Esta frase foi dita pelo pelo Prémio Nobel da Medicina, o brasileiro Drauzio Varella:
Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, dezembro 18, 2010
- "No mundo actual está-se investindo cinco vezes mais em medicamentos para a virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Alzheimer. Daqui por uns anos teremos velhas de de mamas grandes e velhos de "pau" duro mas nenhum deles se lembrará para que servem."
Alunos do 1º ciclo respondem a perguntas diversas...
- O Papa vive no Vácuo.
- Antigamente na França os criminosos eram executados com a Gelatina.
(Pelo menos assim não doía tanto...)
- Em Portugal os homens e as mulheres podem casar. A isto chama-se monotonia.
(É frustrante que até na 2ª classe já pensem assim...)
- Em nossa casa cada um tem o seu quarto. Só o papá é que tem de dormir sempre com a mamã.
(Um destino terrível...)
- Os homens não podem casar com homens porque então ninguém podia usar o vestido de noiva.
(A ver vamos...)
- Os meus pais só compram papel higiénico cinzento, porque já foi utilizado e é bom para o ambiente.
(Que bom!)
- Adoptar uma criança é melhor! Assim os pais podem escolher os filhos e não têm de ficar com os que lhe saem.
(Pois é, com os animais de estimação também funciona assim!)
- Adão e Eva viviam em Paris.
(Sim, sim, lá também é paradisíaco!)
- O hemisfério Norte gira no sentido contrário do hemisfério Sul.
(Viver ao longo do Equador deve ser muito divertido!)
- As vacas não podem correr para não verterem o leite.
(Que bom saber isso.)
- Um pêssego é como uma maçã só que com um tapete por cima.
(Nunca tinha pensado nisto!)
- Os douradinhos já estão mortos há muito tempo. Já não conseguem nadar!
(Conseguem sim! No óleo da frigideira!)
- Eu não sou baptizado, mas estou vacinado.
(Tenho de ensinar esta aos meus filhos!)
Depois do homem deixar de ser macaco passou a ser Egípcio.
(Mmm... isto ainda não sabia!)
- A Primavera é a primeira estação do ano. É na primavera que as galinhas põem os ovos e os agricultores põem as batatas.
(Nunca mais como batatas...)
- O meu tio levou o porco para a casota e lá foi morto juntamente com o meu avô.
(Bem, se o avô já lá estava...)
- Quando o nosso cão ladrou de noite a minha mãe foi lá fora amamentá-lo. Se não os vizinhos ficavam chateados.
(E assim, como terão ficado?)
- A minha tia tem tantas dores nos braços que mal consegue erguê-los por cima da cabeça e com as pernas é a mesma coisa.
(Acho que a mim aconteceria o mesmo às pernas.)
- Um círculo é um quadrado redondo.
(Esta é absolutamente fantástica!)
- A terra gira 365 dias todos os anos, mas a cada 4 anos precisa de mais um dia e é sempre em Fevereiro. Não sei porquê. Talvez por estar muito frio.
(Um génio!)
- A minha irmã está muito doente. Todos os dias toma uma pílula, mas às escondidas para os meus pais não ficarem preocupados.
(Sem comentários.)
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 75 SOB O TEMA:
“UMA FÁBRICA DA SANTOS” (1)
“Reinam junto de Cristo”
A igreja católica é a única confissão cristã que tem um mecanismo formalizado, jurídico e administrativo, para estabelecer que alguém é santo. Quem assim o estabelece é o Papa. O objectivo da “canonização” (fazer santo ou santa alguém) é apresentá-lo como exemplo e modelo a seguir.
Nos primeiros séculos, os “santos” eram venerados como tais por aclamação popular, “vox populi”. Depois e para evitar abusos, os bispos decidiram ser eles que declaravam santos nas suas respectivas dioceses. A partir do ano 1234 essa possibilidade foi reservada para o Papa.
Em 1588, o Papa Sixto V entregou o processo à Congregação Para as Causas dos Santos, mais uma das estruturas da burocracia do Vaticano. No século XVI, o Concílio de Trento afirmou a seguinte doutrina:
- “Os santos que reinam junto com Cristo apresentam ante Deus as suas próprias orações para os seres humanos. É bom e útil implorá-los, suplicando para pedir apoio, ajuda e protecção através das suas orações e ainda mais, para receber graças de Deus.”
Um Processo Custoso e Longo
O processo para fazer um santo é complexo, longo e dispendioso. Começa quando um bispo, uma congregação religiosa, uma instituição apresenta ao Vaticano uma informação sobre a vida de uma pessoa que pedem que seja declarada santa. O Vaticano investiga a vida da pessoa, suas virtudes, seus defeitos, recolhe opiniões e decide que não há objecções, a pessoa proposta começa a ser chamada “serva de Deus”.
Para passar ao segundo estágio, o de “beata”, essa pessoa continua sendo investigada em suas virtudes e deve fazer, pelo menos, um milagre. Ocasiões em que o cadáver do candidato a santo apareça incorrupto considera-se isso um “milagre” e é muito tido em conta pelo Vaticano.
Segundo alguns estudos, a igreja católica reconheceu como milagre o estado incorrupto de 102 corpos.
Depois da beatificação, o processo termina com a “canonização”, que ocorre depois de outro milagre certificado também pelo Tribunal do Vaticano, quase sempre cura de enfermidades. É então quando o Papa proclama que a pessoa é “santa” e isso significa que é “elevada aos altares”, que se lhe pode rezar, prestar culto, que se lhe dedica uma data no calendário de celebrações litúrgicas, que se lhe podem fazer imagens e estampas e que podem, igualmente, distribuírem-se relíquias suas.
A igreja católica é a única confissão cristã que tem um mecanismo formalizado, jurídico e administrativo, para estabelecer que alguém é santo. Quem assim o estabelece é o Papa. O objectivo da “canonização” (fazer santo ou santa alguém) é apresentá-lo como exemplo e modelo a seguir.
Nos primeiros séculos, os “santos” eram venerados como tais por aclamação popular, “vox populi”. Depois e para evitar abusos, os bispos decidiram ser eles que declaravam santos nas suas respectivas dioceses. A partir do ano 1234 essa possibilidade foi reservada para o Papa.
Em 1588, o Papa Sixto V entregou o processo à Congregação Para as Causas dos Santos, mais uma das estruturas da burocracia do Vaticano. No século XVI, o Concílio de Trento afirmou a seguinte doutrina:
- “Os santos que reinam junto com Cristo apresentam ante Deus as suas próprias orações para os seres humanos. É bom e útil implorá-los, suplicando para pedir apoio, ajuda e protecção através das suas orações e ainda mais, para receber graças de Deus.”
Um Processo Custoso e Longo
O processo para fazer um santo é complexo, longo e dispendioso. Começa quando um bispo, uma congregação religiosa, uma instituição apresenta ao Vaticano uma informação sobre a vida de uma pessoa que pedem que seja declarada santa. O Vaticano investiga a vida da pessoa, suas virtudes, seus defeitos, recolhe opiniões e decide que não há objecções, a pessoa proposta começa a ser chamada “serva de Deus”.
Para passar ao segundo estágio, o de “beata”, essa pessoa continua sendo investigada em suas virtudes e deve fazer, pelo menos, um milagre. Ocasiões em que o cadáver do candidato a santo apareça incorrupto considera-se isso um “milagre” e é muito tido em conta pelo Vaticano.
Segundo alguns estudos, a igreja católica reconheceu como milagre o estado incorrupto de 102 corpos.
Depois da beatificação, o processo termina com a “canonização”, que ocorre depois de outro milagre certificado também pelo Tribunal do Vaticano, quase sempre cura de enfermidades. É então quando o Papa proclama que a pessoa é “santa” e isso significa que é “elevada aos altares”, que se lhe pode rezar, prestar culto, que se lhe dedica uma data no calendário de celebrações litúrgicas, que se lhe podem fazer imagens e estampas e que podem, igualmente, distribuírem-se relíquias suas.
