sexta-feira, junho 02, 2017

A sua expressão testemunha a loucura de que é possuído.
Trump, o grande 

líder...
                                                                                                  



O homem tem, inquestionavelmente, a qualidade da coerência. Ele “vende-se” tal como se “anuncia”, nada de surpresas, tudo absolutamente previsível como agora acabou de se verificar a propósito das medidas a tomar para diminuir o impacto da actividade económica do mundo na degradação das condições climáticas, adoptadas por todos os países do planeta dos quais ele excluiu a América. Ele nega a ciência, nega as evidências

Uma sociedade que se deixa enganar por um demagogo ignorante, ricalhaço e birrento que se apresenta com um ovo estrelado na cabeça e cujo discurso não passa de “meia dúzia” de palavras bolorentas de velhas e ressequidas é, reconheço, demasiado castigo para uma América que, na realidade, nem o queria.

Vai ficar na história daquele grande país pelas piores razões que prejudicam o mundo inteiro no futuro a favor do interesse imediato de duas empresas de exploração de combustíveis.

A minha esperança é que ainda se vá a tempo de evitar o pior porque não acredito que venha a ser reeleito e até lá haverá tempo de reconsiderar sobre as consequências das suas decisões.

O seu tweeter, no qual regista diária e telegraficamente, os seus pensamentos, mesmo que sejam palavras sem significado inventadas por um cérebro doentio, é um testemunho, senão da sua insanidade mental, pelo menos, da sua perigosa ausência de bom senso que passa pela construção de muros a separar países ou o encerramento das fronteiras aos emigrantes oriundos de países islâmicos do norte de África...

Trump é um indesejado aos olhos do mundo e não só. A sua esbelta mulher, recrutada no seu stock de candidatas a Miss Universo, programa do qual era apresentador na televisão, recusou dar-lhe a mão quando desfilava a seu lado, como as imagens que correram mundo mostraram, como que dizendo:

- “És o meu dono mas não o meu namorado...”

Os eleitores que o levaram á presidência contra a vontade da maioria dos americanos -  menos de cerca de três milhões de votos que a sua rival mas tendo a seu favor o sistema eleitoral americano, deviam colocar uma gravata preta em sinal de luto e arrependimento a contracenar com a sua enorme e bizarra gravata encarnada com que ele se apresenta.

Ficou sozinho contra o resto do mundo ao não subscrever o Acordo de Paris de proteção às alterações climáticas o que não o deve importunar nada dada a sua arrogância e desprezo pelos outros.

Este homem é mal formado e perigoso dado o poder que tem como Presidente da maior potência militar do mundo e a sua eleição só pode ser fruto dos tempos que vivemos, da confusão das ideias no baralhar dos valores.

Para ele, impera o interesse dos milhões que o guiam como o mais importante farol da sua vida.

É certo que seria preciso mudar a política mundial de décadas, a mesma que trouxe o aquecimento global, o degelo das calotes polares, a subida dos mares, o futuro desaparecimento de ilhas e litorais e em situações destas toda a humanidade fica prejudicada mas uns mais do que os outros. Os ricos, como todos sabemos, entre os quais, destacadamente, se encontra Trump, safam-se sempre melhor...

Trump não é um líder mundial. Para isso faltam-lhe qualidades como homem e estofo de político como personalidade. Na realidade, não passa de um “reles” e vaidoso milionário...

quinta-feira, junho 01, 2017

Belém - Palestina
A actual Nazaré
Nazaré

Ontem e Hoje 











Nazaré era um recanto desconhecido da terra de Israel, nunca mencionado no Antigo Testamento ou por qualquer outro escritor ou historiador da antiguidade. No tempo de Jesus era uma pequena aldeia em que viviam duas dezenas de famílias. Por estar situada numa colina, os habitantes usavam como casas as cavernas escavadas nas encostas.

Hoje, por influência do cristianismo, Nazaré é a capital da Galileia, a cidade com mais população árabe de Israel, com 60 000 habitantes, dois terços muçulmanos e os restantes cristãos.

O edifício mais visível da actual e moderna Nazaré é a Basílica da Anunciação, construída sobre muros de pedra do século IV que são venerados como os restos da caverna onde viveu Maria e sua família.

Conserva-se também na Nazaré a fonte que desde sempre abasteceu a aldeia onde Maria ia buscar água. A fonte está dentro de uma igreja ortodoxa grega, pequena, dedicada ao Arcanjo Gabriel. 

quarta-feira, maio 31, 2017

Os "espadas" dos meus tempos de rapaz que nos faziam deslumbrar os olhos...




O ALEIJADINHO



Num circo, durante a apresentação , um leão escapou da jaula e foi para cima do público.

As pessoas começaram a correr de um lado para o outro, enquanto um aleijadinho, numa cadeira de rodas, se esforçava para sair dali.


