Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, outubro 26, 2013
Aos 82 anos de idade, Frederico casou-se com Ana, de 27 que, em consideração ao marido tão idoso, decide que devem dormir em quartos separados.
Terminada a festa do casamento, cada um vai para o seu quarto.
Ana prepara-se para deitar, quando ouve batidas fortes na porta...
As batidas insistem.
Ao abrir a porta, ela se depara com Frederico, com seus 82 anos, pronto pra acção.
Tudo corre bem e após uma relação quente e vigorosa...Frederico despede-se e vai para o seu quarto.
Passados alguns minutos, Ana ouve novas batidas na porta do quarto...
É Frederico, novamente pronto para a acção.
Ela surpreende-se mas deixa-o entrar.
Terminada a relação, Frederico beija-a carinhoso e despede-se, indo pra seu quarto.
Ana prepara-se pra dormir novamente, quando escuta fortes batidas na porta. Espantada, Ana abre e depara-se com... Frederico!!!
Mais do que pronto pra ação, com aspecto vigoroso e renovado.
Diz ela:
- Estou impressionada que em sua idade possa repetir a relação com esta freqüência. Já estive com homens com um terço de sua idade e eles contentavam-se apenas com uma vez. Você, Frederico, é um grande amante!
Desconcertado, ele pergunta:
- O quê!!!???? Mas eu já estive aqui antes???
MORAL DA HISTÓRIA:
- O Alzheimer lá tem suas vantagens!
Não há divórcio sem um casamento feliz... |
UM CASO
DE
DE
DIVÓRCIO
Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei responder-lhe, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui directo para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui directo para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama. Morta.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei responder-lhe, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui directo para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui directo para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama. Morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando há vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco.
PS - Na generalidade dos casos o casamento é das coisas mais difíceis de salvar e grande parte dos que não se afundam continuam mas completamente adornados... até que entram na monotonia da rotina do dia-a-dia. Esta história, absolutamente dramática, apenas pretende fazer passar a mensagem que nem sempre os casamentos são casos perdidos. Alguns divórcios, especialmente nos dias de hoje do casa/descasa, são filhos da precipitação, da leviandade e da irresponsabilidade perante os filhos, quando os há.
Também aqui falo por experiência própria porque fui filho de pais que se divorciaram e para agravar as coisas, litigiosamente.
No entanto, porque se condenam tanto os divórcios colocando neles todo o "odioso" esquecendo os casamentos quantos deles mal pensados e decididos?.
A felicidade através do primeiro casamento realizado em jovem, eu os conheci mas mais com carácter de excepção do que em regra e sabem porquê?
- Biologicamente, o homem foi concebido para ser fiel durante 3 anos, o tempo de procriação e mais dois para protecção dos bebés... O que nós temos que fazer para acrescentar à natureza a nossa qualidade de humanos/pessoas!
- Biologicamente, o homem foi concebido para ser fiel durante 3 anos, o tempo de procriação e mais dois para protecção dos bebés... O que nós temos que fazer para acrescentar à natureza a nossa qualidade de humanos/pessoas!
Io Tu e le Rose - Orieta Berti
E porque não há perdedores sem vencedores aqui tendes a canção que ganhou o Festival de Sanremo de 1967, exactamente esse que determinou a morte de Luigi Trento. O ritmo de valsa terá ajudado à vitória. Hoje banalizados, festivais e concursos eram há 50 anos atrás tão importantes que originavam dramas que foram, neste caso extremo, até ao suicídio.
Episódio Nº 147
Ele nunca ouviu dizer. Mas
histórias sem anjos perdem a graça e o Gordo resolve dar um anjo ao urso,
quando Balduíno chega e repete o que ouvia Luigi dizer acerca do leão:
- Esse monstro que está aqui , respeitável público, foi pegado nas selvas
africanas. É três vezes assassino, já matou
três denodados domadores. Se lembra palavra por palavra do discurso que
Luigi repetia todas as noites. É um assassino… Pois ele irá trabalhar e todos
poderão observá-lo, porém com cuidado. Não se esqueçam que ele já matou três…
O Gordo olha para o
focinho do urso e descobre que ele tem uns olhos meigos de criança e é incapaz
de matar quem quer que seja.