CLAUDIO VILLA - NOTTE DI LUNA
Esta canção é de uma opereta (1916) que foi inspirada pelo amor infeliz do então jovem compositor Franz Shubert. Uma das suas alunas apaixonou-se por ele, espera por uma declaração mas ele é tímido, pobre e orgulhoso... e não se declara. Ficámos nós a ganhar esta linda canção.
DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 297
Domingo era dia de acordar mais tarde, e quando dona Flor acordou, naquela manhã de Domingo ainda chuvosa, viu o rosto do doutor curvado sobre o seu, a observá-lo numa devoção, a mão posta em sua face.
- Dormiu bem. Querida? Febre não tem…
Sorriu dona Flor se espreguiçando, contente de possuir tão bom marido, de ver-se alvo de tanta solicitude; os braços lhe passou pelo pescoço e um beijo lhe deu agradecida:
- Não sinto mais nada Teodoro. Foi tolice…
Uma leseira, uma preguiça, um prazer de ócio, uma vontade de cama, de permanecer naquele calor e na dedicação do farmacêutico. Manhã sem compromissos, colchão de mola, a chuva no telhado, o devotamento do marido, santo esposo. No aconchego de seus braços se acolheu:
- Que preguiça, meu querido…
- E por que você não fica descansando? Ontem não passou bem, descanse hoje até mais tarde. Se quiser, trago o café aqui.
Tão merecedor e cativante:
- Só fico se você ficar também, querido. Só fico junto com você.
Doutor Teodoro sem malícia, um meninão apesar da posição social, do saber, e da idade:
- É que… - riu, encabulado - …se ficar deitado junto de você não assumo responsabilidade alguma se…
Dona Flor, a voz dengosa:
- Corro o risco, Teodoro… - escondeu o rosto no travesseiro.
Estava um tanto descomposta, um seio crescia junto ao peito do doutor, saltava a curva da anca de entre os lençóis, exibindo sua cor de tacho antigo. O olho do doutor tímido e voraz, a mão contida.
- Você andou se batendo na cama, minha querida, veja a marca… Mais de uma… Teve mau dormir.
Ela ficou pequena e seu coração parou
- Onde?
- Aqui… Pobre querida… - a mão aproveitadora subia pelas coxas e mais além.
Dona Flor entre as pernas do marido apagou aquelas nódoas de mau ou bom dormir (ou de não dormir). As bocas se encontraram e ela estremeceu: o sabor do beijo puro (mas ardente), o inesperado prazer daquele amplexo, a chuva no telhado, o calor da cama, a timidez do doutor Teodoro, a mão sem experiência, talvez por isso de mais deleite, o desejo nos olhos baixos do marido, no peito arfante e tudo em plena luz, oh! embaraço. Dona Flor de novo estremeceu: uma delícia. “Para as penas e os cuidados seu bom marido” Só para isso? Cada homem tem seu gosto próprio, já dizia Maria Antónia, sua ex-aluna perita em macho e cama, “cada um tem sua prepotência, uns sabidos, outros não. Mas, se a gente souber aproveitar, ah!, todos são bons…” Dona Flor sente-se invadida de desejo, um desejo diferente, nascido da preguiça, da timidez de Teodoro, de seu acanhamento.
- Você está me devendo, meu querido…
- Eu? O quê? – perguntou o doutor, réu inocente, não era mesmo um menino grande e tolo?
Domingo era dia de acordar mais tarde, e quando dona Flor acordou, naquela manhã de Domingo ainda chuvosa, viu o rosto do doutor curvado sobre o seu, a observá-lo numa devoção, a mão posta em sua face.
- Dormiu bem. Querida? Febre não tem…
Sorriu dona Flor se espreguiçando, contente de possuir tão bom marido, de ver-se alvo de tanta solicitude; os braços lhe passou pelo pescoço e um beijo lhe deu agradecida:
- Não sinto mais nada Teodoro. Foi tolice…
Uma leseira, uma preguiça, um prazer de ócio, uma vontade de cama, de permanecer naquele calor e na dedicação do farmacêutico. Manhã sem compromissos, colchão de mola, a chuva no telhado, o devotamento do marido, santo esposo. No aconchego de seus braços se acolheu:
- Que preguiça, meu querido…
- E por que você não fica descansando? Ontem não passou bem, descanse hoje até mais tarde. Se quiser, trago o café aqui.
Tão merecedor e cativante:
- Só fico se você ficar também, querido. Só fico junto com você.
Doutor Teodoro sem malícia, um meninão apesar da posição social, do saber, e da idade:
- É que… - riu, encabulado - …se ficar deitado junto de você não assumo responsabilidade alguma se…
Dona Flor, a voz dengosa:
- Corro o risco, Teodoro… - escondeu o rosto no travesseiro.
Estava um tanto descomposta, um seio crescia junto ao peito do doutor, saltava a curva da anca de entre os lençóis, exibindo sua cor de tacho antigo. O olho do doutor tímido e voraz, a mão contida.
- Você andou se batendo na cama, minha querida, veja a marca… Mais de uma… Teve mau dormir.
Ela ficou pequena e seu coração parou
- Onde?
- Aqui… Pobre querida… - a mão aproveitadora subia pelas coxas e mais além.
Dona Flor entre as pernas do marido apagou aquelas nódoas de mau ou bom dormir (ou de não dormir). As bocas se encontraram e ela estremeceu: o sabor do beijo puro (mas ardente), o inesperado prazer daquele amplexo, a chuva no telhado, o calor da cama, a timidez do doutor Teodoro, a mão sem experiência, talvez por isso de mais deleite, o desejo nos olhos baixos do marido, no peito arfante e tudo em plena luz, oh! embaraço. Dona Flor de novo estremeceu: uma delícia. “Para as penas e os cuidados seu bom marido” Só para isso? Cada homem tem seu gosto próprio, já dizia Maria Antónia, sua ex-aluna perita em macho e cama, “cada um tem sua prepotência, uns sabidos, outros não. Mas, se a gente souber aproveitar, ah!, todos são bons…” Dona Flor sente-se invadida de desejo, um desejo diferente, nascido da preguiça, da timidez de Teodoro, de seu acanhamento.
- Você está me devendo, meu querido…
- Eu? O quê? – perguntou o doutor, réu inocente, não era mesmo um menino grande e tolo?
sexta-feira, dezembro 17, 2010
Deixe-se de modernices...
Numa reunião da cooperativa agrícola alentejana:
- Compadres, este ano vamos comprar uma máquina nova para apanhar azeitonas que faz tudo sozinha, ela recolhe as azeitonas das árvores,separa as folhas e ramos partidos e até tira os caroços, vamos aumentar imenso a produtividade e poupar muito na mão-de-obra.
- Isso parece realmente muito bom compadre, mas diga-me lá, essa máquina tambem faz sexo?
- Sexo? oh compadre, claro que não...
- Atão deixe-se lá dessas modernices e mande vir as mulheres do ano passado.
JOSÉ VIANA - FADO DO CACILHEIRO
José Viana foi um dos nossos grandes artistas, homem de múltiplos amores e interesses: cantor, actor, encenador, pintor, desenhador, músico... tudo isto ele foi com enorme brilhantismo. Como português da sua época acompanhei a sua carreira na televisão, no cinema e no teatro e pensar nele, agora, faz-me sentir uma saudade dorida por tudo quanto ele foi como pessoa e como artista. Marcou a sua época e a todos nós que com ele a vivemos.
DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 296
- Aqui, não… - pediu dona Flor, gastando os últimos resquícios de pudor e de respeito ao segundo esposo – Vamos para a sala…
Na sala, as portas do céu se abriram, irrompeu o canto de aleluia. “Onde já se viu vadiar de camisola?”, dona Flor tão despida quanto ele, um da nudez do outro se vestindo e completando. Lança de fogo a trespassou, pela segunda vez Vadinho lhe comeu a honra, primeiro a de donzela, agora a de casada (outras mais tivesse e ele as comeria). Lá se foram pelos prados da noite até à fímbria da manhã.
Nunca se dera assim: tão solta, tão fogosa, tão de gula acesa, tão em delírio. Ah! Vadinho, se sentias fome e sede, que dizer de mim, mantida em regime magro e insonso, sem sal e sem açúcar, casta esposa de marido respeitador e sóbrio? Que me importam meu conceito na rua e na cidade, meu nome digno? Minha honra de casada, que me importa? Toma de tudo isso em tua boca ardida, de cebola crua, queima em teu fogo minha decência inata, rasga com tuas esporas meu pudor antigo, sou tua cadela, tua égua, tua puta.
Foram e vieram, acorreram e acudiram, e nem bem de volta, já outra vez partiam, de chegada e de regresso. Tantas saudades e tantas metas a cumprir, todas alcançadas, algumas repetidas.
Insolente e bem amada, porca e linda, a voz de Vadinho a lhe dizer tanta indecência, a lhe recordar doçuras de outro tempo.
- Tu te lembras da primeira vez que te senti? Os ranchos vinham pela praça, tu se encostou em mim…
- Tu é que me abraçou e me passou a mão…
Ele lhe passava a mão e a reconhecia:
- Teu rabo de sereia, tua barriga cor de tacho, teus peitos de abacate. Tu cresceu, Flor, está mais opulenta, tu és gostosa da cabeça aos pés. Vou te dizer: já colhi muita xoxota em minha vida, uma boa safra: nenhuma como a peladinha, é a melhor de todas, te juro, minha Flor…
- Que gosto tem? – dona Flor despudorada e cínica.
- Tem gosto de mel e pimenta, e de gengibre…
Falava e dona Flor em ais se desfazia: Vadinho mais maluco, mais tirano, fogo e viração. Vadinho, não te vás embora, nunca mais. Se partires outra vez morrerei de pena. Mesmo que eu te peça e rogue, não vás embora, mesmo que eu te mande e ordene, não me deixes…
Só serei feliz se não estiveres, se partires, eu bem sei: contigo não há felicidade, só desonra e sofrimento. Mas sem ti, por mais feliz, não sei viver, não vivo, ai, jamais me deixes.
- Aqui, não… - pediu dona Flor, gastando os últimos resquícios de pudor e de respeito ao segundo esposo – Vamos para a sala…
Na sala, as portas do céu se abriram, irrompeu o canto de aleluia. “Onde já se viu vadiar de camisola?”, dona Flor tão despida quanto ele, um da nudez do outro se vestindo e completando. Lança de fogo a trespassou, pela segunda vez Vadinho lhe comeu a honra, primeiro a de donzela, agora a de casada (outras mais tivesse e ele as comeria). Lá se foram pelos prados da noite até à fímbria da manhã.
Nunca se dera assim: tão solta, tão fogosa, tão de gula acesa, tão em delírio. Ah! Vadinho, se sentias fome e sede, que dizer de mim, mantida em regime magro e insonso, sem sal e sem açúcar, casta esposa de marido respeitador e sóbrio? Que me importam meu conceito na rua e na cidade, meu nome digno? Minha honra de casada, que me importa? Toma de tudo isso em tua boca ardida, de cebola crua, queima em teu fogo minha decência inata, rasga com tuas esporas meu pudor antigo, sou tua cadela, tua égua, tua puta.
Foram e vieram, acorreram e acudiram, e nem bem de volta, já outra vez partiam, de chegada e de regresso. Tantas saudades e tantas metas a cumprir, todas alcançadas, algumas repetidas.
Insolente e bem amada, porca e linda, a voz de Vadinho a lhe dizer tanta indecência, a lhe recordar doçuras de outro tempo.
- Tu te lembras da primeira vez que te senti? Os ranchos vinham pela praça, tu se encostou em mim…
- Tu é que me abraçou e me passou a mão…
Ele lhe passava a mão e a reconhecia:
- Teu rabo de sereia, tua barriga cor de tacho, teus peitos de abacate. Tu cresceu, Flor, está mais opulenta, tu és gostosa da cabeça aos pés. Vou te dizer: já colhi muita xoxota em minha vida, uma boa safra: nenhuma como a peladinha, é a melhor de todas, te juro, minha Flor…
- Que gosto tem? – dona Flor despudorada e cínica.
- Tem gosto de mel e pimenta, e de gengibre…
Falava e dona Flor em ais se desfazia: Vadinho mais maluco, mais tirano, fogo e viração. Vadinho, não te vás embora, nunca mais. Se partires outra vez morrerei de pena. Mesmo que eu te peça e rogue, não vás embora, mesmo que eu te mande e ordene, não me deixes…
Só serei feliz se não estiveres, se partires, eu bem sei: contigo não há felicidade, só desonra e sofrimento. Mas sem ti, por mais feliz, não sei viver, não vivo, ai, jamais me deixes.
quinta-feira, dezembro 16, 2010
ENTREVISTAS FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO Nº 75 SOB O TEMA:
“UMA FÁBRICA DE SANTOS”
“UMA FÁBRICA DE SANTOS”
Raquel – Retomamos a nossa transmissão nos arredores do Templo de Santo… Não, é melhor reservarmos a identidade para evitar susceptibilidades. Jesus Cristo, a meu lado, parece ainda muito surpreendido pelo que vimos no interior desta igreja, não muito diferente de tantas outras, cheias de imagens e santos. Que lhe parece tudo isto, Jesus Cristo?
Jesus – Idolatria. Adorar imagens é idolatria.
Raquel – Bem, os católicos dizem que não adoram, apenas veneram….
Jesus – Veneram?... Não conheço essa palavra, mas será o mesmo. Em vez de falarem a Deus que habita em seus corações ajoelham-se perante pedaços de madeira.
Raquel – Uma chamada… Sim… alô?
Andrés – Sou Andrés Perez Baltodano e falo do Canadá.
Raquel - Quer dar a sua opinião, senhor Baltodano?
Andrés – Só para dizer a Jesus Cristo que o problema não é com o verbo, com o verbo venerar, mas sim com o substantivo.
Raquel – Qual substantivo?
Andrés – Com o substantivo ingresso, bilhete de entrada, que a igreja católica tem com o negócio dos santos.
Raquel – Don Andrés, poderia explicar-nos melhor?
Andrés – Por si não o sabe Jesus Cristo, mas a fábrica dos santos não se fechou.
Jesus – A fábrica dos santos?
Andrés – Nesse Templo onde entraram viram santos antigos, de outros séculos, mas somente no Pontificado de João Paulo II “fabricaram-se”, canonizaram-se… 464 novos santos e santas mais do que nos 5 séculos anteriores!
Raquel – E para quê tantos santos? Não temos já demasiados?
Andrés – É que os santos mantêm a gente ajoelhada e, para além disso, melhoram as finanças do Vaticano.
Jesus – Esse “para além disso” é que eu não entendo.
Andrés – Caríssimo, esse dinheiro vai para as arcas do Vaticano. Tenha em atenção este detalhe: em cada cem santos e santas canonizadas ao longo da história, apenas 5 foram gente pobre. A grande maioria foram príncipes, reis, rainhas, bispos, abadessas… Os seus parentes pagavam fortunas para que os fizessem santos. Agora, a “fábrica” dos santos está muito mais organizada: ninguém chega aos altares sem ter por detrás uma poderosa instituição.