Alguns, ao verem o pobre deficiente, gritavam para que alguém lhe acudisse:


- Olha o aleijado!!! Olha o aleijado!!


E o aleijado girava cada vez mais rapidamente na sua cadeira.
- Olha o aleijado!!! Olha o aleijado!!!


E o aleijado, sem agüentar mais gritou:

- VÃO-SE TODOS FODER, SEUS FILHOS DA PUTA!!! DEIXEM O LEÃO ESCOLHER SOZINHO, PORRA!!!

             Fui às sortes e safei-me

                   

terça-feira, maio 30, 2017

O Amor Romântico e a 


Religião




















Helen Fisher, uma das mais reputadas antropólogas norte-americanas, Profª. na Rutgers University, chama a atenção para uma evidência que é a desproporcionada dimensão dos nossos sentimentos amorosos comparado com o que seria o estritamente necessário.

Vejamos, do ponto de vista de um homem, por exemplo, é pouco provável que uma mulher sua conhecida seja cem vezes mais encantadora do que a sua concorrente mais próxima e, no entanto, é assim que ele provavelmente a descreve quando está apaixonado por ela.

Seria mais racional uma qualquer espécie de “poliamor” do que esta devoção fanaticamente monógama a que somos tão susceptíveis.

Aceitamos perfeita e alegremente amar mais que um filho, gostar de mais que um vinho, uma música, um livro ou um desporto, etc., mas não achamos estranho a total exclusividade que esperamos do amor conjugal.

Porquê? Tem de haver uma razão.

Hellen Fisher e outros demonstraram que o estar apaixonado se faz acompanhar de estranhos e invulgares estados cerebrais que incluem a presença de químicos que actuam no sistema neurológico, verdadeiras drogas naturais características desse estado.

Os psicólogos da evolução concordam que este comportamento irracional pode ser um mecanismo que assegura a fidelidade de um co-progenitor o tempo suficiente para criarem juntos a criança.

Do ponto de vista darwiniano, é importante escolher um bom parceiro mas depois da escolha estar feita, mesmo que ela seja má, é mais importante assumir a escolha e arrostar com todas as adversidades, pelo menos até a criança estar desmamada.

Será a religião irracional um subproduto dos mecanismos de irracionalidade, que por via da selecção, foram originariamente incorporados no cérebro com vista ao enamoramento?

É verdade que a fé religiosa tem aspectos em comum com o enamoramento e ambas têm muitas das características da euforia induzida por uma droga viciante, no entanto, o neuropsiquiatra John Smythies adverte que existem diferenças significativas entre as áreas do cérebro activada pela religião e o enamoramento, mas também observa algumas semelhanças.

Uma das muitas facetas da religião é o amor intenso centrado numa pessoa sobrenatural, ou seja, em Deus, acompanhado pela veneração de ícones (palavra que vem do grego “eikon” e significa imagem) dessa pessoa.

A vida humana é, em grande parte, impelida pelos nossos genes egoístas e por processos de reforço e este é grande no caso da religião: sentimentos reconfortantes e calorosos por sermos amados e protegidos num mundo perigoso, pela perda do medo da morte, auxílio vindo não se sabe de onde em resposta a preces em tempos difíceis, etc.

Da mesma maneira, também o amor romântico por outra pessoa apresenta a mesma concentração intensa no outro e reforços positivos correlacionados.

Também estes sentimentos podem ser desencadeados por íconos da pessoa amada: cartas, fotografias, madeixas de cabelo para além de se fazer acompanhar de manifestações fisiológicas como, por exemplo, suspirar longa e repetidamente.

Esta semelhança numa relação de amor por outra pessoa e por Deus está bem patente no relato de um padre católico sobre os seus primeiros tempos de sacerdócio em que recorda a exaltação dos primeiros meses em que teve o poder de rezar missa:

-“ Normalmente lento e preguiçoso a levantar-me de manhã, agora saltava cedo da cama bem desperto e muito entusiasmado só de pensar no momentoso acto em que tinha o privilégio de desempenhar…”

- “ O tocar o corpo de Cristo, a proximidade entre o padre e Jesus, era o que mais me fascinava. Olhava fixamente para a hóstia, depois das palavras da consagração, de olhar lânguido como um amante que mira os olhos da sua amada…”

- “ Esses primeiros tempos de padre permanecem na minha memória como dias de realização e de fremente felicidade; algo de precioso e ao mesmo tempo demasiado frágil para durar, como um caso amoroso cedo interrompido pela realidade de um casamento incompatível.”

É conhecida a famosa visão orgástica/mística de Santa Teresa de Ávila representada numa bela escultura em mármore de Bernini, para a Capela do Cardeal Frederico Cornaro e que encima, à direita, este texto.