Não é direito que António
Balduíno o chame de assassino. Mas o urso está andando de cabeça para baixo e o
grupo aumenta em torno.
Rosenda lê a mão dos
homens. Eles gostam porque ela faz uma cócega engraçada que dá uma comichão no
corpo. Rosenda sabe ganhar dinheiro. Diz rindo para um mulato pachola:
- Tem uma cabrocha que tá doidinha por você…
O mulato sorri para
Rosenda. Bem que podia ser ela mesmo… Ela vai guardando os níqueis de cruzado.
O Gordo recolhe dinheiro para o urso no chapéu de palha. António Balduíno,
muito elegante com sapatos vermelhos e camisa vermelha faz o elogio do bicho.
A feira se movimenta em redor deles.
Um automóvel está parado
na rua. Enguiçou. O chofer se mete debaixo do carro a procurar motivo da
encrenca. Um homem explica ao grupo.
- Não estou dizendo? Máqui na
não vale de nada… O cavalo Fogoso nunca encrencou. Vocês já viram um cavalo
encrencar?
Antes ele estava contando
a história do cavalo Fogoso que seu cunhado possuía. Ele é contra o cavalo
motor. Faz a apologia do cavalo animal, do carro de boi. Citava a Bíblia.
Jubiabá ouve encolhido. Os
outros cortam a conversa com sinais de aprovação.
Quando Jubiabá chegou eles
contaram o dinheiro que tinham ganho – cinquenta e nove mil reis, uma fortuna –
e ficaram divertindo-se na feira que estava animada.
O urso vai atrás deles. Em
frente à barraca onde Joaqui m bebe,
eles todos param. E ficaram ouvindo o homem que contava a história do cavalo
Fogoso:
- E naquele tempo, quando não tinha aqui lo – aponta o auto encrencado – os homens viviam
muito… Matusalém viveu novecentos anos… Tá na Bíblia.
Tá mesmo – apoia um mulato
claro e velho.
Todo mundo vivia duzentos
anos, trezentos anos. Cem, então, era besteira. Veja na Bíblia…
- Diz que papagaio vive
mais de cem anos…
O homem olhou zangado para
o aparteante. Mas quando viu que era Rosenda fez um sorriso.
sexta-feira, outubro 25, 2013
LUIGI TENCO - CIAO AMOR, CIAO... (1967)
Luigi Tenco concorreu com esta canção ao Festival de Sanremo de 1967 mas o público que votou relegou-a para um 12º lugar.
Luigi não suportou a injustiça, gritante, e deu um tiro na cabeça suicidando-se. Nem a relação amorosa que tinha com Dalida constituiu argumento suficientemente poderoso para estar vivo... caramba!
Árvore Genealógica
- Mãe, vou casar!
- Jura, meu filho ?! Estou tão feliz ! Quem é a moça ?
- Não é moça. Vou casar com um moço. O nome dele é Murilo.
- Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
- Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
- Nada, não.. Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
- Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
- Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
- Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho. Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea...
- E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo ?
- Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
- Tá ! Biscoito... Já gostei dele... Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui ?
- Por quê ?
- Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
- Você acha que o Papai não vai aceitar ?
- Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver... Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade... E olha que espetáculo: as duas metade com bigode.
- Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays.
- Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
- A Bel já tá namorando.
- A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é?
- Uma tal de Veruska.
- Como ?
- Veruska...
- Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
- Mãe !!!...
- Tá..., tá..., tudo bem... Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto...
- Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
- Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
- Quando ele era hétero... A Veruska.
- Que Veruska ?
- Namorada da Bel...
- "Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã. Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
- É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero.
- De quem ?
- Da Bel.
- Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska...
- Isso.
- Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
- Em termos...
- A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito.E dois pais: a Veruska e a Bel.
- Por aí...