Jesus – Posso fazer-lhe uma pergunta, dom Andrés?
Andrés – Com certeza, Jesus Cristo.
Jesus – Para que fazem tudo isso?
Andrés – O processo de canonização?
Jesus – Sim, esse caminho tão custoso.
Andrés – Para demonstrar que o santo está no céu, junto de Deus.
Jesus – Mas isso é procurar o tesouro onde ele não está… os santos não estão no céu mas sim na terra!
Raquel – Agora sou eu que não entendo.
Jesus – Os santos e as santas estão entre nós. São de carne e osso. As mulheres que passam a vida a cuidarem dos seus filhos são santas, os camponeses que trabalham a terra de sol a sol, são santos.
Raquel – Pois sempre nos disseram que santos são os que morreram e do céu fazem milagres.
Jesus – Não, os santos são os vivos e os milagres que fazem são o bom exemplo que dão. O meu pai José foi santo, não pelo boneco que puseram no altar desse Templo, mas porque foi justo até ao último dia da sua vida.
Raquel - Mas, se santos são os que estão neste mundo, como se chamam os outros, os que já estão com Deus?
Jesus – Isso pergunta-o a Deus.
Raquel – Obrigado amigo que nos contactou do Canadá e obrigado a tantos santos e santas que seguramente constituem a nossa audiência de Emissoras Latinas.
De Jerusalém, Raquel Perez.
ROBERTO CARLOS - OUTRA VEZ
Esta canção linda do R. Carlos bem se pode colar ao romance de Vadinho e de dona Flor: um grande amor, à moda de Vadinho, na vida e na morte. "...você foi dos amores que eu tive o mais complicado... a mais estranha história de amor..."
DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 295
- Eu estava nas profundas, preso, de mãos e pés atados, me deu trabalho demais me desamarrar para vir te ver, meu bem. Mas tu me chamou e eu vim atravessando o fogo e o frio, o nada e o não. Chego e tu me nega o pão, a água de beber, por quê?
- Ai, Vadinho…
- Por que tu me trata assim, como a um cão? Terminou meu bem ou hoje ou nunca mais. Quando esse barata tonta aparecer, diz a ele que tu não se sente bem, não está com disposição. Depois a gente vai arrosar a peladinha.
- Ah!, isso não… Sou mulher séria e honrada, não vou trair meu marido, quantas vezes já te disse?
O doutor, saindo do banheiro, no pijama limpo recende a sabonete. Seu aspecto é aprazível, sincero seu sorriso, honesto o olhar. Vadinho colhe na mão a rosa azul de dona Flor. Ah!, dona Flor, como podes ser assim calhorda?
- Teodoro, meu querido, me perdoa por hoje, não me sinto bem estou indisposta. Deixamos para amanhã, se você não se incomoda.
Doente? O doutor se inquieta. Já pela tarde, ela se queixara. Não seria mais que uma simples indisposição? Onde está o termómetro? O xarope, as pílulas, a caixa dos medicamentos? Não preciso de nada disso, meu querido, não te aflijas, vai dormir, amanhã estarei boa, completamente boa…
- … e ao teu dispor… - diz numa promessa dona Flor.
Como posso de repente ser assim, tão sem sentimentos, sem orgulho, sem decência, sem moral? – interroga-se dona Flor, sentindo pelo armado esposo uma ternura grata e um certo gosto pela farsa: na face o beija. Mas doutor Teodoro não se conforma: ela deve tomar um comprimido, umas gotas, um sedativo, ao menos para dormir de um sono só, despertar tranquila e repousada. Vai pelo remédio e pela água. Apenas ele sai, dona Flor sente-se presa de Vadinho.
- Maluco! Me solta, ele já está voltando.
Vadinho considera, objectivo e imparcial:
- Não é mau sujeito, esse teu segundo… Muito ao contrário. Sabe, meu bem, cada vez simpatizo mais com ele… Entre nós dois, tu estás muito bem servida. Ele para penas e cuidados, eu para a gente vadiar…
O doutor trás a moringa de água fresca, dois copos e um pequeno vidro com um líquido incolor:
- Tintura de valeriana, vinte gotas em meio copo de água e você vai dormir e descansar, querida.
Ergue o conta-gotas com atenção e calma mistura o sedativo à água. Alguém trocou os copos enquanto o doutor virou as costas por um instante? Quem, Vadinho ou dona Flor? Mas, se assim foi, como o doutor, farmacêutico e competente, não reconheceu o gosto activo da valeriana? Houve um milagre? Se houve, a esta altura dos acontecimentos, um milagre a mais, um milagre a menos, já não causa a ninguém surpresa ou mossa. Pode ser também que não tivesse havido troca, apenas dona Flor não bebera o sedativo, e o profundo sono do doutor se devesse tão-somente à chuva no telhado e à sua consciência limpa. Teve tempo apenas de beijar a esposa.
- Encornou… - disse Vadinho, aplicando o termo justo – Agora, nós, meu bem…
- Eu estava nas profundas, preso, de mãos e pés atados, me deu trabalho demais me desamarrar para vir te ver, meu bem. Mas tu me chamou e eu vim atravessando o fogo e o frio, o nada e o não. Chego e tu me nega o pão, a água de beber, por quê?
- Ai, Vadinho…
- Por que tu me trata assim, como a um cão? Terminou meu bem ou hoje ou nunca mais. Quando esse barata tonta aparecer, diz a ele que tu não se sente bem, não está com disposição. Depois a gente vai arrosar a peladinha.
- Ah!, isso não… Sou mulher séria e honrada, não vou trair meu marido, quantas vezes já te disse?
O doutor, saindo do banheiro, no pijama limpo recende a sabonete. Seu aspecto é aprazível, sincero seu sorriso, honesto o olhar. Vadinho colhe na mão a rosa azul de dona Flor. Ah!, dona Flor, como podes ser assim calhorda?
- Teodoro, meu querido, me perdoa por hoje, não me sinto bem estou indisposta. Deixamos para amanhã, se você não se incomoda.
Doente? O doutor se inquieta. Já pela tarde, ela se queixara. Não seria mais que uma simples indisposição? Onde está o termómetro? O xarope, as pílulas, a caixa dos medicamentos? Não preciso de nada disso, meu querido, não te aflijas, vai dormir, amanhã estarei boa, completamente boa…
- … e ao teu dispor… - diz numa promessa dona Flor.
Como posso de repente ser assim, tão sem sentimentos, sem orgulho, sem decência, sem moral? – interroga-se dona Flor, sentindo pelo armado esposo uma ternura grata e um certo gosto pela farsa: na face o beija. Mas doutor Teodoro não se conforma: ela deve tomar um comprimido, umas gotas, um sedativo, ao menos para dormir de um sono só, despertar tranquila e repousada. Vai pelo remédio e pela água. Apenas ele sai, dona Flor sente-se presa de Vadinho.
- Maluco! Me solta, ele já está voltando.
Vadinho considera, objectivo e imparcial:
- Não é mau sujeito, esse teu segundo… Muito ao contrário. Sabe, meu bem, cada vez simpatizo mais com ele… Entre nós dois, tu estás muito bem servida. Ele para penas e cuidados, eu para a gente vadiar…
O doutor trás a moringa de água fresca, dois copos e um pequeno vidro com um líquido incolor:
- Tintura de valeriana, vinte gotas em meio copo de água e você vai dormir e descansar, querida.
Ergue o conta-gotas com atenção e calma mistura o sedativo à água. Alguém trocou os copos enquanto o doutor virou as costas por um instante? Quem, Vadinho ou dona Flor? Mas, se assim foi, como o doutor, farmacêutico e competente, não reconheceu o gosto activo da valeriana? Houve um milagre? Se houve, a esta altura dos acontecimentos, um milagre a mais, um milagre a menos, já não causa a ninguém surpresa ou mossa. Pode ser também que não tivesse havido troca, apenas dona Flor não bebera o sedativo, e o profundo sono do doutor se devesse tão-somente à chuva no telhado e à sua consciência limpa. Teve tempo apenas de beijar a esposa.