É uma escultura da arte barroca que representa Santa Teresa, plena de sensualidade e movimento, ferida por uma seta de amor divino disparada por um anjo que bem nos lembra Cupido.

O biólogo Lewis Wolpert adianta uma sugestão que pode ser vista como uma generalização da ideia de “irracionalidade construtiva”.

Sustenta ele que para um espírito inconstante, uma convicção irracionalmente poderosa funciona como protecção:

- “Se as crenças capazes de salvar vidas não fossem fortes, isso teria sido desvantajoso nos primórdios da evolução humana. Teria sido uma séria desvantagem, por exemplo, ao caçar ou ao fabricar ferramentas, estar sempre a mudar de ideias”.

Por outras palavras, em determinadas circunstâncias é preferível insistir numa crença irracional do que hesitar, mesmo que nova evidência ou o raciocínio aconselhem a mudança.

No seu livro Social Evolution, Robert Trivers, desenvolveu a sua teoria de auto-ilusão que consiste em:

- “Esconder a verdade do plano consciente a fim de melhor a ocultar dos outros. Dentro da nossa espécie reconhecemos que olhos esquivos, mãos transpiradas e voz rouca podem ser sinal da tensão própria de quem conscientemente sabe que está a tentar enganar alguém. Ao tornar-se inconsciente da sua mentira, aquele que engana esconde do observador estes sinais. Ele ou ela podem mentir sem o nervosismo que acompanha o engano.”

O antropólogo Lionel Tiger diz algo parecido sobre este tipo de “irracionalidade construtiva”sobre a qual temos vindo a reflectir:

-“ Os humanos têm uma tendência consciente para verem aquilo que querem ver e, literalmente, dificuldade em ver coisas que tenham conotações negativas, ao passo que vêm com muita facilidade as positivas.”

A pertinência que isto tem para a religião é óbvia, nomeadamente no que tem a ver com tomar os desejos pela realidade.

Richard Dawkins defende a teoria geral de que a religião é um subproduto acidental, um tiro falhado de algo útil mas, sobre esta teoria, continuaremos no próximo texto uma vez que já não se enquadra no título que demos a este.




O  rosto mais próximo do que teria sido o de Jesus da Nazaré







Até ao séc. V foi prática habitual na cristandade ordenar as mulheres como diaconisas (mulheres de conduta irrepreensível chamadas a participar dos serviços da igreja), um grau inferior ao dos sacerdotes com algumas funções na liturgia e na vida da igreja, embora estas funções fossem mais limitadas que as dos diáconos. A partir deste século esta prática desapareceu.

Em várias igrejas protestantes (luterana, anglicana, morava, episcopaliana, etc.) as mulheres começaram recentemente a ascender ao sacerdócio. A igreja católica é mais relutante nesta mudança.

A questão da ordenação das mulheres na igreja católica ganhou força nos meados do século XX pelo decréscimo das vocações sacerdotais. A igreja católica nos E.U. reflectiu pioneiramente sobre a conveniência do sacerdócio feminino.

As primeiras ordenações de mulheres na igreja anglicana, em Março de 1994, em Inglaterra, deram mais força ao debate. Em Carta Apostólica de Maio de 1994, o Papa João Paulo II quis deixar encerrado este assunto ao afirmar textualmente:“Declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este ditame deve ser considerado como definitivo para todos os fiéis”.

Em 1995, a Congregação para a Doutrina de Fé ratificou esta posição na Carta Apostólica “Ordenato Sacerdotalis” para tirar todas as dúvidas sobre uma questão de grande importância respeitante mesmo à constituição divina da Igreja.

Neste documento diz-se que a exclusão das mulheres do sacerdócio deve ser sempre respeitado, em todo o lado e por todos os fiéis na medida em que se trata de uma “questão de fé”. É uma recusa contundente já que, a expressão “questão de fé” representa o grau máximo da certeza teológica anterior á declaração oficial de um “dogma católico”. De facto, indica que essa doutrina se considera infalível e, por isso, garante que nenhum outro Papa a pode anular.

Por todos estes indícios doutrinais, deve entender-se que o sacerdócio das mulheres é um assunto arrumado entre os católicos.

Perante “este cerrar de portas”, a pergunta é: vale a pena lutar pelo sacerdócio feminino na igreja católica? Se as mulheres acederem hoje ao sacerdócio católico, tal como o conhecemos, transformá-lo-iam ou seria elas as transformadas?Contribuiriam as mulheres para a mudança ou simplesmente serviriam para alimentar com nova seiva um modelo contrário à mensagem de Jesus e do seu Movimento por separar o sagrado do profano e estabelecer uma hierarquia poderosa que Jesus recusou e o seu Movimento desconheceu?O que está claro é que Jesus estava contra qualquer sacerdócio fosse ele masculino ou feminino.

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