- Por outro lado, a Bel...,além de mãe, é tia... Ou tio.... Porque é tua irmã.
- Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
- Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
- Exato!
- Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi...
- Entendeu o quê?
- Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
- Que swing, mãe?!!....
- É swing, sim! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra...
- Mas..
- Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio...
- A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
- Sei!!!... E quando elas quiserem ter filhos...
- Nós ajudamos.
- Quer saber? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide... A única coisa que eu entendi é que...
- Que.. ?
- Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser f...
(Luiz Fernando Veríssimo )
Uma edificante história, envolvendo a luta pela vida, religiosidade, crença e fé. Em São Paulo, um cara passou mal no meio da rua, caiu, e foi levado para o sector de emergência de um hospital particular, pertencente à Universidade Católica, e administrado totalmente por Freiras.
Lá, verificou-se que teria que ser urgentemente operado no coração, o que foi feito com êxito.
Quando acordou, a seu lado estava a Freira responsável pela tesouraria do hospital e que lhe disse prontamente:
- Caro Senhor, sua operação foi bem sucedida e o Senhor está salvo. Entretanto, um assunto precisa sua urgente atenção: como o Senhor pretende pagar a conta do hospital? O Senhor tem seguro-saúde?
- Não, Irmã.
- Tem cartão de crédito?
- Não, Irmã.
- Pode pagar em dinheiro?
- Não tenho dinheiro, Irmã.
- Em cheque, então?
- Também não, Irmã.
- Bem, o senhor tem algum parente que possa pagar a conta?
- Ah... Irmã, eu tenho somente uma irmã solteirona, que é freira, mas não tem um tostão.
E a Freira corrigindo-o:
- Desculpe que lhe corrija, mas as freiras não são solteironas, como o senhor disse. Elas são casadas com Deus!
- Magnífico! Então, por favor, mande a conta pro meu cunhado!
E foi então, que nasceu a expressão: "Deus lhe pague".
- Caro Senhor, sua operação foi bem sucedida e o Senhor está salvo. Entretanto, um assunto precisa sua urgente atenção: como o Senhor pretende pagar a conta do hospital? O Senhor tem seguro-saúde?
- Não, Irmã.
- Tem cartão de crédito?
- Não, Irmã.
- Pode pagar em dinheiro?
- Não tenho dinheiro, Irmã.
- Em cheque, então?
- Também não, Irmã.
- Bem, o senhor tem algum parente que possa pagar a conta?
- Ah... Irmã, eu tenho somente uma irmã solteirona, que é freira, mas não tem um tostão.
E a Freira corrigindo-o:
- Desculpe que lhe corrija, mas as freiras não são solteironas, como o senhor disse. Elas são casadas com Deus!
- Magnífico! Então, por favor, mande a conta pro meu cunhado!
E foi então, que nasceu a expressão: "Deus lhe pague".
ADÃO E EVA
O Antigo Testamento:
Adão e Eva, a “costela”, a “maçã”, a “arca de Noé”(que tem origem em mitos antigos da Babilónia e de outras culturas ainda mais antigas). Esta lenda, com os animais a entrarem na Arca, dois a dois, é encantadora mas a moral da história de Noé é aterradora: Deus tinha os humanos em tão fraca conta que os afogou a todos, incluindo crianças e restantes animais, presumivelmente inocentes…
Tal como Jesus Cristo que remeteu tudo isto para o “baú das velharias”, muitos teólogos afirmam também que estes relatos não são para serem levados à letra mas, de acordo com uma sondagem da Gallup: 50% dos norte-americanos acreditam na “história” da arca de Noé como tendo sido realidade.
Esta percentagem de pessoas que alimentam este tipo de crenças é assustadora não só pelas formas de pensar que induzem mas também porque podem levar ao desprezo de medidas de precaução recomendadas para diminuírem as terríveis consequências destes cataclismos. Muitos “homens santos” da Ásia atribuíram a responsabilidade do tsunami de 2004, não à deslocação de uma placa tectónica mas aos pecados humanos “tão graves” como beber, dançar ou violar uma regra fútil relacionada com o 7º dia da semana. Da mesma forma, muitos clérigos norte-americanos, numa assustadora colecção de seus sermões, atribuíram a causa do furacão Katrina a pecados humanos.
