Memórias Futuras
Olhar o futuro pelo espelho retrovisor da história. Qual história? Que futuro?
sábado, maio 19, 2012
Num juízo de uma pequena cidade, o advogado de acusação chamou
a sua
Aproximou-se da testemunha e
perguntou: "Sr.ª Ermelinda, a senhora conhece-me?"
Resposta:
-Claro que te conheço. Conheço-te
desde pequenino e, francamente, desiludiste-me. Mentes descaradamente, enganas a
tua mulher, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas
costas. Julgas que és uma grande personalidade quando nem sequer tens inteligência
suficiente nem para ser varredor. Claro que te
conheço.
O advogado ficou branco, sem saber
que fazer. Depois de pensar um pouco, apontou para o outro extremo
da sala e perguntou:
-Sr.ª Ermelinda conhece o defensor
oficioso?
Responde a
velhinha:
-Claro que sim. Também o conheço
desde a infância. É frouxo, tem problemas com a bebida, não consegue ter uma
relação normal com ninguém e na qualidade de advogado bem, aí......é um dos
piores que já vi. Não
esqueço também de mencionar que engana a
mulher com três mulheres diferentes, uma das quais, curiosamente, é a tua mulher. Sim,
conheço-o. Claro que sim.
O defensor ficou em estado de
choque. O juiz, então, pediu a ambos os advogados que se aproximassem do estrado e
com uma voz muito ténue diz-lhes:
-Se a algum dos dois ocorrer
perguntar à puta da velha se me conhece juro-vos que vos farei a vida negra, seus
palhaços.
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CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 102
Parêntesis da Advertência
Logo que o coronel trouxera e instalara
Glória na cidade – contou João Fulgêncio verdadeiro repositório de sucessos e
de histórias de Ilhéus – na melhor de suas casas, aquela onde, antes de
mudar-se para a capital, habitava sua família, escandalizando as solteironas,
Antoninho Bastos, tabelião, marido de mulher ciumenta e pai de duas lindas
crianças, rapaz tão elegante que aos domingos usava colete, o Don Juan da terra,
o filho bem-amado do coronel Ramiro Bastos, andara botando olhos compridos na
mulata.
Não se tratava da repetição do idílio de
Juca Viana e Chiqui nha. Já ouvira
Josué falar nessa antiga história? Mais tristes do que cómicos era um tanto
macabro esse humor ilheense.
No caso recente, não houvera passeios
pela praia, nem mãos dadas nas pontes do porto, não se arriscara ainda Tonico a
empurrar a porta nocturna de glória. Apenas dera de aparecer pelas tardes,
frequentemente em casa da rapariga, com presentinhos de bom-bons comprados no
bar do Nacib, a perguntar-lhe pela saúde ou se de algo necessitava. E olhares
caídos e palavras açucaradas. Daí não passara ainda mestre Tonico.
Tradicional amizade ligava o coronel
Coreolano á família Bastos. Ramiro Bastos baptizara-lhe um filho, eram
parceiros políticos, viam-se sempre. Disso aproveitava-se Tonico para explicar
à esposa, a gordíssima e ciumentíssima D. Olga, ser obrigado pelos laços de
afeição e de interesse político que o ligavam ao coronel, aquelas suspeitas
visitas, após o almoço, à casa mal habitada. D. Olga arfava o peito monumental,
ameaçava:
-
Se você é obrigado a ir, Tonico, se o coronel lhe pede, vá, por mim não se
acanhe. Mas tome sentido! Se eu souber de alguma coisa, ah!, se eu souber…
_ Nesse caso, filha, pra ficar
desconfiada, é melhor eu não ir. Só que prometi a Coreolano…
Língua de mel, esse Tonico como dizia o
Capitão. Para D. Olga não havia homem mais puro, pobre dela! Perseguido pelas
mulheres todas da cidade, raparigas, moças solteiras, mulheres casadas, marafonas
todas elas, sem excepção.
No entanto, por via das dúvidas, para
evitar que ele caísse na tentação, trazia-o sob controle. Mal sabia ela…
Assim, com paciência bombons, ia Tonico
“preparando a cama onde deitar-se”, como já se murmurava na Papelaria e no bar.
