A greve geral do Sr.Carvalho da Silva
A GREVE GERAL DO SR. CARVALHO DA SILVA
O Secretário-geral da CGTP assume um tão grande protagonismo no antes e depois das Greves, envolve-se nelas com tal empenhamento que mais parece o general que decide uma guerra em que cada grevista corresponde a uma baixa no inimigo.
Nunca admite a derrota porque mesmo que apenas um trabalhador aderisse à greve esse seria a expressão comprovativa de que a justa luta dos trabalhadores triunfa sempre.
Parece, realmente, haver qualquer coisa de dogmático no entendimento que o Sr. Carvalho da Silva tem sobre as greves que decide embora, desta vez, as más-línguas tenham até sugerido que ela teria sido “assoprada” pela direcção do PCP.
Seja como for, o Secretário-Geral da CGTP assume sempre por inteiro a paternidade porque toda a greve é, para ele, a voz ou o grito da classe operária contra a tirania do patronato seja ele o Estado ou Privado.
No rescaldo desta última greve a novidade de que a CGTP não esgrimiu, ao contrário do governo, com números para comprovar que a greve tinha tido uma dimensão nacional e assim fomos poupados ao ridículo de uma disparidade tão grande que não abonava a favor de qualquer uma das partes.
Na actual conjuntura parece-me que a greve, exceptuando situações de carácter muito excepcional, que está longe de ser o caso, já não funciona como factor de pressão a favor da defesa dos interesses dos trabalhadores.
Vejamos:
- No sector público estão a ser feitas reformas que todas as pessoas de bom senso neste país há muito tempo reclamavam não só como necessárias mas também indispensáveis:
-O número de funcionários, a sua distribuição pelos vários sectores do Estado, o tratamento de que eram alvo ao nível das carreiras, das promoções, dos vínculos, das remunerações, tudo isto teria inevitavelmente que levar uma grande volta porque a situação em que se vivia, de uma maneira geral, era a mesma dos últimos trinta anos e relativamente a muitos aspectos até mais, ao longo dos quais toda a sociedade mudou profundamente.
No sector privado o mundo também já é outro e o nosso tecido económico, que durante umas dezenas de anos alimentou um emprego de mão-de-obra barata e de baixa qualificação cuja mais valia pouco adiantava ao valor final do produto, estava condenado desde o princípio ferido de morte pelo encerramento de empresas inviáveis por uma concorrência impiedosa, com deslocalizaçõe ou sem elas o que, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer em alguns casos com data anunciada.
A globalização, primeiro ao nível da entrada dos chamados países de leste na CEE com níveis de vida muito mais baixos do que o nosso e logo de seguida com o incremento do comércio com a China, constituíram os grandes factores de mudança dos quais não havia como fugir.
Será que a esta necessidade de ter que “Começar de Novo”, no Público e no Privado, o melhor que as organizações dos trabalhadores têm para oferecer é greves gerais?
Concordo que com Sindicatos virados para o passado cujas “caras” continuam a ser as mesmas que todos nós conhecemos de há 20 anos a esta parte não haja grandes novidades a esperar.
Eles próprios são o rosto da resistência à mudança e assim sendo ficam as boas vontades, o empenhamento, o esforço na acção mas qualquer coisa de essencial se perde que poderia jogar a favor do futuro dos trabalhadores e consequentemente do país.
O Secretário-geral da CGTP assume um tão grande protagonismo no antes e depois das Greves, envolve-se nelas com tal empenhamento que mais parece o general que decide uma guerra em que cada grevista corresponde a uma baixa no inimigo.
Nunca admite a derrota porque mesmo que apenas um trabalhador aderisse à greve esse seria a expressão comprovativa de que a justa luta dos trabalhadores triunfa sempre.
Parece, realmente, haver qualquer coisa de dogmático no entendimento que o Sr. Carvalho da Silva tem sobre as greves que decide embora, desta vez, as más-línguas tenham até sugerido que ela teria sido “assoprada” pela direcção do PCP.
Seja como for, o Secretário-Geral da CGTP assume sempre por inteiro a paternidade porque toda a greve é, para ele, a voz ou o grito da classe operária contra a tirania do patronato seja ele o Estado ou Privado.
No rescaldo desta última greve a novidade de que a CGTP não esgrimiu, ao contrário do governo, com números para comprovar que a greve tinha tido uma dimensão nacional e assim fomos poupados ao ridículo de uma disparidade tão grande que não abonava a favor de qualquer uma das partes.
Na actual conjuntura parece-me que a greve, exceptuando situações de carácter muito excepcional, que está longe de ser o caso, já não funciona como factor de pressão a favor da defesa dos interesses dos trabalhadores.
Vejamos:
- No sector público estão a ser feitas reformas que todas as pessoas de bom senso neste país há muito tempo reclamavam não só como necessárias mas também indispensáveis:
-O número de funcionários, a sua distribuição pelos vários sectores do Estado, o tratamento de que eram alvo ao nível das carreiras, das promoções, dos vínculos, das remunerações, tudo isto teria inevitavelmente que levar uma grande volta porque a situação em que se vivia, de uma maneira geral, era a mesma dos últimos trinta anos e relativamente a muitos aspectos até mais, ao longo dos quais toda a sociedade mudou profundamente.
No sector privado o mundo também já é outro e o nosso tecido económico, que durante umas dezenas de anos alimentou um emprego de mão-de-obra barata e de baixa qualificação cuja mais valia pouco adiantava ao valor final do produto, estava condenado desde o princípio ferido de morte pelo encerramento de empresas inviáveis por uma concorrência impiedosa, com deslocalizaçõe ou sem elas o que, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer em alguns casos com data anunciada.
A globalização, primeiro ao nível da entrada dos chamados países de leste na CEE com níveis de vida muito mais baixos do que o nosso e logo de seguida com o incremento do comércio com a China, constituíram os grandes factores de mudança dos quais não havia como fugir.
Será que a esta necessidade de ter que “Começar de Novo”, no Público e no Privado, o melhor que as organizações dos trabalhadores têm para oferecer é greves gerais?
Concordo que com Sindicatos virados para o passado cujas “caras” continuam a ser as mesmas que todos nós conhecemos de há 20 anos a esta parte não haja grandes novidades a esperar.
Eles próprios são o rosto da resistência à mudança e assim sendo ficam as boas vontades, o empenhamento, o esforço na acção mas qualquer coisa de essencial se perde que poderia jogar a favor do futuro dos trabalhadores e consequentemente do país.