Sarah Palin, candidata a Vice-Presidente dos E.U. pelo partido Republicano afirmou que: -"Se a América invadiu o Iraque foi porque Deus quis"....
O problema de fundo que é levantado pelo Prémio Nobel Richard Dawkins, ateu militante, é saber, do conjunto das Escrituras, quais as que, de acordo com Jesus Cristo, vão para o “baú das velharias” como símbolos ou alegorias e as outras (quais?) que devem continuar a merecer a nossa credibilidade.
Tal como Jesus Cristo que remeteu tudo isto para o “baú das velharias”, muitos teólogos afirmam também que estes relatos não são para serem levados à letra mas, de acordo com uma sondagem da Gallup: 50% dos norte-americanos acreditam na “história” da arca de Noé como tendo sido realidade.
Esta percentagem de pessoas que alimentam este tipo de crenças é assustadora não só pelas formas de pensar que induzem mas também porque podem levar ao desprezo de medidas de precaução recomendadas para diminuírem as terríveis consequências destes cataclismos. Muitos “homens santos” da Ásia atribuíram a responsabilidade do tsunami de 2004, não à deslocação de uma placa tectónica mas aos pecados humanos “tão graves” como beber, dançar ou violar uma regra fútil relacionada com o 7º dia da semana. Da mesma forma, muitos clérigos norte-americanos, numa assustadora colecção de seus sermões, atribuíram a causa do furacão Katrina a pecados humanos.
Sarah Palin, candidata a Vice-Presidente dos E.U. pelo partido Republicano afirmou que: -"Se a América invadiu o Iraque foi porque Deus quis"....
O problema de fundo que é levantado pelo Prémio Nobel Richard Dawkins, ateu militante, é saber, do conjunto das Escrituras, quais as que, de acordo com Jesus Cristo, vão para o “baú das velharias” como símbolos ou alegorias e as outras (quais?) que devem continuar a merecer a nossa credibilidade.
Por Sua Culpa...
Os livros da Bíblia estão cheios de referências misóginas e patriarcais onde as mulheres aparecem como seres inferiores, subordinados, perigosos e pecaminosos. A frase que Jesus recorda como escutada ao rabino do seu povo: “Por culpa da mulher entrou o pecado e por sua culpa morremos todos” é apenas uma de entre muitas.
Os livros da Bíblia estão cheios de referências misóginas e patriarcais onde as mulheres aparecem como seres inferiores, subordinados, perigosos e pecaminosos. A frase que Jesus recorda como escutada ao rabino do seu povo: “Por culpa da mulher entrou o pecado e por sua culpa morremos todos” é apenas uma de entre muitas.
Paulo, Um Misógino (que tem aversão às mulheres)
Ainda que Paulo (São Paulo) se tenha apresentado como discípulo de Jesus Cristo e pregador da sua mensagem e mesmo que tenha sido ajudado por mulheres a fundar e dirigir comunidades cristãs por todo Império Romano, são abundantes as suas cartas com pensamentos misóginos semelhantes aos dos pensadores da sua época.
Judeu de religião, fariseu (facção mais radical) de formação, Paulo considerava a mulher subordinada ao homem, inferior (1 Coríntios 11,3).
Paulo elaborou toda a sua doutrina da salvação sobre o mito do pecado de Adão e Eva. “A cabeça de todo o homem é Cristo e a cabeça da mulher é a do homem”, frase que Raquel recorda a Jesus Cristo, da autoria de Paulo, estabelece uma rígida hierarquia na sociedade dos humanos… Um dos textos mais patriarcais de Paulo aparece na sua primeira carta a Timóteo (2, 11-15).