Mas antes de suceder o que certamente sucederia, o coronel Coriolano soube das
visitas, dos caramelos, dos olhares mortos. Apareceu inesperadamente em Ilhéus,
num meio de semana, entrou pela porta da casa de Tonico – onde também estava
instalado do cartório, cheio de gente àquela hora.
Antoninho Bastos acolheu o amigo com
expressões ruidosas e palmadinhas nas costas, sendo, como era, homem
extremamente cordial e simpático. Coriolano deixou agradar-se, aceitou a
cadeira, sentou-se, batia com o rebenque nas botas sujas de lama, disse sem
elevar a voz:
- Seu Tonico, chegou aos meus ouvidos que vosmicê está-se bandeando prós
lados da casa da minha afilhada. Eu prezo muito a sua amizade, seu Tonico. Lhe
vi menino em casa de compadre Ramiro. Por isso vou dar um conselho a vosmicê,
conselho de amigo velho: não apareça mais por lá. Eu apreciava também muito
Juca Viana, filho do finado Viana, meu companheiro de pocker, vi Juca pequenino
também. Vosmicê se lembra do que sucedeu com ele? Coisa de lastimar, coitado,
ele foi-se meter com mulher dos outros…
Havia um silêncio aflito no escritório,
Tonico gaguejou:
-
Mas, coronel…
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JESUS CRISTO Nº 50 SOBRE O TEMA:
“ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE”
RAQUEL - Da Nazaré, Emissoras Latinas, cobrindo a segunda
vinda de Jesus Cristo à terra. Seus pontos de vista têm despertado um interesse
crescente no nosso público. Todos
os dias temos novas questões para lhe colocar.
JESUS – Pois coloca-as.
RAQUEL - Vários ouvintes querem saber se os apóstolos eram
ou não casados…
JESUS - Que me lembre, todos eram casados, todos
tiveram esposas e tiveram filhos ... não sei mesmo se algum teria sido casado mais de uma vez ...
Os homens casavam-se muito jovens e se viúvos, casavam novamente…
RAQUEL - E se
divorciavam?... não, é claro, que não poderiam divorciar-se!
JESUS - Claro que podiam. No meu tempo, a lei religiosa permitia o divórcio.
RAQUEL – Então, o senhor foi o único que mudou a lei e proibiu
o divórcio e decidiu que o casamento é indissolúvel, para toda a vida. O senhor
disse: “Até que a morte os separe”.
JESUS – O que disseste que o “o senhor disse”?
RAQUEL - O senhor disse, "até que a morte vos separe”;
JESUS – Não, estás errada. O que eu disse foi: "O
que Deus uniu que não o separe o varão” Eu
não era contra o divórcio, eu era contra aqui lo
que tu disseste no outro dia quando ligaste…
RAQUEL - Machismo?
JESUS – Isso
mesmo. No meu tempo os homens
eram... eram um império. Repudiavam
as suas mulheres por qualquer motivo. Se
ela queimou as lentilhas, se ela saiu sem sua permissão, se ela falava com o
vizinho... tudo isto servia para o divórcio. E uma mulher divorciada, sozinha,
sofria muito, tinha problemas para ganhar a vida, ignoravam-na… Eu não era
contra a divórcio, eu era contra o sexismo!
RAQUEL - Então o senhor concorda que se um casal tem
conflitos, graves conflitos e não se entendem, podem divorciar-se?
JESUS - Sim. Mas o divórcio não pode ser decidido pelo homem, por capricho seu.
RAQUEL - Nem da
mulher tão pouco…
JESUS - Claro que não. Entre os dois
devem conversar e decidir. Se eles vêem que não podem, se não são mais felizes,
devem separar-se.
RAQUEL - E após o divórcio, o senhor concordaria em se casarem de
novo?
JESUS - Por que não? A vida continua. Deus é
a vida.
RAQUEL - E os filhos? Não
é terrível para as crianças ficaram sem pai nem mãe, porque ela decidiu se
divorciar?