- Encornou… - disse Vadinho, aplicando o termo justo – Agora, nós, meu bem…
quarta-feira, dezembro 15, 2010
A FRASE
A razão de um cão ter tantos amigos, deve-se ao facto de ele abanar o rabo, em vez da língua !!!...
(Anónimo)
VÍDEO
Cuidado com os cruzamentos... nem nos semáforos se pode confiar. Estaria verde para o automóvel?...
ALEJANDRO SANZ- CORAZÓN PARTIO
Madrileno, nascido em 1968, é considerado um dos maiores compositores da música flamenca com 21 milhões de discos vendidos e 11 Albuns editados tendo alcançado todos o status de platina.
DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 294
As portas do inferno se abriram e o anjo revel transpôs a entrada do quarto de dormir (e amar) de dona Flor, aceso o olhar em frete, a boca num convite e todo inteiro nu. Se nem uma santa resistiu a esse olhar, ao apelo desse riso, a esse peito aberto, como poderá fazê-lo dona Flor? Onde estás, comadre Dionísia com teu colar de Oxóssi e com o ebó composto pelo ojé? Depressa, Dionísia, com o babalaô e com o mokan para amarrar o tinhoso na noite de seu sono eterno. Se ele continua vivo, dona Flor não pode responder por sua honra e pela testa do doutor. Toda uma vida honesta, o exemplar comportamento, a decência, a respeitabilidade, e eis que esse invejável capital corre perigo: amanhã o bom-nome de dona Flor, símbolo de virtudes, vai estar na boca do mundo, na lama, no desprezo. Amanhã outra mulher, apontada a dedo, coberta de remorso e de vergonha.
Dona Flor recolhe o olhar de frete no centro do seu ser, fretada; em gozo, responde a seu convite, oferecida.
Ao mesmo tempo é dona Flor alerta e valorosa ante o perigo, honrada e austera, intransigente, e é dona Flor com a maior pressa de se dar.
Qual das duas a verdadeira dona Flor? A que fecha a porta com estrondo, ou a que abre em silêncio, fresta a fresta, a porta de seu corpo? A chuva no telhado.
Noite de sábado após a tarde de enxaqueca, a vertigem, a visita de Dionísia, o concerto de fagote: tudo isso parece tão distante! O tempo de dona Flor é um tempo de batalha, já não se mede por horas e minutos, um tempo de recusa e de desejo, longo e sofrido. Noite de sábado, noite de doutor com bis: no banheiro ele se prepara para a discreta e deleitável festa dos sentidos. Em repouso dona Flor o aguardava, esposa submissa e grata. Mas, ah!, o astuto se acomoda aos pés da cama e lhe ordena, dedo em riste:
- Tu hoje não vai dormir com esse bosta, que eu não deixo. Nem que eu tenha de fazer um esporto de lascar.
Era um absurdo, um abuso, um despropósito, mas – entenda quem quiser o coração humano… - dona Flor sentiu-se satisfeita a ponto de rir e de lhe perguntar ( em vez de expulsá-lo ofendida e indignada):
- Está com ciúme dele, hein? O degas, com ciúme…
- Tenho é vontade de você, meu bem – respondeu todo na maciota, estendendo-se na cama a la godaça – já esperei demais… Onde já se viu eu ter de conquistar minha legítima com quem dormi durante sete anos? Se acabou, não espero mais. Como hei-de ter ciúme desse teu doutor de droga, se não tenho com ele briga ou competência? Casou contigo, é teu marido e, tirante a vadiação onde não dá no couro, no mais até é um bom marido, reconheço. Não lhe tiro seu direito. Só hoje, ele me desculpe: vai ficar no alvéu, quem vai vadiar é o porreta aqui, que entende do riscado e é bom no balancé e na estrovenga.
- Vá esperando, tem muito que esperar…
Todo inteiro nu, a boca ardida, o olhar de frete e a mão a subir por seus caminhos, ele a domina: dona Flor, escrava de Vadinho, livre só em palavras, pura pabulagem. Não fora sempre assim? Seu orgulho e sua pudicícia sumiam nas mãos dele, dona Flor obediente às suas ordens de marido e dono. Orgulho e pudicícia, decência, moral, dignidade, de que vale tudo isso, se ele a deseja e por ela veio (bem sabeis de onde, de onde não se vem).
Dona Flor recolhe o olhar de frete no centro do seu ser, fretada; em gozo, responde a seu convite, oferecida.
Ao mesmo tempo é dona Flor alerta e valorosa ante o perigo, honrada e austera, intransigente, e é dona Flor com a maior pressa de se dar.
Qual das duas a verdadeira dona Flor? A que fecha a porta com estrondo, ou a que abre em silêncio, fresta a fresta, a porta de seu corpo? A chuva no telhado.
Noite de sábado após a tarde de enxaqueca, a vertigem, a visita de Dionísia, o concerto de fagote: tudo isso parece tão distante! O tempo de dona Flor é um tempo de batalha, já não se mede por horas e minutos, um tempo de recusa e de desejo, longo e sofrido. Noite de sábado, noite de doutor com bis: no banheiro ele se prepara para a discreta e deleitável festa dos sentidos. Em repouso dona Flor o aguardava, esposa submissa e grata. Mas, ah!, o astuto se acomoda aos pés da cama e lhe ordena, dedo em riste:
- Tu hoje não vai dormir com esse bosta, que eu não deixo. Nem que eu tenha de fazer um esporto de lascar.
Era um absurdo, um abuso, um despropósito, mas – entenda quem quiser o coração humano… - dona Flor sentiu-se satisfeita a ponto de rir e de lhe perguntar ( em vez de expulsá-lo ofendida e indignada):
- Está com ciúme dele, hein? O degas, com ciúme…
- Tenho é vontade de você, meu bem – respondeu todo na maciota, estendendo-se na cama a la godaça – já esperei demais… Onde já se viu eu ter de conquistar minha legítima com quem dormi durante sete anos? Se acabou, não espero mais. Como hei-de ter ciúme desse teu doutor de droga, se não tenho com ele briga ou competência? Casou contigo, é teu marido e, tirante a vadiação onde não dá no couro, no mais até é um bom marido, reconheço. Não lhe tiro seu direito. Só hoje, ele me desculpe: vai ficar no alvéu, quem vai vadiar é o porreta aqui, que entende do riscado e é bom no balancé e na estrovenga.
- Vá esperando, tem muito que esperar…
Todo inteiro nu, a boca ardida, o olhar de frete e a mão a subir por seus caminhos, ele a domina: dona Flor, escrava de Vadinho, livre só em palavras, pura pabulagem. Não fora sempre assim? Seu orgulho e sua pudicícia sumiam nas mãos dele, dona Flor obediente às suas ordens de marido e dono. Orgulho e pudicícia, decência, moral, dignidade, de que vale tudo isso, se ele a deseja e por ela veio (bem sabeis de onde, de onde não se vem).
terça-feira, dezembro 14, 2010
Johnny, o terror do Oeste
A professora disse aos alunos para fazerem uma composição sobre o tema sexo e assuntos relacionados. No dia seguinte, cada aluno leu a sua composição:
A da Joana era acerca de métodos contraceptivos, a do Zé falava da masturbação, a Joaquina escreveu sobre rituais sexuais antigos, etc...
Chegou a vez do menino Joãozinho :
- Então Joãozinho, fizeste a composição que eu disse ?
- Sim Sra. professora.
- Vá, lê lá então!