Um Mito de Consequências Perversas
O mito de Adão e Eva escrito há uns 3.000 anos, no qual Eva desobedece a Deus e faz pecar o Adão, esse mito com que se inicia a Bíblia hebraica e a cristã, onde Deus submete a mulher ao domínio do homem, está na origem do machismo, da descriminação e da violência contra as mulheres que chegou à história do mundo ocidental moldando a cultura judaico-cristã. Naquela mítica Eva estavam todas as mulheres e a partir desse mito original todas foram julgadas, condenadas e menosprezadas. A literatura ocidental de todos os tempos dão conta desse colossal abuso.
Vejamos exemplos:
- No século II, o doutor da igreja, Tertuliano escrevia e pregava:
- “Mulher, deverás ir vestida de luto e andrajos, apresentando-te como uma penitente, alagada em lágrimas redimindo assim a falta de teres feito perder o género humano. Tu eras a porta do inferno, foste tu que rompeste os selos da árvore proibida, a primeira que violaste a lei divina, que corrompeste aquele a quem o diabo não se atrevia a atacar de frente. Tu foste a responsável pela morte de Jesus Cristo.”
- No século IV, o grande teólogo Agostinho pregava: “A mulher é um ser inferior. É uma questão de justiça que as mulheres sirvam os homens como algo que corresponde à ordem natural da humanidade”.
- Nesse mesmo século, Jerónimo, doutor da igreja e tradutor da bíblia para o latim exclamava:
- No século IV, o grande teólogo Agostinho pregava: “A mulher é um ser inferior. É uma questão de justiça que as mulheres sirvam os homens como algo que corresponde à ordem natural da humanidade”.
- Nesse mesmo século, Jerónimo, doutor da igreja e tradutor da bíblia para o latim exclamava:
- “Se a mulher não se submete ao homem, que é a sua cabeça, faz-se culpada do mesmo pecado que um homem que não se submeta a Cristo.”
- No século VI, o bispo Isidoro de Sevilha, declarado santo e considerado no seu tempo “o homem mais douto que apareceu nos últimos tempos” afirmava: “O homem foi feito a causa de si mesmo, a mulher foi criada somente para ajuda do homem.”
- No mesmo século, no Sínodo de Macon (ano 585) debateu-se se,“na hora da ressurreição, as mulheres não teriam que se converter em homens para poderem entrar no céu.”
- No século XI, Marbode, o bispo de Rennes, França, considerado o “rei dos oradores” fazia este panegírico (discurso):
- No século VI, o bispo Isidoro de Sevilha, declarado santo e considerado no seu tempo “o homem mais douto que apareceu nos últimos tempos” afirmava: “O homem foi feito a causa de si mesmo, a mulher foi criada somente para ajuda do homem.”
- No mesmo século, no Sínodo de Macon (ano 585) debateu-se se,“na hora da ressurreição, as mulheres não teriam que se converter em homens para poderem entrar no céu.”
- No século XI, Marbode, o bispo de Rennes, França, considerado o “rei dos oradores” fazia este panegírico (discurso):
- “Das inúmeras armadilhas que nos monta o hábil inimigo, a pior e mais difícil de evitar, é a mulher, planta débil, raiz daninha, fonte de vícios que propaga o escândalo pelo mundo. Oh! mulher, doce maldade, veneno com mel! Quem persuadiu o nosso primeiro pai para que provasse o fruto proibido?... Uma mulher!”
_ NO século XIII, o teólogo mais influente de todos da teologia católica, Tomás de Aquino, escrevia:
_ NO século XIII, o teólogo mais influente de todos da teologia católica, Tomás de Aquino, escrevia:
- Para bem da ordem humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios. por consequência, a mulher, mais débil no que respeita ao vigor da alma e força corporal, está sujeita por natureza ao homem, no qual a razão predomina.O pai tem que ser mais amado do que a mãe e merece maior respeito do que a mãe porque a sua participação na concepção é activa e a da mãe é passiva e material.A mulher é um defeito da natureza, uma espécie de "homenzinho" defeituoso e mutilado. Se nasceu mulher deve-se a um defeito do esperma ou a ventos húmidos.