JESUS - Sim, é terrível. Mas eu acho que seria pior
para eles verem ódio, conflitos e maus exemplos em casa, não achas?
RAQUEL - E uma mulher que sofre maus tratos, o que deve fazer? Virar a outra face? Rezar para que o homem mude? Esperar para salvar o seu casamento?
JESUS - Não, salvar-se a ela. Essa mulher deve sair, sair, e
não olhar para trás.
RAQUEL - Confesso,
Jesus Cristo, que sinto um grande alívio. Pessoalmente,
vou-te dizer, que eu tinha um marido abusador… insuportável. Tive de me separar. Acho que muitas das nossas ouvintes
também se sentem aliviadas.
JESUS - E
por isso entenderão o que eu digo. Tu
não podes imaginar o que custou a compreender tudo isto a Tiago, João e André ...
E Pedro, o pior de todos… por isso eu lhe chamei algo como Pedra! ... Teimoso, o apegado às suas ideias, um grande
machista.
RAQUEL- É por isso que o Papa de Roma, que se diz ser o herdeiro
de Pedro, é tão duro com as mulheres?
O que acham, amigos e, sobretudo, amigas das Emissoras Latinas? Raquel
Perez, em Nazaré.
sexta-feira, maio 18, 2012
Estes sons que nos transportam, felizmente pelas mesmas pessoas, aos tempos da nossa juventude. Londres, perante 15.000 admiradores, Cliff Richard ande The Shadows, na comemoração do seu 50º aniversário.
É lindo o amor no Alentejo....´´
Uma
mulher apaixonada envia um SMS, com muito amor, ao seu amado alentejano,
dizendo:
Meu amor, se estás a dormir, envia-me os teus sonhos!
Se estás a rir, envia-me o teu sorriso!
Se estás chorando, envia-me as tuas lágrimas!
Eu amo-te!
Meu amor, se estás a dormir, envia-me os teus sonhos!
Se estás a rir, envia-me o teu sorriso!
Se estás chorando, envia-me as tuas lágrimas!
Eu amo-te!
Ao que o
homem responde...
Mê amore .... tô cagando. Queres que te envie alguma coisa?
Mê amore .... tô cagando. Queres que te envie alguma coisa?
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 101
Chegavam os garçons contratados para
servir o jantar, começavam a preparar a sala, juntando mesas. Quase ao mesmo
tempo, o Juiz de Direito, um pacote de livros sob o braço, sentava-se do lado
de fora com João Fulgêncio e Josué.
Admiravam Glória na janela, o Juiz
considerava aqui lo um verdadeiro
escândalo. João Fulgêncio ria, discordava:
-
Glória, seu doutor, é uma necessidade social, devia ser considerada de
utilidade pública pela Intendência como o Grémio Rui Barbosa, a Euterpe 13 de
Maio, a Santa Casa da Misericórdia.
Glória exerce importante função na
sociedade. Com a simples acção da sua presença na janela, com o passar, de
quando em quando, pela rua, ela eleva a um nível superior um dos aspectos mais
sérios da vida da cidade: sua vida sexual. Educa os jovens no gosto à beleza e
dá dignidade aos sonhos dos maridos de mulheres feias, infelizmente a grande
maioria da nossa cidade, às suas obrigações matrimoniais, que, de outra
maneira, seriam insuportável sacrifício.
O Juiz dignava-se concordar.
-
Bela defesa, meu caro, digna de quem a faz e de quem é feita. Mas, aqui para nós, não é mesmo absurdo tanta carne de
mulher para um homem só? E um homem pequeno magrinho… se ela pelo menos não
estivesse o dia todo à vista, como está…
-
E o que é que o senhor pensa? Que ninguém dorme com ela? Engano, meu caro Juiz,
engano…
-
Não me diga, João! Quem se atreve?
-
A maioria dos homens, Digníssimo. Quando dormem com as esposas estão pensando é
na Glória. É com ela que dormem.
-
Ora, seu João Fulgêncio, eu logo devia adivinhar que se tratava de paradoxo…
-
De qualquer maneira, essa dona aí é uma tentação – disse Josué. – Ela só falta
agarrar a gente com os olhos…
Alguém aparecia agitando um exemplar do
Diário de Ilhéus:
-
Já viram?