E o Joãozinho começou a ler alto :
- Era uma vez no velho Oeste, há muitos, muitos anos. No relógio da igreja batiam as 19h. Nuvens de poeira arrastavam-se pela cidade semi-deserta. O Sol ofuscava o horizonte, e tingia as nuvens de tons de sangue. De súbito, no horizonte, recortou-se a silhueta de um cavaleiro..
Lentamente, foi-se aproximando da cidade... Ao chegar à entrada, desmontou.
O silencio pesado foi perturbado pelo tilintar das esporas. O cavaleiro chamava-se Johnny! Vestia todo de preto, à excepção do lenço vermelho que trazia ao pescoço e da fivela de prata que 'prendia' os dois revolveres à cintura. O cavalo, companheiro de muitas andanças,dirigiu-se hesitante por uma poça de água..
PUM! PUM! PUM!
O cheiro a pólvora provinha do revólver que já tinha voltado para o coldre de Johnny. Johnny não gostava de cavalos desobedientes! Johnny dirigiu-se para o bar. Quando estava a subir os três degraus, um mendigo que até ali dormia, tocou na perna de Johnny e pediu uma esmola...
PUM! PUM! PUM!
Johnny não gostava que lhe tocassem! Entrou no bar. Foi até ao balcão, e pediu uma cerveja. O barman serviu-lhe a cerveja. Johnny provou...
PUM! PUM! PUM!
Johnny não gostava de cervejas mornas! As outras pessoas olharam todas surpreendidas...
PUM! PUM! PUM!
Johnny não gostava de ser o centro das atenções! Saiu do bar.
Deslocou-se até ao outro lado da cidade para comprar um cavalo.
Passaram por ele um grupo de crianças a brincar e a correr...
PUM! PUM! PUM!
Johnny não gostava de poeira e alem disso as crianças faziam muito barulho! Comprou o cavalo, e quando pagou, o Sr. enganou-se no troco...
PUM! PUM! PUM!
Johnny não gostava que se enganassem no troco! Saiu da cidade. Mais uma vez a sua silhueta recortou-se no horizonte, desta vez com o Sol já quase recolhido. O silêncio era pesado.'
FIM
O Joãozinho calou-se. A turma estava petrificada!
A professora chocada pergunta:
- Mas...mas...Joãozinho...o que é que esta composição tem a ver com sexo?
Joãozinho com as mãos nos bolsos, responde:
- O Johnny era fodido...
ARETHA FRANKLIN - I SAY A LITTLE PRAYER
É "uma rapariga da minha idade", nascida em Menphis e a quem chamam a "Rainha do Soul". Revistas da especialidade reconhecem nela uma das melhores vocalistas da história da música. Vendeu 110 milhões de cópias e o seu Estado natal, Menphis, declarou a sua voz "maravilha natural". A este ícone foi-lhe agora diagnosticado um câncro no pâncreas. "Eles" não respeitam ninnguém... Boa sorte Aretha.
É "uma rapariga da minha idade", nascida em Menphis e a quem chamam a "Rainha do Soul". Revistas da especialidade reconhecem nela uma das melhores vocalistas da história da música. Vendeu 110 milhões de cópias e o seu Estado natal, Menphis, declarou a sua voz "maravilha natural". A este ícone foi-lhe agora diagnosticado um câncro no pâncreas. "Eles" não respeitam ninnguém... Boa sorte Aretha.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS À
ENTREVISTA Nº 74 SOB O TEMA:
“SANTOS MILAGREIROS” (2)
Quantos Mandamentos Restam?
A doutrina oficial da igreja tratou de pôr fim à disputa iconoclasta e o 2º Concílio de Niceia, em 787, justificou o culto da imagem de Cristo, de Maria, dos anjos e santos da “encarnação do Filho de Deus” e estabeleceu que esse culto não é contrário à fé nem pode considerar-se idolatria.
Como o 2º Mandamento da Lei de Moisés proíbe, expressamente, “fazer qualquer espécie de imagens do que há em cima do céu ou abaixo na terra, ou debaixo da terra nas águas e postar-se ante elas” a igreja católica optou por uma solução mais simples: riscou do seu catecismo este mandamento, que era também o mais comprido deles todos, mas, para que continuassem a ser dez dividiu o 9º em dois, tendo ficado assim:
9º Mandamento – Não desejarás a mulher do teu próximo.
10º Mandamento – Não desejarás os bens alheios.
Problema resolvido, podia continuar a falar-se em 10 Mandamentos e podia prestar-se culto idolátrico às imagens.
A posição católica significou uma ruptura total com o judaísmo em que Jesus foi educado, que recusa em absoluto os ídolos e que encontra Deus na palavra e no texto das escrituras.
O Islão proíbe toda a representação divina e a tradição protestante recusa com firmeza o culto católico das imagens.
O Valor das Imagens
Até hoje, as imagens de Jesus, de Maria e dos santos e santas preenchem séculos gloriosos da história da arte. Identificá-los simplificadamente com ídolos não é exacto nem adequado.
No vasto mostruário de imagens esculpidas, talhadas, pintadas, gravadas podemos encontrar de tudo, desde as mais autênticas maravilhas até às expressões do pior gosto estético; desde a beleza inefável que essas obras de arte contribuem para a humanidade, dando um sentido às emoções religiosas, até ao mais grosseiro dos negócios, manipulando a credibilidade das pessoas ao propor que determinadas imagens têm poder curativo milagroso.
Desde séculos a catequese fez pouco ou nada para reorientar este culto que tem expressões praticamente idolátricas. Na actualidade a hierarquia católica continua provendo procissões, desfiles e exibições de “santos milagreiros” e enche os templos de imagens. Os objectivos são de natureza económica – esmolas, promessas, ex-votos, doações – e ideológicos: controle de das consciências submetidas a esse culto que os sacerdotes administram e que adquiriram traços claramente supersticiosos.
Como o 2º Mandamento da Lei de Moisés proíbe, expressamente, “fazer qualquer espécie de imagens do que há em cima do céu ou abaixo na terra, ou debaixo da terra nas águas e postar-se ante elas” a igreja católica optou por uma solução mais simples: riscou do seu catecismo este mandamento, que era também o mais comprido deles todos, mas, para que continuassem a ser dez dividiu o 9º em dois, tendo ficado assim:
9º Mandamento – Não desejarás a mulher do teu próximo.
10º Mandamento – Não desejarás os bens alheios.
Problema resolvido, podia continuar a falar-se em 10 Mandamentos e podia prestar-se culto idolátrico às imagens.
A posição católica significou uma ruptura total com o judaísmo em que Jesus foi educado, que recusa em absoluto os ídolos e que encontra Deus na palavra e no texto das escrituras.
O Islão proíbe toda a representação divina e a tradição protestante recusa com firmeza o culto católico das imagens.
O Valor das Imagens
Até hoje, as imagens de Jesus, de Maria e dos santos e santas preenchem séculos gloriosos da história da arte. Identificá-los simplificadamente com ídolos não é exacto nem adequado.
No vasto mostruário de imagens esculpidas, talhadas, pintadas, gravadas podemos encontrar de tudo, desde as mais autênticas maravilhas até às expressões do pior gosto estético; desde a beleza inefável que essas obras de arte contribuem para a humanidade, dando um sentido às emoções religiosas, até ao mais grosseiro dos negócios, manipulando a credibilidade das pessoas ao propor que determinadas imagens têm poder curativo milagroso.
Desde séculos a catequese fez pouco ou nada para reorientar este culto que tem expressões praticamente idolátricas. Na actualidade a hierarquia católica continua provendo procissões, desfiles e exibições de “santos milagreiros” e enche os templos de imagens. Os objectivos são de natureza económica – esmolas, promessas, ex-votos, doações – e ideológicos: controle de das consciências submetidas a esse culto que os sacerdotes administram e que adquiriram traços claramente supersticiosos.
DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 293
Zulmira contou, ainda alarmada, inocente vítima desse deboche interplanetário, dessa bolinagem de ectoplasmas.
Mostrei a Pequito, ele viu as marcas. Mostrei também às colegas, na aula de culinária, na escola de dona Flor ficou numa impressão, quase teve um desmaio.
Mostrou a todo o mundo só não mostrou a Cardoso e S.ª : por que essa prevenção com ele? Sem um exame in loco (como diria o cardeal Cauchon), impossível definir o fenómeno. Um tanto agastado Cardoso e S.ª respondeu:
- Os marcianos? Não creio. Com eles é só na transmissão de pensamento.
Só na transmissão de pensamento? Que trouxas… considerou Zulmira, voltando a fazer as unhas. Quanto a Pelancchi, ainda tinha dúvidas:
- Marcianos? E se não for?
- Deixe comigo e resolvo tudo…
Pelancchi confiava em Cardoso e S.ª, tivera ocasião de constatar a grandeza universal de seu saber. Mas, para assunto tão complexo, talvez valesse a pena não se reduzir ao místico do Hindustão; consultar, quem sabe, outros poderes mágicos. Mãe Octávia, por exemplo.
Cardoso e S.ª renovando o fumo do cachimbo, o olhar perdido mais além da janela e do horizonte, partiu na réstia de luz, sua voz vinha de luz:
- Tenho muito prestígio com os marcianos, não faz ainda quatro dias fui com eles de visita a Marte, andei todo o planeta, tem uma cidade só de prata e outra só de ouro… Lá os peixes voam pelos ares e o mar é um jardim de flores…
Agora não enxergava sequer as pernas de Zulmira, o seio farto nas rendas do decote, numa nave de luz chegara a Marte. “Está em transe”, sussurrou Pelancchi com respeito e Zulmira compôs as rendas do peignoir.
Mostrei a Pequito, ele viu as marcas. Mostrei também às colegas, na aula de culinária, na escola de dona Flor ficou numa impressão, quase teve um desmaio.
Mostrou a todo o mundo só não mostrou a Cardoso e S.ª : por que essa prevenção com ele? Sem um exame in loco (como diria o cardeal Cauchon), impossível definir o fenómeno. Um tanto agastado Cardoso e S.ª respondeu:
- Os marcianos? Não creio. Com eles é só na transmissão de pensamento.
Só na transmissão de pensamento? Que trouxas… considerou Zulmira, voltando a fazer as unhas. Quanto a Pelancchi, ainda tinha dúvidas:
- Marcianos? E se não for?
- Deixe comigo e resolvo tudo…
Pelancchi confiava em Cardoso e S.ª, tivera ocasião de constatar a grandeza universal de seu saber. Mas, para assunto tão complexo, talvez valesse a pena não se reduzir ao místico do Hindustão; consultar, quem sabe, outros poderes mágicos. Mãe Octávia, por exemplo.
Cardoso e S.ª renovando o fumo do cachimbo, o olhar perdido mais além da janela e do horizonte, partiu na réstia de luz, sua voz vinha de luz:
- Tenho muito prestígio com os marcianos, não faz ainda quatro dias fui com eles de visita a Marte, andei todo o planeta, tem uma cidade só de prata e outra só de ouro… Lá os peixes voam pelos ares e o mar é um jardim de flores…
Agora não enxergava sequer as pernas de Zulmira, o seio farto nas rendas do decote, numa nave de luz chegara a Marte. “Está em transe”, sussurrou Pelancchi com respeito e Zulmira compôs as rendas do peignoir.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
VÍDEO
... também há a possibilidade de arranjar um saco um pouco maior ou não levar tanta coisa... ma a lição aqui fica.
Um pai tinha 3 filhos.
O mais velho pediu:
-Oh pai, queria 1 carro! Na faculdade só eu não tenho!
-Só quando eu pagar o tractor.
Vem o outro:
-Oh pai quero uma moto!
-Só quando eu pagar o tractor.
A seguir vem o mais novo.
-Pai quero uma bicicleta!
-Só quando eu pagar o tractor.
O miúdo vai pró quintal amuado, vê o galo em cima da galinha, dá-lhe um pontapé e diz:
-Nesta casa, enquanto o pai não pagar o tractor, anda tudo a pé!!!
-Só quando eu pagar o tractor.
Vem o outro:
-Oh pai quero uma moto!
-Só quando eu pagar o tractor.
A seguir vem o mais novo.
-Pai quero uma bicicleta!
-Só quando eu pagar o tractor.
O miúdo vai pró quintal amuado, vê o galo em cima da galinha, dá-lhe um pontapé e diz:
-Nesta casa, enquanto o pai não pagar o tractor, anda tudo a pé!!!
FRANKIE VALLI - CAN'T TAKE MY EYES OF YOU
Uma das canções mais conhecidas e cantadas de todos os tempos.Foi lançada em 1967 por Frankie Valli tendo sido o seu maior sucesso e uma referência na música e na cultura Pop. Tem recebido ao longo dos tempos dezenas de versões por outros artistas tais como GlóriaGaynor, Laurin Hill, Diana Ross, Frank Sinatra e muitos outros. Atendendo a que a letra é muito romântica tem sido utilizada no cinema e na televisão o que muito contribuiu para a sua divulgação. Por uma questão de "o seu a seu dono" aqui a temos cantada pelo autor na versão original já lá vão quarenta e três anos.
DONA FLOR
E SEUS DOIS
AMORES
Episódio Nº 292
Contou aqueles impossíveis, sentado em sua frente, Cardoso e S.ª ouviu impávido o relato de espantos. Balançava a cabeça, talvez a confirmar alguma ideia ou antever uma certeza. Por entre as finas gazes do pepineiro e por discreto rabo do olho, Cardoso e S.ª via e comovia-se com um palmo de coxa de Zulmira, atenta à dramática narrativa do rei do jogo. Tal visão carnal não perturbava S.ª, pois a beleza não perturba o sábio, não é imoral nem se opõe ao espírito. Ao demais, descansa a vista.
Vista cansada: seus olhos imateriais viam através do espaço, varavam o tempo, fitos no atrás e no adiante. Quando Pelancchi terminou seu conto de azares sem medida, Cardoso e S.ª já tudo esclarecera, os termos do problema e sua incógnita, tinha resposta e solução:
- São marcianos… - disse, categórico.
Riu em seguida seu riso colossal, como se tudo aquilo não passasse de divertida brincadeira, como senão estivesse custando uma fortuna diária aos cofres de Pelancchi.
Marcianos? Que marcianos?...Seu Cardoso, não me venha com balelas… Confio em você, não me deixe na mão. O que é que os marcianos têm a ver com isso? São meus inimigos, isso sim. É coisa feita. Marciano quem é que já viu, ninguém sabe se existe. Mas feitiço existe, e os espíritos ruins e mau olhado…
Você nunca viu porque é um peso de carne… Os marcianos, já lhe disse… Nem inimigo nem coisa feita… Os marcianos são muito curiosos, vivem bolindo em tudo quanto é máquina, querem tirar a limpo cada coisa, e para eles, mentalidades superiores, não existe nem sorte nem azar…
- Marcianos? – quis saber Zulmira, sempre ávida de aprender – Na terra? Desde quando?
Sobretudo não vamos confundir e comparar Cardoso e S.ª com cartomante ou ocultista desses por aí, aos montes, curvados sobre bolas de cristal, ou com videntes de óptica reduzida, ou com adivinhos de meia pataca, quiromantes chinfrins. Cardoso e S.ª era professor do mistério, um sábio do obscuro, um cientista já muito além da astrofísica e da relatividade.
Faz muito tempo que os primeiros marcianos desembarcaram na terra. Apenas três humanos assistiram ao desembarque…
- O senhor era um dos três?