Episódio Nº 146
SORTE
Não confies em pessoas que te adulam porque tudo é
falso. És ainda ingénua para julgares a todos por ti. Tens um bom coração e não
julgas ninguém mau. Mas tudo isso não inspira grande cuidado porque nasceste
numa boa estrela.
A tua mocidade será uma correnteza de amores e terás
no amor muitas desavenças. Casarás por fim com um rapaz a quem menos
importância darás no princípio e por fim tomará posse no teu coração, que será
o único que amará a vida inteira com verdadeiro afecto.
Darás luz a três lindos bebés, os quais criarás com
muito cuidado e te trarão verdadeira paz ao coração. Viverás 80 anos. Terás
sorte na Lotaria com o nº o4554 – S.U.O.
Rosenda riu. António Balduíno avisou:
- Você vai
parir três vezes…
- Uma cigana
disse que eu ia ter oito filhos. E que ia fazer uma viagem grande. A viagem já
fiz. Vim do Rio para a Baía. Ela acertou.
Mas António Balduíno pensa no pedaço da “SORTE” em que
diz: “a sua mocidade será uma correnteza de amores e terás no amor muitas
desavenças”.
Decididamente ele está enrabichado pela negra. Até
parece que ela fez mandinga com Jubiabá. Jubiabá não veio à feira. Ainda é cedo
para ele.
Hoje é sábado e vai muita gente procurar o pai de
santo. Gente que sofre. Uns doentes que querem remédios para o corpo: feridas,
tuberculose, lepra, moléstias da vida. Jubiabá vai distribuindo folhas e rezas.
Outros vêm porque sofrem traição de mulher, ou porque
desejam uma mulher que não dá ousadia, vêm em busca de feitiços fortes, de
mandinga, de coisa feita. No domingo as ruas amanhecem cheias de mandinga.
Pai Jubiabá protege amores, acaba amores, arranca
mulher da cabeça de homem, bota homem na cabeça de mulher. Sabe segredos de graúdos,
sabe da vida dos pobres, o que é que ele não sabe na sua casinha do morro do
Capa Negro?
Mais tarde ele virá arrimado ao bordão. Já curou
gente, já acertou os negócios de muitas pessoas. Chegará ali onde eles param
agora. O Gordo já chegou com o urso.
António Balduíno atrapalha sempre a vida do Gordo. O
Gordo está muito bem vendendo os seus jornais quando Balduíno chega e arranja
outro negócio. Ele larga os jornais, segue o amigo.
De repente tudo acaba e o Gordo volta a apregoar
jornais com a sua voz sonora e triste. Agora está com esse urso pra cima e pra
baixo. No princípio ele tinha medo do urso. Mas depois se acostumou com o bicho,
e como sua avó já morreu, é todo carinho com o urso que tem comida farta mesmo
que o Gordo fique com fome.
O urso está ali amarrado pelo focinho, pronto para
ganhar a vida. Camponeses se reúnem em redor do Gordo que inventa uma história
para o urso.
Mas ele se encontra com uma dificuldade: urso terá
anjo da guarda?
quinta-feira, outubro 24, 2013
DOS
PSICÓLOGOS...
Um sujeito está numa entrevista para emprego. O psicólogo
dirige-se ao candidato e diz:
- Vou fazer-lhe o teste final para a
sua admissão.
- Perfeito! - diz o candidato.
O psicólogo pergunta:
- Você está numa estrada escura e vê
ao longe dois faróis emparelhados a virem na sua direcção. O que acha que é?
- Um carro. - diz o candidato.
- Um carro é muito vago. Que tipo de
carro? Um BMW, um Audi, um Volkswagen?
- Não dá para saber, não é?
- Hum... - diz o psicólogo, que
continua - Vou fazer-lhe outra pergunta:
- Você está na mesma estrada escura e vê
só um farol a vir na sua direcção. O que é?
- Uma mota - diz o candidato.