João Fulgêncio e Josué já tinham lido. O
Juiz apoderou-se do jornal, botou os óculos. Noutras mesas também comentavam.
- Que me dizem?
-
A política vai pegar fogo…
-
Esse jantar de hoje vai ser gozado…
Josué continuava a falar sobre Glória.
-
O que é admirável é que ninguém se atreva a meter-se com ela. Para mim é um
mistério.
O professor Josué era novato na terra
trazido por Enoch quando fundara o colégio. Apesar de ter-se de imediato
adaptado, de frequentar a Papelaria Modelo e bar do Vesúvio, de aparecer nos
cabarés, de aparecer nos cabarés, de discursar nas festividades, de cear em
casas de mulheres, ainda desconhecia muitas das histórias de Ilhéus.
Enquanto os outros discutiam o artigo do
Diário, João Fulgêncio contou-lhe o sucedido entre o coronel Coriolano e Tonico
Bastos pouco antes da vinda de Josué para a cidade, quando o coronel pusera
casa para Glória.
(Click e aumente a imagem - Perdida e Achada na Natureza)
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À ENTREVISTA Nº 49 SOBRE O TEMA: “APARIÇÔES DA VIRGEM” (6º e últ.)
As Aparições na Igreja Católica
O historiador mexicano Rodrigo Martinez Baracs afirma algo que é aplicado não apenas à aparição de Guadalupe mas a todas as outros:
- A questão de fundo reside em saber como é que a Igreja Católica se relaciona com a verdade, com a ciência, com esse sentido do real e do senso comum e como compartilha isso com todos os seres humanos para além dos nossos credos ou nacionalidades.
Ao insistir em aparições estritas e mal comprovadas, a Igreja Católica se fecha em si mesma procurando crescer e fortalecer-se, separando-se das outras religiões desta comunidade humana tão maltratada.
As "aparições" na Igreja católica são continuamente reforçadas. Há interesses ideológicos e financeiros por trás de cada uma delas. Durante seu pontificado, João Paulo II apoiou activamente as fraudulentos "aparições" de Medjugorje, em terras croatas, tornando o lugar o "centro nervoso e financeiro de uma empresa multimilionária", segundo a pes
Em 2007, o Vaticano tornou-se membro de uma companhia aérea, Mistral Air, que aproveitará o movimento de peregrinos de Roma para os santuários marianos de Lourdes (França), Fátima (Portugal), Guadalupe (México), Czestochowa (Polónia).
Os aviões são pintados com as cores do papa, branco e amarelo, e os funcionários são incentivados a que, durante a viagem, os peregrinos cantem e rezem.
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quinta-feira, maio 17, 2012
Lembram-se deste anúncio? Já lá vão uns anitos... foi no Natal de 1995. O telefone parece um tijolo com antena mas este " tou chim... um momento" fizeram historia... prodígio de comicidade.
Um cão velho e com olhar cansado andava pela rua e entrou no meu jardim. Eu pude ver, pela coleira e pelo brilho do seu pêlo, que era bem alimentado e bem cuidado. Ele aproximou-se calmamente de mim. Devo ter-lhe inspirado confiança. Então, seguiu-me e entrou em minha casa. Passou pela sala, entrou no corredor, deitou-se num cantinho e dormiu. Uma hora depois foi para a porta e eu deixei-o sair.
No dia seguinte voltou. Fez-me uma festinha no jardim, entrou em minha
casa e novamente dormiu cerca de uma hora no cantinho do corredor.
Isso repetiu-se por várias semanas.
Curioso, coloquei um bilhete na sua coleira: "Gostaria de saber quem
é o dono deste lindo e amável animal, e perguntar se sabe que ele vem até minha
casa todas as tardes para dormir uma soneca."
No dia seguinte ele chegou para a sua habitual soneca, com um outro bilhete na
coleira: "Ele mora numa casa com 6 crianças, 2 das quais têm menos de 3
anos - provavelmente ele está tentando descansar um pouco. Posso ir com ele
amanhã???"
