais
semelhantes aos nossos.
Hauser também se interrogou sobre se
as pessoas religiosas diferem dos ateus quanto às suas intuições morais.
Será evidente que, se é certo que é à
religião que vamos buscar a nossa moralidade, elas devem ser diferentes mas
parece que o não são.
Trabalhando em conjunto com o
filósofo de moral Peter Singer, Hauser centrou-se
em três modelos hipotéticos comparando depois as respostas dos ateus e das
pessoas religiosas:
1º No dilema do carro eléctrico 90 %
das pessoas disseram que era admissível desvia-lo, matando uma pessoa para
salvar cinco.
2º Vê uma criança a afogar-se num
pequeno lago e não há mais ninguém por perto para ajudar. Você pode salvar mas,
se o fizer, estraga as calças: 97 % das pessoas concordaram que se deve salvar
a criança (surpreendentemente, parece que 3% preferiam salvar as calças).
3º No dilema do transplante de órgãos
já descrito: 97% dos sujeitos concordaram que é moralmente condenável pegar na
pessoa saudável da sala de espera e matá-la para lhe retirar os órgãos,
salvando com isso cinco outras pessoas.
A principal conclusão deste estudo é
que não existe diferença estatisticamente significativa entre ateus e crentes
religiosos quanto à formação destes juízos o que é compatível com o ponto de
vista segundo o qual não precisamos de Deus para sermos bons – ou maus.
No entanto, Steven Weinberg,
físico norte-americano galardoado com o Prémio Nobel é mais pessimista:
- “A religião é um insulto à dignidade humana. Com ou sem ela,
haveria sempre gente boa a fazer o bem e gente má a fazer o mal. Mas é preciso
a religião para pôr gente boa a fazer o mal.”
Blaise Pascal (1623-1662), filósofo, físico e matemático francês
disse algo semelhante:
- “Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente quando
o fazem por convicção religiosa.”