- Sim, mas que tipo de mota? Uma
Yamaha, uma Honda, uma Suzuki?
- Sei lá, numa estrada escura, não dá
para saber... (já meio nervoso)
- Hum..., diz o psicólogo. Aqui vai a última pergunta:
- Na mesma estrada escura você vê
novamente um só farol, menor que o anterior, e você apercebe-se que vem mais
lento. O que é?
- Uma bicicleta.
- Sim, mas que tipo de bicicleta?
BTT, estrada, passeio...?
- Não sei.
- Lamento, mas reprovou no teste! - diz o psicólogo.
Aí o candidato dirige-se ao psicólogo
e fala:
- Interessante esse teste. Posso
fazer-lhe uma pergunta também?
- Claro que pode. Pergunte.
- Você está à noite numa rua
iluminada.Vê uma mulher com maqui lhagem
carregada, vestidinho vermelho bem curto, a girar uma bolsinha... o que é?
- Ah! - diz o psicólogo - é uma puta.
- Sim, mas que puta? A sua irmã? A
sua mulher? Ou a puta que o pariu?
MARIA CAREY
Nasceu em 1970 em Long Island. Cantora ,
compositora, produtora musical e actriz norte-americana. Estreou-se no mundo da
música em 1990 e é considerada a cantora de maior sucesso desta década com 5
Prémios Grémmy. Foi considerada a maior vocalista feminina contemporânea de
todos os tempos com mais de 200 milhões de discos vendidos em todo o mundo.
Templo de Jerusalém - Não ficou pedra sobre pedra. |
O Templo de
Jerusalém
O Templo de Jerusalém que Jesus conheceu foi uma construção
grandiosa do rei Herodes levantado sobre as ruínas do primeiro templo do rei
Salomão. A sua superfície correspondia a 1/5 de toda a área amuralhada da
cidade.
Era o centro religioso e financeiro do país, já que era ali que estava o chamado Tesouro do Templo, onde os israelitas entregavam oferendas para o culto. Os poderosos entregavam riquezas de valor incalculável em objectos preciosos eem
dinheiro. O Tesouro fazia também as funções de um Banco e
muitas famílias depositavam ali os seus bens para que lhos guardassem,
especialmente famílias da aristocracia e da casta sacerdotal o que fazia do
Templo a instituição mais importante do país.
Era o centro religioso e financeiro do país, já que era ali que estava o chamado Tesouro do Templo, onde os israelitas entregavam oferendas para o culto. Os poderosos entregavam riquezas de valor incalculável em objectos preciosos e
Em todos os relatos evangélicos em que Jesus aparece no
Templo, vemo-lo sempre numa atitude crítica a tudo quanto ali acontecia.No final da sua
vida, com seu gesto audaz de chicotear os cambistas que operavam no átrio do
Templo fazendo operações financeiras que enriqueciam a casta sacerdotal, Jesus
assinou a sua sentença de morte.
Não Ficou Pedra Sobre Pedra
Uns quatro séculos
antes de Jesus a comunidade samaritana separou-se definitivamente da judia e
construiu o seu próprio templo em Garizim, concluindo, assim, um cisma
religioso entre as duas comunidades. A partir daí as tensões foram sempre
aumentando e nos tempos de Jesus a inimizade era muito profunda. Estava
expressamente proibido que judeus e samaritanos se casassem porque os judeus
consideravam os samaritanos impuros, pagãos e até estrangeiros apesar de ambos
serem do mesmo sangue.
O templo de Garizim foi rival do de
Jerusalém e em 129 AC
foi destruído pelo rei judeu Juan Hircano. Em represália, quando Jesus ainda
era criança, os samaritanos regaram com sangue os ossos dos mortos do templo de
Jerusalém profanando-o.
É neste contexto de tensões
religiosas que Jesus falou, livre e amistosamente o que causou
escândalo entre os do seu próprio Movimento.