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 100
Não tinham ainda os relógios anunciado
as cinco da tarde, a Mesa de Rendas em pleno movimento, quando Nhô-Galo, na mão
um exemplar do diário de Ilhéus, entrou no bar alvoraçado. Nacib serviu-lhe um
vermute, preparava-se para falar na nova cozinheira, mas o outro elevava a voz
fanhosa:
-
A coisa começou!
-
O quê?
-
É o jornal de hoje. Acaba de sair. Leia…
Estava na primeira página, artigo gordo.
O título ocupava quatro colunas: «O
ESCANDALOSO ABANDONO DA BARRA». Descompostura em regra na Intendência, em Alfredo Bastos ,
«deputado estadual eleito pelo povo de Ilhéus para defender os sagrados
interesses da região cacaueira», esquecido desses interesses, cuja eloquência
franzina só se fazia ouvir para celebrar os actos do governo, «parlamentar do
muito bem e apoiado!», no Intendente um compadre do coronel Ramiro, «inútil
mediocridade, servilismo exemplar ao cacique, ao manda-chuva», culpando os
políticos no poder pelo abandono da barra de Ilhéus.
O artigo tinha como pretexto o encalhe
do Ita na véspera.
«O maior e mais premente problema da
região, aquele que é o vértice e o cume do progresso local que significará
riqueza e civilização ou atraso e miséria, o problema da barra de Ilhéus, ou
seja, o magno problema da exportação directa do cacau», não existiam para os
que haviam «em circunstâncias especiais abocanhado os postos de mando».
E por aí vinha, verrina terrível,
terminando numa evidente alusão a Mundinho, ao lembrar que, no entanto, «homens
de elevado sentido cívico estavam dispostos, ante o criminoso desinteresse das
autoridades municipais, a tomar o problema em suas mãos e a resolvê-lo.
O povo, esse glorioso e itimorato povo de Ilhéus de tantas tradições, saberia julgar, castigar e premiar!»
- Menino … a coisa é seria…
-
Escrito pelo Doutor.
-
Parece mais de Ezequi el.
-
Foi o Doutor. Tenho a certeza. Dr. Ezequi el
estava bêbado ontem, no cabaré. Vai dar uma confusão…
-
Confusão! Você é um optimista. Vai haver o diabo.
-
Desde que não comece hoje, aqui no
bar.
-
Porquê aqui ?
- E o jantar das marinetes, você
esqueceu? Vai vir todo o mundo: o Intendente, Mundinho, o coronel Amâncio,
Tonico, o Doutor, o Capitão, Manuel das Onças; até o coronel Ramiro Bastos
disse que talvez viesse.
-
O coronel Ramiro? Não sai mais de noite.
-
Disse que viria. É homem danado e agora vem mesmo, você vai ver. É capaz do
jantar terminar em briga…
Nhô-Galo esfregava as mãos:
-
Vai ser divertido… – voltava para a Mesa de Rendas, deixando Nacib preocupado.
O dono do bar era amigo de todos precisava manter-se afastado daquela luta política.
(Click na imagem da jovem toda florida)
À ENTREVISTA Nº 49 SOBRE O TEMA:
“AS APARIÇÔES DA VIRGEM” (5)
NOVA
MENSAGEM: O ABORTO
Em
algumas de suas mais recentes "aparições" Maria começou a falar sobre
o aborto, uma questão que assombra a hierarqui a
católica. As webs católicas dão-se
conta de muitos videntes que recebem mensagens celestiais anti-aborto.
Os
videntes do Oliveto, Itália (1985) recebem visões de crianças abortadas. O visionário Mike SIATE do Texas
(1988) relata: Um dia, Nossa
Senhora veio até nós para o rosário toda vestida de branco como a neve. Em seguida, seu terno branco bonito
começou a ficar vermelho da cor do sangue. Quando
nos ajoelhamos com espanto, ela explicou que seu vestido se tornou vermelho
pelo sangue de crianças abortadas.
Julia
Kim, um coreano Vidente (1985) diz sentir dor terrível no trabalho inclusive de
crianças abortadas e diz que a "aparição" teria dito que o aborto e a experiências genéticas
estão atraindo um castigo sobre o mundo.
Em 1992, o vidente americano John Dorwns ouviu Maria dizer-lhe: - Meu filho, faz circular a minha
imagem para acabar com os pecados do aborto, Satanás faz oposição a este plano.
O meu ventre virgem dói-me pelos
filhos virginais arrancadas do ventre de suas mães.
Com
Nancy Fawlers, da Geórgia, a "aparição" falou mais especificamente. Diz que a vidente: - A vida, a alma
imortal, começa na concepção. As
almas dos bebés abortados vão directas para o céu sentarem-se no trono de Deus.
Reze pelas mães, para pedir o arrependimento para elas. Reze por esses médicos para terem uma
mudança no seu coração.
Com
estas e outras mensagens, surgiu uma nova devoção nos EUA, que se está espalhando
pela América Latina: o terço dos não-nascidos" em que cada conta do rosário
é uma lágrima com um feto inserido.
quarta-feira, maio 16, 2012
Esta canção de Jorge Benjor faz parte de um disco lançado pela Filips em 1963 e intitulado Avanço e cujo reportório foi constituído, quase todo ele, por clássicos da Bossa Nova.
TAMBA TRIO - MAS QUE NADA
Sábado, como de costume, levantei-me cedo, vesti um
agasalho, vesti-me silenciosamente, bebi café e até fui dar um passeio com cão.
Em seguida, fui até à garagem e engatei o barco de pesca no meu Jeep. De
repente, começou a chover torrencialmente. Havia até neve misturada com a
chuva, ventos a mais de 80 km/h .
Liguei o rádio e ouvi que o tempo iria ser de frio e chuva durante todo aquele
dia. Voltei imediatamente para casa. Silenciosamente, despi-me e deslizei para
baixo dos cobertores. Afaguei as costas da minha
mulher e disse-lhe baixinho:
mulher e disse-lhe baixinho:
- O tempo lá
fora está terrível. Ela, ainda meio adormecida, respondeu:
- Acreditas que o cabrão do meu marido foi pescar com
este tempo?
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 99
-
E o marido?
-
Inteiramente do coronel. Já sabe tudo sobre Ribeirinho. E comigo não quer nada.
Que a mulher ria para Ribeirinho, saia dançando com apertadinha, que segure a
testa para ele vomitar, o crápula acha uma beleza. Mas basta eu me aproximar e
ele se mete no meio. Aqui lo não
passa de um cafetão emérito.
- Tem medo que você estrague o negócio
dele.
-
Eu? Só quero as sobras. Que Ribeirinho pague e eu me contento contento com os
dias feriados… Quanto ao marido, não se preocupe. A essas horas ele já deve
saber que sou filho do chefe político da terra. Que tem de se comportar direito
comigo.
Chico Moleza chegava com o almoço. Nacib
abandonou o balcão, instalou-se numa das mesas, amarrando um guardanapo no pescoço:
-
Vamos ver que tal a cozinheira…
-
A nova? – Tonico aproximou-se curioso.
-
Nunca vi morena tão bonita! Chico Moleza deixava as palavras rolar
preguiçosamente.
-
E você me disse que era uma bruxa, seu árabe sem vergonha. Escondendo a verdade
de seu amigo. Hem?
Nacib destapava a marmita, separava os
pratos.
-
Oh! – exclamava ante o arma a exalar-se da galinha de cabidela, da carne de sol
assada, do arroz, do feijão, do doce de banana em rodinhas.
Tonico interrogava Chico Moleza:
-
Bonita de verdade?
-
Se é…
Curvava-se sobre os pratos.
-
E não sabe cozinhar, não é? Seu turco mentiroso… Até dá água na boca…
Nacib convidava.
-
Dá para dois. Faça uma boqui nha.
Bico Fino abria uma garrafa de cerveja,
colocava na mesa.
-
Que é que ela está fazendo? – perguntou Nacib a Chico.
-
Tá numa prosa comprida com a velha. Tão falando de espiritismo. Quer dizer:
Mamãe está falando, ela só faz escutar e rir. Quando ela ri, seu Tonico, até
tonteia a gente.
-
Oh! – voltava a exclamar Nacib após a primeira garfada. – Maná dos céus. Desta
vez, valha Deus, estou bem servido.
-
Prá mesa e prá a cama seu turco…
Nacib empanturrou-se e, após a saída de
Tonico, estendeu-se, como fazia diariamente, na espreguiçadeira, à sombra de
umas árvores no fundo do bar. Tomou de um jornal da Bahia, atrasado de quase
uma semana, acendeu o charuto.
Passava a mão nos bigodes, contente da
vida, dissipara-se a tristeza da manhã de enterros. Mais tarde iria à loja do
tio, traria um vestido barato, um par de chinelos. E acertaria com a cozinheira
os salgados e doces para o bar.
Não pensara, que aquela retirante,
coberta de poeira, vestida de trapos, soubesse cozinhar… E que a poeira
escondesse tanto encanto, tanta sedução… Adormeceu na paz de Deus. A brisa do
mar acariciou-lhe os bigodes.
(Click e aumente a imagem da que poderia ser a vaporosa Anabela a mostrar-se ao coronel Ribeirinho)
(Click e aumente a imagem da que poderia ser a vaporosa Anabela a mostrar-se ao coronel Ribeirinho)
À ENTREVISTA Nº
49 SOBRE O TEMA:
“APARIÇÕES DA VIRGEM” (4)
O Dia Em Que o Sol Dançou
Na sexta "aparição" de Maria em Fátima, em outubro de
1917, ocorreu o "milagre do Sol", anunciado três meses antes. Segundo as crónicas da época, 70 mil
pessoas na Cova da Iria e milhares de outras num raio de 40 milhas , numa manhã de
chuva torrencial, viram cessar as chuvas e o sol aparecer, o qual, depois de
três voltas sobre si mesmo aproximou-se rapidamente da terra para retornar à sua
posição inicial. Esse
"milagre" durou dez minutos.
A Igreja reconheceu oficialmente esse fenómeno como um
"milagre". Naquela
época, o director do Observatório Astronómico de Lisboa disse aos repórteres do
jornal O Século: Se é um fenómeno cósmico, os observatórios astronómicos
detectá-lo-iam com precisão e é precisamente o que está faltando: o inevitável registo
no sistema de qualquer perturbação por menor que ela fosse.
Praticamente toda a história oficial do que aconteceu em Fátima
naquele dia e desde que começaram as "aparições" é tirado das
memórias pessoais de Lúcia. Francisco
e Jacinta morreram quando crianças, logo após estes eventos. Lúcia, uma adolescente, entrou para um
convento, onde aprendeu a ler e escrever. Vinte
anos após os acontecimentos de Fátima, o Bispo de Leiria, José Alves Correia da
Silva, ordenou-lhe que ela contasse tudo por escrito. No final de 1935 estavam prontos os
primeiros relatórios. Então, ela
escreveu cinco outros relatórios. Seus
escritos são a única fonte de saber a história oficial de Fátima.
terça-feira, maio 15, 2012
Um sujeito foi demitido, perdeu a esposa, o carro e os amigos, e
por isso resolveu suicidar-se.
Estava prestes a lançar-se da ponte quando um mendigo pergunta:
- O senhor vai-se matar?
- Vou. E nem tente impedir-me.
- Não. Mas já que o senhor se vai matar, não se importaria em me dar as suas roupas, pois não?
O sujeito concordou e despiu-se por completo.
O mendigo olhando para o corpo nu do sujeito, pergunta:
- Olhe, o senhor tem um traseiro muito gostoso. Já que se vai matar e ninguém vai saber, deixa-mo comer?
Sem mais nada a perder, o sujeito concorda e deu a 'bunda pro mendigo'.
Depois do acto consumado, diz para o mendigo:
- Agora devolve-me as minhas roupas!
- Mas o senhor não se vai matar?
- Mudei de ideias ... Descobri uma razão para viver !
Estava prestes a lançar-se da ponte quando um mendigo pergunta:
- O senhor vai-se matar?
- Vou. E nem tente impedir-me.
- Não. Mas já que o senhor se vai matar, não se importaria em me dar as suas roupas, pois não?
O sujeito concordou e despiu-se por completo.
O mendigo olhando para o corpo nu do sujeito, pergunta:
- Olhe, o senhor tem um traseiro muito gostoso. Já que se vai matar e ninguém vai saber, deixa-mo comer?
Sem mais nada a perder, o sujeito concorda e deu a 'bunda pro mendigo'.
Depois do acto consumado, diz para o mendigo:
- Agora devolve-me as minhas roupas!
- Mas o senhor não se vai matar?
- Mudei de ideias ... Descobri uma razão para viver !
E se algum dia pensares em te suicidares…
Não te esqueças que pode haver ainda uma razão para continuares a
viver…
CRAVO
E
CANELA
Episódio Nº 98
Finalmente o enterro saíu,
maior do que o de Osmundo mas também lastimável, o padre Basílio engrolando as
rezas, em prantos a família vinda de Olivença, suspirando aliviado o dono da
casa. Nacib voltou ao bar.
Porque não enterrar os dois
juntos, saindo os caixões na mesma hora, da mesma casa, para a mesma cova?
Assim deviam ter feito. Vida salafrária, cheia de hipocrisia, cidade sem
coração onde só o dinheiro contava.
- Seu Nacib, a empregada é um pirão. Que beleza!
– a voz mole de Chico.
- Vá pró inferno! – Nacib estava triste.
Soube depois que o caixão de
Sinhàzinha transpusera o portão do cemitério no mesmo momento em que se
retiravam os raros acompanhantes de Osmundo. Quase na mesma hora em que o
coronel Jesuíno Mendonça, assistido pelo Dr. Maurício Caíres, batia palmas na
porta do Juiz de Direito para se apresentar. Depois o advogado aparecera no
bar, recusando qualquer bebida além de água mineral:
- Ontem saí do sério em casa de Amâncio. Tinha
um vinho português de primeira…
Nacib afastou-se, não queria
ouvir o comentário do regabofe da véspera. Foi à casa das Irmãs dos Reis saber
como marchavam os preparativos do jantar e as encontrou ainda excitadas com o
crime.
- Ontem de manhã, ela estava na igreja, a
infeliz – disse Quinqui na a
benzer-se.
- Quando o senhor veio aqui ,
a gente tinha acabado de estar com ela, na missa – arrepiou-se Florzinha.
- Uma coisa dessas… Por isso não me caso.
Levaram-no à cozinha, onde
Jucundina e as filhas se desdobravam. “Não se afligisse com o jantar, tudo ia
bem”.
Por falar nisso, arranjei
cozinheira.
- Óptimo. É boa?
- Cuscuz sabe fazer. Comida vou saber daqui a pouco, na hora do almoço.
Não quer mais os tabuleiros?
- Ainda uns dias…
- É por causa do presépio… Muito trabalho.
Quando o movimento no bar se
acalmou, mandou Chico Moleza almoçar:
- Na volta traga minha marmita.
Na hora do almoço o bar
ficava vazio. Nacib fazia a caixa, calculava os lucros, media as despesas.
Invariavelmente, o primeiro a aparecer após o almoço era Tonico Bastos, tomava
um digestivo, cachaça com bitter.
Naquele dia falaram dos enterros, depois
Tonico contara os sucessos do cabaré, na véspera, após a partida do árabe. O
coronel Ribeirinho bebera tanto que tivera de ser levado para casa quase
carregado. Na escada vomitara três vezes, sujando a roupa toda.
- Tá de beiço caído pela dançarina…
- E Mundinho Falcão?
- Foi embora cedo. Me garantiu que não tem
nada com ela que a estrada estava livre. E aí, é claro…
- Você se atirou…
- Entrei com o meu jogo.
- E ela?
- Bem. Interessada ela está.
Mas enquanto não agarrar Ribeirinho vai bancar a santa. Percebi tudo.