Sorriu modesto, continuou:
- Um dia desses, eles vão-se mostrar, e aí a humanidade vai levar um choque… - riu sua gargalhada, achando uma graça infinita no susto da humanidade – Por ora são invisíveis… só alguns eleitos…
Zulmira, curiosa de saber:
- O senhor, que pode ver, me diga como eles são. São bonitos?
- Junto a eles nós somos uns bicharocos hediondos.
Ficou absorta a cabrocha, cismarenta, num devaneio.
- Quer dizer, seu Cardoso, que foram os marcianos que me passaram a mão e me beliscaram? Ai, e eles também são disso?
- Disso, o quê? – Solícito, Cardoso pediu detalhes. Que mão, que beliscões e em que pontos da sua anatomia?
Vista cansada: seus olhos imateriais viam através do espaço, varavam o tempo, fitos no atrás e no adiante. Quando Pelancchi terminou seu conto de azares sem medida, Cardoso e S.ª já tudo esclarecera, os termos do problema e sua incógnita, tinha resposta e solução:
- São marcianos… - disse, categórico.
Riu em seguida seu riso colossal, como se tudo aquilo não passasse de divertida brincadeira, como senão estivesse custando uma fortuna diária aos cofres de Pelancchi.
Marcianos? Que marcianos?...Seu Cardoso, não me venha com balelas… Confio em você, não me deixe na mão. O que é que os marcianos têm a ver com isso? São meus inimigos, isso sim. É coisa feita. Marciano quem é que já viu, ninguém sabe se existe. Mas feitiço existe, e os espíritos ruins e mau olhado…
Você nunca viu porque é um peso de carne… Os marcianos, já lhe disse… Nem inimigo nem coisa feita… Os marcianos são muito curiosos, vivem bolindo em tudo quanto é máquina, querem tirar a limpo cada coisa, e para eles, mentalidades superiores, não existe nem sorte nem azar…
- Marcianos? – quis saber Zulmira, sempre ávida de aprender – Na terra? Desde quando?
Sobretudo não vamos confundir e comparar Cardoso e S.ª com cartomante ou ocultista desses por aí, aos montes, curvados sobre bolas de cristal, ou com videntes de óptica reduzida, ou com adivinhos de meia pataca, quiromantes chinfrins. Cardoso e S.ª era professor do mistério, um sábio do obscuro, um cientista já muito além da astrofísica e da relatividade.
Faz muito tempo que os primeiros marcianos desembarcaram na terra. Apenas três humanos assistiram ao desembarque…
- O senhor era um dos três?
Sorriu modesto, continuou:
- Um dia desses, eles vão-se mostrar, e aí a humanidade vai levar um choque… - riu sua gargalhada, achando uma graça infinita no susto da humanidade – Por ora são invisíveis… só alguns eleitos…
Zulmira, curiosa de saber:
- O senhor, que pode ver, me diga como eles são. São bonitos?
- Junto a eles nós somos uns bicharocos hediondos.
Ficou absorta a cabrocha, cismarenta, num devaneio.
- Quer dizer, seu Cardoso, que foram os marcianos que me passaram a mão e me beliscaram? Ai, e eles também são disso?
- Disso, o quê? – Solícito, Cardoso pediu detalhes. Que mão, que beliscões e em que pontos da sua anatomia?
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTRVISTA Nº 74 SOB O TEMA:
- “SANTOS MILAGREIROS” (1)
- “SANTOS MILAGREIROS” (1)
Sem Imagens
Os primeiros cristãos, surgidos do judaísmo e criados com ele, não tinham imagens nem prestavam culto, de acordo com o mandamento de Moisés. Deus recebia culto, como ensinava Jesus, “em espírito e em verdade”. E Jesus não recebia culto a não ser a sua memória, compartilhando a mensagem e os bens solidariamente. Sem dúvida, a presença de cristãos ao longo do Império Romano em que a tradição era o politeísmo, onde havia lindas imagens e imponentes esculturas dos deuses foi alterando esta tradição. O culto das imagens na Igreja cristã tem uma clara raiz pagã.
Com Ícones e Imagens
Com Ícones e Imagens
Nos primeiros séculos do cristianismo fez-se um esforço para distinguir ídolos de ícones, os primeiros relacionados com ideais pagãos e os segundos em representação de realidades divinas. No século III já aparecem cemitérios, igrejas e capelas decoradas com imagens de personagens do Antigo e Novo Testamento. Desde então as imagens ganham cada vez mais espaço na tradição cristã. Na igreja bizantina é onde a arte dos ícones se desenvolve com maior esplendor.
Contra As Imagens
Recusando a proliferação de imagens ícones, surgem na igreja oriental no século VIII, grupos iconoclastas (doutrina que se opõe ao culto de ícones religiosos) inimigos da devoção às imagens que ganha uma ascensão imparável. Os iconoclastas procuram restaurar a ideia de um Deus intangível, irrepresentável que só se pode procurar e encontrar na fé o que provocou tensas controversas e até guerras.
Actualmente, continuamos a chamar a uma pessoa “iconoclasta” quando ela tenta romper “ídolos”, “esquemas estabelecidos”, conceitos radicados na sociedade.
As guerras iconoclastas foram ganhas pelos defensores das imagens. Os bizantinos – herdeiros da cultura helénica que haviam criado belas esculturas dos seus deuses – continuavam fiéis à sua rica tradição. Na arte cristã bizantina, os ícones russos, os ícones da igreja ortodoxas, são particularmente expressivos e belos. As guerras iconoclastas não afectaram a arte cristã etíope, única no mundo pelas suas reminiscências bizantinas, influenciadas por uma mescla de hieratismo (sagrado) egípcio e estética africana.
Contra As Imagens
Recusando a proliferação de imagens ícones, surgem na igreja oriental no século VIII, grupos iconoclastas (doutrina que se opõe ao culto de ícones religiosos) inimigos da devoção às imagens que ganha uma ascensão imparável. Os iconoclastas procuram restaurar a ideia de um Deus intangível, irrepresentável que só se pode procurar e encontrar na fé o que provocou tensas controversas e até guerras.
Actualmente, continuamos a chamar a uma pessoa “iconoclasta” quando ela tenta romper “ídolos”, “esquemas estabelecidos”, conceitos radicados na sociedade.
As guerras iconoclastas foram ganhas pelos defensores das imagens. Os bizantinos – herdeiros da cultura helénica que haviam criado belas esculturas dos seus deuses – continuavam fiéis à sua rica tradição. Na arte cristã bizantina, os ícones russos, os ícones da igreja ortodoxas, são particularmente expressivos e belos. As guerras iconoclastas não afectaram a arte cristã etíope, única no mundo pelas suas reminiscências bizantinas, influenciadas por uma mescla de hieratismo (sagrado) egípcio e estética africana.
domingo, dezembro 12, 2010
Eu Quero Morrer no Mar
Olha os meus olhos morena
Porque a aventura é ficar
Se a minha terra é pequena
Eu quero morrer no mar
Lençóis de algas e peixes
De barcos a menear
No dia em que tu me deixes
Eu quero morrer no mar
E se o negro é a tua cor
Respirando devagar
Depois do amor meu amor
Eu quero morrer no mar
António Lobo Antunes
HOJE É DOMINGO
O dia em Santarém está envergonhado, são assim os dias sem sol e completamente cheios de nuvens, daquelas que vêm para ficar. Em compensação, temos feira, aquele espaço em que periodicamente todos se encontram para comprarem e venderem coisas... como no antigamente. Uma "bofetada" aos supermercados, sem carrinhos nem ar condicionado mas é bom e por vezes muito compensador financeiramente. Por isso, agora, vou à feira. Deixo-vos num Café em Pamplona...