Nessa ocasião, Jesus disse à mulher
samaritana que a Deus não se adora em nenhum Templo mas sim nas relações humanas de
justiça e de equi dade o que até ao
dia de hoje é recusado pelas hierarqui as
das igrejas cristãs que continuam construindo templos dispendiosos e ensinando
que é aí nesses espaços “sagrados” que as pessoas encontram Deus. Naturalmente,
porque é nos templos que se recolhem as esmolas, os dízimos, se recebem os
donativos e se controlam as consciências.
Episódio Nº 145
Ele, negro valente e
decidido, desde criança pensara em ter um A B C que contasse aos outros negros
a sua história cheia de lances de coragem.
Se ele fosse engolido
agora pelas águas, não contariam a sua história. Um negro valente não se mata a
não ser para não se entregar à polícia. E um homem de 26 anos ainda tem muito
para viver, ainda tem que brigar muito para merecer um A B C.
Mas o mar é um convite.
Ali está o caminho de casa. Vem de Maria Clara um cheiro de maresia. Ela fala
do mar, conta casos acontecidos com mestres de saveiros, histórias de
naufrágios e de mortes.
Fala em seu pai que foi
pescador e desapareceu numa jangada no meio do temporal. Dela vem o cheiro do
mar. Nela o mar está sempre presente, é amigo e inimigo e já se incorporou
nela.
No negro António Balduíno
nada se incorporou. Já foi tudo e não é nada. Sabe que luta e precisa de lutar
ainda mais. Porém tudo isto muito esfumadamente dentro dele.
A sua luta é uma luta
perdida. Ele o sente nos nervos que afrouxaram. Como se desse socos no ar. E
agora o mar o chama, como na vinda o chamavam os lábios de Maria Clara.
Mestre Manuel aponta. Ao
fundo aparecem as luzes da Baía. O vento voa em redor das suas cabeças. E traz
todo o perfume de mar que está no corpo de Maria Clara. As luzes da Baía
faíscam como uma salvação.
Rosenda Rosedá ficou na
casa do Gordo. Jubiabá veio de noite e eles beijaram sua mão. O negro velho se
acocora a um canto. A luz do fifó bate em cheio na sua cara enrugada.
Na casa do Gordo não tem
luz eléctrica. O Gordo sorri na alegria de ver o amigo. Todos ouvem as
histórias de António Balduíno.
O urso dorme a um canto. E
resolvem que no outro dia irão todos para a feira de Água dos Meninos, para ver
se ganham algum dinheiro com o trabalho do urso.
Descem para a “Lanterna
dos Afogados” onde se embriagam. Depois António Balduíno leva Rosenda Rosedá
para o areal e a ama diante do mar.
Mas ela se queixa da areia
que se meteu no seu cabelo alisado a ferro. O negro ri com gosto. O vulto dos
guindastes no cais.
A feira das Águas dos
Meninos começa na noite de sábado e se estende pelo Domingo até ao meio-dia.
Porém na noite de sábado é que é bom. Os canoeiros atracam as suas canoas no
Porto da Lenha, os mestres de saveiro deixam os seus barcos no pequeno porto,
homens chegam com animais carregados, as negras vêm vender mingau e arroz doce.
Bondes passam perto cheios
de gente. Todo o mundo vem à feira de Água dos Meninos. Uns vêm para comprar
mantimentos para a semana, outros vêm pelo prazer do passeio, para comer
sarapatel, para tocar violão, para arranjar mulher.
A feira de Água dos
Meninos é uma festa. Festa de negro, com música, violas, risadas e brigas. As
barracas se estendem em
filas. Porém a maior parte das coisas não está nas barracas.
Está em grandes cestos, em caçuás, em caixotes.
Camponeses de chapéu largo
de palha, sentados ao lado, conversam animadamente com os fregueses. Raízes de
macheira e de inhame, montes de abacaxis, laranjas e melancias.
Tem todas as espécies de
bananas na feira da Água dos Meninos. Tem de tudo na feira. Um homem que tira
sorte com um periquito. Custa duzentos reis cada sorte. Rosenda Rosedá tirou a
sua. Dizia o seguinte: